Amigos - a Melhor Aliança escrita por camila_guime


Capítulo 50
Epílogo - A melhor aliança


Notas iniciais do capítulo

Gente, espero que aproveitem essa despedida!



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Epílogo

Amizade: a surpresa mais adorável.

Sombra, paz e tranquilidade. Finalmente, de novo. Os boletins foram entregues naquela manhã, ao fim do semestre. Quem passou pôde se dar ao luxo de sair na mesma hora da SRP. Quem ficou pendente voltou para o dormitório. Eram poucos por lá.

O sol estava amplo, mas não tão quente. Danilo aproveitava o vento que corria solto, ao pé da árvore, mal acreditando que já estava livre. Passara com largura na somatória das notas. Não tinha ideia de para onde ia agora, mas tinha a certeza de que estaria com seus amigos.

Concentrado, não percebeu os passos que se aproximavam por trás da árvore, somente sentiu um estalar profundo próximo à sua orelha esquerda, que entrou pelo seu ouvido interno num segundo. Tomou um susto, mas já tinha ideia de quem era.

— Acabei de descobrir o que vou fazer nessas férias! – Disse Danilo abrindo os olhos e se reacomodando, massageando o ouvido. Olhou de canto para a morena ao lado.

— Ah é? O que? – Perguntou Rachel, sentando ao lado dele.

— Comprar um aparelho auditivo! – Danilo zoou acabando por levar um empurrão de Rachel. — É sério! Seu beijo dói!

Rachel riu com gosto e Danilo notou o quanto era agradável qualquer conversa ou momento com ela. Antes mesmo que Rachel pudesse prever, ele se aproximou o suficiente para beijá-la a qualquer momento.

— Está esperando o que? – Perguntou Rachel.

— Só estou checando se vou ou não me machucar... – Danilo provocou, fazendo Rachel abrir um sorriso maroto.

— Fala sério! O que eu posso fazer? Morder?

— É um risco.

— Prometo que não vai doer dessa vez...

Rachel começou a beijar Danilo, trazendo-o para si, seus dedos por entre os cabelos dele. Era como sempre: Danilo provocador e pacífico, e Rachel totalmente afetada por estas características, que tanto a faziam querer mais e mais daquele rapaz.

Danilo sempre se surpreendendo com a ousadia dela, sendo mais do que ele esperava. Sem pensar, mordeu-lhe o lábio enquanto Rachel acabava por abraçá-lo.

— Nunca me deixa esquecer...

— Que ninguém te beija melhor que eu? – Danilo brincou.

— Não! – Rachel riu e lhe deu um tabefe. —... Que tudo isso é culpa sua!

— Ora, por quê?

— Foi você que me provocou, naquele dia, na pousada...

— Ah é! – Danilo sorriu cinicamente. — Foi lá que começou. Caramba... Eu não presto!

Não tinha nem um pingo de culpa ou ressentimento no tom maroto de Danilo. Rachel riu, negando com a cabeça, voltando a beijá-lo.

***

— Dá pra parar de se exibir? – Alan falou levemente irritado.

Stark balançava sua medalha de prata da liga de natação.

— Não dá, por que eu sou o nadador de prata! É, sou o bom, sou o bom, sou o bom! – Stark cantarolou.

— Alan rolou os olhos e tacou um caderninho no amigo, que desviou.

— Guarda essa porcaria e começa a fazer sua mala! Estou doido para dar o fora daqui!

— Não sei por que tanta pressa! Nem sabemos para onde vamos!

— Ué! Você ainda não descobriu? – Alan parecia pasmo.

— Claro que não! Já reparou de quem estamos falando? A Vickie! Essa garota adora surpresa!

— Mas você é o namorado dela! Deveria ter dado um jeito de arrancar esse segredo!

— Como se fosse fácil! Tentei de tudo.

— Só faltou se ajoelhar! – Disse a própria Vickie aparecendo à porta do quarto do quarto dos garotos.

— Não foi bem assim... – Stark tentou, mas já era tarde: Alan já ria, imaginando o “Amigo garanhão” submisso a uma frágil loirinha. — Está bom, já pode parar de rir doninha!

Alan riu mais. Vickie entrou de vez no quarto, largando sua mala roxa aos pés de Stark.

— Espero que já estejam prontos!

— Depende. Se eu souber para onde quer levar a gente... – Stark respondeu.

— Vão saber! Vamos, me esperem na porta da escola. Eu vou atrás da Rachel.

— E do Danilo! – Alan lembrou.

— Tanto faz! Tenho a impressão de que vou achá-los ao mesmo tempo – disse Vickie sorrindo e indo de volta até a porta.

