Amigos - a Melhor Aliança escrita por camila_guime


Capítulo 8
O pobre amigo riquinho de Rachel


Notas iniciais do capítulo

Queridas leitoras, adoro tudo que vocês me dizem sobre a história, e agradeço muito.
Esse capítulo vai para Bella Ferreira matar sua vontade de Dani-Rachel, pois sei que, assim como algumas pessoas (eu tbm!) ela adora esse casalsinho e torce pra eles!
Obrigada pelo apoio Bella!



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8.

At first I was afraid, I was petrified, Kept' thinkin' I could never live without you by my side, But then I spent so many nights thinkin' how you did me wrong, And I grew strong, and I learned how to get along…


Não era Vickie cantando para alegrar. Não era Rachel cantando para alegrar Vickie. Não era Danilo no chuveiro... Agora ficou fácil adivinhar.


Stark berrava A Música das Músicas escandalosamente, enquanto estava esparramado no sofá cama de seu quarto, em frente à TV vendo o clipe de Gloria Gaynor. Animadamente se balançava no som de I Will Survive.


O quase-loiro estava de bem com a vida quando seu celular começou a tocar. No visor estava informando o nome de Alan. Não era ligação, era uma mensagem de voz. Apertou o botão e pausou a música.


“Cabeça-de-estrela-do-mar, me faz um favor? Avisa pros outros que eu tive que sair pra receber um pagamento do meu último bico... ‘Sacomé, né? ’. Então, por favor, não deixa a Rae ficar fula comigo, pelo menos até eu voltar. Contando contigo irmão... E, foi mal pelo meu estresse naquela hora...”.


Stark não deu uma importância além do que a mensagem merecia. A importância de lembrar de dar o recado, de controlar o gênio da Rachel. Fora isso, não viu mal algum.


Descontraído, voltou a dar play no som e novamente continuou a se entreter com “uma das melhores músicas já inventadas”. Por que “ninguém barra I will survive!”.


***


Rachel saiu do quarto de Vickie sentindo a tristeza da amiga, mas pelo menos agora ela parecia ter se acalmado e acabou dizendo que queria dormir um pouco mais até à noite. Assim, Rachel seguia pelo corredor quando, magicamente, o elevador abriu sozinho. Alguém o acionara, mas não havia mais ninguém por lá.


Sem ter o que fazer entrou no elevador e, na dúvida, apertou o botão da cobertura, que ficava afastado dos outros, apenas naquele elevador em especial. Já esbarrara em Stark, visitara Vickie, então, por que não visitar o Daniquinho? A final, o apê dele por si só já é um bom lugar para ir!


Quando o elevador abriu na cobertura do prédio, Rae saiu em frente à porta de mogno. “Chique, beim!”, pensou consigo mesma. Como não era acostumada a apertar campainhas, nem se importou com as câmeras de segurança e, simplesmente, segurou a maçaneta e girou a porta pra dentro. Só aí estranhou o fato de estar aberta, porém, com o dono que tinha, já era de se imaginar que estivesse... Do jeito que Danilo é esquecido.


Não estava nem perto da primeira vez que entrara naquele lugar, pois era normal os amigos se juntarem na pousada durante as férias, os feriados prolongados, etc. Rachel, porém, sempre continha um suspiro quando olhava para aquele apartamento perfeito.


Apesar de ser totalmente decorado por um menino, não dava sinais de desarrumação ou mau gosto. Danilo tinha certo dom para isso, e toda a combinação e descombinação do ambiente caíram muito bem. O tapete colorido do centro da sala, com os sofás pretos e os objetos de metal, como luminárias e abajures. As cortinas claras e paredes translúcidas, onde se acomodavam e contrastavam quadros abstratos, pôsteres de carros esportivos e prateleiras com os mais diversos objetos. Depois de um balcão de tampo de aço e estrutura de mármore (falsa, claro), numa pequena área se estendia a cozinha (isto por que a sala/quarto ocupava três quartos do ambiente todo), com alguns eletrodomésticos que ele sabia usar e uma mesa de vidro de quatro lugares, que malmente era usada.


