Remember Yesterday escrita por Shaarp


Capítulo 12
Capítulo 12 - The Love Cats (pt.II)




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The Love Cats PT.II

Ville Valo.

A noite estava perfeita. Tirando o fato de ter levado meu segundo fora daquela viajem. Eu estava suficientemente bêbado, sem tomar nenhuma pílula dessa vez, o que me deixava orgulhoso. Me mantinha sentado na cadeira, a cabeça jogada para trás e os olhos fechados, sentindo a música. Dio era um dos meus favoritos. Ouvi atrás de mim vozes conversando, mas já não conseguia distinguir quem era.

_Onde está a Kate? Ela sumiu há algumas horas já.

_Será que ela passou mal?

_Acho que não, talvez ela tenha ido dormir.

_Talvez esteja com o Bert, ele sumiu também.

_É, acho que ela está com o Bert.



O sangue me subiu a cabeça, me lembrar de que Kate havia voltado a namorar aquele brutamontes psicótico era o fim. Levantei-me da cadeira, precisava de água. Odeio fumar maconha. A cozinha estava vazia e silenciosa, enchi o copo long neck da água gelada e a bebi e poucos goles, gemidos cortaram o silencio misteriosamente, recoloquei o copo na pia lentamente para não fazer ruído algum, eu sempre fui curioso. Curioso de mais.

Abri a porta do quarto de estoque, de onde vinham aqueles sons, Gerard e ninguém mais ninguém menos que Bert estavam nus, numa posição não muito favorável para mim, fiz cara de nojo e desaprovação, os dois permaneciam em silencio, sem se mover e com a boca meio aberta, sem fôlego.

_Não conta pra Kate. –Bert disse rapidamente, pareceria até hilário se fosse uma cena de filme americano de comédia.

_Por que não? –Coloquei as mãos na cintura ironicamente, a voz me saiu cantante, eu estava completamente bêbado.

_Por que você não é ninguém pra se meter na vida dela, esquece a Kate. –Gerard respondeu seco, batendo a porta na minha cara. Me virei e dei de ombros. Foda-se, não é a minha vida. Ela escolheu isso pra ficar do lado dela.

Sentei-me em uma das cadeiras da sala de jantar, tentando me recuperar do baque daquela cena suja e medíocre. Calma aí...

Se Bert não está com Kate, onde ela está?

Dali alguns minutos, estava subindo as escadas apressado, preocupado com a garota, e se ela passara mal novamente? Ela estava louca o suficiente pra pular do ultimo andar a última vez que a vi naquela festa.

Tentei chamar pelo seu nome, ninguém respondia, subi escadas, desci escadas, chequei todos os corredores, os outros lugares, o jardim do hotel... Nada. Liguei para Bam.

_Relaxa, ela está com o Bert.

_Não, o Bert está com o Gerard, no estoque, pode checar se quiser.

_Então ela deve estar com as meninas, relaxa Ville.

Bam não estava se importando com nada, já havia fumado mais do que o suficiente. Continuei uma busca sem sucesso, agora estava cansado e bêbado de mais pra pensar em outra coisa, cambaleei pelo corredor e entrei em meu quarto. Estava tudo escuro. Enjôo. Corri para o banheiro, vomitei o que pude, escovei meus dentes, ainda demorando a me reconhecer no espelho, causa do novo corte de cabelo. Tirei a camisa, foda-se, vou dormir de qualquer jeito. Acendi a luz e tomei um susto rápido, pulando para trás.

Kate estava deitada na minha cama, dormindo calmamente, o cabelos negros com a aparência ainda molhada, espalhados por cima de meus travesseiros. A camisola cor-de-rosa era de Cassie e não pareciam combinar muito com o tipo físico daquela garota, as alças lhe caiam sobre o ombro, as pernas magras, porem de leve musculatura, estavam descobertas até as coxas, me postei à beirada da cama e acariciei seu rosto, ela sorria. Sua tontinha, então você estava aqui o tempo todo. Deitei-me ao seu lado, mas não consegui fechar meus olhos, só podia ser mais um dia de sorte, a garota que eu queria estava agora na minha cama, semi-nua e provavelmente tão bêbada quanto eu. Lhe fitei por cima novamente, o rosto estava mais pálido do que deveria, a camisola cor-de-rosa de Cassie era levemente transparente, e mostrava o sutiã preto de rendas, talvez pequeno de mais para os seios da menina, as pernas se mexeram lentamente, fazendo com que se levantasse alguns centímetros a mais da camisola que já parecia curta de mais para não me tirar do sério. Sua calcinha era minúscula, vermelha como sangue e as alças presas em forma de laço como num biquíni indecente.

