Coroner Stories escrita por themuggleriddle


Capítulo 5
03:00 A.M


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a Ju_Vassallo, que deixou uma recomendação linda pra fic Muito obrigada, Ju *abraça*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/96404/chapter/5

- Aqui?

- Sim... Hey, será que você pode esperar um pouquinho para depois me dar uma carona até em casa? Eu poderia pedir para Jane me emprestar o carro dela, mas se o meu pai descobrir que eu dirigi ele me mata.

Tom concordou com a cabeça enquanto via o mais novo sair de seu carro e andar até a porta da casa na frente da qual ele havia estacionado. O homem virou-se no banco do motorista para alcançar uma pasta que estava no banco de trás e voltou a olhar para a casa da noiva de Peter, vendo que ele já havia entrado.

Riddle suspirou, abrindo a pasta e tirando de lá alguns papéis. Olhou para o relógio, vendo que já eram onze horas, e respirou fundo, quase se arrependendo de ter se prontificado a dar carona para Peter ao lembrar-se de que teria que acordar cedo no dia seguinte para ir trabalhar. Sacudindo a cabeça levemente, o homem esticou a mão para ligar o som, antes de voltar a prestar atenção nos papéis que tinha em mãos.

Tom não sabia dizer quanto tempo ficou sentado dentro daquele carro, esperando Peter voltar, mas sabia que, quando o mais novo finalmente apareceu na porta do veículo, pedindo para que ele destrancasse a porta, ele já havia quase terminado de ler todas as folhas que havia dentro de sua pasta e já havia perdido a conta de quantas músicas de Frank Sinatra já haviam tocado em seu som.

- Pronto?

Riddle olhou para o mais novo enquanto guardava as suas coisas, colocava o cinto e ligava o carro. Peter estava pálido, com os olhos verdes arregalados e com uma expressão assustada no rosto...

- Você está bem? – o mais velho perguntou enquanto virava a esquina – Parece meio assustado.

- Estou bem... Estou...

- Você não parece bem.

- Sério, Tom, eu estou bem... – Peter passou a mão pelos cabelos loiros enquanto inspirava fundo – Oh, Deus, Tom, eu estou ferrado! Jane está grávida...!

Assim que a palavra “grávida” chegou aos seus ouvidos, o homem não pôde evitar frear de repente, agradecendo a Deus que não havia mais ninguém naquela rua que pudesse bater em seu carro.

- O que?

- Ela... Ela acha que está grávida. Não, ela fez aqueles testes de farmácia, sabe? E deu positivo... Oh, Deus, eu estou tão ferrado! Não era para ser assim, não era! Nós iríamos nos casar e... e depois teríamos filhos e... – o loiro parecia estar prestes a desmaiar devido ao seu nervosismo.

- Peter, Peter! Olhe pra mim! Isso... Agora... Você e a Jenny...

- Jane.

- Jane... Vocês dois... se amam, não? – o mais novo concordou com a cabeça – Vocês vão se casar, você mesmo disse. O fato de ela ter engravidado não vai mudar muita coisa... Bom, talvez vocês tenham que adiantar o casamento, mas isso depende de vocês – ele soltou uma risada meio sem graça – Vocês dois não são mais dois adolescentes, entende? Não é uma coisa tão ruim ela ter engravidado, não é mesmo?

- É... – Tom sorriu um pouco ao ver que o outro estava se acalmando aos poucos.

- Viu? – o mais velho falou depois de algum tempo em que eles ficaram em silêncio – Não é um bicho de sete cabeças, quero dizer, é uma coisa... boa, não? Você vai ser pai, devia comemorar...

- É... acho que... eu talvez tenha... surtado um pouco quando ouvi a notícia. Quero dizer, foi meio inusitado.

- Tenho certeza de que foi...

- Tom?

- Diga.

- Devo falar para os meus pais?

- Ahm... Acho que não é a melhor idéia do mundo acordá-los no meio da noite para dizer que eles serão avós – ele riu e ficou aliviado ao ouvir a risada do outro – Converse com a sua noiva primeiro... Não.  Primeiro tenha certeza de que ela realmente está grávida. Ouvi dizer que esses testes de farmácia podem ser meio falhos.