Stark olhou para a mala à sua frente e ergueu uma sobrancelha.

— EI VI! – Chamou fazendo a loira olhar por cima do ombro. — Sua mala!

— Achei que você fosse levar pra mim! – Vickie sorriu docemente, voltando rápido pelo quarto e dando um saltinho para plantar um selinho em Stark.

— É. Está bem... – Stark disse embasbacado. Vickie ainda brincou mexendo na medalha ao pescoço do rapaz para depois sair do quarto.

Stark pegou em sua medalha e sentou na cama, puxando sua própria mala de debaixo dela. Alan riu do amigo, enquanto colocava sua mochila nas costas, pensando no quanto seu amigo parecia completamente tonto. Stark percebeu e olhou para o outro:

— Que foi?

— Você está mesmo muito ferrado, irmão!

Stark não teve capacidade para responder. Apenas riu.

***

Jam terminava de beijar a quase incontrolável ruiva que lhe caiu em sua vida, enquanto se despediam.

— Vai sentir minha falta? – Luana perguntou.

— Claro, por trinta dias, selado! – Jam respondeu e Luana se entregou num abraço apertado.

— Vou sentir a sua! – A ruiva parecia ter percebido que iam se separar de fato. — Você é o melhor garoto que eu conheci até hoje. É um cavalheiro, Jam!

— E você e uma dama. – Jam disse tentando reconfortá-la.

— Quisera minha mãe que eu fosse isso! – Luana brincou se afastando um pouco e Jam notou que sua frase não foi em vão.

Jam descobriu que debaixo de todo o livro-aberto que era Luana, havia um aparte que ela nunca mostrava. Estava começando a perceber. Luana precisava de uma oportunidade de ser descoberta, não como a maioria que chegava pelo caminho mais fácil sempre. E Jam estava disposto a dar uma chance para ela sentir de verdade.

— Eu te vejo uma dama. — Disse o francês beijando educadamente a mão dela.

Luana riu e se virou para ir embora. Jam continuou parando vendo-a se afastar. Ela foi até perto da saída, mas encostou a mala no chão, parando. Olhou por cima do ombro e encontrou Jam de pé exatamente no mesmo lugar. Teve a fugaz sensação de que ele sempre estaria ali, disponível, de bom grado. Virou de volta e correu para ele, para um último beijo.

Jam a recebeu sentindo alívio pela prolongação da despedida. A abraçou e a ergueu com força. Não tinha certeza do que sentia, mas sabia que com certeza poderia sentir algo.

— Dá um tchau pra Alanis se encontrar com ela... – Luana pediu.

— Ok, eu dou.

— Au revoir!

Jam riu do francês dela.

— Sim, Au revoir!

***

Alanis seguia para o estacionamento, onde esperaria por algum parente que poderia vim buscá-la. Sabia que seus pais estavam ocupados, e esperava qualquer outra pessoa.

Procurando pelo local, ouviu uma risada que destilava deboche e sorriu antes mesmo de se virar para ver quem era. Lá estava o alfa Eric se despedindo do último de seus betas. Alanis não soube o que deu nela, mas deixou sua mala e seguiu até lá. Parou a menos de meio metro das costas do rapaz. Quando Eric virou, bateu de frente com Alanis, e seu nada afetuoso sorriso irônico.

— Passou nesse semestre, Primata! Que evolução! – Ela debochou.

— É, pra você ver, milagres acontecem! Está diferente hoje... – Eric disse em seu timbre sedutor chegando mais perto (se é que é possível) e colando seu corpo no de Alanis. Havia sido um semestre bem movimentado.

— Diferente como?

Alanis passou inconscientemente a mão pelo cabelo, parecendo o mesmo charme que Eric costumava fazer.

— Parece, menos mal amada... – Ele debochou com sarcasmo.

Alanis riu e passou a mão pela nuca do rapaz, que não hesitou e puxou a morena tacando-lhe um beijo. Estavam tão concentrados um no outro e suas provocações que nem perceberam quando Jam se aproximou. Ainda era estranho para ele, como aqueles dois poderiam estar daquela forma se aparentemente se detestavam, mas Jam tentou não pensar naquilo naquela hora.

— Com licença! – Disse mais uma vez, mas nem Alanis nem Eric deram trégua. — Tudo bem, se estiver me ouvindo, a Lu mandou lembranças...

— Uhum... – Foi tudo que Alanis pôde murmurar.

Jam balançou a cabeça, rindo e saiu de perto daqueles dois doidos.

***

— Nossa! O que é aquilo! – Vickie comentou ao ver a cena inusitada, da qual Jam se afastava.

