Edward esperava que Bella fosse corajosa o suficiente para encontrá-lo no corredor da cozinha naquela noite, como costumavam fazer antes. Ele se dirigiu àquele lugar, pressuroso e esperou.

Ele não se decepcionou. Pouco tempo depois Bella Swan apareceu, muito vermelha e esbaforida, sem querer encará-lo.

– Que bom que veio! – Ele exclamou avançando para beijar-lhe o rosto. Bella nada disse, apenas encarou o chão. – Eu a estou constrangendo não é?

– Não é isso, é só... – Bella mordeu o lábio inferior sem perceber. – O que é isso? O que você quer comigo Edward?

– Como assim? – Ele quis saber.

– Existem tantas moças bonitas e bem educadas. A própria Srta Hale parece gostar do senhor. O que quer justo comigo? – Bella perguntou angustiada.

– Eu nunca conheci nenhuma garota da alta sociedade que fosse tão profunda e interessante como você Isabella. Elas são rasas e vazias. E acredite-me quando digo que você não perde nada em beleza para elas. – Edward respondeu sorrindo ternamente.

– Mas não pode ser sério não é? Não me faça ter esperanças, por favor. Eu sei que isso não pode ir adiante entre nós. – Bella falou.

– Eu sei que isso é incomum, mas eu não pretendo deixá-la me escapar Isabella. Não importa o que as pessoas dirão, vou me casar com você. – Edward declarou apaixonadamente.

Bella o encarou com os olhos muito abertos e brilhantes.

– Não brinque comigo! – Ela exclamou.

– Mas eu não estou brincando. Eu quero apenas me formar e encontrar um bom emprego, então me casarei com você. – Ele afirmou com tanta ênfase que Bella se assustou. Parecia estar falando sério.

E estava. Aquele pensamento lhe ocorreu ao ver Bella no jardim com Jacob Black. Edward soube, naquele instante, que ele poderia perdê-la se não fosse homem o suficiente para assumí-la, e tomou a decisão tão facilmente que ficou com medo de si mesmo.

– Fala sério Edward? – Bella teve que se certificar. Parecia bom demais para ser de verdade.

– Claro. Eu te amo Bella Swan, mesmo que nunca tenha amado a ninguém. – Edward falou.

Bella se jogou em seus braços, os olhos marejados de emoção.

– Eu também te amo Edward. – Ela soluçou em seu peito.

Edward ergueu o rosto da garota com as mãos e a beijou calorosamente, fazendo-a ofegar.

– Eu tenho que ir. – Bella sussurrou sentindo o corpo quente.

– Durma bem meu amor. – Edward murmurou e ela se afastou apressada.

Naquela mesma noite, Edward sabia que precisava fazer uma coisa urgentemente e saiu sorrateiro da casa, de madrugada, para isto.

Bella ainda estava dormindo quando ele voltou e se dirigiu silenciosamente ao quarto da garota.

Ela sentiu a cama afundar e um toque macio no rosto, então acordou. Ao abrir os olhos viu Edward a encará-la com ternura.

– Bom dia garota. – Ele falou animadamente.

– Edward! – Ela falou sentando-se apressadamente, esquecendo-se que estava de camisola, e que esta era velha e muito transparente de tão lavada.

– Eu precisava te dar algo, mas acho que você não vai poder usar agora, ou todos vão perguntar onde conseguiu, e eu não acho que devo falar sobre nós ainda. Se meu pai souber, ele vai me chantagear de todas as formas. Só quero contar quando tiver independência. – Ele falava rápido e Bella não estava entendendo nada.

– Do que está falando Edward? – Ela perguntou confusa.

– Do nosso noivado! – Ele exclamou e o coração da garota quase parou à menção da palavra. – Não podemos contar a ninguém por enquanto, mas eu queria te dar isso...

Ele falou e tirou um saquinho de veludo do bolso, entregando-o a Bella. Ela abriu as tiras de tecido que fechavam o saco e virou-o em sua mão.

Um belo círculo de ouro branco incrustado com um diamante muito brilhante repousou na sua palma.

Seu queixo caiu e ela olhou para Edward, espantada.

– Isso é para mim? – Ela perguntou estupefata.

– Ora, pra quem mais? Coloque! – Ele pediu.

Pegou o anel da mão tremula de Bella e o colocou em seu dedo. Ela ficou olhando para sua própria mão como se ela pertencesse a outra pessoa.

– Pena que não vai poder usá-lo ainda! – Edward exclamou olhando para ela embevecido.

– Edward! – Bella exclamou jogando os braços em seu pescoço. Ele a abraçou com firmeza. – Vou guardar isso com a minha própria vida!

– Eu sei que vai. – Ele alisou seus cabelos. Bella o soltou sorridente. E ele retribuiu o sorriso. – Preciso ir antes que todos acordem.

– Eu sei. – Ela resmungou tristemente. Edward riu e beliscou-lhe o lábio. Bella retirou o anel vagarosamente e o guardou em seu saquinho, escondendo-o em seguida dentro da fronha. – Obrigada.

– Não há de que. – Ele falou erguendo a alça a camisola dela que havia caído. A pele de Bella ficou quente no instante em que ele a tocou e ela corou intensamente. Edward levou o dedo à sua bochecha. – Adoro essa cor.

Em seguida ele puxou seu rosto para cima e a beijou.

Cada centímetro do corpo da garota esquentou e Edward se afastou ofegante.

– Vejo você mais tarde. – Ele falou saindo apressado.

A verdade é que ele estava fugindo. Estava prestes a fazer uma besteira e talvez Bella nunca o perdoasse se o fizesse. O que ele não sabia é que todo o corpo daquela menina pedia por ele como o de uma mulher.

O Sr. Carlisle Cullen estava no seu escritório lendo quando o mordomo bateu na porta e entrou trazendo a correspondência.

Dentre as cartas havia uma de uma pessoa desconhecida, mas que lhe era recomendada pelo sobrenome.

Rosalie Hale.

Seria irmã do amigo de Edward?

Ele abriu-a curioso, mas o que havia ali não foi nada agradável.

Senhor Carlisle Cullen,

Sei que não nos conhecemos, mas sinto que tenho o dever de honra de uma dama de lhe avisar sobre um caso muito perigoso que pode estar cercando a sua família e o seu nome.

Falo de certa Isabella Swan, que atualmente é empregada em minha casa. Sou irmã de Jasper Hale e devo dizer que essa moça o encantou do mesmo modo que fez com o seu filho. Ele não suporta qualquer palavra contra ela.

A moça em questão é uma pobre coitada sem família e muito esperta que agora está tentando dar um golpe em seu filho mais moço, que se diz apaixonado por ela.

Envio essa carta na esperança de ajudá-lo e de zelar pelo seu nome.

Respeitosamente,

Rosalie Hale.

O Sr.Cullen leu e releu a carta diversas vezes. Em seguida se levantou da cadeira e andou de um lado para outro do aposento, preocupado.

Se o que aquela moça estava dizendo era verdade, e ele tinha certeza de que era, então sua honra estava em risco. Ele conhecia bem o seu filho mais novo e sabia o quanto o rapaz era sonhador e metido a poeta.

Precisava mandar chamá-lo de volta. Daria uma desculpa qualquer e traria o filho para casa. Tinha que dar um jeito de afastá-lo de uma moça tão perigosa.