Too Complicated For Just a School escrita por coringa


Capítulo 13
Passado




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Fazia um mês desde que Law havia deixado Bellamy quase em estado inconsciente. O novato tinha se descontrolado. Precisou ser segurado pelos colegas que estavam ali presentes. Em seguida, foi levado à sala de Crocodile e, inevitavelmente, foi suspenso. Uma semana longe da escola. Quando voltou, precisou passar a ter sessões com Kalifa três vezes por semana. Nami estava dando apoio ao namorado. Ela sabia o quão desprezível Bellamy era. Sabia que Law não suportava olhar para o rosto dele, ainda mais depois do que ele tinha feito à Perona, e, acima de tudo, Law tinha feito o que fez por ela.


Eles estavam muito unidos. Assim como Tashigi e Zoro. Os dois estavam aproveitando ao máximo o namoro. A primeira noite deles, que havia acontecido recentemente, fora um presente de Zoro por terem completado um mês de namoro. Foi numa praia, à noite. Dentro de uma pequena cabana, à luz de velas. Um tecido fino cobria a areia, com pétalas de rosas espalhadas por cima. Tashigi havia ficado totalmente maravilhada. A garota estava se preparando para o musical que iria estrelar dali a algumas semanas e Zoro sempre a ajudava a ensaiar e decorar os textos. As pessoas da escola agora não os lançavam mais aqueles olhares curiosos. Law havia tomado o posto de centro das atenções.


Perona e Sanji eram o mais novo casal do colégio. O loiro sabia exatamente o que a garota pretendia, mas não podia negar ajuda. Afinal, Yass disse que a beijou por pena, e não se diz a uma garota que a beijou por pena. O plano de Perona não poderia ir melhor. Ao lado de Sanji, as pessoas realmente haviam mudado a forma de enxergá-la. Todos a tratavam bem e vice-versa. De fato, ela havia dado a volta por cima. E, por mais que seu namoro fosse apenas um acordo, a amizade entre ela e Sanji era verdadeira, sentiam um carinho um pelo outro. Haviam se tornado cúmplices.


Yass estava ajudando Robin com seus problemas familiares. A veterana tinha que manter um olho em seus tios desleixados que estavam morando em sua casa. Mas o garoto também passava por maus momentos em casa. Ultimamente, os pais viviam brigando. Ele sabia que a separação era apenas uma questão de tempo.


Além de Nami, Law encontrou muita ajuda na amizade de Ace. Os colegas de turma haviam se tornado amigos próximos desde que o navato dera a Bellamy o que ele merecia. Se pudesse, o prórpio Ace teria feito.


Seu relacionamento com Bonney não poderia estar melhor. Os pais da garota iriam sair em uma segunda lua-de-mel. Uma viagem ao redor do mundo. A terceiranista havia convidado o namorado para morar na mansão enquanto os pais estavam fora. O lugar era grande demais para apenas ela e Perona.


A casa de Mihawk nunca esteve tão movimentada. Os garotos já haviam dado duas festas e, ao fim delas, o professor de Historia se juntava aos demais moradores para ouvir o que havia acontecido de interessante e, então, passavam o resto da madrugada conversando. Eram todos amigos agora, dividiam problemas e conquistas, coisas boas e coisas ruins, tristezas e felicidades. Eram uma espécie de família improvisada. Estavam, naturalmente, muito triste com a saída de Ace, mas todos entendiam a situação.


As coisas não andavam tão bem para Vivi. Na verdade, a garota nem cogitava mais algum relacionamento com Luffy. Estava tentando partir para outra, mas não era nada fácil com o garoto grudado nela o tempo todo. O novato havia confundido tudo. Para ele, eles eram grandes amigos. Vivi não entendia como ainda não tinha explodido e contado tudo a Luffy.


A aula daquele dia já havia acabado. Law estava em uma das suas sessões com Kalifa que, como sempre, não ia muito bem.


- Você não vai me dizer qual é o seu trauma de infância?


- Eu não tenho nenhum trauma de infância


- Law, aquele comportamento violento que você demonstrou é muito visto em pessoas que foram espancadas, violentadas ou que tiveram um contato próximo com a violência durante a infância. Se você diz que não teve nenhum motivo especial pra bater no Bellamy...trauma de infância é o meu melhor palpite. Tem certeza que não houve motivo nenhum?


