Amigos - a Melhor Aliança escrita por camila_guime


Capítulo 26
Não se sente ódio quando há amor!


Notas iniciais do capítulo

Cap. dividido em quatro momentos... por isso separado em duas partes ok?



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26.

— A.L.A.N! – Rachel arfou.

Alan cruzou os braços e sorriu convencidamente.

— Fala sério: é muito firme não é?

— LINDO! – Vickie disse parecendo boba.

— A gente vai poder dirigir? Ah, diz que vai! – Stark pediu.

Alan riu.

— Não dá não irmão. Sem carros por aqui hoje!

— MAU! – Stark fez biquinho.

— Tudo bem, gente, será que a gente pode ir andando? – Danilo perguntou.

— Claro!

Alan continuou indo à frente. No canteiro, entre a margem da pista e o início das arquibancadas, uma larga área acomodava as barraquinhas com lanches e havia caixas de som espalhadas pelos postes em toda parte. A música sinceramente alta inundava o ar. E se engana quem pensa que tinham poucas pessoas... O lugar parecia um formigueiro!

— Venham por aqui! A vista é melhor! – Disse Alan levando os amigos para as arquibancadas.

Subiram para a oitava fileira de bancos, de onde podia ser vista mais uma parte da pista, depois de algumas curvas. Era bem maior do que eles poderiam ter imaginado.

— Estou me sentindo uma daquelas pessoas ridículas que ficam excitadas só por ver um carro correndo! – Rachel disse animadamente.

— Imagine se visse de fato! – Alan falou.

— Deve ser muito legal poder correr à vontade nisso tudo aí! – Stark parecia sonhador.

— E os amigos que você disse que tinha por aqui? – Danilo se pronunciou. — Onde estão?

Alan olhou de canto para ele, notando que Danilo não deixaria barato.

— Acha mesmo que eu posso achar alguém nessa multidão? – O moreno se limitou ao responder.

Os cinco ficaram um tempo olhando o movimento enquanto o vento rebatia contra eles rapidamente. Seria uma noite fria, mas muito, muito divertida. Depois de alguns minutos, Rachel deu um saltinho no lugar chamando atenção dos outros.

— Gente! Vamos voltar lá pra baixo! Parece estar mais animado por lá! Tanta gente!

— Sem problema por mim! – Danilo falou.

— Tá ok! – Alan também disse.

— O QUE? Descer esses degraus de novo? Eu não! – Vickie falou preguiçosamente.

— Também, né Vickie? – Rachel ralhou. — Você tinha que vim de salto para um autódromo?

— O que tem de mal? Eu uso salto onde quer que seja!

— E do que adianta usar salto se você não pode andar depois?

— Posso! Só não quero!

— UFF! Mulheres! – Rachel bufou e se virou sorrindo para os meninos, que ainda estranhavam sua última frase. — É por isso que eu só uso salto nas frestas!

Danilo e Alan riram.

— Então Stark, vem com a gente? – Alan perguntou.

Antes que ele pudesse responder, Danilo intercalou.

— Não, não. Ele pode ficar por aqui! A gente trás um lanche pra eles! É rapidinho!

Rachel sorriu de forma cúmplice para o amigo e, antes que Stark ou Vickie pudesse objetar, a morena pegou Alan e Danilo pelas mãos e saiu correndo com eles arquibancada abaixo.

— VAMOS CORRER! VAMOS CORRER! VRUMMM! – A louca foi gritando.

Vickie rolou os olhos sorrindo e virou sua atenção para o outro lado dando de cara com Stark. Os dois fecharam o sorriso ao mesmo tempo.

— Nunca me viu? – A loira perguntou ranzinza.

— Não mais gorda! – Stark respondeu recebendo um olhar homicida em troca.

— Palhaço!

— Ah, dá um tempo!

Os dois se viraram de frente para a pista e ficaram sentados de braços cruzados. A música vibrava no banco deles e logo o movimento os distraiu. Eles se esqueceram de ignorar um ao outro e nem prestaram mais atenção.

***

—AIN meninos! Isso é tão legal!! – Rachel sorria de orelha a orelha sem saber para onde olhar. Tinha de tudo nas barraquinhas, e não era só comida. Vendiam camisetas, pulseiras e bonés.

— É. Desde quando você frequenta esses lugares, Alan? – Danilo perguntou, desta vez, despretensioso.

— Vim... Algumas vezes, quando eles precisavam de mim...

— Como assim? – Rachel indagou.

Alan percebeu que falou demais. Falou do jeito errado. Ficou sem jeito e recebeu um acusador olhar de Danilo, porém, foi quase salvo pelo gongo:

— CASTELLAN! – Uma voz grave e até certo ponto assustadora o chamou.

Teria sido sua salvação para a pergunta da Rachel se ele não tivesse reconhecido que o dono da voz não poderia ser outra coisa senão problema!

