Remember Yesterday escrita por Shaarp


Capítulo 4
Capítulo 4 - Dancing Through Sunday


Notas iniciais do capítulo

Bom, quem conhece o universo de Viva La Bam vai rir de Novak nesse capítulo. Quem gosta muito de the used pode ficar um pouco brava comigo .-. anyway, lembrem-se que são só personagens, nao os caras em si.



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Dancing Through Sunday

Bert McCracken.

Fiquei olhando de longe, não queria arrumar problemas. Mas não estava gostando de nada daquilo. Ouvi falar que aquele gringo era cheio de jogar charmes pra cima das garotas, e um charme europeu não falha, eu sei disso, já peguei um italiano... E uma italiana também...

Mas se aquele gringo metido a gostoso ficasse da gracinha pra cima da minha garota, ah, eu ia ficar muito puto, e era melhor já deixar avisado pra ele.

Depois de entrarmos no ônibus e darmos continuidade as brincadeiras de beber em goles, peguei o finlandês num canto.

_Eai, cara? –Cheguei tranqüilo.

_Opa.

_Então... –Segurei um dos ombros do rapaz, enchi o peito, uma tática básica para parece mais forte, já que nao tenho tantos músculos, engrossei a voz –Eu to tranqüilo com você, cara. Mas eu vi você num cantinho rindo com a minha namorada, e eu espero que você já fique sabendo que ela é minha, e que eu não gosto de nenhum outro babaca em cima dela, ta entendido? –Dei ênfase às duas últimas palavras.

_Opa, tranqüilo champs, não tenho nenhum interesse na tua garota não. Só tava conversando com ela, inocentemente, ta entendido? –E ele me retribuiu a ênfase, me imitando, mas com um tom muito mais diabólico do qual eu conseguia fazer, o que me deixou muito mais puto por dentro. Eu sou o “cara mau” e alem de tentar roubar minha namorada ele ia tentar roubar meu posto?

_Então ta ótimo. Já ta avisado. –Sorri maleficamente, como só eu sei fazer, e dei uma piscadela sarcástica pro finlandês, virando as costas e voltando para meu lugar, no banco acolchoado do Lobby, entre Novak e Jepha.



Eu não sou nenhum ignorante, não fico brigando sem motivo, sou um cara tranqüilo, gosto de pegar outros por aí, e não ligo se eu estou serio ou não com alguém, e todo mundo sabe disso... Menos a Kat, eu acho que ela ta confiando em mim até agora. Não me importo de ter um romance com duas pessoas ao mesmo tempo, mas quando um cara quer dar em cima da mina que eu to pegando, aí ela pega no meu calo, mesmo... É simples a lógica do raciocínio: Dar chifre eu dou, ser chifrado, nem fodendo!



Katherine Casay.

Ótimo, já tinha ganhado meu primeiro motivo do “namoro” pra ficar puta. Bert não me percebeu atrás dele no corredor dos quartos, ou percebeu e ficou quieto. Desculpei-me com Ville, ele pareceu entender bem, mantinha a voz calma, e seu rosto não contraia nenhuma emoção... E aquele olhos verdes vagos, aqueles incríveis olhos de tom verde-azulado.

_Não se importe, ele não está errado, talvez um pouco. Mas eu entendo, ele só está cuidando do que é dele, ele nem me conhece, não sabe que intenções eu posso ter com você.

_Eu não sou dele. Eu não sou de ninguém, não sou objeto pra alguém tomar conta da minha vida. -Cruzei os braços frustradamente -Odeio quando fazem isso, como se eu não soubesse o que faço sozinha. Isso só mostra que o Bert não confia nada em mim... –Tomei fôlego, eu falava rápido, sem dar pausa, estava extremamente puta –Se ele confiasse não ia dar uma de babaca e vir falar merda pra você, ele acha que eu sou algum tipo de putinha igual as que ele fica e... –Ville me cortou, suavemente, falando naquele tom grave e devagar, calmo.

_Hey, hey... Calma, garota. Relaxa, não adianta ficar brava assim. Tenta ver o lado dele também.

Sentamos-nos na mesa da cozinha, que estava vazia, e conversamos um pouco, Ville tentava me acalmar, sem sucesso.