- Eu já disse. Eu não ia com a cara dele. Ele me provocou. Eu bati nele. Simples.


- Mas, Law, eu preciso...


Porém a doutora Kalifa foi interrompida pelo alarme do relógio do garoto, que sinalizava que os sessenta minutos de sessão haviam se passado.


- Bom, eu tenho que ir. Tenha um bom resto de tarde.


O garoto falou enquanto levantava-se e saia da sala da psicóloga. Nami e Ace conversavam no final do corredor. Estavam esperando pelo novato, como de costume.


- E aí, como foi? – Ace perguntou, ao notar Law se aproximando


- O de sempre – O novato mostrava-se tranqüilo


- Nenhum progresso? – Falou Nami após beijar o namorado


- Não.


- Você disse alguma coisa? – A garota insistiu


- Não.


- Law...não seria melhor se você dissesse logo pra Kalifa o porque de você ter brigado com o Bellamy? Que ele humilhou a Perona e que tava me segurando a força? Se você dissesse isso ela iria sair do seu pé...


- Eu também acho – Concordou Ace


- Vocês dois sabem que eu não confio naquela mulher. Não quero que ela entre na minha cabeça. Vou falar o mínimo possível e uma hora ela desiste.


- Você não acha que ta sendo muito desconfiado, não? – Começou o terceiranista veterano – Ela é a psicóloga do colégio, só ta querendo te ajudar.


- É, Law. O Ace tem razão. E se ela não desistir? E se ela mantiver isso por muito mais tempo? – Nami tentava convencer o namorado


- Eu não entendo como vocês conseguem não ser desconfiados em relação a essa mulher – Law rebateu – Ela está em todo lugar, o tempo todo. Parece que ta vigiando. Fala com você como se soubesse tudo que você faz, como se soubesse tudo sobre sua vida...


- Isso é meio que o trabalho dela... – Ace interrompeu


- Isso é meio que invasão de privacidade. Podemos ir embora? Eu quero sair logo daqui.


Nami e Ace sabiam que era inútil discutir. Limitaram-se a acompanhar Law e dirigiram-se a saída da escola


- Bom, vou indo nessa. Vou sair com o Luffy. A gente não tem passado muito tempo juntos e daqui a um mês eu me mudo pra casa da Bonney...vai ficar ainda mais difícil. Vejo vocês amanhã. – O veterano se despediu dos amigos, passou pelo portão principal e virou à esquerda, desaparecendo de vista.


- Quer que eu te leve em casa? – Perguntou Law a Nami


- Não, não precisa. Não to indo pra casa. Tenho que resolver umas coisas. Falo com você mais tarde.


- Eu posso ir com você, se quiser...


- Não precisa se incomodar. Qualquer coisa eu te ligo.


- Ta bom, então. – Law se despediu da namorada com um beijo e seguiu para o estacionamento do colégio


Nami viu o namorado deixar a escola e fez o mesmo em seguida


--


Tashigi e Zoro estavam ensaiando os textos do musical da garota. O marimo passava todas as falas dos personagens que contracenavam com a namorada, já tinha decorado a maioria delas. Ao terminar, o casal se foi ao encontro de Yass, que havia acabado de chegar


- E aí, como andam os ensaios?  - O monitor perguntou, após cumprimentar os amigos


- Estão indo muito bem. O Zoro é um ótimo ator...e cantor. Eu já disse que ele deveria investir na carreira...


Yass fez uma cara de surpresa e olhou para o amigo, que balançava a cabeça em sinal negativo.


- Você nega porque é besta – A garota voltou a falar – Mas deixa só alguém te descobrir.


- Ta bom. Vamos sentar e esperar, não é? – Falou o veterano, com um tom de deboche, enquanto beijava a testa da namorada


Desta vez sério, Zoro voltou-se para Yass


- E as coisas em casa, como estão?


- Piores. Eu to evitando ao máximo ficar na naquela casa. Só assim eu deixo de presenciar as brigas que são cada vez mais constantes.