- Certo...

Tom olhou uma última vez para o loiro, sentindo-se meio mal ao ver como ele ainda estava pálido demais e como estava com as mãos tremendo levemente, antes de voltar a olhar para a rua e ligar o carro novamente.

***

A mulher demorou um tempo para conseguir achar a chave certa da porta de casa graças à escuridão da garagem. Ela resmungou alguma coisa sobre como seu marido era preguiçoso demais para andar até a porta da garagem para acender a luz antes de achar a chave certa e abrir a porta.

- Não se esqueça de trancar a porta, Paul – ela falou para o homem que estava pegando o casaco dentro do carro – Estou deixando a chave aqui.

- Não é como se eu fosse deixar a porta de casa destrancada, Holly.

- Nunca se sabe – ela riu baixinho – Vou subindo, ver se Jane já está dormindo...

- Certo.

A mulher, Holly, tirou os sapatos de salto enquanto atravessava a área de serviço até chegar ao hall de entrada. Tirou a echarpe que estava enroscada ao redor de seu pescoço e começou a arrancar os grampos que seguravam o seu cabelo em um bonito penteado enquanto subia as escadas.

Assim que chegou ao andar de cima, Holly dirigiu-se ao quarto de sua filha, abrindo a porta lentamente e vendo que a moça estava deitada em sua cama, dormindo. Ela sorriu, aproximando-se o mais silenciosamente possível e debruçando-se sobre a cama até conseguir alcançar a filha, beijando os cabelos desta e sentindo uma estranha nostalgia, como se ela tivesse voltado alguns anos no tempo e estivesse dando boa noite para uma garotinha de dez anos.

- Mamãe te ama – ela murmurou, tocando levemente o braço da filha e percebendo como ela estava gelada – Também, quem mandou dormir de pijamas curtos? Estamos entrando em Dezembro... Jane – a mulher cutucou a moça de leve – Querida, acorde e vá colocar um pijama mais quente.

Holly franziu o cenho ao perceber que a moça não se mexera ao ser cutucada. Jane geralmente tinha um sono leve, por que é que ela não havia acordado?

- Querida – a mulher segurou o braço da filha com delicadeza e a puxou para que pudesse olhá-la – Oh, Deus! Oh, Deus... Não...N-Não... PAUL! PAUL, SOCORRO! OH DEUS! NÃO! NÃO, NÃO, NÃO! JANE! POR FAVOR, NÃO....!

Os gritos de Holly iriam chamar a atenção do marido, que viria correndo da garagem, quase tropeçando nos próprios pés, e também acordariam os vizinhos, mas com certeza não acordariam a jovem que estava estirada na cama, com a boca entreaberta, pele gelada e olhos sem brilho olhando fixamente para o nada.

***

Ele definitivamente odiava o toque do seu celular. Odiava também o barulho que o aparelho fazia quando vibrava sobre a mesa... Brrr-Brrr-Brrr... Era extremamente irritante. E aquilo tudo conseguia ser ainda mais irritante quando acontecia às três da madrugada. O homem abriu os olhos com dificuldade, enxergando apenas um borrão claro que machucava as suas retinas onde seu celular devia estar e estendendo a mão para pegar o aparelho.

- Alô? – a sua voz saiu rouca e ele se sentiu mal ao sentir aquele gosto de “acabei de acordar” em sua boca.

- Dr. Ridley?

- Riddle.

- Tanto faz – ele revirou os olhos, virando-se de bruços, apoiando os cotovelos no colchão e erguendo o corpo um pouco – Aqui é Jonathan Steer, sou da polícia e estou ligando a pedido da família Keiths.

- E o que a família Keiths quer comigo, Sr. Steer-da-polícia?

- Não posso dar todas as informações por telefone, mas, em resumo, a filha deles, Jane Keiths, foi encontrada morta há umas duas horas na casa deles – o homem do outro lado da linha explicou – A família ouviu falar do senhor, doutor, e pediram para que nós entrássemos em contato...

- Encurte a conversa: eles querem me contratar para saber o que aconteceu com a garota, é isso?

- Sim.

- Certo... Onde posso encontrá-los?