_Eu não quero ter o Bert cuidando de mim. Mas você viu o porquê de eu ainda não terminar com ele e viu o porquê de eu querer terminar. Se eu terminar com ele, como eu vou conviver nesse ônibus por quatro meses, brigada com ele? Com ele do meu lado todos os dias fazendo da minha vida um inferno, coisa que ele sabe bem fazer... Eu acabo desistindo desse negocio, parando no primeiro ponto e voltando pra casa.

_Você já está um pouco longe de casa agora, e daqui a alguns dias vai ficar ainda mais longe... Olha, você ta puta com ele agora, espera a poeira baixar e tenta conversar com ele sobre isso que ele fez, se você achar necessário. Não toma nenhuma decisão precipitada agora, daqui há umas horas você vai perceber que tudo isso não é o pandemônio que parece.

No momento, um grito alto de dor ecoou do lobby.

_Na verdade, pandemônio é esse ônibus. Eu até imagino o que aconteceu, Bam deve ter chutado, derrubado ou quebrado uma garrafa na cabeça de alguém, e esse alguém provavelmente é o Novak. –Eu ri, e então Bam passou pela porta do lobby, completamente bêbado e rindo altíssimamente.

_Champs, você não sabe o que eu fiz! –Ele caia em cima da mesa e se sentava embriagadamente ao nosso lado. –Eu fui empurrar o Novak da ponta do sofá e ele bateu a cabeça na mesa do rádio! Mano, vocês não podiam perder isso! –Ficamos em silencio, ele ficou fitando com seus olhos semicerrados meu rosto e depois o de Ville, e então um sorriso estranho brotou em sua face –Oh... O que vocês dois estão fazendo aqui na mesa sozinhos? Ville... Eu disse pra você não dar em cima da Kat, não disse? Eu sei que você...

_Cala a boca, Bam. –Ville o cortou, sorrindo seriamente.

_Mas...

Nesse momento Bam foi cortado por um Novak muito puto entrando pela porta, um fio de sangue descia de sua testa e pingava em sua camiza cinza com listras pretas.

_Seu filho da puta, olha o que você fez comigo!



Passamos aquela madrugada com o trailer parado no estacionamento do pronto-socorro, esperando Novak voltar de manhã com seus 5 pontos na cabeça para darmos continuação à viajem. Pro primeiro dia, até que foi uma bela demonstração do que esperava por nós durante aqueles próximos quatro meses.

O fato de Novak ter estourado a cabeça não fez ninguém esquecer de fazer festa aquela madrugada, afinal, era sexta-feira. Ligamos o som do ônibus bem alto, ligamos as luzes externas do automóvel, Bam conseguiu desparafusar a mesa da cozinha e a colocamos pra fora, cheia de bebidas, e começamos a festa.

Bam fez uma aposta com Ryan Dunn, na frente de sua câmera, que daria um beijo em Ashley aquela noite, levou alguns socos da mesma, e pelo que me parece, perdeu uma grana.

Eu prometi que aquela noite eu passaria dando um gelo em Bert, mas não precisei, ele nem ao menos olhou pra minha cara depois de beber algumas boas doses, estava muito ocupado andando de skate nos arredores do trailer com os garotos.

Passamos horas cantando e dançando, loucamente bêbados. Até os guardas do pronto-socorro nos darem um come de rabo, e nos tocarmos que aquilo era um hospital, não um recinto de festas, isso foi a partir da meia noite. Abaixamos o som e ficamos apenas conversando, Lily, o albino guitarrista da banda HIM, pegou o violão, e junto de Frank e Quinn, tocou toda a noite, e dali pra frente, era um lual, sem fogueira, sem praia e sem lua.

E mesmo depois de Novak voltar e estar parcialmente bem, fizemos aquilo também no sábado à noite, dentro do ônibus, e ficamos dançando até domingo, vivendo aqueles três dias como se fossem um filme adolescente onde tudo pode acontecer.





Acordei de manhã sem saber onde estava, e me deparei com o rosto amassado de Bert McCracken do meu lado. Estávamos nus na cama, o que realmente me assustou.

_Bert. Bert! –Tentei chamá-lo o mais baixo que pude, não parecia que tinha ninguém acordado.

_O quê? –Ele respondeu preguiçoso, sem abrir os olhos.

_O que você fez comigo a noite passada?

_Hã? Não sei... O que...Que dia é hoje? –Então finalmente ao abrir os olhos o mesmo percebeu que estávamos nus. –Há... Já tava na hora né amor?

