O Juramento Quebrado escrita por vivaopato


Capítulo 5
Thalia sempre vence


Notas iniciais do capítulo

leitores, por favor me desculpem pela demora, nao foi minha intenção, mas minha criatividade acabou. quem quiser me ajudar com sugestoes ou ideias, eu vou ficar muito agradecida.
boa leitura



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                Tudo estava preparado. Eu e as meninas tínhamos um plano invencível. Quíron levou a todos para o meio da floresta e falou as coisas de sempre, as regras e etc. Eu levei as caçadoras para o nosso lado do riacho. O plano já estava feito. Eu iria formar uma parede elétrica invisível acima do riacho, que impediria que qualquer um passasse.

                Layla era uma das nossas, e era filha de Hades. Ou seja, eu e ela viajaríamos pelas sombras até o lugar onde a bandeira do time azul (caçadoras = time vermelho) estava e pegaríamos e voltaríamos e venceríamos. Viva a Thalia!

                A nossa bandeira estava no fim do mundo, com duas caçadoras e um cão infernal (obra de Layla) guardando-a. A bandeira dos campistas estava no topo do Punho de Zeus. Como eu sei? Porque eles sempre a colocam ali. Gente sem criatividade é assim mesmo.

                A corneta familiar soou, anunciando que o jogo havia começado. Tudo já estava pronto. Eu e Layla demos as mãos e ela tocou em uma sombra. Num segundo, estávamos rodopiando no escuro. No outro, estávamos no topo do Punho de Zeus. E, como eu pensei, ali estava a bandeira. Estendi a mão para alcançá-la. Mas eu não consegui pegá-la.

                Sério mesmo, eu não consegui pegar a bandeira. Era como se tivesse uma barreira invisível ali. Ah, não mesmo! Eu não vou deixar meu plano infalível ser arruinado por isso.

                - Tem uma barreira de sombras ao redor da bandeira! – Layla falou.

                - Você consegue entrar e pegar? – perguntei.

                Nem mesmo havia guardas em volta do Punho. Estranho. Eles podiam ser patéticos e burros. Mas aquela Sophia não era tão palerma.

                - Acho que sim. – Layla disse e desapareceu.

                Alguns segundos depois, ela reapareceu. Sem a bandeira.

                - Está barrada. Provavelmente, só Sophia pode acessar essa barreira. – Layla explicou.

                Passei a mão pelos cabelos, nervosa. Eu não iria perder. O que é mais forte do que Hades? O que desfaz uma sombra? Falta de superfície! É isso! Se eu conseguir fazer a barreira voar, ela vai se desfazer e eu vou poder pegar a bandeira! YES! DÁ-LHE, THALIA!

                - Layla, é possível levantar uma barreira de sombras? – perguntei.

                - Acho que sim, por que? – ela respondeu.

                - Porque é isso que vamos fazer. Bom, eu posso... erh... flutuar... e você vai assumir o controle sobre a localização da sombra, ok? – falei.

                - Ok.

                - Prepare-se.

                Layla foi para um lado da bandeira e “abraçou” a barreira, de olhos fechados. Segurei os braços da garota e me concentrei em algo entre voar, levantar e flutuar. Dois segundos depois nós estávamos 3 metros acima do Punho. Estremeci com a altura.

                - Agora! – falei.

                Layla sumiu por alguns segundos e voltou com a bandeira em uma das mãos, a outra enlaçada fortemente com a minha. Nos deixei cair lentamente até o chão, abaixo do Punho. Abrimos os olhos e olhamos a bandeira azul tremulando. Sorrimos uma para a outra e rimos.

                - Algo engraçado a dizer, Caçadora? – ouvi uma voz falar atrás de mim. A voz que eu menos queria ouvir naquela hora. A voz de Sophia. Me virei.

                - A idiotice do time inimigo. – falei.

                Ela ficou vermelha de raiva.

                - Não somos idiotas! – gritou.

