Without Hope escrita por Borboleta Negra


Capítulo 1
Menos Uma Lembrança




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Então, a guerra acabara. O trem á nossa frente lançava tanta fumaça que eu não podia ver nem os olhos brilhantemente verdes de Harry ao meu lado. Mas do mesmo jeito, ele estendeu sua mão e eu consegui á alcançar. E assim, entramos no trem. Eu não conseguia saber como reconstruíram o castelo tão rapidamente. Então, só faltava mais um ano para completarmos todos os estudos básicos. Então, por que eu estava tão triste?

Rony. Ele me deixara. Á pouco tempo, um comensal da morte, que estava aos pedaços levantou sua varinha para o ruivo, lançando faíscas verdes ofuscantes que o acertaram em cheio. Eu nunca entendi o porquê daquilo, Voldemort já havia morrido, então para que matar um dos amigos de Harry? Ou, melhor, por que matar um pouco mais Harry? Ele perdera os pais, ele perdera Sirius, agora perdera Rony. Eu não sei de onde ele tirava tanta força para continuar, se sem Rony, apenas, eu já estava em pedaços. Queria ter a mesma força que ele.

                     Eu não queria lembrar. Então tentei me separar das lembranças.

O que mais me espantava, tirando o fato de o castelo ter sido restaurado tão rápido ou o de que pudemos ir para ele novamente no mesmo ano que fora reaberto foi o fato de que Draco também estava lá. Como se nada houvesse acontecido. A única coisa que mudara realmente fora que Vicente (ou Crabbe, como era formalmente chamado) não estava mais ali á sua direita. Muitas perdas, não é? Sua tia Bellatrix também perdera a vida. Mas acho que ele não estava muito preocupado, seu olhar frio e assustador continuava o mesmo. Seus pais ainda não haviam morrido. Ainda estavam presos em Azkabam e certamente seriam condenados á morte. Pelo menos eu ainda tinha família.

Procuramos alguma cabine vazia e acabamos encontrando. Quer dizer, Luna e Neville estavam ali, não se importaram quando sentamo-nos diante deles. Começaram á conversar com Harry, respeitando meu silêncio e privacidade. Queria conversar comigo mesma, meus pensamentos já preenchiam o bastante minha cabeça.

Troquei-me alguns minutos antes de chegar á Hogwarts. O nome Hogwarts me lembrava Dumbledor. Os dois nomes não tinham a mínima ligação, mas era aceitável. Outra pessoa perdida. E essa era realmente importante.

Saí da cabine pegando minha mala e senti meu ombro sendo empurrado, me arremessando para trás levemente.

_Olhe para onde anda Granger._Aquela voz ríspida falou atrás de mim e eu não me preocupei em olhar para trás.

Draco Malfoy, como sempre. Nem com tudo o que passamos, ele deixa de implicar com tudo o que eu faço. Mas não me importo. Não me importo nem ao menos com o “sangue-ruim”, não me importo com nada.

Com minha mala em mãos andei pesadamente até a saída. Hagrid estava na porta, como era de se esperar. Com aquele rosto corado e feliz, recebendo todos os alunos com acolhimento, para que tivessem um bom ano. Quando ele me viu, sua expressão murchou e tudo que pude ver em seu rosto foi pena. Uma pena que eu poderia muito bem jogar fora, não queria isso de ninguém.

_Oh, Hermione, sinto muito.

_Tudo bem Hagrid._Minha voz rouca e embargada o surpreendeu.

Passei por ele indo até as carruagens. Ninguém tinha de prestar atenção á mim. A única pessoa que poderia dirigir palavras gentis á mim era Harry. Ele tinha tal permissão.

Cheguei á carruagem negra e olhei para o cavalo estranho que puxava aquele transporte pequeno.

“_Que bicho é esse?

_Que bicho Harry?

_Esse, puxando a carruagem.

Olhamos para ele, estranhando e decidi falar lentamente.

_Não tem nada puxando a carruagem, Harry.

Ele foi andando lentamente na direção da carruagem, mas olhando para algo que eu não via, analisando algo invisível.

_Você não é louco._Uma voz infantil falou sobre a carruagem e olhamos para a figura extremamente loira, que lia uma revista de cabeça para baixo. Ela abaixou a revista, olhando com seus olhos penetrantes para Harry._Eu vejo eles também.

_Gente, essa é a Di’Lu..._Me interrompi ao quase falar seu apelido, já estávamos na carruagem._Luna Lovegood.”

Não tive vontade de sorrir em frente á lembrança de meus dias tranquilos, como aconteceria em qualquer livro patético ou filme básico. Tive ainda mais vontade de chorar. Encostei no focinho do cavalo alado e magro á minha frente, enquanto ele me olhava calmamente. Senti algo em minhas costas e decodifiquei como uma mão. Olhei para o meu lado e o olhar de Harry estava em mim, como se dissesse que eu devia esquecer. Suspirei prendendo um pouco a respiração e só á soltei quando tive certeza que não choraria.

Harry, com a mão agora na lateral de minha cintura, tocou em minha mão solenemente para tirá-la do focinho do bicho estranho. Depois, me guiou e ajudou-me á entrar na carruagem. Gina olhava para mim com calma. Ela não tivera ciúmes, obviamente, eu era apenas uma menina necessitada na qual Harry tinha de servir de babá.

Desviei meu olhar da menina que me lembrava Rony e olhando para as costas do cavalo, senti a carruagem começar á se movimentar lentamente, tremendo por causa de alguns buracos ou vãos entre as pedras frias e úmidas.

O caminho foi silencioso, ao menos para mim. Meus pensamentos me excluindo do mundo exterior. Ao chegar aos portões não tive de passar por nenhuma vistoria, afinal, a época do Lorde das Trevas havia chegado ao fim. Desci da carruagem e comecei á me encaminhar para o quarto. Até que trombei com alguém, acabando por cair no chão.

_Descul..._Ele parou e olhou para mim._Hermione!

Respondi apenas com indiferença, enquanto pegava minhas coisas.

_Algo errado, Hermione?_Dobe perguntou, pegando com suas mãos pequenas e magras algumas coisas que escaparam da mala.

Não respondi, apenas peguei minhas coisas e coloquei na mala novamente, virando-me de costas e começando á andar de novo.

_É Rony, não é?_Ele perguntou com uma voz melancólica.

Apenas aumentei a força em minhas mãos, que juntas na frente de meu corpo seguravam a mala negra sem rodas. A maioria das coisas foram deixadas em meu quarto, já que eu havia as esquecido por causa dos grandes pensamentos que cercavam minha mente no ano anterior. E continuavam á rondá-la. Olhei para o chão e continuei meu caminho normalmente, com os passos mais lentos do que o de anos atrás. Os passos estavam mais incertos, menos orgulhosos, mais... Perdidos. Desolados. Assim como eu.

Cheguei ao quarto sem a mesma dificuldade em conseguir ultrapassar as escadas que eu tinha antes. Elas não se movimentavam mais, a reforma fez com que ficassem “mortas”... O que era bom para mim. Menos uma lembrança. Menos uma lembrança de meus dias felizes.


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Notas finais do capítulo

UHUUUUUUUUUUUL
Nova fic pra vocês, meus queridos e amados leitores
*-*
Tenho que dizer - A fic não vai ser lá tãããão grande, estou pensando em fazer ela com, no MÁXIMO, 15 capitulos e no minimo uns 10 .-.
Beijos e me mandem reviewsssss!!!
*-*