Um cara realmente grande vinha cortando espaço no meio do pessoal. Rachel se abraçou a Danilo quando notou que o homem parecia crescer à medida que se aproximava.

Ele tinha aparência de ser jovem, mas estava realmente bem malhado. Ah, aquele ali torcia o pescoço de uma vaca com as mãos! (Nossa! Que cruel!) Tudo bem, aquele ali torcia um touro mecânico! (Melhor!).

— Ainda bem que está aqui! – O homem disse antes de olhar para Rachel e Danilo e os ignoraram geral.

— Hum... E o que... Foi? – Alan perguntou incerto, mas parecia firme em frente ao homem.

— É o Cabeça né? – O armário ambulante respondeu como se fosse óbvio.

De repente lançou um segundo olhar para os amigos de Alan, porém, ele não deu tempo para que o gigantão agisse ou fizesse qualquer coisa:

Alan deu um olhar de “desculpa” para Rachel antes de segurar o cara grandão pela manga da blusa e o levá-lo para um outro lugar, sumindo no meio das pessoas.

— A-ALAN! – Rachel chamou, mas já era tarde. — O-que-foi-isso?

— Um dos amiguinhos do Alan? – Danilo opinou.

— Amiguinhos? TÁ de brincadeira né? – A morena parecia tensa.

— Fica na boa, Rae! Aposto que não deve ser nada!

— Não fui com a cara daquele monstro!

— Mas se o Alan gosta, quem somos nós pra interferir?

Rachel acotovelou o amigo pela graça.

— Que estranho...

— Rae, sinceramente, na sua posição, você já deveria estar acostumada: esse seu amigo é muito estranho...

— Mas...

— Desta vez, sem Mas! – Danilo segurou o rosto dela e sorriu. Ele achava que isso ia desconcentrá-la. E ele acertou na mosca. — Fica tranquila, Raquetinha! Eu acho que vi uma coisa perfeita pra você!

— Como assim? – Ela perguntou abobalhada.

Danilo a levou pela mão em direção às primeiras barracas de objetos.

***

A noite já estava entrando e a música cada vez mais forte, pra manter todo mundo pra cima. Vickie, por sua vez, estava bem sentada no banco, apenas curtindo com os ouvidos. Era uma de suas músicas preferidas, e, pra variar, era Dance! Só que, quando a cantora começou a cantar, a letra da música pego Vickie de surpresa: nunca ela tinha pensado que poderia se sentir tão mal com a música que tanto gostava.

I cannot forget all the pain that I've had

Não posso esquecer toda a dor que eu tive

All the things that you said

Todas as coisas que você disse

How you're making me mad

Como você está me deixando louco

And you've made me feel bad all alone

E você me fez sentir mal sozinha

This time I'm moving on... on... on...

Desta vez eu estou movendo

A letra a fez lembrar que não conseguira resolver nada que tinha dentro dela. Que tudo estava numa bagunça estática, petrificada. E nada resolvido. Stark estava ao seu lado e ela não sabia distinguir se sentia mais raiva, tristeza, mágoa ou medo. E também já não sabia dizer o que realmente queria fazer com Jam. Além de que, ela também estava com raiva de si própria.

De repente, quando menos esperava, conseguiu capturar a letra da música sendo cantada por alguém, num murmúrio que ela não soube como conseguiu escutar debaixo de tanto barulho. Vickie olhou de esguelha para o lado e constatou que o dono do murmúrio era Stark!

— Gosta dessa música? – Ela perguntou assombrada.

— No momento... É detestável! – Ele a surpreendeu com a resposta.

— Então por que está cantando?

— Está te incomodando?

— Talvez... – Ela mentiu.

— Hum... – Stark tirou por menos e voltou a murmurar.

— Vai continuar é? – A loira instigou carrancuda.

— Não estou te ferindo, estou? – Stark se pôs na defensiva.

Vickie não teve resposta apara aquela pergunta. Não com aquele verbo que ele usou... Ferindo...

— Você parece bem... Desgostosa...

— E queria que eu estivesse como?

— Menos mal talvez...

— E desde quando você se importa? – Vickie retomou um tom agressivo.

— Sabe, você precisa parar de acreditar que eu sou feito de ferro!

— E acreditar que você tem sentimentos?

— É. Seria uma boa opção!

— Fala sério, Stark! Um garoto que fica na maior galinhagem com um bando de molecas vai ter sentimentos por alguém? – Ela começou a se desprender.

— Acredite: muitos sentimentos rolam por lá! – Stark simplesmente não pensou antes de dizer isso.

Vickie o esganou com os olhos.

— CRUZES! Você não tem mesmo bom gosto não é? Sentimentos com aquelas piranhas? Só um cara como você mesmo...

Stark se sentiu ofendido desta vez, pois para ele, somente homens sem caráter andavam com piranhas... Ele não ficava perto de piranhas.

— Você realmente não vai ficar falando agora desse assunto não é? – Ele falou.