Não pude controlar meus impulsos, me coloquei em cima de seu corpo quente e fiquei fitando seu rosto calmo, sua respiração lenta contra meu tórax, suas pernas contra as minhas, sua boca meio aberta como se pedisse um beijo. O que eu estou pensando em fazer afinal?Isso é ridículo, vou estrupar a garota, agora? Como sou sujo. Respirei fundo, tentando conter a respiração que parecia acelerada, o quarto todo rodava, rodava e rodava sem parada, me arrependi então de ter bebido tudo aquilo.

Ela abrira os olhos lentamente, e me sorrira como se aquela fosse a cena mais normal do mundo para se acordar.

_Bom dia príncipe. O que você está fazendo no meu quarto? -Disse com a voz preguiçossa e cambaleante.

_Eu não estou no seu quarto. –Lhe sorri de volta.

_É claro que está. Você veio me visitar?–Sua palavras lhe saiam roucas da boca dançando, completamente fora de sintonía.

Não pude mais controlar, tudo rodava de mais e eu já não estava nem aí para o era o não ético. A beijei fugazmente e deslizei minha mão por sua cintura, ela não disse nada, apenas aceitou o beijo e colocou uma de suas mãos em minha nuca. Como sou sujo.

A partir daí as coisas começaram a ficar mais quentes, respirávamos apressados e nossos corações batiam rapidamente um contra o outro. Levantei sua camisola lentamente, sentindo então o choque de minhas mãos geladas contra sua cintura quase febríl, continuei subindo minhas mãos e desabotoei seu sutiã com calma.

_O que está fazendo? –Kate parou e gaguejou por um instante, afastando meu corpo do seu lentamente.

_V-você quer que eu pare?

_Ahn... –Ela sorriu aquele sorriso maldoso, que me proporcionava um certo arrepio na espinha, um certo medo. –Na verdade não, você sabe. Mas isso parece um pouco errado.

_E dês de quando você liga pra isso? –Voltei a beijá-la ofegante, ela voltou a afastar meu corpo do seu suavemente.

_Você está namorando a Cassie e eu estou namorando o Bert, não acha errado?

_Quem se importa com isso agora? E afinal, a Cassie me trocou pelo Novak, acho que eu sou tediante de mais pra ela. –lhe sorri. –Olhe para nós, Kate, por que parar agora se é isso o que queremos? Não minta, eu vejo que você quer tanto quanto eu.

Ela sorriu maliciosamente, afirmando, e voltou a me beijar. Como sou canalha. Jogou-me ao seu lado e subiu em cima de mim, tirando a camisola, fiquei simplesmente paralisado, apreciado a simetria de seus pequenos, porem fartos seios. Continuo me sentindo um canalha.

_A propósito, você ficou incrivelmente mais lindo com esse cabelo. –E voltou a me beijar ofegante, enquanto se esforçava para tirar meu cinto.

Seu corpo quente, magro e definido suava junto ao meu, suas mãos passeavam por meu corpo enquanto ela beijava e lambia meu pescoço. Eu não podia mais parar. Que se foda toda essa merda. A coloquei abaixo de meu corpo novamente, tirei-lhe a ultima peça de roupa que sobrava, olhando em seus olhos, procurando afirmação. Ela sorriu-me sedutora e voltou a me beijar e mordiscar a região do pescoço. Abri a gaveta do criado-mudo ao lado sem olhar, tateando a procura do envelope quadrado do qual estava faltando à ocasião.

_Você não vai se arrepender disso amanhã, não é? –Lhe sussurrei rente ao ouvido da maneira mais sensual que pude.

_Provavelmente eu vou esquecer disso amanha. –Ela resmungara, a voz ofegante enquanto eu lhe mordia o pescoço. Arranquei minha ultima peça de roupa e abri o envelope enquanto ela me olhava. É, que se foda, meu desejo é mais forte que meu senso de ética.



Vai e vem; Vai e vem; A dança perfeita. Agora nossos corpos se moviam como um só, agora nós éramos um só. Ela sorria-me de uma maneira angelical e diabólica, inocente e maliciosa, os olhos brilhavam e reviravam acompanhando o vai e vem de seus gemidos tímidos, enquanto me arranhava as costas pedindo por mais e mais. Ela me puxava os cabelos com força, como selvagem. Vai e vem; Vai e vem; Ofegávamos juntos, o suor pingando de nossas peles. Eu ignorava o cenário rodando a minha volta, a tontura era incrível, o prazer era incrível. Eu ofegava fortemente, tentando oprimir meus gemidos enquanto os dela pareciam cada vez mais altos à maneira que nossa dança ficava mais rápida. Por fim, o ultimo gemido, a ultima estocada, soltei todo o ar de meus pulmões e parei de respirar por alguns milésimos de segundos, como se tivesse morrido e ressuscitado. Deus, como aquilo era divinamente prazeroso. Joguei meu corpo cansado ao lado da garota e lhe sorri enquanto ela me abraçava. As respirações foram se acalmando, nenhuma palavra, não tínhamos fôlego pra isso. Sentia seu coração contra o meu corpo, agora tomando um rumo mais calmo. Por favor, não se esqueça de mim amanhã de manhã. Eu pedia em silencio enquanto a garota voltava a pegar no sono, em meus braços.



