No Meio do Nada escrita por Mandy-Jam


Capítulo 14
Capítulo 14 - By your side


Notas iniciais do capítulo

Tam tam tam taaaaam!
O que será que aconteceu com House no capítulo anterior?
Vejam agora!



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Wilson segurou a mão de Cuddy.

“Calma. Respira fundo.” Disse ele.

Ela respirou fundo, mas foi interrompida pela náusea forte que estava sentido. Ela virou para o lado e vomitou.

“Vou morrer...” Falou ela.

Wilson queria poder discordar, mas sabia que nela a doença já estava em um estágio muito avançado. Não demoraria muito... Talvez mais alguns poucos dias. Talvez até menos.

“Não fale assim.” Disse Wilson.

“Você sabe que é verdade.” Disse ela desanimada.

“Todos nós vamos, pelo visto.” Suspirou ele.

“Isso é o que você pensa.” Disse House.

Cuddy e Wilson olharam para ele sem entender.

“É o que eu penso?” Repetiu Wilson. “Geralmente é o que acontece com os pacientes com meningite.”

House sorriu. Cuddy conhecia aquele tipo de sorriso. Geralmente ele vinha antes dele perguntar: “Posso fazer um exame maluco que vai por a vida do paciente em risco, só para ganhar uma aposta?” ou algo irresponsável e doido do tipo.

“O que vai fazer House?” Perguntou ela.

Foi só aí que ela notou que House segurava a perna do piloto. Ele tinha arrastado o corpo da beira do mar até onde as árvores começavam a surgir.

“É hora do show.” Disse ele.

Wilson ficou sem entender, e Cuddy ficou simplesmente assustada.

“O que vai fazer com um cadáver?” Perguntou Wilson.

“Sabe...” Falou House ajoelhando-se. “É como eu sempre digo... Se não pode se divertir com os exames, se divirta na autópsia.”

“Você não fala isso.” Lembrou Cuddy.

“Eu sei. Só achei a frase interessante.” Concordou ele.

House preparou o cadáver no chão. Os pés dele estavam apontados na direção de Wilson e Cuddy, e a cabeça dele estava apontada para o mar.

“O que tem em mente?” Perguntou Cuddy. “Agora não acha mais que é meningite.”

“Não, não acho.” Falou House.

“Você é completamente maluco.” Disse ela. “Tudo se encaixa. Até os meus sintomas...”

“Você não tem meningite!” Exclamou ele. “Isso acontece com qualquer um que fica em baixo do Sol infernal de uma ilha deserta.”

“E também acontece com qualquer um que tenha pegado o mesmo avião que um cara com meningite. Mas é claro, eu esqueci que isso é loucura.” Comentou Cuddy.

“Silêncio!” Pediu House. “O show ai começar.”

Ele sorriu e olhou para o piloto.

“O que acontece quando você trabalha intensivamente pilotando um avião, rodando todos os lugares do mundo em poucos dias?” Perguntou House enquanto procurava alguma coisa no chão.

“Você fica cansado?” Chutou Wilson.

“Cansado e com fome.” Disse House. “Mas se você é um piloto você não tem tempo para comer calmamente. Pelo menos não se você quer ganhar mais dinheiro.”

“Então o cara não tinha tempo. E daí?” Disse Cuddy.

“Daí que ele vai até um fastfood e pede um hamburger para matar a fome.” Continuou House. “E a carne do hamburger ás vezes não é da melhor qualidade...”

“Acha que o cara tem vermes?” Disse Wilson franzindo o cenho. “Passou de um diagnóstico que explicava tudo para um diagnóstico que não explica nada!”

“Ao contrário. Explica tudo.” Insistiu House. “Ascaridíase.”

“Ascaridíase não explica a convulsão.” Lembrou Cuddy.

“Sim explica.” Disse House. “No intestino delgado o verme produz ovos, que penetram na corrente sanguínea. Acaba atingindo fígado, coração e pulmões, onde sofre algumas mudanças e aumenta de tamanho. Agora me digam... Onde a corrente sanguínea vai dar?”

Ele olhou para Wilson e Cuddy esperando por uma resposta, e os dois encolheram os ombros.

“Pra todo lugar.” Respondeu Wilson.

“Uma vez em um milhão uma larva pode acabar perdendo o rumo e parando no lugar errado. Tudo bem, ela não vai sobreviver, pois esses bichinhos magníficos precisam chegar ao pulmão.” Continuou ele. “Mas se ela chegasse ao cérebro...”

“Ela não... Não chegaria.” Falou Wilson franzindo o cenho.

“Se chegasse... “Insistiu House. “Bem... O cérebro é uma rede de fios. Se você puxa um...”

“Provoca danos no outros.” Completou Cuddy. “Não pode ser isso...”

“Pode, e é.” Disse House.

“As chances de ele ter pego ascaridíase comendo em um fastfood são quase nulas!” Exclamou Wilson. “Se fosse assim milhares de pessoas estariam contaminadas.”

“Não seriam quase nulas se ele tivesse que comer em um restaurante ou fastfood de quinta categoria por causa dos horários de vôos!” Exclamou House. “É sério... Esses horários são uma loucura.”