— É. TEM RAZÃO. Nem esse nem assunto nenhum foram feitos pra eu falar com você!

A loira se levantou meio instável e começou a andar em direção às escadas, porém, parou quando seu pulso foi pego.

— Não generalize! Temos sim um assunto pra falar!

O tom definitivo de Stark assolou Vickie profundamente. O medo assumiu o controle de seus batimentos cardíacos e Stark conseguiu levá-la facilmente de volta para seus lugares.

— E - e que assunto...? – Ela vacilou.

Stark ergueu um canto dos lábios num sorriso irônico.

— Você nem imagina, não é? – Ele suspirou. — Chega de graça, Vickie, isso já está cansativo!

— Engraçado VOCÊ vir me falar de graça!

— É, mas acontece que agora eu estou realmente sério!

— Não tem nada pra ser dito sobre aquilo Stark. Você não tinha o direito e ponto!

— Ah, mas não seja hipócrita também! Aquilo que aconteceu, aquele beijo, não foi dado por uma pessoa só!

— Beijo? Aquilo foi um beijo? Ethan, aquilo foi um ERRO!

— Não Vickitoria, erro é você continuar achando que aquele cara vai vim falar com você. Deixa eu te esclarecer uma coisa: ele não vai! Sabe por quê? Por que é um imbecil e um idiota!

— STARK NÃO...

— Espera! Vickie! Nós nos conhecemos há tempos... Você o conhece há... Um mês? Dois? E nesse tempinho, me diga: quantas vezes você se sentiu realmente feliz, heim? Desde que você voltou de seu romancezinho de verão você estava impossível! Cada dia pior! Então só me explica qual é exatamente a minha culpa nisso, por que, Vickie, eu nunca te fiz nada de mal!

A loira ouviu Stark espantada. Não parecia ele falando e realmente alguma coisa muito estranha deveria estar havendo com ele. Porém, no momento, ela simplesmente não conseguiu deixar de admitir internamento que talvez, só talvez, Stark poderia ter razão.

— Tudo bem, Stark, se você quer saber... Você tem razão: estou a cada dia pior! Mas o que mais me irrita me deixa furiosa, é sua incapacidade de fazer alguma coisa certa! Eu avisei que era um problema meu, e ter feito aquilo não ajudou em nada!  Como eu posso não ficar com raiva se aquilo que você fez comigo, você vive fazendo com milhares de garotas? Como aquilo poderia ser uma forma de ajudar? Não seja hipócrita também e admita que você não é bem do tipo que se interessa por uma garota!

— Vickie você não tem a mínima fé em mim não é? – Stark soou derrotista.

Esperou uma resposta dura de Vickie, mais uma fuga dela e uma proteção para o tal Jam... Porém, o que aconteceu foi totalmente inesperado: ela abraçou os ombros e chorou inconsolável, na frente dele, sem mover um músculo, sem fazer força para manter a máscara de ferro.

Stark até se sentiu desconcertado com aquela cena, além de ser muito dolorosa também. Então, sem ter outro impulso além deste, ele foi até Vickie e a enlaçou protetoramente. Não importava se ela não tinha a mínima fé nele. Ele tinha em si próprio e deveria valer isso!

Vicktoria afrouxou seus braços e se rendeu, abraçando Stark de volta e se sentindo segura e ansiosamente presa naquele abraço. Ela não conseguia suportar o fato de ele sempre parecer tão desvairado e insensível, e então de repente ele tem um surto de noção? Era demais pra cabeça dela! Porém, em contrapartida era o que no fundo ela queria...

Depois que ela praticamente ensopou a camisa dele com lágrimas, os dois se separaram meio desajeitados. Vickie apertou os olhos para parar de chorar e, quando os abriu, notou rastros do que foram lágrimas no rosto de Stark, e riu.

— O que foi? – Ele perguntou corando.

— Você fica até bonitinho todo encarnado assim!

Stark deu um sorriso largo e passou a mão pelos cabelos.

— Isso são pazes? – Perguntou soando tenso.

Vickie baixou o olhar e pressionou os lábios, preocupada.

—Ah, Stark... Eu não te odeio, eu não posso te odiar... Nem quero, mas... Não posso decidir nada agora, não consigo medir nenhum pró ou contra. Mas, se você prometer que não vai tentar me ajudar com meus problemas daquele jeito sempre que...

— Tá bom Vi! Eu entendi! – Disse ele sorrindo satisfeito. — Mas nem um pouquinho? – Perguntou todo pretensioso vendo Vickie corar.

— Estrela-do-mar! Nem venha aprontando pra cima de mim!

A loira se esquivou, mas acabou cedendo outro abraço a ele. Stark sorriu enquanto se sentia terrivelmente idiota quando de novo uma gota transbordou de seus olhos. Ele tratou de secar antes que Vickie visse.

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Realmente espero que tenha sido satisfatório... Segunda parte logo logo!

;*


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