Amigos - a Melhor Aliança escrita por camila_guime


Capítulo 29
Explicações!


Notas iniciais do capítulo

Demorou mais chegou!
Cara, que saudade!
auhsauhsauhs
Desfrutem!



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29.

Porém, quando Alan ia continuar a explicar, a porta do quarto foi aberta e uma senhora de aparência desgastada entrou. Era simples e com um rosto amoroso. Um senhor atrás dela parecia um pouco doente e pálido, um pouco mais velho também.

***

Quando a senhora viu o filho acordado, correu para abraçá-o. O pai fez o mesmo. Rachel se afastou um pouco da família.

— Deus do céu, Alan! Quer matar a mãe do coração? – Dona Aline disse assim que matou a saudade.

— E não esquece do pai também! – Senhor Renato parecia meio bravo, meio amedrontado, meio preocupado...

— Desculpa gente...

— Desculpa? – Renato prosseguiu. — Filho, sua mãe e eu trabalhamos todos os dias pra te manter numa escola boa e você, do nada, me aparece caído numa cama de hospital por ter sofrido acidente num racha, e pede desculpas?

— Sinto muito... Eu sei que...

— Que foi irresponsável? Que deu uma de doido? O que queria com isso Alan? Provar que não tem discernimento algum?

— Não... Pai!

— Não... – Renato deu um riso irônico. — Você ouviu Aline? Ele disse que Não! Não o que? Não sabe onde deixou o juízo! Tudo que te ensinei! Que sua mãe te ensinou!

— Ahn... Renato, querido... – Aline tentou intervir, mas Renato estava visivelmente alterado pela preocupação.

— Nada, Aline! Não venha diminuir a culpa dele!

— Não é questão de diminuir nada, Renato! É questão de prudência! Ele está ferido, e isso é um hospital, não nossa casa!

— Deixa, mãe! – Alan pediu.

— É, Aline! Deixa! – Renato ironizou.

Rachel, num canto, arranhou a garganta chamando a atenção. Aline foi até ela quando a notou e a abraçou.

— Querida! Desculpa qualquer coisa... Não vimos você!

— Ahn... Como vai filha? – Renato se refez e perguntou.

— Agora estou bem sim! – Ela respondeu cuidadosa.

— Agradecemos por ter ficado aqui! – Renato disse em tom gentil.

— Não precisam agradecer por isso...

— De forma alguma! – Aline prosseguiu. — Agradeço e muito! Mas e você? Já comeu? Quer alguma coisa querida?

Rachel olhou para Alan e ele parecia agradecido pela discussão ter sido amenizada.

— Não. Estou bem, tia... – Rachel costumava chamar Aline desta forma. — Na verdade, Alan estava explicando o que andou fazendo... Ele poderia continuar?

Renato se virou de frente para o filho, inquiridor.

— Pois não... Se estava dizendo, continue, filho! – Disse ele.

Alan se remexeu um pouco desconfortável e tentou aguentar firme, e começou:

— Pai, mãe... Vocês sabem que, ultimamente, as coisas não têm estado fáceis. O pai ficou com problemas de pressão e a mãe de coração... Tudo estava tão difícil que eu já não sabia o que fazer pra ajudar...

— E correr foi a coisa mais sensata que conseguiu? – Renato perguntou.

— Deixa-o terminar, homem! – Aline brigou tomado pulso.

Rachel segurou um risinho pelo jeito como Renato pôs o rabo entre as penas e se calou.

— Então... Da última vez que eu fui com você, pai, para a outra cidade... Eu conheci algumas pessoas que me propuseram correr em troca de dinheiro. Eu já sabia dirigir, já que titio, daquela vez, me ensinou... Eu não sabia se ia competir ou não, mas eu aceitei testar. Eles gostaram do jeito que eu corria e me ofereceram esse “trabalho”. – Alan fez aspas com os dedos. — Mas aí eu disse que voltaria para a cidade assim que acabasse seu emprego por lá. Eles disseram que não tinha problema. Eles também promoviam essas corridas aqui. E é assim que tenho deixado dinheiro em casa... Não é com a oficina que eu disse que trabalhava, nem com lava-jato algum ou qualquer outro bico que já inventei pra justificar o dinheiro. Eu tenho corrido há um ou dois anos... Mas no último mês estive mais frequente.

Os pais dele e Rachel ficaram estáticos enquanto ouviam a história. Aline se sentiu compadecida e Renato desfez a carranca frente ao motivo de todas as mentiras.

— Mas por que foi se arriscar, Alan? – Renato disse. — Qualquer coisa, filho, menos sua vida!

— Justamente, filho... Não pensou que algo de mal poderia ter te acontecido? – Aline se sentou ao lado dele.

— Na verdade, - Alan prosseguiu, — eu não pude deixar de competir depois que fiquei devendo pros caras...

— DEVENDO? – Foi um susto triplo.

— É que... Eu tenho uma moto. O negócio foi uma Harley em troca de quinze corridas recebendo apenas um quarto do “salário” normal.