                - Eu não especifiquei o inimigo, Faz-Tudo. Mas se a carapuça serviu. – falei calmamente. Faz-Tudo era um apelido que eu tinha inventado. Bom, ela tinha sangue de quase todos os deuses.

                - Repete, Para-Raios. – ela falou, se aproximando.

                - Se a carapuça serviu. – retruquei.

                Ela grunhiu e me atacou com sua espada branca rapidamente. Mas não o suficiente. Ativei Aegis e com ele bloqueei o ataque. Tirei minha lança/lata de spray do bolso e a ativei. A vaca fez uma cara tão assustada, mas tão assustada que eu quase ri.

                - Eu conheço sua história, Cara-de-Pinheiro. Como foi ser árvore, voltar e descobrir que o homem que você amava era seu maior inimigo? – Sophia começou. Tremi com suas palavras e ataquei com mais força, espalhando eletricidade pela lança.

                Ela riu maldosamente. Caçadoras geralmente são boas com jogos de palavras. Mas eu era uma negação. Ainda me lembro da minha missão com as Caçadoras, há muitos anos, quando Zöe ainda era viva. Me lembro de como ela fez Silena Beauregard ficar atiçada com meia dúzia de palavras.

                - Eu não consigo imaginar, Cara-de-Pinheiro, como deve ter sido para você ter que lutar contra o homem que você amava... Ou ama, não é mesmo, Thalia? – Sophia continuou.

                As palavras dela não estavam apenas me irando. Estavam me entristecendo. Ela deu uma estocada que tirou minha lança. Arrisquei olhar para trás e vi Layla. Ela lutava com dois campistas ao mesmo tempo. Ela era muito boa. E eles não eram reis de esgrima, também.

                - Como foi para você, filha de Zeus, ver o homem que você amava se sacrificar por outra mulher, ainda mais sua melhor amiga, hã? – Sophia falou cruel.

                - Ou então, Thalia, como deve ser para você viver numa completa mentira? Participar da Caçada, mas desejar um homem? Que vergonha! – ela continuou.

                Suas palavras me atingiam com mais força que sua espada. E num momento de distração, Sophia tirou Aegis de mim. Layla olhou para mim. Seu olhar era uma mistura de pena, tristeza e decepção.

                Layla tinha conseguido desarmar os dois campistas. Recuamos até encostarmos as costas umas nas outras.

                - Viagem pelas sombras, Layla, agora. – murmurei, pegando sua mão.

                Ela fechou os olhos, mas não saímos do lugar. Olhei para Sophia, e ela sorria. Ela fez sinal de ‘não’ com o dedo indicador.

                - Aqui não, Thalinha. – ela falou sarcástica.

                Então algo me atingiu. Não fisicamente, mas eu me senti revigorada. Senti como se houvessem duas Thalias em mim. Uma delas era a que eu sentia que era eu. A outra era brutal. Forte, poderosa. Imortal por completo. Masculina.

                Vamos, Thalia. Você consegue.

                Ouvi a voz grossa de meu pai falar em minha mente e entendi. Ele estava me ajudando a ganhar. De um jeito pouco convencional, talvez. Mas eu sentia meu pai em mim.

                Invoquei alguns raios ao meu redor. Só para assustá-la. Bom, digamos que funcionou. Senti Layla respirar fundo. Uma fenda se abriu no chão e os dois campistas com ela estava lutando caíram.

                Pai, pensei, por favor, leve Layla daqui, até a fronteira. Eu quero ganhar!

                Mas uma voz rouca e grossa, que não era a de meu pai me respondeu.

                Não sou seu pai, Thalia, mas posso levar Layla até a fronteira. E eu sei que quer ganhar. É igualzinha a seu pai, sempre querendo vencer. Boa sorte com minha neta.

                Eu reconheci a voz. Claro.

                Hades ?, perguntei.

                Não, Poseidon. Claro que sou eu, Thalia. Tchau. Te vejo em breve.

                Então eu senti Layla desaparecendo e pensei. É, as Caçadoras venceram. Mas eu ainda não.

