Without Hope escrita por Borboleta Negra


Capítulo 2
É Malfoy!




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_Sectusempra._Respondi monotonamente á pergunta do novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

_Exato Srta. Granger, 10 pontos para a Grifinória! Sectusempra foi adicionado á categoria de Magias Imperdoáveis, formando quatro. Esse feitiço...

O professor cuja eu não recordava mais o nome continuou falando e eu não prestando atenção. Olhei para a mesa em minha frente, o pergaminho, a tinta negra e a pena limpamente branca. Eu não tinha o que fazer, a aula estava se passando muito vagarosamente.

Olhei á minha volta procurando alguma coisa em que eu pudesse me perder, reconhecendo a minoria da sala. Alguns alunos não voltaram para cá, talvez por causa das memórias, ou... Algo assim. Meus olhos avelãs varreram a fileira de mesas em que se encontravam os Sonserinos. Blasio, Pancy... Goyle, Draco... Foram os únicos que eu reconhecera.

Goyle não parecia bem. As olheiras pareciam cada vez mais pesadas sob seus olhos e o olhar sem vida era sempre o mesmo. Seus olhos estavam tanto vibrados no professor quanto vagos e pensativos.

Pancy e Blasio estavam normais, apenas prestando uma atenção estranha na aula. Afinal, seus amigos não estavam ali com eles. Apenas os dois. Mas acho que já era o suficiente, ter um ao outro, como antes de... Tudo.

Draco era o mais impassível. Seus olhos percorriam toda a extensão do chão liso e negro, cada hora mudando para um ponto. Suas mãos estavam se apertando e os lábios finos franzidos. Em sua testa se encontrava todo o estresse. Talvez estivesse pensando nos pais, ou... Bem, eu não fazia ideia do que ele podia estar pensando. Seus olhos impossíveis passaram rapidamente pelas carteiras e prenderam-se nos meus. Era incrível como eram acinzentados. Eu nunca vira aquela cor nos olhos de alguém. Ele ainda me encarava, sua testa foi relaxada e seus olhos ficaram calmos, carregados de desprezo, como seus lábios agora relaxados. “Sangue-ruim” ele sibilou como se eu me importasse.

Olhei para o professor e logo um passarinho de papel chegou voando á minha mesa. O abri, lá estava escrito em uma caligrafia rápida:

\t\t\t\t\t\t    “O que está olhando, sangue-ruim sabe tudo?”

Pisquei para o papel em minha frente e toquei a ponta da pena com a tinta negra, escrevendo calmamente no papel.

\t\t\t\t   “Estou decifrando expressões, Draco. Nada do seu interesse.”

Continuei com a pena apontada para o papel. Gostaria de perguntar o que ele estava pensando, a enorme curiosidade consumia-me agora, mas não tive coragem. Aquilo geraria muita repercussão, talvez até o pensamento idiota de que eu me apaixonara por ele passasse por aquela cabeça de vento. Então me contive á pousar a pena no tinteiro e lançar o feitiço simples no papel, o pegando na palma da mão e dando um leve sopro. Draco estranhou o fato de eu tê-lo respondido e seu rosto demonstrou mais espanto ainda quando ele viu que eu não o havia xingado de nada ou que minha caligrafia estava calma demais para ser ríspida. E só agora havia percebido que o chamara de Draco, e não Malfoy. Isso deve tê-lo pegado de supetão também.

Olhei para frente antes que ele me encarasse novamente e percebi que a aula acabara no exato momento. Recolhi meu material calmamente e saí da sala, com Harry em meu encalço.

_O que aconteceu?_Olhei para ele sem responder, apenas com a interrogação no rosto._Não imagine que eu não vi vocês trocando um bilhete.

Suspirei pesarosamente.

_Draco mandou-me um bilhete perguntando por que eu o olhava._Harry levantou uma sobrancelha._Eu apenas estava dando uma olhada na sala de aula, não pense em nada muito absurdo._Sua expressão se suavizou._E... Então eu o respondi que estava decifrando expressões. Sabe, para me distrair.

_Duas perguntas._Ele falou._Primeiro, desde quando chama o ‘Malfoy’ de ‘Draco’ e segunda, desde quando você procura algo para se distrair no meio da aula?_Ele parecia espantado com os fatos.

_Bom... A resposta vai ser a mesma nas duas perguntas: Não faço à mínima ideia. Talvez seja pelo fato que já estou cansada disso tudo, então os detalhes podem ser descartados.

Ele pareceu compreender, mesmo que eu tivesse certeza de que ele não entendera nada. Nem eu, mas essa resposta devia ser a correta.

Chegamos ao dormitório e fui aos meus aposentos. Deixei os materiais escolares ali e decidi espairecer um pouco. Tirei a capa da Grifinória e olhei-me rapidamente no espelho. Meu rosto estava normal, tirando as olheiras profundas e o olhar cansado. Meus cabelos cacheados continuavam os mesmos também, sua cor mel continuava a mesma. Suspirei passando os dedos nos cabelos para arrumá-los melhor a desci as escadas. Passei por algumas pessoas que conversavam animadamente e algumas que me olhavam, ora agradecendo por eu ter ajudado á acabar com o Lorde, ora falando que ‘sente muito’ pelo tão famoso Rony Weasley. Á cada momento isso se tornava mais comum.

Sentei-me em frente ao lago onde Harry salvara Sirius de um dementador no 3º ano e abracei minhas pernas, aconchegando minha cabeça entre elas, no vão entre meus joelhos.

_Onde está sua rivalidade, Granger?_Uma voz ríspida e bastante conhecida falou para mim ás minhas costas._Desde quando me chama de Draco? Eu não lhe dou permissão, Granger, sua sangue-ruim idiota sabe tudo. Não me espanta que o Santo Potter ande com você, os dois são da mesma laia, pelo menos se tornou menos insuportável nesse ano aturar o trio de ouro. Ah é, o trio se desfez. Bom, uma cenoura não faz falta, não é?

Á essa hora eu já estava de pé, olhando para o garoto da minha idade em minha frente.

_O que você quer aqui, Draco?

_É Malfoy, para você._Ele sibilou irritado, dando um passo para frente._E o que eu quero não te importa.

_É verdade. Não importa.

_Então ótimo._Ele respondeu frio.

Ficamos encarando um ao outro por mais alguns minutos, num silencio completamente novo e incômodo para mim. Não que o silêncio normalmente me irritasse, agora ele era meu melhor companheiro, mas o clima de tensão pousava sobre nossas cabeças, tornando-o incômodo.

_O que você quer olhando para mim, Draco?_Perguntei de repente, as palavras simplesmente escaparam dos meus lábios.

_É Malfoy!_Ele gritou irado, elevando o dedo para meu nariz, mesmo que á 1 metro de distancia._E eu não quero nada de você, sangue-ruim.

Sentei-me no gramado calmamente e olhei para novamente enquanto ficava em posição de índio.

_Desde onde eu sei você que veio acabar com minha paz.

Ele olhou para o chão ao meu lado, ligeiramente pensativo.

_Acho que gosta de me irritar.

Ele sorriu de lado, como muitas vezes fazia.

_Descobriu meu segredinho, não é Srta. Granger?

_Não fiquei muito surpresa.

E assim, ele se virou ainda com um sorriso cínico no rosto, se afastando de mim orgulhosamente, enquanto eu me virava, apenas para mergulhar-me em lembranças novamente.


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Notas finais do capítulo

WEEEEEEEEEEEEEEE
Duas leitoras
*felicidade*
AUSHAUSHAUS, me contento com pouco, né? :B
Enfim, gostei dos reviews *-*
Beijos e continuem acompanhando!