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— Está perdida? – Levei um susto ao ouvir a voz de um homem atrás de mim

Quase posso sentir a respiração dele...

Viro-me e me deparo com um homem de cabelos castanhos e...

Afasto os meus pensamentos e murmuro: - Olha quem fala... Fugiu de casa com o carro do papai, conheceu as ruas do país e agora se acha o máximo... Não, não estou perdida. Obrigado.

— Se fosse verdade eu até riria e ficaria sem graça, e um pouco chateado com o nível de acidez que você colocou nas palavras.

— Não tenho culpa, afinal... Ensinaram-me não falar com estranhos... – Falei rindo e me voltando para o meu carro.

— Sabia que você tem um ótimo senso de humor?

— Sabia que você está me enchendo o saco?

— Apenas me simpatizei com você...

— Obrigado por me informar, que quando você se simpatiza com alguém fica enchendo o saco dessa pessoa.

— Já que não tem ninguém... Resolvi te fazer companhia.

— Se você ficar calado...

Ao ver que ele se calou, me viro para ele e solto uma risada.

— Gostei de você... – Murmurei – O meu nome é Bella.

— Alex. Vem cá, o seu nome é só Bella?

— E o seu nome é só Alex? – Retruquei.

3 meses depois...

— E ai? – Falei saindo do carro

— O Alemão quer competir – Alex flou encostado no seu carro

— Ótimo, o que ele apostou?

— Se ele perder... Todo o território dele

— E se ele ganhar?

— O nosso.

— E você aceitou?! – Falei perplexa

— Claro! Já viu o que ele apostou? Não teremos outra oportunidade como essa!

— E você já cogitou a chance de perdermos?

— Sim. – Ele falou olhando para o lado

— Então você sabe que se perdermos, será o nosso fim.

— Eu sei, mas não vamos perder! Isso é a nossa vida agora, não temos como voltarmos atrás! Três meses atrás não tínhamos nada, e agora, temos quase a cidade toda! Agora só falta ele, só falta o território que pertence a ele agora Bella!

— Está bem, eu vou correr, mas se perdermos, a culpa vai ser sua! – Eu falei entrando no carro e ligando o motor.

— Vai ser a meia noite de hoje, vamos fechar a sétima avenida.

— Preciso de mais dois cilindros de nitro. – Falei arrancando com o carro.

***

Coloquei o adesivo no carro e respirei fundo, não falta mais nada.

— Está na hora... – Falei olhando para a placa falsa recém colocada no carro, e me perguntando como eu fui me meter nesses esquemas de rachas.

Contemplei os carros e as motos estacionadas na grane garagem, peguei a chave do carro no bolso da minha calça e entrei no carro.

Girei a chave do carro e apreciei o leve ronco do motor ao ligar. Engatei a marcha certa e sai da garagem, apertei um dos botões que tinha no painel do carro e vi pelo espelho retrovisor a porta da garagem se fechando.

Cortei caminho por algumas ruas desertas e cheguei rapidamente à sétima avenida. Já estava tudo pronto, Alex já estava com o carro posicionado para colocá-lo na faixa de largada. Parei o meu carro ao lado do dele.

— Está tudo ok? – Alex me perguntou.

— Yeh! Está tudo ok... – Falei olhando para o lado e analisando o carro do Alemão.

— Já está na hora... Vamos. – Ele falou indo para o seu carro.

Todos já haviam feito as suas apostas. Várias pessoas iam competir, mas eu e Alex iríamos competir por uma coisa muito maior. O território  do Alemão, um território muito maior do que o meu e do Alex. Estávamos competindo por todo o território, por toda a cidade. E se eu e Alex vencermos ficaremos com tudo, com a cidade e o dinheiro.

Liguei o carro e o coloquei na linha de partida, os motores estavam a toda, todos estavam ansiosos pelo sinal de partida. De repente ele soou, todos os carros arrancaram quase na mesma hora.

Eu estava na frente de todos, junto com Alex, olhei pelo espelho retrovisor e vi o carro do Alemão me alcançando rapidamente. Virei na curva e vi que deixei uma brecha para ele passar. Tentei colocá-lo para fora da pista, mas não adiantou, ele estava ao meu lado, os motores dos nossos carros competiam, tentando ver qual era o melhor.

O carro de Alex estava nos alcançando com tudo, estava vindo rapidamente. Por um reflexo rápido, impedi o meu carro de bater no de Alex. Agora éramos três, competindo pelo “troféu”. Alex diminuiu a velocidade e jogou o carro para o outro lado do carro do Alemão, agora o carro dele estava imprensado pelo meu e do Alex.

Aconteceu muito rápido, Jared (o Alemão) jogou o carro dele para o lado, batendo no carro do Alex uma, duas, três vezes. Na quarta o carro de Alex foi arremessado para fora da pista, o impacto e a freada brusca que Alex deu fez o carro capotar. Pisei levemente no freio e virei o volante, o carro deslizou pela pista, parando na direção ao contrária da linha de chegada. Troquei a marcha e pisei no acelerador, indo até o local que o carro de Alex tinha parado.

Parei o carro e desliguei o motor. Corri até o carro de Alex, que estava vazando óleo.  

— Alex, Alex... – O chamei.

— Vá para a linha de chegada Bella, vá para a linha de chegada... – Ele falou se puxando um pouco para fora do carro antes de desmaiar.

O puxei para fora do carro rapidamente com dificuldade. Os carros passavam atrás de mim zunindo. O levei para perto do meu carro e abri a porta de trás. O coloquei deitado nos bancos de trás e fechei a porta. Corri até o outro lado do carro, entrei e liguei o motor.

Nada naquele momento me importava à aposta não fazia importância naquele momento. Eu estava dirigindo rapidamente pelas ruas da cidade, em direção ao hospital. Parei uma rua antes do hospital, tirei os adesivos, desliguei a luz azul e coloquei a placa original. Liguei o carro novamente e parei na porta da emergência do hospital.

Várias pessoas vieram de encontro a mim, acho que elas viram a minha expressão e virão que era grave mesmo.

— O que houve? – Um homem perguntou.

Eu fiquei meio atordoada com a pergunta, eu ainda não havia inventado uma história. Eu não podia falar que estávamos em um racha, então falei a primeira coisa que veio a mente.

— E-e eu não sei, ele chegou em casa assim... Ele desmaiou, então vim correndo.... – Falei olhando para ele e os ferimentos.

Entrei no hospital e vi eles se afastarem com Alex na maca.

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Alex: