A Loba e o Frio escrita por JubaDAzvdo


Capítulo 6
Cinco


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora!!!!
Bjuxxxxxxxxx



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Cinco.

            Aidan dirigia enlouquecido. “O que foi que eu fiz?” – perguntava-se atormentado, acabara de se livrar do corpo dançarina. Seu Lancer era um raio vermelho rompendo o negrume das estradas noturnas.

            -- Droga! – disse batendo no volante. – Myridan vai me matar.

            Aidan estava assustado, tão assustado. Ele sempre fora o cabeça fria do grupo, todos podiam perder a cabeça mas ele nunca perdia, cada passo dele era friamente calculado, todas as possibilidades eram cuidadosamente estudadas, e agora. Lá estava ele totalmente fora de si, acabara de fazer sexo com uma mulher e a matara e tudo por quê?

            Não era do feitio dele agir sem pensar. “Mas que merda é essa? O que foi que aquela maldita loba fez comigo?” – as perguntas rodavam em sua cabeça emoldurando a o rosto de Leah. No radio começou uma canção, uma velha conhecida de Aidan, uma de suas favoritas que caia como uma luva naquele momento, “Lost”.

Just because I'm losing

Doesn't mean I'm lost

Doesn't mean I'll stop

Doesn't mean I'm across...

            -- Rádio de merda! – disse para si mesmo. – Coldplay tem razão, tudo isso não significa que estou perdido. – ele respirou fundo, soltando o ar lentamente pela boca. – Está tudo sob controle. – Aidan repetia isso mentalmente, como um mantra mesmo sabendo que era mentira. Nada estava bem e ele estava se perdendo dentro do turbilhão de sentimentos que foram despertos dentro de seu peito sem vida. Despertados por aqueles enigmáticos olhos negros.

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            Estava amanhecendo, Myridan tinha acabado de voltar do hospital. Jean e Justine ainda estavam em missão, ela estranhou o silencio do casarão. “Mas onde é que poderia se enfiado Aidan.” – perguntava-se a mestiça.

            Aidan e Myridan conviviam há mais de cem anos, os melhores amigos e disso nunca passaram, não por falta de tentativas dele. Eles se conheciam, um era um expert no outro, a fala entre eles era dispensável, podiam se entender perfeitamente com um simples olhar. A relação de cumplicidade, fidelidade e lealdade entre a mestiça e o belo vampiro superava qualquer noção de amizade, tamanha a força da relação deles.

            Ela estava, realmente, preocupada. O sol já havia nascido e nada de Aidan.

            Myridan estava na biblioteca tentando se entreter com a leitura de um romance qualquer, que nem ao menos lera o titulo. Quando sua audição sobre-humana conseguiu identificar o som do Lancer de Aidan, ele ainda estava há uns dois quilômetros de distancia, o carro estava em alta velocidade, os vidros deviam estar fechados, pois não conseguia sentir o cheiro dele. Isso a deixou intrigada, o vampiro não era do tipo que fecharia completamente as janelas somente por causa do sol, ele era rebelde demais para isso, sempre deixava uma fresta para o vento entrar e acariciar-lhe o rosto, ele adorava a sensação. “Alguma coisa aconteceu.” – concluiu.

            A mestiça ficou parada, junto à janela, esperando, observando o Lancer Evolution manobrar e parar em frente ao casarão. Myridan conseguia divisar através do vidro fume a imagem de Aidan com a cabeça encostada no volante, parecia que ele estava tomando coragem. Lentamente, ele abriu a porta e instantaneamente o sensível olfato da mestiça foi golpeado por um cheiro forte que se desprendia do vampiro.

            -- Sexo e sangue. – sussurrou, seu rosto assumindo uma expressão indecifrável.

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            Aidan estava parado, com a cabeça apoiada sobre o volante, tomando forças para encarar a mestiça. Ele podia sentir os olhos de Myridan sobre ele, ela devia estar intrigada com o seu sumiço. Foi reunindo toda a sua coragem que ele, vagarosamente, abriu a porta do carro, o vento fresco entrou dentro do carro carregando o cheiro dele em direção ao casarão, ficou imóvel por um tempo. “Ela já sabe o que eu fiz.” – pensou, de cabeça baixa, saindo do carro, parou. Aos poucos o vampiro foi levantando a cabeça, até que seu olhar encontrasse os olhos claros da figura feminina parada junto à janela da biblioteca,  a mestiça estava furiosa.