Os pais dele e Rachel arregalaram os olhos e ficaram boquiabertos. Ninguém sabia nem o que dizer.

— Foi assim, Rae, que eu fui pra escola esse ano sem a carona do Danilo. Assim que eu saí da pousada e voltei a tempo de dormir lá antes do fim das férias. Ontem, pelo menos, foi a última corrida que eu tinha a pagar.

— A.L.A.N! – Rachel arfou.

— Mas que bela corrida que te rendeu uma cama de hospital! – Renato passou a mão pelos cabelos grisalhos, aturdido.

— Calma, pai, já está tudo certo agora. Não tenho mais por que voltar lá.

— E NEM IA SE PRECISASSE! – Renato se impôs. — Você nunca mais vai fazer isso! Nunca mais vai chegar perto de uma pista de corrida!

— Tudo bem! – Alan disse.

— E espero que esteja mesmo! – Renato deu o assunto por encerrado e abraçou o filho enfim. Rachel suspirou aliviada.

— Mas... Agora temos outra questão, Renato! – Aline pontuou.

Não foi preciso dizer muito, o olhar de Aline sobre a coberta do filho indicava a preocupação dela com o que estava por baixo do tecido azul. Alan só então reparou no ardor latente que atingia sua perna.

***

Vickie acabava de sair da lanchonete do hospital quando ouviu seu nome sendo chamado por alguém. Passava pela calçada do pátio e já era tarde da noite. Virou um pouco assustada e se deparou com Danilo, que vinha correndo.

— Vickie!

— Dan!

Os dois se abraçaram e perderam um pouco do equilíbrio com o choque. A situação estava tão tens pela preocupação que ambos se sentiam instáveis.

— Pensei que você não fosse voltar ainda hoje! – A loira disse se separando do amigo.

— A Rae ainda está aqui não é? – Danilo intercalou. Vickie assentiu. — Pois é por isso mesmo que eu vim... Ela tem que voltar pra escola! Além do mais, meu pai também veio, pra falar com o Alan!

— Ah... Sendo assim, que bom! Ela realmente quase me convenceu a deixá-la aqui. Deve estar no quarto com ele ainda, mas... Acho que Alan ainda não...

— Ele já acordou sim! Meu pai ligou perguntando há três minutos!

— JURA?

— É sim, vamos!

Danilo pegou a mão de Vickie e eles apressaram o passo em direção ao quarto de Alan.

***

— Bem... Quando ele caiu e a lateral do joelho deslizou pelo chão, houve uma escoriação que evoluiu para uma laceração um pouco mais profunda. – O médico de Alan ia explicando a ele e a Rachel. — Está um pouco feio, rapaz, mas nada que vá lhe prejudicar efetivamente. Fora isto, você já deve ter percebido outros baques da queda, mas nada profundo. Não houve traumas e nem quebras de ossos... Mas vai ter que ficar por aqui um ou dois dias. Bem, para alguém que caiu de uma moto, você pode se considerar um rapaz de muita, muita sorte.

Rachel já estava em lágrimas quando o gentil doutor terminou. Num impulso, a morena o abraçou pela cintura afetuosamente, agradecendo.

— Valeu, doutor! Valeu mesmo!

O pobre ficou desorientado e tentou retribuir ao abraço, mas logo Rachel se refez e se afastou totalmente ruborizada.

— Não foi nada, pequena...

— De qualquer forma, todos nós agradecemos! – Aline falou seguida do marido:

— Muito obrigado, em nome de todos.

— Certo. De nada. – O médico disse sorrindo. — Então, mais cuidado menino, e... Eu vou indo pra outro paciente. Espero não ver nenhum de vocês aqui nunca mais! Digo... Na posição de paciente!

— Ah, sim, claro... – Aline riu assim como os outros.

O médico acenou um tchau e saiu do quarto, ao mesmo tempo em que Danilo, Daniel e Vickie entraram.

— Nossa! Que quarto badalado! – Alan brincou com o entra e sai.

— Alaninho! – Vickie exclamou e o abraçou forte.

— Fale loirinha! ... E oi Danilo!

Danilo suspirou e cedeu um abraço de bom grado a Alan depois de Vickie.

— Muito bonito, não é? – Ele censurou.

— É, é o que dizem... – Alan brincou descontraindo.

— Então, jovens... Vamos saindo para deixar vocês conversarem um pouco. – Aline disse segurando a mão do marido, que parecia relutar em silêncio. — Mas só um POUCO! Ok, senhorita Rachel? Nenhum de vocês vai ficar aqui esta noite. Tem aula amanhã!

— TUDO BEM SENHORA CASTELLAN! – Todos os amigos disseram ao mesmo tempo.

— Vamos conversar lá fora, senhor Luxer! – Aline convidou gentilmente.

— Tchau então. – Renato falou enquanto saía.

— Tchau pai... E... Senhor Luxer! – Alan chamou antes que Daniel sumisse. — Muito obrigado. – Agradeceu depois que soube que Daniel ajudou com as despesas.

Daniel sorriu brandamente.

