THALIA GRACE

Alguém precisava girar aquela arma e pela segunda vez fui eu que tomei a iniciativa.

Nenhum deles tinha coragem o suficiente para jogar de verdade. Covardes!

Eu não pretendia perder o jogo. Não mesmo. Mas, quando a arma parasse as opiniões podia mudar.

A lâmpada no alto tinha uma luz fraca e piscava, como se estivesse prestes a queimar.

Cada vez que a arma perdia a velocidade meu coração também perdia. Era como se o tempo passasse mais devagar em ambos os lugares.

A arma finalmente parou de girar, apontando a primeira vítima. Foi quando meu coração parou...

ANNABETH CHASE

Então era isso? O brilho prateado, o gatilho engatado, o cano apontado. Apontado para mim!

Eu não esperava por isso, mas afinal, eu estava jogando! Hesitei por um tempo. Eu podia simplesmente girar a arma novamente e diminuir minhas chances de morrer, mas, do que adiantaria?

Ver um deles morrer valeria tanto assim? Ah, valeria. Somente uma pessoa valeria.

Percy! Percy Jackson!

Ele acabou com a única pessoa que eu amava de verdade. Ele matou meu pai!

É claro que eu não podia bancar a santa. Também tinha feito coisas horríveis.

Finalmente peguei a arma. Olhei para ela por alguns segundos. Encostei o cano na têmpora. Tentei pensar no porque de eu estar fazendo isso. Foi quando eu percebi. Só estava fazendo aquilo, só estava com a arma na cabeç, porque no fundo eu tinha esperanças de encontrar novamente com o meu pai.

Será que um dia eu voltaria a vê-lo?

Não podia tirar essa dúvida sem tentar. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto quando pensei na morte dele.

Cheguei em casa, gritei seu nome, ninguém respondeu. No quarto, ele estava gelado na cama, com um copo que fedia a veneno do lado e um bilhete assinado por Percy.

E foi pensando nele, que puxei o gatilho.