- Vou passar o endereço para você...

- Só deixe eu achar um lápis aqui... – o médico sentou-se na cama, ainda meio tonto devido ao sono, e tateou a mesa de cabeceira a procura de algum papel e lápis. Achou uma caneta, mas a única coisa feita de papel que havia ali e que não era um laudo de algum paciente era um livro que ele nem sabia qual era – Pode dizer – ele murmurou enquanto abria o livro e começava a escrever o endereço na primeira página, sentindo seu pulso travar enquanto escrevia apressadamente o endereço – Certo – Riddle girou as mãos, ouvindo pulso estalar – Ai... Certo, eu estarei ai o mais rápido possível... É, só vou passar para pegar uma colega... Não, ela trabalha comigo.

- Estaremos esperando, Dr. Riddle.

Assim que ouviu a ligação ser encerrada, Tom deixou-se cair de costas no colchão novamente. O homem fechou os olhos por um tempo, antes de abri-los novamente e olhar para a tela brilhante do celular. Uma risada sem humor saiu de sua boca enquanto ele procurava um número na lista de contatos, antes de levar o celular novamente até a orelha.

- Ahm... Olá?

- Normalmente as pessoas dizem “alô” ao atenderem o telefone.

- Quem é? – a voz arrastada e confusa do outro lado da linha perguntou.

- Riddle, quem mais seria?

- Riddle? O que você quer?

- Ora, só queria ligar para dizer como eu gosto de você, Granger, e, depois, mandá-la voltar a dormir.

- Riddle...

- A polícia acabou de me ligar – Tom sorriu ao perceber que a médica havia parado de tentar implicar com ele – Você queria trabalhar comigo, não? Me dê o seu endereço, levante dessa cama, vista-se, tente não parecer como alguém que acabou de ser acordada no meio da madrugada e me espere para eu pegá-la para irmos nos encontrar com quem nos chamou.

- Será que você não pode...?

- Alguém morreu e querem saber a causa da morte, isso é tudo o que você precisa saber agora... Vai me dizer o seu endereço ou não?

- Ahm, claro, claro...

Novamente, Tom sentou-se na cama, apanhou a caneta e o livro que estavam em cima da mesa de cabeceira e anotou o endereço que a colega estava ditando, rezando para que a sua letra saísse legível, o que seria meio difícil graças ao fato de que ele estava escrevendo tudo aquilo na completa escuridão de seu quarto.

***

Granger realmente havia se levantado, colocado uma roupa, arrumado as suas coisas, esperado por ele na frente de seu prédio e agora estava dentro de seu carro, mas ela parecera ter se esquecido do pequeno detalhe de “não parecer que fora acordado no meio da madrugada”. Os cabelos da psiquiatra estavam presos para cima numa espécie de coque mal feito, seus olhos estavam rodeados por olheiras e ela não parava de bocejar.

- Acorde.

- Estou acordada – ela resmungou, levando a mão até o cachecol enrolado em volta de seu pescoço e o arrumando.

- Você está dormindo em pé – o homem respondeu rispidamente – Trouxe seu jaleco?

- Sim... Você vai me contar o que houve?

- Não me disseram muita coisa, Granger, mas aparentemente uma mulher encontrou a filha morta dentro de casa e, como tem dinheiro suficiente para pagar um legista particular, decidiu me contratar para saber o que matou a garota.

- E o que mais?

- Eu só sei disso.

O resto da viagem até a delegacia foi silenciosa. Quando Tom estacionou o carro em frente ao prédio, Hermione já parecia mais acordada, embora meio ansiosa.

- Dr. Ridley? – um homem alto, de cabelos loiros escuros e olhos escuros adiantou-se até eles assim que eles entraram na delegacia – Fui eu quem ligou para o senhor, Jonathan Steer.

- Olá, esta é a Dra. Hermione Granger, psiquiatra forense – ele apontou para a mulher atrás dele – E meu nome é Riddle.

- Ah, certo.

- O que houve?