_Cala a boca, Bert! Eu to falando serio!

_Shhh! -Colocou o dedo nos próprios lábios. -Eu também... É serio, não lembro o que aconteceu ontem. Que dia é hoje?

_Bert, eu era virgem!

_Calma, eu sei disso, não precisa gritar. Procura sangue na cama, se não tiver é porque você ainda tem seu hímen. Que dia é hoje?

_É segunda, porra. -Respondi revirando o lençol que nos cobria.



Francamente, a falta de romantismo ou de simples preocupação de Bert me irritava. Por sorte não havia sangue nos lençóis, mas mesmo assim, como explicar nós dois nus na cama?

_Pergunta pra alguém. –Éramos os únicos acordados aquele momento, e comíamos cereal, sentados nos sofás do lobby. –Talvez alguém tenha ouvido alguma coisa e nos diga o que aconteceu...

_Seu imbecil. –Rosnei com toda minha fúria, me levantei e saí do trailer, a luz do sol parecia furar meus olhos, a mesa da cozinha estava tombada no chão, ao lado de muita sujeira de comida e garrafas quebradas. Coloquei as mãos nos bolsos da jaqueta e passei entre as garrafas jogadas no chão tentando procurar um maço de cigarro jogado por ali quando Bert saiu.

Achei um ùnico cigarro meio amassado alí no chão, sem nenhum escrúpulo o coloquei na boca. Pra quê ter nojo agora? Talvez eu tenha transado com o Bert na noite passada, mesmo. Me sentei no que deveria ter sido um banco branco a noite passada, mas agora nao passava de um pedaço liso de plástico amarelado, olhei para o céu azul-claro límpido, o horizonte lá longe saindo pelo telhado das pequenas casas que rodeavam aquele camping de estrada. Não sabia em que cidade estava, mas parecia ser bem simples e interiorana, era quente e aconchegante, nao tinha cheiro de óleo diesél e de lixo, como onde eu morava.

_O que eu te falei de mal agora?

_Agora? Isso foi há vinte minutos atrás Bert... Que droga você ingeriu ontem?

_Como eu vou saber? Não lembro nem se transei com minha namorada ontem. –Ele riu

_Eu não sou sua namorada, Bert! –E soltei sem querer, eu estava abalada e tinha muita coisa acontecendo muito rápido na minha cabeça, a dor de cabeça, a pressão com Bert, Frank querendo ficar comigo, a maconha, as bebidas, o fim de semana mal dormido, o Ville...

Ele ficara calado. Uma das janelas de quarto se abrira.

_Obrigado pela informação, Kate, posso dormir agora? –Ryan Dunn tinha uma mistura de mostarda com talvez esperma espalhada na cara, grudada na barba loura mal feita.

_Desculpa, Dunn –Respondendo isso, eu entrei no trailer, com Bert entrando logo atrás. Eu não tinha pra onde fugir.

_Como assim? O que você disse lá?

_Deixa pra lá, Bert. Eu to nervosa, ta bom? E você não esta me ajudando.

E sem perceber, começamos uma discussão inútil novamente. Que agora eu nem consigo me lembrar de onde realmente começou, e com que palavras se desenrolou.

_Me deixa em paz Bert!

_Pára de gritar! Quer que todo mundo ouça?

_Para de se importar com o que os outros vão pensar Bert, esse tipo não combina com você! –Saí do trailer de novo, e continuei descendo a rua de pedra do caping, queria fugir pra algum lugar, fugir daquela discussão que eu sabia bem onde ia dar. Queria fazer como Ville disse, não tomar decisões precipitadas até me acalmar -ou esperar que Bert se acalmasse.

Imaginei que ele fosse me seguir, mas devia ter ficado meio puto com as coisas que lhe joguei na cara, aqueles defeitos e erros que ele sempre dizia que ia mudar, mas nunca mudava, e isso incomodava ele mesmo. Sim, o fato de eu saber o quanto ele era fraco o intimidava e o incomodava como o inferno.

Parei em um bar e comprei uma dose de Martini com a moeda de um real que eu tinha no bolso. Eu fiquei por volta de uma hora lá, conversando com um mendigo sujo e maltrapilho completamente fora de si e então resolvi voltar, eu podia perder o trailer no estilo “esqueceram de mim”

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Dancing Through Sunday _ AFI


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