Do outro lado do cômodo, uma cama discreta atrás de cortinas de cristais, que balançavam com o vento, de frente para uma super TV de plasma. Emoldurando-a, uma sequência de portinhas e gavetas embutidas caracterizava o guarda-roupa. Servindo como divisória de ambiente, uma estante de estrutura em ziguezague acomodava alguns livros do rapaz. E, perto de lá, à esquerda da sala, uma porta de vidro escuro estava entreaberta, de onde um som forte de água vinha.


Rachel por um segundo pensou em voltar mais tarde, porém, logo desistiu desta opção. Entrou no superquarto do garoto e se jogou no seu sofá grande e macio. Notou o MP10 sobre uma almofada e o alcançou. Começou a ouvir a música que Danilo havia parado. Era um bom som de guitarra com bateria, havia violino também dando o toque especial. Rachel não tinha ideia de onde o rapaz tirava essas músicas, mas eram muito boas.


Entretida, não notou quando o som do chuveiro parou, mas percebeu quando a porta do banheiro estava sendo puxada. Assustada e até mesmo ansiosa, se escondeu atrás do sofá e espiou. Para seu choque e surpresa totais, Danilo saiu do banheiro, bem..., do jeitinho que veio ao mundo. Rachel segurou a boca para não gritar, ou rir, ou arfar, ou tudo ao mesmo tempo. Fechou os olhos (tarde demais para quem não queria ver nada) e rolou para trás do encosto do sofá.


“Meu Deus!” foi única coisa que pôde pensar. Nem quis saber o que esse pensamento queria dizer ou sobre o quê se referia. “Meu Deus” já dizia coisa demais! DEMAIS!


Danilo, despreocupadamente, foi até seu super guarda-roupa, pegou uma super toalha e enxugou seu super corpinho. Depois, vestiu uma roupa qualquer, mas sem camisa, e foi até o sofá, se largando lá totalmente desleixado. Rachel sentiu o sofá estremecer, e seu rosto já totalmente rubro. Porém, naquele momento ela quis rir até que sua garganta rachasse e seus músculos faciais tivessem um espasmo.


“Que situação bizarra... Até mesmo para eles!”.


Danilo tateou pelas almofadas, mas não encontrava o que queria, até que, de repente, seus fones caíram sobre seu peito. Olhou assustado para trás, sentando sobressaltado e deu de cara com Rachel. A garota tinha um sorriso cínico que ele não soube desvendar, seu rosto estava vermelho, mas ela não parecia exatamente envergonhada.


Tentando se desfazer do choque e de uma pontada de timidez, sorriu e perguntou:


― Rae! Que milagre! Você por aqui?


― É. Vim lhe trazer este humilde presente... – Disse ela entregando o MP.


Danilo riu se sentindo mais à vontade.


― Não quer sentar e tomar uma xícara de... Coca? – Perguntou abrindo espaço para a garota.


― Se não for muito incômodo!


― Pois não, pode sentar!


― Depois da senhora! – Rachel disse vendo Danilo rir divertidamente.


― Acontece que eu já estou sentado, Professora Girafalhes... – Zombou.


― Tudo bem, Florinda, me traz logo meu refri!


Os dois riram e Danilo foi até sua super mini-cozinha. Rachel riu sozinha contemplando a parede oposta, lembrando do que vira... Depois só mesmo o “Meu Deus” soou em seu pensamento.


― E que bom vento te trouxe aqui? – Perguntou o garoto.


― O vento da desocupação. Por quê? Estou atrapalhando alguma coisa... Senão eu... – Rae disse timidamente.


― Que nada! Eu não tenho nada pra fazer mesmo!


― Bem... Então somos dois!


Danilo entregou o refrigerante e sentou ao lado da morena.