Acordei com a luz do sol passando pelas frestas da cortina e deixando o quarto à meia luz. Pássaros cantando e o barulho da estrada ao fundo, com seus carros e caminhões, podia fechar os olhos e imaginar cada um dos caminhoneiros levando seu rumo enquanto o barulho me passava pelos ouvidos. Continuei fitando cada feixe de sol que chegava até o chão do quarto, uma sensação de letargia ainda tomava conta do meu corpo, será que morri? Olhei ao meu lado e não pude deixar de sorrir, ela dormia calmamente, a mão sobre meu peito. Abracei-lhe lentamente e fechei meus olhos cansados, os barulhos vindos da rua pareciam como agulhas sendo enfiadas lentamente em meu cérebro. Suas mãos seu moveram.

_Bom dia. –Ela me sorriu com a voz rouca, seus dois grandes olhos marrons me olhavam.

_Bom dia anjo. -Minha voz se saiu mais cansada do que o esperado.

Ficamos por alguns minutos apenas nos olhando e sorrindo, sem nenhuma desavença, sem nos preocupar se havia ou não algo de errado naquilo. Conversamos sobre as coisas mais banais enquanto fumávamos o primeiro cigarro do dia, um pouco envergonhados de estarmos nus, mesmo apesar da noite passada. Eu me mantinha calmo mas sentia certa euforía vinda da garota, ela não disse nada, apenas continuava corada.

Beijamos-nos de novo, e de novo.

E então nos ocorreu a batida porta, olhamos assustados um para a cara do outro. Mais batidas, os olhos de Kate se esbugalharam, quase saltando das órbitas.

_Responda! –Kate me sussurrou amedrontada.

_Ville, você tá acordado? –Era a voz de Bam.

_Oi, estou sim... N-não entre, estou sem roupas. –Eu continuava olhando para a cara de Kate, procurando alguma solução.

_Você achou a Kat ontem à noite? Ninguém a viu até agora, ela não estava com o Bert, como você disse... –Silencio. –Então, você viu ela?

_Não.

_Posso entrar?

_Ah, não. –Fiz como se fosse me levantar, Kate segurou meu braço espantada.

_Não. –Ela sussurrara.

A maçaneta da porta começara a virar, me levantei corri mesmo sem as roupas até a porta e a segurei. Kate colocara as mãos sobre o rosto, envergonhada. Aquilo não era nada romântico para uma primeira noite.

_Me deixa entrar, Ville. –Bam tentava girar a maçaneta, mas eu a segurava.

_Eu já disse que não. Estou pelado, porra.

_Ville, eu vi nas câmeras... Eu sei que ela está aí, eu não vou contar pra ninguém, me deixe entrar. –Disse num tom de voz mais baixo. Lhe pedi um segundo, coloquei meu calção e pulei na cama.

_Entra.

Bam abriu a porta lentamente, o sorriso debochado de ponta a ponta.

_Ai, que bonitinhos. –Pulou na cama e se colocou entre mim e Kate. –Eaí, casal? A noite pelo jeito foi quente, vai dar um ótimo filme pornô. –Ele riu enquanto Kate corava rapidamente, cobrindo o corpo com o cobertor azul bebê, abaixou a cabeça sem dizer uma palavra.

_Bam, por favor... Agora não é hora, ta bom? E sabia que isso é invasão de privacidade?

_Vocês dois aceitaram isso quando assinaram os termos de condições da viajem. –Bam sorriu, colocando seus braços em volta de cada um de nós. –Well, agora é serio... O que os pombinhos pretendem fazer? Está todo mundo procurando a Kate lá fora, é melhor arrumar uma desculpa rápido ou contar tudo.

_Bam... –Kate começou do outro lado da cama. –Não conte nada disso pra ninguém, okay? É o nosso segredinho. –Ela sorriu. Eu lhe olhei nos olhos sem entender.

Manter segredo? Porque afinal?

_Por que isso? Não é mais fácil contarmos logo pra todo mundo? O que de pior pode acontecer? Eu levar mais um murro de Bert? Agüento numa boa. –Dei de ombros.

_Não é isso, Ville... –Ela suspirou, Bam olhava de um lado para o outro, como se fosse o filho caçula no meio da discussão dos pais. –Acho melhor não falar nada ainda, me deixa resolver tudo com o Bert, terminar direitinho com ele, e depois dizemos pra todo mundo que estamos juntos, assim não terá nenhuma briga. –Ela me sorriu apreensiva.

_Opa! Então quer dizer que é oficial? Vocês estão namorando agora? –Bam ria alto. Kate corou e abaixou a cabeça, e eu só consegui sorrir, por dentro, a vontade de levantar e dançar. Euforia.









































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The Love Cats _The Cure.


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