Os dois se encararam, cada um imaginando o que estaria acontecendo, de fato, ali. Nada daquilo fazia sentido.

- Bella... Logo que eu viajei, eu lhe enviei uma carta. Nela eu explicava o que estava acontecendo e... Outras coisas. Você não a recebeu? – Edward quis saber, seu coração quase pulando para fora do peito.

- Não, Edward... Todo esse tempo eu imaginei por que você desapareceu sem dar uma palavra... Depois essa carta chegou... Imagina como me senti? – Bella perguntou, sentando-se novamente. Começava a sentir as pernas fraquejarem mais uma vez.

- Eu nunca a abandonaria Bella. Eu... Esperava que você tivesse mais fé em mim. – Ele falou levemente magoado.

- Mais do que eu tive? Todo esse tempo, apesar das dúvidas, eu ficava me dizendo que tudo havia sido um engano, que você poderia explicar... – Bella falou mais uma vez com os olhos marejados.

- E mesmo assim se casou com Jacob Black... E está... Está... – Nessa parte, foi como se houvesse uma luz em sua memória. Olhou para a carta em suas mãos e leu-a mais uma vez. Em seguida compreendeu a coisa mais óbvia de todas ali. – Esse filho é meu?

Bella o olhou, chocada. Não tinha palavras para responder àquilo. Como poderia imaginar que Edward nem mesmo soubesse do filho que carregava, depois de todo esse tempo?

- Bella, me diga, está esperando um filho meu? – Ele insistiu, vendo que a garota estava paralisada.

- Claro que é seu Edward! De quem mais seria? – Ela perguntou indignada.

- Do seu marido! Ora, afinal, está casada! – Edward exclamou nervosamente, levantando-se da mesa e começando a andar de um lado para outro. Como resolveria isso agora?

Ele teria que tomar sua mulher à força, pois não permitiria que ela continuasse morando com outro homem, enquanto esperava um filho seu.

- Edward... Você não entendeu corretamente. – Ela precisava explicar o acordo que fizera com Jacob. – Jacob não é meu marido de verdade.

Edward parou de andar, franzindo a testa para ela.

- Do que está falando? – Ele quis saber, esperançoso.

- Jake está me ajudando. Ele é meu amigo, apenas. – Ela falou. Em seguida explicou as circunstâncias em que saiu da casa dos Hale, o pedido de Jacob e os aspectos de sua vida juntos.

Ao fim, Edward poderia ter pulado de felicidade. Aquilo tudo parecia bom demais para ser verdade.

- Ele nunca te tocou? Nunca estiveram juntos, como um casal? – Edward ainda perguntou, achando que estava sonhando.

- Apesar de dividirmos a mesma cama, Jacob é como um irmão para mim, e eu para ele. Nunca houve nada entre nós, Edward... Meu único homem sempre foi você. – Bella falou emocionada.

Edward sentiu seus olhos arderem e se aproximou da garota, ajoelhando-se à sua frente.

- Bella, eu nunca te abandonaria. Nunca. Eu a amo mais do que tudo na minha vida. Algo está muito errado nessa estória. Eu tenho escrito uma carta por semana desde que parti. – Ele falou, acariciando o rosto da garota levemente, com os dedos. Bella fechou os olhos e suspirou.

- Se é assim, quem, então, recebeu essas cartas? – Bella perguntou, abrindo novamente os olhos, encarando o homem tão confuso quanto ela.

- Isso nós descobriremos. Mas agora... – Dizendo isso, Edward se inclinou para frente e colou seus lábios nos da garota.

Cada fibra do seu corpo estivera esperando ansiosamente por aquele beijo. Pelo calor do corpo da garota. Sua lembrança não fizera jus à perfeição que era aquele toque. Todas as terminações nervosas em sua pele gritavam de prazer.

Edward levantou-se e puxou a garota para os seus braços, apertando os seus corpos num abraço sofregamente saudoso.

- Eu te amo tanto Bella... – Ele sussurrou.

- Eu também te amo Edward. – A garota respondeu mais feliz do que nunca.

- Eu não vou deixar que nada mais nos separe, meu amor. Vou resolver essa situação de uma vez por todas. – Edward falou. – Agora temos que ir à casa dos Hale. Foi para lá que enviei todas as minhas cartas e é lá que vamos começar a procurar.

Edward queria ir até aquele lugar imediatamente, mas Bella tinha outra coisa em mente.

- Não agora Edward. Há uma pessoa que merece uma explicação, antes de tudo. – Ela falou com firmeza. – Jacob foi a única família que tive durante todo esse tempo, foi quem cuidou de mim e me amou, amou minha filha e partilhou todos os momentos de felicidade comigo. Eu não posso simplesmente ir embora.

- Eu... Compreendo. – Edward falou, sem realmente compreender.

Apesar de tudo que Bella dissera, ainda sentia ciúmes. Deveria ter sido ele a estar ao lado de Bella durante aquele tempo. Ele deveria ter acompanhando o crescimento de...

