Quimera escrita por Reky


Capítulo 3
A Louca


Notas iniciais do capítulo

*se escondendo*
eeer, oi? Será que ainda tem alguém por aqui?
*recebe tomatada na cara*
Argh. Eu sei. Eu mereço. Joguem mais, se quiserem... Mas, se eu for gravemente ferida, não serei capaz de revelar algumas novidades que tenho...! Sei que demorei, mas espero que me perdoem! Minha vida tem estado uma confusão nestes últimos... dois (UGH! Doeu até em mim!) anos.
Bom de qualquer jeito, espero que gostem deste capítulo! E desculpem qualquer erro!
Boa leitura e nos vemos lá embaixo! (:



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Voltar para Hogwarts era sempre muito doloroso para mim. Aquela longa viagem de trem nunca falhava em me fazer relembrar do passado – como se eu já não me lembrasse o suficiente no restante dos dias. Mas, naqueles momentos em especial, eu sentia que todos os sentimentos eram intensificados. Nos três anos em que dividimos uma daquelas cabines, risadas e brincadeiras eram o que não faltavam entre nossas conversas. Entre Albus, Scorpius e mim.

Era por isso que, desde nosso afastamento, eu sempre buscava uma cabine vazia, na qual ninguém me perturbaria. E, normalmente, ninguém se atrevia a entrar na mesma cabine que eu – eles sabiam que acabaria por lhes lançar um olhar embravecido e, imediatamente, pediriam desculpas e sairiam da minha vista. É a mesma história desde a viagem de volta para casa do terceiro ano.

Assim, depois de longas horas observando a paisagem pela janela do trem, quando finalmente chegamos à estação de Hogsmead, eu logo estranhei quando senti uma mão se apoiando com um suave, porém ardido, BAF! no meu ombro. Ao olhar para trás, deparei-me com o sorriso estonteante de Neline Smith, a prima de Scorpius.

– Há quanto tempo, Rosie! Fez uma boa viagem?

Rosie? Afinal, desde quando nós tínhamos tanta intimidade para me chamar pelo meu apelido? E, aliás, Rosie é como a minha família me chama! Ninguém fora dela jamais se atreveu a me chamar desse jeito desde... Bom, vocês sabem quando.

Deixando de fora minha fúria interior, apenas dei de ombros.

– Foi uma viagem exaustiva, mas nada com que já não esteja acostumada. – disse a ela. Então, percebi um par de olhos cinzentos esbravejando exatamente em nossa direção, seriamente contrariados. – Escute, Neline... Acho que seu primo não está muito feliz em te ver aqui comigo. Melhor voltar para perto dele.

A morena olhou brevemente por cima dos ombros e eu consegui perceber o espanto nos olhos de Scorpius quando ela mostrou-lhe a língua. Depois, virou-se novamente para mim com um sorriso nos lábios e, para minha surpresa, enlaçou o braço no meu.

– Dane-se o Scorpius! – ela exclamou. – Quero ficar com a minha amiga! Cansei da companhia de garotos. Durante as férias todas era Scorpius para cá, Scorpius para lá, Albus para cá e Albus para lá. Acredita nisso, Rosie? Nenhuma garota para me fazer companhia, só minha tia Astoria... Mas tia Astoria não conta, porque geralmente ela está ocupada demais cuidando da casa e do meu tio Draco. Nem para sair fazer compras a coitada tinha tempo direito, acredita, Rosie?!

Pisquei, confusa. Meu Deus. Aquela menina tinha um ritmo intenso demais para eu acompanhar.

Desvencilhei-me de seu aperto e me distanciei um pouco de Neline, olhando novamente para onde Scorpius estava, junto de Albus. O louro me encarava com aquela já conhecida frieza, mas meu primo parecia contente de ver Neline em minha companhia. Acho que ela já reclamara antes para ele sobre a falta que uma amiga fazia em sua vida. Ter se mudado tão repentinamente de volta à Inglaterra deve ter sido estressante e eu queria acreditar naquela garota. Olhando para aqueles grandes olhos violetas, pela primeira vez em quase três anos eu tive vontade de abraçar a situação e recebe-la como minha amiga.

Mas eu não podia.

Por isso, quando vi o olhar confuso que ela me lançou por causa de meu afastamento, eu apenas lhe dei as costas e fui em direção às carruagens.

No entanto, a garota não desistiria tão fácil assim. Foi o que percebi quando ela agarrou firmemente meu pulso e, quase gritando, apontou para algum lugar logo à frente.

– Ei, Rose! Quem é aquela? É velha demais para ser aluna... – seus olhos brilharam. – Será que é uma professora?

Revirando os olhos com a persistência de Neline, voltei minha atenção na direção em que ela apontava. Uma mulher de cabelos cor de palha e opacos olhos castanho-claros encarava atentamente o chão, enquanto seus dedos brincavam com o tecido de sua longa saia azul turquesa. Impossível não conhecê-la.