— Pois é, milagre, não? – Ele comentou. — Tudo bem com você?

— Claro! – A loira cumprimentou o francês. — E você?

— Indo pra casa... Vai também?

— Na verdade vou de férias com o pessoal. Preciso achar a Rachel e o Danilo ainda...

— Os vi no jardim, acho.

— Obrigada!

Vickie sorriu e abraçou Jam mais uma vez. Despediram-se e Vickie seguiu.

***

— Papai vai gostar de saber disso! – Comentou Rachel se referindo ao namoro.

— Acha mesmo? – Danilo parecia levemente tenso com o assunto. — Seu pai? Não me lembro muito dele...

— Eu não estou falando do meu pai, mas sim do seu! – Rachel riu e Danilo também.

— Ah, do meu? E quem disse que ele vai ficar feliz? Ele está perdendo o filhinho dele!

— Nossa, filhinho tão casto, não é? – Rachel provocou.

— Não me desmoralize!

— Se não quer perder a moral, devia sair de cima de mim... – Disse Rachel.

— Ah é? Por quê?

— Por que vem vindo gente!

Danilo e Rachel se refizeram, ficando de pé. Uma loira vinha na direção deles com as duas mãos na cintura.

— Muito bonito!

— Você acha? – Danilo caçoou.

— Não. Na verdade me enjoa! – Disse Vickie. — Até quando vão ficar aí? Acham que está cedo?

— Nem tenho ideia da hora! – Rachel corou.

— É, percebe-se!

— Deixa de ser ranzinza, cadê o Stark heim? Você fica mais doce com ele! – Danilo zoou.

— Antes era o contrário! – Rachel reparou.

— Eles se domaram! – Danilo riu.

— HAHA! Olha quem fala! – Vickie se meteu entre eles, pegando cada um por uma mão, autoritariamente. — Agora vamos que eles estão esperando na entrada!

Os três seguiram até o portão da escola, porém, quando chegaram, apenas Stark se encontrava com a sua mala e a de Vickie, uma em cada mão, e a mochila de Alan, pendurada em um ombro.

— Essa não! Cadê aquele entojado? – Vickie exclamou.

— Foi pegar a Vanessa, quer dizer, encontrá-la... – Stark informou. — Seria ótimo, sabe, se alguém se dignasse a dar uma mãozinha aqui!

O loiro bufou e Danilo deu o braço a torcer, indo até o amigo e pegando dele a mochila de Alan.

— Que exploração, Vickie! Pega sua mala! – Rachel falou.

— Não, Rae, deixa o “Senhor Nadador de Prata” sofrer um pouco! – Danilo provocou, e Stark ficou vermelho sem poder fazer nada.

— Mas pra onde vamos agora Vickie? – Stark inquiriu.

— Eu não sei se é legal falar sem o Alan aqui! – Rachel comentou.

— Acontece que eu já contei pra ele... – Vickie confessou fazendo todos os três pares de olhos a fulminarem.

— O QUE? – Foi um uníssono.

— Eu dei o endereço de para onde vamos. Ele vai chegar lá em dois dias. Ele precisava saber logo, e eu pedi pra ele não deixar ninguém perceber que ele já sabia! – Vickie disse encolhendo os ombros e olhando timidamente para Stark, que parecia perplexo. — Desculpem...

— Mas, mas, mas, mas... – Stark não conseguia se expressar.

— Espera aí! – Rachel interveio. — Ele vai chegar em dois dias? Isso quer dizer que ele não vai com a gente?

Vickie balançou a cabeça.

— Por quê? – Stark finalmente conseguiu dizer.

— Por isso – Vickie apontou para trás deles.

Stark, Danilo e Rachel olharam para a rua e viram uma moto preta e prata desfilar até eles. Em cima dela, Rachel reconheceu Alan por uma de suas jaquetas, ao guidão, e depois as pontas dos cabelos de Vanessa por baixo do capacete, na garupa.

— O que é isso? – Stark parecia embasbacado.

— Nossa! – Danilo se impressionou.

— Alan! – Rachel exclamou.

Alan tirou o capacete, parando perto dos amigos. Vanessa fez o mesmo atrás dele:

— Olá?

— Oi... – Os amigos disseram totalmente bestas.

— Espero que não se importem... – Alan começou. — Consegui permissão pra ter a moto de volta.

Stark parecia incapaz de tirar os olhos da moto, e Rachel não conseguia tirar os olhos de Alan, notando que se esquecera totalmente de que ele já completara dezoito. Devia ter somado um mais um. Já fazia mais de dois meses!

— Quando chegou sua carteira? – Ela perguntou.