- Mas você acha que tem alguma volta? – Perguntou o marimo


- Acho muito difícil. O Casamento dos meus pais é como uma bomba relógio. Vai explodir a qualquer minuto. – O monitor fez uma pausa – Na verdade, é bem possível que as coisas se acalmem por agora. Meu pai resolveu passar mais tempo no escritório, assim evita passar muito tempo com a mamãe e talvez assim as brigas diminuam.


- Vamos torcer, então.


- É... – Concordou Yass, não parecendo muito animado


Nesse momento, Perona se aproximou do grupo para convidar Tashigi para ir fazer compras com ela


- E aí, casalzinho 20, como andam os ensaios?


- Cada vez melhor...espero que você esteja pronta para ver a minha namorada linda brilhar naquele palco.


Dessa vez era Tashigi quem balançava a cabeça negativamente sob o olhar surpreso da amiga


- Menos, ta bom, Zoro? Menos... -


- Oi, Perona – Falou Yass, fazendo-se notar pela segundanista


- Oi, Yass, como você está?


- Bem e você?


- Muito bem, obrigada – A garota falou sorrindo e, em seguida, voltou-se novamente para Tashigi


- Amiga, vamos comigo ao Shopping? Eu tenho que comprar um vestido pra um casamento de uma prima do Sanji que é nesse final de semana...


- Perona...você tem milhares de vestidos...e eu preciso estudar...


- Milhares de vestidos que eu já usei milhares de vezes. Ah, vamos, Tashigi, eu preciso da sua opinião!


- Vai lá, vai...faz tempo que eu não vejo você sair pra ir a um Shopping – Lembrou Zoro


- Isso. Ouve seu namorado, ele sabe o que diz...


A novata sorriu e aceitou. Ela se despediu de Zoro e Yass e acompanhou a amiga até a saída.


À medida que as garotas se distanciavam, era possível as ouvir dizer:


- Eu também to precisando atualizar meu guarda-roupas. Perona, você me viciou em compras. Agora eu tenho um problema e é tudo graças a você...


- Bem-vinda ao mundo fashion...


Os dois amigos deixaram de olhar as garotas e voltaram a conversar


- Você viu? – Falou Yass - A Perona não tava nem aí pra mim. Tem sido assim ultimamente. Parece que eu to livre de toda aquela raiva pós-beijo.


- Hum...E por acaso isso é bom? – Zoro perguntou, erguendo uma sobrancelha


- Como assim “isso é bom”? Claro que isso é bom...


- Hum...sei. – O marimo preferiu não entrar em uma discussão - Mas, então, me fale mais de como as coisas estão lá com seus pais...tem alguma coisa que eu possa ajudar?


- Agora não dá...eu tenho que sair com a Robin...vamos lá na casa dela ver como estão se comportando os tios pilantras dela...


- Mas, rapaz, como é que você fala assim dos tios dos outros? – Zoro brincou


- Ela fala muito pior – Falou o monitor, brincando de volta – Bom...vou indo...de noite eu passo na sua casa e a gente conversa melhor...


- Não quer que eu leve vocês? Seu carro ainda ta na oficina, não é?


- A gente ta indo no carro dela. Ela ta me esperando na casa do Mihawk. É aqui perto, vou andando mesmo.


- Certo, então. Até de noite...


- Até...


Após se despedir de Yass, Zoro se dirigiu ao estacionamento do colégio. Porém, antes de entrar no carro, o marimo se lembrou de que havia um lugar que ela não visitava há um certo tempo e que aquela poderia ser a melhor oportunidade para fazer isso. Então, ele deu meia-volta e saiu da escola pelo portão principal, andando a passos largos e rápidos até seu destino, não muito longe dali.


Mais uma vez, o veterano de cabelos verdes lia o letreiro da Casa de Apoio à Criança Deficiente. Não teve a oportunidade nem tempo de ir lá desde que sua tarefa do projeto no abrigo havia acabado. Zoro tinha boas lembranças do lugar. Havia prometido às crianças e a Keisuke que voltaria assim que pudesse, e estava feliz em poder cumprir a promessa que fizera.