                - Agora somos só eu e você, Cara-de-Pinheiro. – Sophia falou zombeteira.

                - Com certeza, Faz-Tudo.

                Então a espada mais linda do mundo apareceu em minhas mãos. Ela era enorme, grossa e muito comprida. E não pesava nada em minha mão. Ela era azul, como se fosse o Raio de meu pai. Eletricidade cruzava sua lâmina. Então eu entendi. Ela era o Raio. Mas a o Raio no formato de espada. Aparentemente Sophia também tinha entendido, porque sua boca se abriu num perfeito O.

                - Vem agora, Faz-Tudo! – desafiei. Eu nunca me sentira tão bem. E eu nunca tivera tanta vontade de encontrar uns monstros e tostar um por um.

                Sophia girou a espada e avançou. Nós tínhamos movimentos quase sincronizados. Ela lutava bem. Mas não tanto. Eu tinha mais de cem anos de prática. Eu dava estocadas mais fortes e rápidas. Ela se distraiu e a espada/raio raspou seu antebraço, fazendo um corte, cujas bordas estavam queimadas. Sophia gemeu e fez um pequeno corte na minha perna.

                Eu quase não senti o corte. A euforia gritava mais alto. Senti a aproximação de campistas e caçadoras ao nosso redor. Mas ninguém ousou se meter.

                Desarme-a, filha!

                A voz de meu pai falou outra vez em minha mente, acompanhada de outras duas. Hades e Poseidon. Afe.

                Estocadas baixas, Thalia, na perna, ou na lateral da coxa.

                Escutei a voz de Hades falando.

                Não sejam burros, não os escute, Thalinha. No ombro. Ataque no ombro.

                A voz de Poseidon falou.

                Se eu não estivesse tão concentrada, teria rido. Fiz um pouco de cada. Tentei atingir Sophia no ombro, mas ela bloqueou o ataque com a espada. Ela tentou me imitar. Eu invoquei um raio que caiu a alguns centímetros dela, e ela recuou antes de a espada desferir o golpe. Tentei ferir a lateral da coxa dela. Um corte de raspão, como o do braço apareceu ali.

                Invoque raios, filha!

                Um trovão! Posso fazer tremer a terra, Thalinha?

                Não seja bobo, Poseidon! Thalia, escute seu titio Hades, encoste a ponta da espada no chão.

                Fiz um raio cair ao meu lado, acompanhado do som grave de um trovão. Então toquei a ponta da espada no chão. E uns 3 esqueletos apareceram. Eles foram para a minha frente. Sophia fez eles voltarem ao Mundo Inferior imediatamente.

                Então a terra tremeu. Alguns campistas e caçadoras ao nosso redor caíram no chão. E Sophia caiu para trás com força. Fiz começar a chover. As gotas de chuva em meu rosto se misturaram a uma lágrima de euforia. Me ajoelhei ao lado de Sophia, que agora pressionava o corte no braço com força.

                - Não ouse mais falar de mim, Faz-Tudo. Nunca mais. Ouviu bem? Ah, e antes que me esqueça... – falei, dando um corte no seu ombro no final.

                Obrigada, pai. Obrigada, tio Hades e obrigada, tio Poseidon.

                Agradeci mentalmente aos três.

                Não foi nada, bebê. Os três falaram ao mesmo tempo.

                Senti a presença eufórica de meu pai me deixando. Depois a de Hades. E por último, ouvi a voz de Poseidon.

                Qualquer coisa, entre em contato comigo, boneca. Estou livre a semana toda.

                Galanteador barato, pensei. Mas eu sabia que ele estava brincando.

                Ok, tio Poseidon.

                Senti a euforia dele saindo de mim. E fui tomada de repente por uma sensação de puro cansaço. Me senti a ponto do desmaio. As coisas ficando turvas, os sons sumindo, e eu tombando. E braços fortes me segurando antes que eu caísse. Afinal, Thalia sempre vence.


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Notas finais do capítulo

beijos
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