House levantou as sobrancelhas e abaixo-as rápido. Wilson revirou os olhos.

“A larva grudou no cérebro dele, talvez por causa da pressão dentro do avião... Não tem como saber. Mas está lá! E provocou a convulsão.” Explicou House.

“E quanto ao co-piloto?” Perguntou Cuddy. “Ascaridíase não explica o desmaio.”

“Mas explica a parada respiratória, que explica o desmaio.” Falou House. “A falta de oxigeno fez com que perdesse a consciência.”

Wilson e Cuddy nem mesmo piscavam. Eles estavam perplexos.

“Moral da história...” Falou House. “Quem come carne ruim, morre em um acidente de avião.”

“Então... Não temos meningite!” Sorriu Wilson aliviado.

“Meningite?” Perguntou House fingindo-se surpreso. “Quem foi o idiota que pensou nisso?!”

“Mas não tem como provar.” Falou Cuddy pensativa.

“Provar o que?” Perguntou House.

“Que é mesmo ascaridíase.”

Foi aí que ele sorriu de um jeito malévolo.

“Claro que sim. Afinal... É para isso que serve uma autópsia.” Disse.

Ela olhou-o como se fosse louco. Com ele poderia fazer uma autópsia em uma ilha deserta, sem nenhum instrumento cirúrgico?! Era impossível.

“Não tem como fazer uma, House. E você sabe disso.” Falou Wilson.

“É mesmo?” Disse House.

Ele se ajoelhou e pegou o que estava procurando antes no chão. Lá estava. Uma pedra. Ela tinha uma parte pontuda, e o resto da superfície era arredondada. Era do tamanho do um sapato tamanho 36, e para House, aquilo serviria perfeitamente.

“House!” Exclamou Cuddy. “O que vai fazer?!”

“A larva está aqui.” Disse ele apontando para a cabeça do cadáver. “Só tenho que achá-la.”

“Vai abrir a cabeça dele com uma pedra?!” Exclamou Wison assustado. “Não pode fazer isso!”

“É a lei da selva. Ou é ele, ou somos nós!” Falou House. “E considerando que ele já está morto... O trabalho é mais fácil.”

“Como vai explicar para os parentes o que aconteceu com a cabeça dele?!” Perguntou Cuddy tensa.

“Acidente de avião.” Respondeu ele.

“Vai mentir?!” Perguntou ela.

“Isso te surpreende tanto assim?!” Perguntou House e depois revirou os olhos.

“Você não pode...!” Cuddy foi interrompida.

“Essa vai ser uma cena forte. Sugiro que não olhe.” Alertou ele.

Cuddy estava pronta para pedir á Wilson para impedi-lo, mas ele notou que não adiantava impedir House. O oncologista foi até Cuddy e virou-a para que olhasse só para as árvores, que nem ele.

House levantou a pedra e começou a bater.

Cuddy e Wilson fitavam as árvores, tentando ao máximo ignorar o som que estava sendo produzido, mas o som era simplesmente terrível demais para ser simplesmente ignorado. Os dois sentiam com se fosse a cabeça deles sendo esmagada por uma pedra. Mesmo não querendo imaginava o sangue, a dor que sentiriam se fossem eles ali.

Depois de vários minutos as batidas de House pararam.  Eles não tiveram coragem de se virar para ver o resultado do experimento, por isso preferiram aguardar por alguma reação vinda do House.

“Parabéns, é uma linda larvinha.” Disse House para o defunto.

Wilson se virou devagar e notou que House havia arrastado o corpo do piloto para trás de uma pedra, de modo que não desse para eles verem a cabeça esmagada.

“Eu não sei se vomito ou comemoro.” Admitiu Wilson.

“Acho que pode fazer os dois.” Refletiu House.

Wilson concordou silenciosamente, e House sorriu. Ele olhou para Cuddy ainda sorrindo.

“Você não vai morrer.” Disse ele.

Cuddy respirou fundo, e por fim sorriu.

“Você é... Incrível.” Sorriu ela.

“Eu sou, não é?” Riu ele.

“Va-Vamos avisar aos outros.” Falou Wilson. “Acho que vão gostar de saber disso.”

“Também tenho esse pressentimento.” Falou House. “Por que você não vai falar pra eles”?

Wilson franziu o cenho.

“Por que eu?” Perguntou.

House olhou para Cuddy, e depois desviou o olhar para Wilson.

“Por que está quente pra cacete. E eu não quero ter que voltar andando no Sol para pegar o Walk-Talk. Até porque, eu já descobri o que estava errado com eles.” Disse House levantando e jogando a pedra na areia.

Wilson soltou um suspiro.

“Bem... Acho que é o preço que se paga por estar vivo.” Disse Wilson. “Mas... Por que você deixou o Walk-Talk na areia?”

“Desculpe.” Falou. “É que estava no meu momento de inspiração.”

Wilson revirou os olhos e começou a atravessar o Sol infernal á procura do Walk-Talk, enquanto House o observava sumir na claridade.

Depois que Wilson sumiu, ele olhou para Cuddy.

“Está melhor?” Perguntou ele.

“Não.” Sorriu ela. “Mas eu vou ficar.”