Ao entrar, o marimo surpreendeu a todos. As crianças foram correndo abraçá-lo. Corriam em volta dele pedindo perucas verdes; Kaya foi cumprimentar o estudante veterano logo depois das crianças, mostrando-se muito feliz por ele estar ali; Keisuke, agarrado a Zoro, fazia questão de exibir ainda mais a peruca que Zoro o dera, e que agora havia se tornado tão popular. Mas foi aí que o marimo também se surpreendeu. Ao olhar melhor para a sala onde estavam, ele percebeu que ir ao abrigo não fora uma idéia apenas dele. Nami estava sentada em uma das cadeiras, observando com um leve sorriso o alvoroço que as crianças faziam com a chegada de Zoro.


O estudante veterano realmente não esperava encontrar a novata lá. Eles mal se falaram depois do beijo na chuva. Agora ele estava com Tashigi, e ela com Law. Zoro não sabia como se comportar naquela situação. A presença de Nami ali o causava um certo desconforto. Nami, pelo contrario, parecia estar totalmente tranqüila em ver o antigo parceiro de projeto no abrigo. Olhando de longe, parecia até feliz.


Como em todas as outras vezes, o resto da tarde passou sem que os dois percebessem. Eles entravam numa sintonia tão forte com aquelas crianças, que o tempo passava como se uma máquina o acelerasse. Zoro e Nami conversaram apenas o básico. Poucas foram as vezes que foram vistos trocando algumas palavras. Quando estavam saindo, porém, Zoro não pode deixar de oferecer uma carona à moça, visto que já havia anoitecido:


- Ehr..Nami...você não quer que eu te deixe em casa?


- Ah, não, Zoro...Por favor, não se incomode...


- Não é incomodo nenhum. Você só precisa me acompanhar até a escola pra eu pegar meu carro...


Nami hesitou um pouco, mas achou melhor aceitar. A garota se lembrou da ultima vez que havia recusado a companhia de Zoro para voltar para casa e não gostou nada da lembrança.


- É..acho melhor eu ir com você...é meio perigoso aqui as vezes...


- Vamos então?


- Vamos...


A dupla de estudantes se despediu de Kaya e das crianças e seguiram para a escola. Durante o caminho, como no abrigo, os dois não conversaram muito. Zoro não tinha nem idéia do que falar, mas não havia nada pior que aquele silencio constrangedor, então, quando chegaram à escola e estavam indo para o estacionamento, o marimo preferiu tentar uma conversa:


- Como estão as coisas entre você e o Law?


- Bem. Estão bem – A garota respondeu, sem erguer o rosto – E com você e a Tashigi?


- Bem também....- O  veterano falou no mesmo tom da novata - Você...tem vindo muito aqui depois que a tarefa acabou?


- Ah...não, não...essa é a primeira vez que venho...e você?


- Primeira vez também – Falou o veterano, sem muito ânimo – Coincidência a gente se encontrar aqui, não é?


- É... – Nami respondeu, fitando o chão


- Sabe...aquela tinha tudo pra ser uma semana desastrosa – Zoro começou – Primeira semana de aula, aquele projeto maluco, você achando que eu era um homicida...


Nami riu ao lembrar da confusão que havia feito nos primeiros dias de aula. O marimo continuou:


- Mas, na verdade, foi exatamente o contrario do que era esperado. Eu gostei muito de ir ao abrigo, de conhecer as crianças...


- É... eu vejo o quanto vocês se dão bem.


Assim que chegaram ao estacionamento da escola, que estava vazio, a não ser por uns seis veículos incluindo o de Zoro, os estudantes notaram que havia uma mulher parada próxima ao carro do marimo. Ao avistá-los, a mulher começou a andar de encontro aos dois:


- Olá, Zoro, como está? Já faz algumas horas que estou te esperando aqui. Já tava achando que haviam me dado a informação errada e aquele não fosse o seu carro...


O terceiranista mostrava-se confuso


- Ah...Oi...Ehr...a gente se conhece de algum lugar? – Perguntou o rapaz – Eu não estou lembrado da senhora...


- Zoro...- Falou a mulher num tom firme - Eu sou sua mãe.


O queixo de Nami caiu. O namorado de Tashigi franziu a testa e balançou a cabeça, demonstrando estar ainda mais confuso, como se não tivesse entendido as palavras que a moça tinha acabado de dizer.


-Desculpa... – o garoto fez uma pausa, um tanto desnorteado – O que foi que a senhora disse...?



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