– Aquela é a Mad Maddie. – murmurei-lhe, tentando não lhe transmitir um tom de confidencialidade amigável. Que ela notasse: só estava respondendo a pergunta para que me soltasse logo! – Bom, pelo menos é assim que nós, alunos de Hogwarts, a chamamos.

– Mad Maddie? Como em... Maddie, a Louca? – seus grandes olhos violetas piscaram, confusos.

– Sim. O nome dela, na verdade, é Madison Jones. A história que corre pelos corredores é de que ela perdeu o filho durante a Batalha de Hogwarts, há mais de duas décadas. Parece que não suportou a dor e enlouqueceu. Desde então, vez ou outra, aparece pelos corredores da escola. Ninguém sabe como ela consegue entrar sem ser vista, mas nunca vi alguém reclamar dela. Nem a Diretora McGonagoll tem coragem de fazer algo contra Maddie, já que ela nunca fez nada para atrapalhar o andamento das aulas ou os alunos. Ela apenas fica andando pelos corredores, arrastando os pés e olhando para o nada. Cedo ou tarde, acaba indo embora.

Neline parecia prestes a chorar quando me voltei para ela.

– E ela vem para cá todo dia primeiro de setembro?

Assenti.

– Sim, todos os anos.

Uma lágrima escorreu de seus olhos.

– Ela quer vê-lo a todo custo, não é? Incrível como o amor que uma mãe sente pelo filho ultrapassa até as barreiras da morte...

Eu estava prestes a contestar aquilo, mas algo me fez fechar a boca assim que a abri. Franzi o cenho. Normalmente, eu não era daquelas pessoas que pensavam antes de falar ou que mediam as palavras. Não que fosse assim desde sempre, mas desde o incidente do terceiro ano, aquela agressão verbal toda era a única forma que eu havia encontrado para colocar para fora toda a minha frustração. O costume pegou e acabou sendo mais uma faceta dessa nova Rose Weasley.

– Neline.

A voz surgiu logo atrás de mim e me arrepiei ao perceber o quão próxima estava. Assim que me virei, ali estava Scorpius Malfoy, acompanhado pelo meu primo e seu melhor amigo, Albus Potter. Al sorriu e acenou para mim, mas Malfoy apenas me lançou um olhar maldoso, como sempre. Esticou a mão e puxou Neline para seu lado.

– Vamos, não quero pegar a última carruagem.

– Espere! – Neline gritou assim que ele começou a puxá-la na direção das carruagens. – Rosie, você não quer vir conosco?

Segurei a risada quando vi Scorpius retrair-se todo e lançar um olhar irritado para a prima, que fingiu não perceber. Dando-lhe um sorriso apologético, acenei com a cabeça.

– Melhor não, Neline. Além disso, tenho que esperar meus amigos.

Notei o espanto de Albus e Scorpius, mas não me intimidei pelas expressões inquisitivas. Abanando a mão para o trio, distanciei-me deles.

Você viu... – Mad Maddie murmurou quando passei por ela. Meu coração deu um salto. De olhos arregalados, encarei-a, totalmente espantada e aterrorizada. Então, ela se lembrava...? Ela realmente tinha me visto naquele dia?

Covarde como era, dei-lhe as costas e corri na direção das carruagens.

Queria sair dali o mais rapidamente possível.

Mais cedo naquele dia, ainda no Expresso de Hogwarts, ocorreu-me que a diretora, Minerva McGonagall, iria me procurar depois da Cerimônia de Abertura do ano letivo. No entanto, sinceramente não me passou pela minha cabeça que ela poderia querer me encontrar antes do banquete.

– Sinta-se honrada, senhorita Weasley, pois passei o dever da Seleção para a Professora Skipper somente para poder ter essa conversa com você.

Tive de engolir em seco. Poucas pessoas eram capazes de me intimidar, mas uma delas era a diretora de Hogwarts.

Quando chegamos a sua sala, ela me indicou um lugar para me sentar logo. Senti-me diminuída naquela cadeira, presa sob o olhar perscrutador de gata da mulher, mas busquei manter minha postura. Com um longo e cansado suspiro, ela subiu o aro dos óculos retangulares, buscou algo nas gavetas da mesa e falou:

– Sinceramente, senhorita Weasley, não entendo o motivo da sua recusa para a proposta de ser Monitora.

E jogou um envelope endereçado à Diretora Minerva McGonagall, Hogwarts no tampo da mesa.

Engoli em seco e apertei a barra de minha saia.

É claro que ela iria querer falar sobre isso comigo. Quando, na história de Hogwarts, um aluno recusou o cargo de Monitor? Não a culparia por ficar assustada e, acima de tudo, confusa pela minha decisão.