Ele também sorriu.

“Está me devendo uma.” Disse ele andando até ela e sentando-se ao seu lado.

Ela estava sobre uma pedra embaixo de uma árvore, e ao ver House se aproximando sorriu desconfiada e chegou para o lado, dando-lhe espaço para sentar também.

“O que está fazendo?” Perguntou ela sorrindo.

“Pegando uma... Sombrinha.” Falou ele olhando para cima. “É tentador, mas eu não gosto muito do Sol de 50 graus.”

Cuddy riu.

“E se eu dissesse que gosto?” Perguntou ela ainda sorrindo.

“Aí eu diria que é completamente louca...” Falou House.

Cuddy levantou e ia começar a andar na direção da areia banhada pelo Sol, mas House segurou seu braço.

“... E pediria para que ficasse na sombra comigo.” Completou ele.

Cuddy olhou para ele ainda sorrindo, mas sem dizer nada.

“Eu também posso ir para o Sol com você, mas aí você não vai gostar de me abraçar suado.” Disse ele.

Ela franziu o cenho.

“E quem disse que eu iria...?” Antes dela terminar a frase House puxou o seu braço, o que a fez perder o equilíbrio e cair em cima dele. “... Abraçar?”

House fitou seus olhos.

“Desculpe.” Disse ele sem piscar. “Foi sem querer.”

“Tudo bem...” Murmurou ela fitando seus olhos também.

Era um momento romântico perfeito, pela visão dela. Os olhos de House eram tão azuis quanto a água clara do mar. Certo, o calor fazia com que ela sentisse dor de cabeça, mas naquele momento ela se sentiu... Bem. Perfeitamente bem. Até que...

“Aí!” Deixou escapar ela, quando House apertou sua bunda.

“Foi sem querer também.” Falou ele.

Ela revirou os olhos. O momento tinha acabado ali, mas fazer o que? O House é o House.

“Claro que foi sem querer.” Falou ela.

Cuddy se virou e sentou-se ao lado dele, e os dois ficaram lá por um tempo sem dizer nada. Só aproveitando a notícia de que não iriam mais morrer... De meningite, pelo menos.

“É mesmo?!” Falou Chase pelo Walk-Talk. “Câmbio.”

“Isso... Isso é ótimo!” Exclamou Taub.

“Sim.” Falou Wilson. “O House acabou de achar a larva e...”

Chase desligou o Walk-Talk. Sabia que não ia morrer e que House estava certo, por isso resolveu deixar o Taub ouvir a explicação.

Kutner que estava do seu lado sorriu feliz.

“A gente não vai morrer! A gente não vai morrer! A-A gente não vai...!” Chase tampou-lhe a boca.

“Sh!” Pediu.

Chase olhou para trás. Cameron estava á uma distância deles dormindo debaixo de uma árvore.

Kutner entendeu o recado. Ele se afastou de Chase delicadamente, e começou a dançar em silêncio. Chase riu.

“Eu dou a notícia á ela.” Falou ele.

“Ok.” Sussurrou Kutner ainda dançando.

Chase caminhou até ela, e quando chegou perto se agachou e a olhou por um momento. Ela tinha uma expressão serena enquanto dormia.

Suavemente Chase beijou seus lábios. Cameron abriu os olhos devagar. Quando ele terminou o beijo, afastou seu rosto do dela um pouco.

“Bom dia.” Falou ele.

“Bom... Dia.” Falou Cameron hesitante.

“Quer saber das novas?” Perguntou ele.

“O que?” Perguntou ela ajeitando o cabelo. “Acharam uma laranjeira ou coisa parecida?”

“Achamos uma larva.” Sorriu Chase.

Cameron piscou os olhos sem entender.

“O... O que?!” Perguntou ela franzindo o cenho.

“O House achou. No cérebro do piloto.” Falou Chase. “Foi o que provocou a convulsão.”

Cameron demorou alguns segundos para entender.

“Isso quer dizer que...” Começou ela.

“Não, nós não temos meningite.” Sorriu Chase.

Cameron abriu um sorriso. Ela não acreditava no que estava ouvindo.

“Chase!” Comemorou abraçando-o. “Vamos viver!”

“Eu sei!” Sorriu ele ao ser abraçado.

“Maravilhoso!” Sorriu ela afastando-o do abraço para poder olhar seu rosto. “Incrível!”

“Absolutamente.” Concordou Chase.

Cameron beijou-o. Chase retribuiu o beijo. Ela passou suas mãs pelas costas dele, e depois pelo seu peito. Ele sentiu isso e então a puxou para mais perto dele.

Os dois tinham se esquecido totalmente que ainda estavam presos naquele lugar, mas isso não era coisa para se preocupar no momento.

Kutner andou para perto deles.

“Então como ela reagiu...?” Parou ao ver que os dois estavam um pouco... ‘Ocupados’ naquele momento. “Ahm... Esquece.” Sussurrou ele.

Kutner se virou e foi para longe, deixando-os á sós.


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Notas finais do capítulo

Então...O que será que eles vão enfrentar no próximo capítulo?Vejo vocês lá!Ah, e espero reviews!