— Não foi nada. Não pra mim! – Ele riu apontando para o joelho enfaixado de Alan, fazendo graça, e saiu.

Alan se virou para o quarto e deu de cara com seus amigos o encarando como se todos quisessem dar uma tapa nele.

— Tudo bem, gente, eu juro que mão faço mais!

— Se Stark estivesse aqui ele diria: que pena que na primeira corrida sua que nós vemos você cai! – Disse Vickie.

Os demais sorriram.

— É. Aposto! – Alan riu. — Nem eu contava que a alavanca do freio ia enguiçar! Mas, falando nisso, onde é que está Stark?

— Foi pra escola... Alguém tinha que justificar nossa ausência... – Danilo informou. — Mas aposto que amanhã ele vai correr pra cá.

— Então vou precisar de uma armadura pra me proteger das loucuras dele!

— Não duvido! – Rachel disse.

— Pois é... Já que você já está vivo e sóbrio, - Danilo começou, — Acho que já dá pra eu ir indo... Falar com Stark e acalmar os nervos dele... Você não viu o estado em que ele ficou quando tudo aconteceu! Sério, deu medo! Aquele garoto te ama!

Alan riu e se ajeitou na cama.

— Tudo bem, podem ir... Vai ficar tudo certo.

— Amanhã a gente volta... – Vickie disse e deu outro abraço e um beijo na bochecha de Alan.

— Tchau! – Danilo falou enquanto saía com Vickie, porém, parou e olhou para Rachel, que ficara sentada na ponta da cama, parada.

— Só mais um segundo... – Pediu ela sorrindo, ruborizada, para Danilo.

Ele assentiu levemente e saiu do quarto com Vickie.

— Ainda quer me dar bronca Rae?

A morena olhou de canto para Alan, o que deu até certo medo, porém, diferente do que ele esperava, ela se esticou e o abraçou afetuosamente.

— Eu poderia ter dar todas as broncas do mundo, mas agora, não consigo pensar em nenhuma!

Alan afagou os cabelos de Rachel com carinho. Sentiu culpa por tê-la deixado assim. Estava fazendo mal a ela há algum tempo, mas agora, parecia que tudo o que ele fez foi muito, muito pior.

— Sério, Rae, eu sinto muito. Desculpa.

Rachel se afastou o suficiente para olhá-lo. Ela parecia uma criança, chorosa e amedrontada. Como quando ela tinha doze anos.

— Você não pode, nunca mais... Não tem o direito de... Você é... Demais pra mim! Eu fico pensando... Agora você poderia estar morto e eu não ia, nunca, me conformar com isso! Alan, você não pode, simplesmente, achar que tudo vai ficar bem comigo só por que eu não sei que você corre perigo, por que... Por que eu sinto! Você não pode achar que vai ficar tudo bem por eu não saber! Por que você não sabe... Eu... Eu amo você! – Ela desabafou, tremendo levemente.

Alan tornou a abraçá-la forte, acalentando-a cuidadosamente, mesmo que seus hematomas doessem pelo esforço.

— Desculpa, Rae, eu... Eu devia saber isso. Nunca mais vou esconder as coisas de você. Prometo! Você também é demais pra mim, e te amo também!

Passou-se um minuto enquanto eles ficaram abraçados. Danilo decidiu que era hora de parar de escutar a conversa e, então, bateu à porta, mas não a abriu.

— Rae! Precisamos ir! – A voz de Danilo avisou.

—OK! – ela respondeu se refazendo.

— É mesmo, você precisa ir! – Alan se reacomodou enquanto ela dava a volta na cama. — Bom jogo pra você amanhã. Eu... Fico torcendo daqui, ok?

Rachel sorriu e assentiu, dando um beijo carinhoso na testa dele. Estava quase virando a maçaneta da porta quando Alan acudiu:

— Ahn... Rachel! – Ela olhou por cima do ombro. — Você vai voltar com o Danilo, não é?

— É o que eu entendi... O pai dele vai nos levar, sim, parece que é isso!

— Ahn... – Alan se recostou no travesseiro.

— Por que a pergunta? – Rachel inquiriu ficando vermelha.

— Pra ter certeza de uma coisa...

— De que?

— De que eu não estou enganado...

— Posso saber sobre o que?

— Sobre uma coisa que eu suspeitava... – Desta vez Alan ficou corado.

— Suspeitava...?

— Sua timidez responde tudo, Rae! – Ele se limitou a dizer. Rachel preferiu não dar ouvidos à hipótese que passou pela sua mente, mas lembrou de quando Vickie adivinhou o acontecido entre ela e Danilo.

— Tudo bem, eu vou indo, contanto que você me conte outra hora...

— Acho que você já entendeu. – Alan afirmou.

— Se você diz...

— Você é minha garota, Rae! Eu sempre vou perceber!

Alan piscou um olho e Rachel decidiu que era melhor deixar estar. Saiu do quarto e se juntou à Vickie, Danilo e Daniel. Aline e Renato se despediram deles e eles foram para o carro. Rachel ainda repassou aos amigos a explicação de Alan sobre a corrida enquanto iam para escola.

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