- A vítima é Jane Keiths, 27 anos. Os pais, Holly e Paul Keiths, saíram para ir a uma festa às oito horas da noite de ontem – o policial entregou alguns papéis para ele enquanto os guiava até uma sala vazia – Quando voltaram, uma e quarenta da manhã, a Sra. Keiths subiu para ver como a filha estava e a encontrou em seu quarto, morta.

- Algum sinal de anormalidade na casa?

- Não, doutor, tudo estava em ordem. As portas estavam trancadas, nenhum sinal de arrombamento, o quarto da moça estava intacto...

- Entendo – ele passou os papéis para Hermione – Vocês já tem algum suspeito?

- O noivo dela, doutor, Peter Wright, 29 anos – Jonathan explicou – Ele foi visto chegando na casa por volta das dez e meia da noite e saiu lá pelas onze e meia. Chegou em um carro, acompanhado de outro homem que, depois que ele saiu, foi embora junto com ele. Uma vizinha disse ter ouvido uma discussão na casa, provavelmente entre Jane e Peter, antes que ele saísse.

Riddle franziu o cenho enquanto prestava atenção na história, para depois perguntar:

- Já falaram com o rapaz?

- Wright? Não, ele está a caminho, junto com os pais e um amigo da família, o homem que foi visto junto com ele ontem a noite.

- Certo... O corpo?

- Continua na cena do crime.

- Ótimo.

- Vocês não mexeram em nada na casa, certo? – Hermione finalmente falou.

- Não, senhorita, deixamos tudo como estava.

- Muito bom.

Jonathan pareceu querer falar alguma coisa, mas, assim que abriu a boca para dizer o que queria, um barulho alto de portas sendo batidas foi ouvido do lado de fora da sala, seguido de gritos.

- V-Você... O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA FILHA!?

- Senhora, por favor...

- ELE MATOU A MINHA FILHA!

- Holly, nós não temos certeza de nada ainda...

- Você ouviu o que a Madeleine falou, Paul! Ela ouviu ele gritando com ela! Eles estavam BRIGANDO! O QUE VOCÊ FEZ COM ELA!?

- Peter, querido, não fique assim... Não... – outra voz feminina falou – Pare de acusar o meu filho, ele não fez nada.

- Nada? Nada, Cecilia? Minha filha morta não é nada!?

- Ora...!

Jonathan mordeu o lábio enquanto gesticulava para que os dois médicos o seguissem para fora da sala. Tom lançou um olhar rápido na direção de Hermione, como se dissesse para a médica se preparar para alguma coisa ruim, antes de pegar os papéis da mão dela, abaixar a cabeça e começar a lê-los.

- Sr. e Sra. Keiths – a sala ficou em silêncio absoluto enquanto o policial apontava para os dois médicos atrás de si – Esta é a doutora Hermione Granger, psiquiatra forense, e este é o legista que vocês pediram para chamar, doutor Tom Ridley...

O médico fechou os olhos e respirou fundo.

- Riddle.

- Me desculpe?

- Não é Ridley – ele murmurou, abrindo os olhos e erguendo a cabeça e olhando para Jonathan – É Riddle... Tom Riddle.

O homem ouviu a psiquiatra ao seu lado fazer um barulho engraçado, como se estivesse se engasgado com alguma coisa, e virou-se para ver que ela tinha os olhos fixos em alguma coisa na frente deles. Ao virar-se para ver o que chamava tanto a atenção dela, Tom Riddle sentiu como se todo o ar dentro de seus pulmões tivesse desaparecido.

***

Antes da N/A... Vocês se lembram de quando eu desenhava para as fics? Aí está: http://arileli.deviantart.com/#/d34cemt

Eu ia colocar o desenho aqui, mas o Nyah está se recusando a reduzir o tamanho dele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Ariane tentando dar uma de escritora de romance policial? Pfff, claro que não! Imagine...Alguém percebeu a invasão de OCs na fic? É, eu não sou muito fã de OCs, mas eles foram necessários ):Fui só eu que fiquei com vontade de apertar o Tom com aquele jeito de "acabei-de-acordar"? Bom, não tem muito o que falar desse capítulo, eu acho...o próximo é mais legalValeu, Moownk, por dar a idéia do nome da noiva do PeterCapítulo betado pela LetsCastelo Espero que tenham gostadoBeijos ;*Ari.