Foi uma difícil decisão. Algo que me arrependeria pelo resto da minha vida. Mas, apesar de tudo, era a decisão certa a se tomar. Amanda Williams fará um trabalho melhor, foi o que respondi naquela carta – apesar de, no inconsciente, estar gritando para mim mesma: você sabe que isso é mentira!

Eu me lembrava de cada palavra que havia escrito e que estavam cuidadosamente escondidas por trás daquele envelope. Apesar de cerca de um mês ter se passado, elas ainda queimavam na minha mente vez ou outra durante as férias de verão.

– A senhorita gostaria de me explicar o porquê de ter feito isso, senhorita Weasley?

Abaixei a cabeça, sussurrando um rouco não.

– Ora, vamos! Largue de ser teimosa! Responda a minha pergunta, Rose...

Olhei nos olhos daquela mulher que eu tanto admirava. Eu não conseguiria mentir daquela forma, não na frente dela... Mas dizer a verdade estava fora de cogitação. E, mesmo que dissesse, ela não entenderia.

Quem entenderia?

– É exatamente como disse, diretora. Creio que Amanda Williams é muito mais capacitada para o cargo do que eu. Além disso, minha prioridade são os estudos. Se aceitasse o cargo, acabaria me envolvendo demais e deixaria minhas notas para o segundo plano... E não é isso o que desejo.

McGonagall me observava atentamente por cima de seus óculos, parecendo pesar a verdade em minhas palavras. Mantive-me quieta, olhando firmemente para seus olhos. Não poderia fraquejar. Não naquele momento. Qualquer movimento em falso e eu seria pega em flagrante.

Por fim, a mulher suspirou, parecendo derrotada. Apertando a ponte do nariz, ela me dispensou, mandando-me de volta para o banquete que estava se realizando naquele mesmo instante.

Foi visível o susto que levei ao ver Neline Smith sentada na mesa da Corvinal.

Com um sorriso maior que o rosto e acenando freneticamente para mim assim que entrei no Salão Principal, ela me recebeu com um grande abraço.

– Rosie, isso não é incrível?! Nós duas, na mesma casa!

Ainda em choque, sentei-me à mesa, mais parecendo um robô do que uma humana, tão mecânicos eram meus movimentos. Ah, maldição... Mais essa na minha vida.

– É... Realmente incrível.

Neline sorriu novamente e voltou-se à comida, parecendo bem disposta a atacar tudo ao seu redor. Sério. Seus olhos até brilhavam só de ver todas aquelas delícias saborosas guloseimas apetitosas do banquete. Ei, sou filha de Rony Weasley, tá legal? Não me culpem!

De qualquer jeito, uma hora ela olhou para mim e seu sorriso havia desaparecido.

– Ei, Rosie... Você não precisava ter mentido. Sei que meu primo não é a companhia mais agradável do mundo, mas, realmente?, não era necessário inventar aquela desculpa para se afastar...

Franzi o cenho, não entendendo do que diabos ela estava falando.

– Quê?

Neline deu de ombros.

– Você sabe. Aquela história de esperar seus amigos. Albus me contou... Você não tem amigos, não é, Rosie? – e então, ela sorriu novamente. Sério, como aquela garota não tinha câimbras? Eu ficava só de observá-la! – Não precisa se preocupar mais com isso! Agora que nós estamos na mesma Casa, seremos inseparáveis!

Ugh.

Não tinha como as coisas ficarem piores, não é mesmo?


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Notas finais do capítulo

Ooooi, aqui estou eu de novo!
Bom, o que dizer? Indo logo às novidades: finalmente, definitivamente, resolvi que rumo a história de Quimera irá tomar. É claro que já a tinha esboçada quando comecei a postá-la, mas estava tudo tão embaralhado... Esse foi um dos motivos principais pela minha demora. Agora, já tenho uma noção melhor do que acontecerá e, o melhor, QUANDO acontecerá (: Espero que gostem.
O que mais?
Ah, repararam bem na Maddie? Se não, REPAREM! Ela será um personagem importante no andamento da história!
E a Neline, hein? Gostam dela ou não? Só uma informaçãozinha, para quem quiser saber: ela é filha da Daphne Greengrass, irmã da Astoria, com um empregado do Ministério chamado Charles Smith. Neline nasceu na Inglaterra, mas logo se mudou para a França por causa de uma proposta de trabalho que seu pai recebeu. Assim, ela aprendeu francês, mas sabe bastante inglês, pois toda a família continuava a falar a língua de origem em casa.
Hã... Bom, acho que é isso. Muita coisa ainda está por vir! E uma delas chegará lá pelo fim de semana se as reviews chegarem (sim, sumo por dois anos e ainda exijo reviews, hunf! hahaha). E, em breve, espero postar uma FanFic nova da Nova Geração no meu perfil (: não vou dizer exatamente quando, mas aviso quando e se acontecer. hahaha.
Beeeeijos e, quem sabe, até o fim de semana? Nox!