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            -- Eu não acredito!!! – gritou a pequena figura feminina que caminhava de um lado para o outro, furiosa, diante de um Aidan mudo. – Você tem idéia, das conseqüências que a sua atitude egoísta podem desencadear?! – Myridan estava se controlando para não esbofetear seu melhor amigo. – E tudo por quê?! – ela estava tomada por uma raiva assassina, se não fosse ele, com certeza já estaria morto. – E tudo porque você não consegue manter o seu maldito pênis dentro da calça e sua boca fechada!!!

            Aidan, simplesmente, se encolhia quando a voz de Myridan ficava mais alta do que o normal resultando em grito estridente e furioso. Estava imóvel, nada que ele dissesse poderia justificar seu ato, a morena estava coberta de razão ao berrar com ele, merecia isso.

            -- Você não vai dizer nada? – perguntava Myridan raivosa. – Não vai nem tentar se explicar?!

            Se vampiros pudessem chorar, Aidan estaria derramando lagrimas copiosamente, quando se deixou cair sentado no sofá, com o rosto enterrado nas mãos.

            -- Eu sinto muito... – disse com a voz abafada. – Não sei o que deu em mim...não pude me conter... – ele ergueu o rosto para encará-la. – Me sinto... perdido.

            Ao ver a desolação nos olhos de Aidan, a raiva de Myridan simplesmente desapareceu, como se nunca houvesse sequer existido. Ela se ajoelhou diante dele e o abraçou.

            -- Conte-me tudo. – disse ternamente a mestiça, afastando uma mecha de cabelo liso dos olhos azuis de seu querido amigo.

----------Duas semanas depois-----------

            A noticia da gravidez de Emily não perturbou tanto Leah, agora que esta possibilidade fora-lhe devolvida. Ela também poderia ser mãe um dia.

            Era impressionante como o advento da menstruação operara uma melhora significativa no humor da loba. Leah desde aquela noite, quando o sangue menstrual lhe desceu quente pelas coxas, ela estava mais leve, em paz, feliz. Tal mudança saltava aos olhos de todos, principalmente, Jacob e Seth. Porém, ninguém sabia o motivo de tal transformação.

            Tudo parecia ter ganhado cor, novamente, diante dos olhos de Leah, exceto pelo pequeno detalhe de que o rosto do vampiro de olhos azuis não abandonava seus pensamentos um instante sequer, nem em seus sonhos ela se via segura, pois todos desde que o havia visto na casa dos Cullen giravam em torno dele. De seu penetrante olhar azulado, dos sensuais lábios cheios, do liso cabelo castanho-avermelhado e de seu corpo perfeitamente esculpido. Parecia que o vampiro havia sido criado para definir com exatidão o que a palavra “beleza” significava. Ele era o significado.

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            Madrugada. Leah gemia durante o sono, inquieta. Era mais um de seus sonhos com Aidan, neste não era somente os dois se olhando, já fazia uns dias que suas fantasias estavam ficando mais intensas. Ela a tocava, acariciava seu rosto com a ponta dos dedos frios, ela por sua vez passava a mão sobre o peito definido do vampiro, a temperatura fria dele afagava sutilmente a palma da loba, que não conseguia desviar o olhar dos apetitosos lábios do belo jovem imortal, sentia uma vontade incontrolável de beijá-lo.

            Era com se sentisse um insuportável vazio em seu ser, sentia a ausência de alguma coisa, e o que estava faltando era os lábios do vampiro contra os seus, a língua gélida dele dentro de sua boca encontrando a sua própria. A mão de Leah estava agarrada à nuca dele, trazendo o rosto dele para mais próximo. A loba estava arfante, já podia sentir-lhe o hálito glacial acariciando sua face quente, estava preste a tomar aqueles lábios apetitosos quando uma sacudidela a fez voltar à realidade.

            Era Seth, que havia acordado com os gemidos da irmã. A primeira reação desta foi se debater, acertando um tapa na cara do irmão.

            -- Sou eu! – disse ele esfregando a bochecha que ardia devida ao tabefe. – Você está bem?

            Leah estava atordoada, olhava ao seu redor a escuridão do quarto, no negrume do aposento identificou o rosto do irmão.

            -- Tive um pesadelo. – disse passando a mão pelo longo cabelo preto, sentindo a umidade, se deu conta que estava toda suada. – Desculpe. Eu estou bem.

            -- Ok! Durma bem – disse o jovem quileute, saindo do quarto.

            Uma vez sozinha, Leah se levantou indo ao banheiro. Diante do espelho, contemplou suas faces ruborizadas, o suor que lhe brotava da testa, ligou a torneira e apressou-se em jogar água no rosto e na nuca.

            -- Mas que diabos está acontecendo comigo?


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Notas finais do capítulo

Naum esqueça do review!!!!
Bjuxxxxxxxxx