- Sua filha? – Ele perguntou, percebendo o gênero da palavra.

- Sim. Jake e eu temos certeza de que vai ser uma menina. Apenas não escolhemos o nome ainda. – Bella falou sorrindo.

Edward se sentiu mal, sentiu-se excluído daqueles planos. Mas faria tudo para mudar isso. Ele era o pai. Ele estaria ao lado dela de agora em diante.

- Qual o nome de sua mãe? – Bella quis saber.

- Esme. Por quê? – Ele perguntou.

- Nada, apenas pensando em algumas ideias... – Bella falou distraída.

- Quando esse Jacob chega? – Edward quis saber.

- Logo mais à noite. Eu vou esperar para falar com ele, antes de qualquer coisa. – Bella falou decidida.

- Claro. Eu... Preciso resolver algumas coisas, procurar uma pensão para passar a noite, essas coisas. Mas voltarei logo. Quero estar ao seu lado quando falar com ele. – Edward disse, sem realmente querer se despedir da garota, tendo acabado de reencontrá-la.

- Certamente. Edward... Vou esperar ansiosa que volte. – Bella falou corando levemente. Edward sorriu e acariciou o rubor de sua face.

- E eu vou correr o mais rápido possível para você. – Ele falou, deitando-lhe um beijo no rosto. Então se lembrou de algo. – Bella... Lembra-se do anel de noivado que lhe dei, pouco antes de ir embora?

- É claro. – Bella puxou um cordão que levava ao pescoço. No fim do cordão estava o saquinho de veludo no qual o anel era guardado. Edward se sentiu emocionado em ver o lugar onde sua lembrança era guardada, perto do coração da garota. – Não houve um dia se quer em que eu não o olhasse, me perguntando onde você estava.

- Dê-me isso. – Ele pediu. Bella desamarrou o saquinho e despejou seu conteúdo na palma estendida do homem. Ele segurou o anel e puxou a mão da garota para si. – Não quero que o tire nunca mais.

Com isso, Edward colocou o anel no dedo de Bella, que deixou escapar um soluço baixinho.

- Nunca mais. – Ela falou, olhando para o homem ruivo à sua frente com amor. Ele a puxou novamente para os seus braços, dando-lhe um beijo apaixonado.

- Volto logo. – Ele disse, soltando-a com dificuldade e saindo para a rua.

Não importava o que havia acontecido ou o que aconteceria a partir de agora. Naquele momento, Edward Cullen se sentia o homem mais feliz na face da Terra.

Ao voltar para a delegacia, depois do almoço, Jacob Black encontrou uma garota que parecia meio nervosa, em frente ao prédio. Ela era morena e tinha belos olhos negros.

- Posso ajudá-la? – Ele perguntou.

- Ah... – A garota sentiu sua respiração acelerar ao mirar aquele homem. – Eu... Sou irmã do Sr. Clearwater. Eu... Estava na dúvida se poderia entrar.

- O novo recruta, Seth? – Jacob perguntou sorrindo.

- Sim. – Ela respondeu timidamente.

- Venha, levarei a senhorita até ele. – Jacob falou, estendendo o braço para a senhorita.

Levou-a até a sala de descanso dos policiais, onde Seth se encontrava, tirando um cochilo. Jacob fez sinal com o dedo para que ela fizesse silencio e em seguida se aproximou do jovem recruta.

- Atenção! – Ele exclamou em voz alta, parado ao lado da cadeira onde o rapaz descansava. O pobre coitado tomou tamanho susto que se esparramou no chão, com cadeira e tudo.

Tanto sua irmã quanto Jacob caíram na mais divertida gargalhada, ao vê-lo se levantar, aparvalhado.

- Sua irmã veio vê-lo, recruta. – Jacob falou, tentando parar de rir.

- Claro, minha irmã. Obrigado senhor. – O rapaz sentiu-se envergonhado por ter sido flagrado cochilando por um superior.

- Ora, não faça essa cara, não vou matá-lo. – Jacob falou dando-lhe palmadinhas amigáveis nas costas.

- Obrigado senhor. – Seth ainda disse, corando. Jacob riu mais um pouco e em seguida resolveu se retirar.

- Vou deixá-los sozinhos. – Ele falou, andando em direção à porta.

- Espere, senhor. Minha mãe me mandou trazer algumas guloseimas para o meu irmão e tenho certeza de que o senhor apreciará a sua culinária. – A garota falou, corando furiosamente em seguida, bem como seu irmão. Odiava quando sua mãe o tratava como criança, exatamente como agora.

Ele era um policial, ora essa!

- Claro. Mas me chame de Jacob. – Ele respondeu.

- Sou Leah. – A garota retrucou.

Ela abriu a cesta que trouxera e de lá, retirou deliciosos biscoitos ainda mornos, que os homens devoraram rapidamente. Jacob gostou muito de Seth e de sua irmã. Pareciam ser muito boas pessoas.