― Uma pessoa não fazendo nada é coisa nenhuma, mas duas pessoas não fazendo nada pode se transformar em alguma coisa... – Disse o menino ligeiramente, antes que ela pudesse entender. Riu de sua própria piada.


― Tudo bem, Florin... Daniquinho, então... Quais são as novas?


― As minhas? Você aqui no meu apê. E você? – Respondeu de forma marota.


Rachel riu desinteressada.


― Bem... Nada exatamente.


― Acha que nada com nada pode dar em alguma coisa? – Perguntou ele, pretensioso.


― Depende, se esse nada tiver alguma coisa com o outro.


― E você acha que tem?


― Depende de qual nada você está falando.


― Você acha que é qual?


― Não sei, o nada é seu, não meu!


Os dois se encararam totalmente confusos. Danilo foi o primeiro a rir.


― A gente não presta! – Rachel concluiu.


― Discordo. Nós prestamos muito bem! Ainda mais juntos!


― Cê acha é? – Rae ergueu uma sobrancelha.


― Com certeza!


Danilo sorriu de lado e se levantou.


― Vem comigo... – Pediu. Rachel se ergueu e seguiu até a sacada.


― Nossa! Eu não me canso dessa vista. Desse lago...


― Pois é... Quando olho para aquele lago, me lembro de quando caímos naquele tanque do Museu Aquático... – Danilo comentou rindo.


― Caímos uma ova! Você me empurrou! – Disse Rachel sorrindo zangada ao lembrar.


― Negativo. Fomos assustados, e eu me desequilibrei naquela pontezinha.


― Mas fui eu quem caiu...


― Claro. Você nem ao menos sabe abraçar forte! – Ele disse. Os dois estavam abraçados sobre uma ponte de pedras quando tudo aconteceu.


― Talvez se eu estivesse me segurando na corda, em vez de em você, eu teria ficado lá em cima. Aliás, é claro que eu sei abraçar forte! – Rachel se defendeu, cruzou os braços e crispou os lábios. Odiava quando Danilo a fazia parecer boba ou fraca.


― Se você estivesse segurando na corda, teria se machucado feio. Além do mais, eu fiz todo o esforço pra te segurar, mas você não cooperou...


― Ah, é mesmo? E por acaso aquelas marcas de dedo rochas em você não significaram cooperação? – Rachel disparou antes mesmo de notar a sua frase. Danilo sorriu travesso.


― A gente não vai discutir por isso, não é? – Ele decidiu que era melhor amenizar, pois a morena já estava enrubescendo de novo.


― É, pode ser... – Rachel desfez a cara amarrada e abraçou o rapaz.


Danilo sorriu lembrando daquele dia. Estavam como naquele momento em que a excursão da escola havia se afastado e os dois estavam sobre o tanque de peixinhos, distante dos outros, juntos e contemplando a beleza do lugar... Até o momento em que a coordenadora apareceu e... Enfim, tudo aconteceu. Porém, na situação atual, o que contemplavam era o jardim e o lago da pousada.


― Isso não parece estranho? – Danilo perguntou, sua voz saiu um pouco grave. Rachel se afastou um pouco para olhar o rapaz.


― Estranho o que? A gente?


Danilo sorriu.


― Não. A situação. Sempre que estamos... Próximos, alguém tem que aparecer! Já reparou?


― Bem... Acho que sim! – Rachel sorriu. Era mesmo verdade.


― Mas até agora... – Continuou ele, falando sedutoramente.


― Nada... – Ela completou.


Ambos se encaram por um tempo. Rachel não sentiu seu rosto esquentar, mas não podia dizer que não estava tímida. A essa altura, ela já não sabia mais o que pensar. Pela primeira vez estava perto de Danilo sem os dois estarem num jogo de sedução barata, por brincadeira. Na verdade, eles sequer estavam tentando seduzir o outro. Naquele momento, os dois era um casal de amigos que se gostavam muito. Mas também não deixavam de parecer um casal de irmãos, primos, namorados...