— Não faz muito tempo! – Alan sorriu. — Mas e aí? Eu vou indo. Vai ser uma viagem um pouco comprida... – Ele piscou para Rachel e Vickie e pegou sua mochila de Danilo. — Obrigado, cara.

— Espero que não me achem uma intrusa, - Vanessa comentou, ajeitando a alça da sua própria mochila no ombro.

— Claro que não, você será bem-vinda lá! – Vickie sorriu.

— Vai estar com a gente? – Rachel se surpreendeu.

— É. Fui convidada. Não dava pra recusar... – Vanessa tentou não dar muito na cara, mas ficou óbvio quem era o dono do convite.

— Pois é, galera, nos encontramos lá!

Alan acenou tchau para os outros. Ele e Vanessa colocaram os capacetes e depois a moto saiu roncando pela rua, desaparecendo.

— Beleza, mas... – Danilo foi o primeiro a falar — onde fica exatamente “lá”?

***

— Posso batizar um cavalo de Mike? – Stark perguntou pegando Vickie pela mão.

— Se tiver algum sem nome... Eu tenho a Violet, é uma verdadeira sangue-puro! – Vickie sorriu e abraçou o namorado.

— Eu não acredito, Vi! – Rachel surgiu do saguão da casa de campo, chegando à varanda onde Stark e Vickie estavam.

— Não acredita no que?

— Isso aqui é demais! – A morena ergueu um punhado de carambolas que ela acabara de tirar do pé.

— Aproveita! – A loira sorriu um sorriso anfitrião.

Rachel sentou no degrau da varanda. Os loiros continuaram conversando enquanto ela admirava a paisagem: uma imensa área de relva baixa depois de um jardim extenso. O vento corria baixo, desimpedido, pois as árvores que havia ficavam no saguão e outras bem longe, ao horizonte. A casa onde estavam era dos avós de Vickie, e no momento sua avó estava na cozinha e seu avô na cidade.

— Ei, Rae! – Stark chamou. — Cadê o Dondoca?

— Disse que ia trazer uma surpresa. – Rachel sorriu. E Vickie ergueu uma sobrancelha marota.

— O que será, heim? – Perguntou à amiga.

— Não sei, a casa é sua! Tem alguma coisa que ele possa fazer por aqui?

— Com a criatividade dele deve estar sendo difícil – Stark zoou, mas mesmo assim as meninas riram.

— Eu acho que o Danilo tem uma boa surpresa... – Vickie piscou um olho para Rachel.

— O que? Está sabendo de alguma coisa? – Stark inquiriu, mas em vez de responder, Vickie apenas deu um sutil beijo no rapaz.

Rachel tentou se convencer de que Vickie não sabia do que Danilo estava tramando e mudou de assunto:

— Mas alguém sabe do Alan? Da cidade pra cá, de moto, ele já deveria ter chegado. Fico preocupada. Ele sozinho com Vanessa dois dias e uma noite...

— Aposto que não foi problema pra eles! – Vickie provocou.

Stark riu e só complementou:

— Coitada da Vanessa!

— Parem com isso! É perigoso! – Rachel disse.

— Alan sabe se virar, - Stark a confortou.

Rachel e o casal continuaram admirando o lugar quando finalmente o Luxer sumido resolveu aparecer. Rachel tomou um susto, se levantando e deixando cair todas as carambolas: Danilo apareceu do nada, de repente, no horizonte, montado num cavalo preto de focinho branco. Mas o que deixou Rachel realmente pasma foi que ele não guiava apenas um, mas ao seu lado, um outro cavalo, este marrom, vinha trotando junto.

— AI, MEU DEUS! – Rachel arfou.

Parecia quase surreal o garoto montando, tinha classe de quem já sabia fazer isso muito bem.

— Gostou da surpresa? – Danilo perguntou parando os cavalos perto de onde Rachel, Stark e Vickie se acumulavam.

— Essa é a surpresa? – Rachel não conseguia tirar os olhos da cena.

— Liguei pra pousada. Pedi pra mandarem este aqui pra cá. Tive que contar com as Vickie pra que ninguém soubesse. É difícil trazer um cavalo e manter em segredo! – Danilo contou como se fosse a coisa mais simples do mundo, apontando para o cavalo marrom.

Stark olhou para Vickie assim como Rachel: chocado!

— Quando vão parar as surpresas, heim? – Disse o loiro. — E desde quando você guarda segredos tão bem? – Ele parecia inconformado, mas Vickie não conseguia parar de sorrir.

— Acho que eu amo surpresa, é isso!

Rachel, porém, não ligava mais para o que diziam, estava hipnotizada pelo cavalo marrom. Até que Danilo desceu do seu e foi para o lado dela.

— Sabe montar?

— Nunca nem cheguei perto de um! – Ela admitiu testando acariciar o focinho do animal.

— Pode considerar seu. Se quiser, é claro... – Danilo não soube por que, mas corou.

Rachel somente seu um salto e abraçou o rapaz.

— Você não existe! Obrigada!

— Eu já te disse que sempre dou o que quiser!

— E o que eu sempre spero também! – Rachel completou dando um beijo em Danilo.

Stark e Vickie os imitaram, se beijando também.

— Mas qual deve ser o nome? – Rachel levantou a questão.

— TEM QUE SER MIKE! – Stark gritou.

***

O ronco de uma moto fez os amigos se levantarem num salto do seleiro e correrem até a estradinha n entrada do campo. Já caía a tarde, e finalmente parecia que Alan e Vanessa vinham chegando.

Rachel corria à frente, seguida de Danilo, Vickie e Stark. Quando a moto estacionou, Alan e Vanessa retiraram o capacete e correram até onde os outros estavam. Alan abraçou Rachel com força, tirando-a do chão enquanto ela tagarelava sobre sua preocupação. Depois, Rachel abraçou Vanessa.

O rodízio de abraços se sucedeu por dez minutos.

— E como foi de viagem? – Stark perguntou.

— Não seja abelhudo! – Danilo disse, fazendo Alan e Vanessa ficarem um pouco sem jeito.

— Foi muito boa – Alan respondeu.

— Apesar de que tudo, o que eu quero agora é uma cama! – Falou Vanessa fazendo os meninos tirar gracinha.

— Dois dias numa moto deve ser dureza! –Stark disse.

— Ralado, não é Alan? – Danilo provocou.

— Parem com isso, por favor! – Disse Vickie, acabando a sessão risadinha.

— Você vai adorar esse lugar aqui! – Rachel falou indo até Vanessa e a pegando pela mão.

— Valeu pela hospedagem, Vickie! – Disse a garota.

Vickie também foi até ela.

— Eu já disse: é mais que bem-vinda! Agora...  – Vickie a abraçou e depois apontou para Stark e Danilo — Vão mostrar o quarto para o Alan. Eu e Rachel vamos subir com a Vanessa! Nos vemos no jantar.

Assim, as meninas viraram as costas e seguiram escada a cima.

— É, gente, ela adora mandar! – Stark suspirou.

— Eu já disse: se ferrou irmão! – Alan brincou.

Danilo riu e deu tapinhas nas costas de Stark. Os meninos também seguiram por outra escada.

***

A noite caiu e todos eles jantaram no jardim. Depois que cara um teve que lavar sua própria louça, todos foram até a cerca, perto do fim da propriedade, e se sentaram nas tábuas, um ao lado do outro.

Nenhum deles se lembrava de ter visto um céu tão estrelado como aquele. Vanessa, na ponta, ao lado de Alan, abraçou o rapaz, recebendo um carinhoso beijo no topo de sua cabeça. Danilo brincava com a trança de Rachel, deixando-a se acomodar em seu ombro. Rachel apertava a mão de Vickie, enquanto ela ria de alguma palhaçada que Stark falava em seu ouvido.

Estavam num espaço de paz. Completos como não se sentiam com mais ninguém. Não por seus pares românticos, mas por que antes mesmo de serem isso, eram amigos. E é isso que importa.

Eram mais uma férias que ficaria na memória. Depois de aprender a domar a si mesmos, o orgulho próprio, a teimosia, o medo de falar a verdade, a desconfiança... Estavam prontos para serem apenas os amigos de novo, sem hierarquia de quem é o melhor, ou o segundo melhor...

Por que amizade sempre tem uma imagem própria, muito fácil de ser confundida com outras coisas, mas certamente tem os melhores valores de união e fraternalismo. Amizade é uma entidade a ser zelada, pois é a base pra qualquer outra relação que possa vir. É preciosa e mais que necessária para qualquer pessoa, para crescimento pessoal, e reconhecimento pessoal. Não se cresce sem amigos, não se aprende sem eles. Independente de qualquer coisa é a relação que sempre deixa cicatrizes, seja de lembranças boas, ou de momentos tristes. Mas amigos que são amigos, sempre ficam juntos no final. Por que Amigos é a única aliança que não deixa seqüelas, pois nunca é em vão. Amigos é a única aliança que não destrói, por que é pura e incondicional quando é verdadeira e saudável.

Amigos, a aliança que mais vale a pena.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos!
Mila.



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