De fato, ambos se sentiam bem na presença do outro. Titulo? Quem precisava disso? Bem... Eles não!


Danilo, por sua vez, começou a se sentir um pouco incomodado. E se Rachel estivesse esperando alguma atitude? Mas que atitude? Não. Não a Rae. Qualquer garota numa situação dessas com ele, ele tinha certeza de que esperaria algo a mais, porém, Rachel não.


— Rae, vem cá! – Ele chamou em fim.


Levou-a pela mão até o sofá e a deixou sentada enquanto se abaixava em sua frente, os olhos brilhando animadamente.


— O que foi? – Ela perguntou sorrindo.


— Eu acho que vou te mostrar um tesouro! – O garoto disse simplesmente


Danilo saiu de perto da amiga e abriu uma das portas do armário dele. A maior das portas, que tinha uma chavezinha própria. Quando Rachel pôde enxergar o que havia lá dentro, ficou completamente sem ação.


— Então? O que achou? – Danilo quis saber, porém, Rachel estava petrificada, com os olhos vidrados nas coleções originais e completas de O Senhor dos Anéis, As Crônicas de Nárnia e Harry Potter.


Tudo que se podia ter, desde os filmes, até todos os tipos de produtos relacionados. Produtos de colecionador realmente, bonecos, pôsteres, conteúdos especiais, etc.


Danilo cruzou os braços sorrindo, satisfeito por ter deixado Rachel totalmente embasbacada, feliz. De repente, a garota saltou do sofá e, antes que pudesse se conter correu até seu amigo e o surpreendeu num super abraço. Os dois caíram pra trás, sorte ter sido na cama.


— Dani!!!!!!!!!!!! OBRIGADA!!!!!!!!! – Ela exclamava.


Danilo ria debaixo da euforia dela. Deixou que ela se ajeitasse e sentassem em frente ao “tesouro”.


— Calma, Rae, eu nem disse que era seu!


— Não importa! Eu não estava pensando nisso! – Disse ela reluzindo. — Só o fato de você ter todos esses... Tesouros... Já me deixa muito feliz!


Danilo se chegou mais pra perto dela.


— Mas e se eu te desse? Ficaria ainda mais?


Rachel ficou de olhos vidrados em Danilo. Incrédula.


— Seria... TUDO!


— Então eu vou te dar.


— Sério? Dani, isso é coisa demais. E...


— E o que? Foi caro. É raro. É importante. É especial... Sim, é! E daí? É pra você! – Disse o garoto segurando o rosto da amiga, pois parecia que a qualquer momento ela ia sair voando de felicidade.


Rae sorria de maneira iluminada. Abraçou Danilo o mais forte que pôde agradecendo infinitamente. Ela era mais fã dos filmes que ele, mas isso não deixava de ser um grande ato de carinho dele.


— Ah, obrigada Deus! Por me dar um amigo assim tão lindo e bondoso e amável e gentil e rico! – Ela disse com os braços para o céu.


— Você se esqueceu de contar com a parte de legal, divertido, muito gato, “deus grego...”.


— TUDO DE BOM! – Disse ela animadamente. Danilo riu.


— É, isso aí.


— Mas, falando sério... – Ela prosseguiu acalmando a euforia e falando de verdade. — Obrigada mesmo Daniquinho, por fazer minhas férias e minha vida muito mais feliz!


O garoto sorriu maroto e beijou a testa de Rachel.


— Eu é que agradeço por você alegrar a chata e monótona vida deste pobre garoto riquinho... – Ele brincou. Rachel o abraçou mais uma vez e deu um beijo demorado em sua bochecha.


Os dois foram examinar o material. Rachel completamente noutra dimensão em frente ao seu presente. Despejaram alguns bonecos e filmes sobre a cama e ficaram contemplando tudo...

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Notas finais do capítulo

Então gente! como está?
Opiniões por favor!

Mila!
:*



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