Full Circle escrita por Bella P


Capítulo 12
Capítulo 12




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Capítulo 12

A consciência voltou ao seu corpo o fazendo perceber uma vaga dor que percorria os seus músculos e aos poucos ia desaparecendo. Algo soou ao longe, um pingo d'água que ecoou por todo o lugar como um tilintar. Logo o odor fétido de mofo e umidade atingiu o seu olfato, o que o faria lacrimejar diante do cheiro forte, mas nada aconteceu. E então a dor finalmente sumiu seguida de um assalto violento aos seus sentidos assim que abriu os olhos.

Parecia que alguém havia dado zoom no ambiente ao seu redor, pois conseguia enxergar cada milímetro do que via. A poeira que cortava o feixe de luz entrando por uma fenda da janela era identificada grão por grão pelas suas íris. Até mesmo a luminosidade não era somente luz, mas sim a miríade de cores que a compunha no tom do arco íris. Um “clac clac” lhe chamou a atenção e virou-se na direção do som para ver um inseto sair de seu esconderijo e arriscar-se à superfície.

Mexeu o braço na direção do animal e o que viu foi um borrão pálido que foi na direção do pequeno grilo e o pegou. E então o som de algo se partindo vibrou em seus ouvidos e ao abrir os dedos o que restou do grilo capturado em sua palma foi apenas uma massa retorcida e irreconhecível. Tudo ali era irreconhecível, até mesmo a sua pessoa. Aos poucos se levantou, achando por um momento que as suas pernas iriam vacilar, mas as mesmas estavam firmes e o colocaram rapidamente de pé. Uma porta se fechou à distância, o que o fez se virar bruscamente e acertar uma mesa. Esperou pela dor por causa do encontro, mas o que aconteceu foi que a madeira partiu diante do impacto enquanto ele permanecia intacto.

Nada fazia sentido. Tudo estava confuso. Principalmente a ardência em sua garganta que parecia queimá-lo. Queimar. Franziu a testa. A sua última lembrança era confusa e ainda embaralhada, mas do que se recordava principalmente era a dor e então a queimação, com fogo não somente lambendo a sua pele mas também os seus órgãos, percorrendo pelo seu sangue a cada batida de seu coração.

Mais uma vez uma porta abrindo-se, com as suas dobradiças rangendo como se estivessem dentro de seus ouvidos, soou pelo lugar e se virou mais uma vez com os seus olhos focalizados diretamente na origem do som e nas escadas que gemiam sob o peso de alguém que descia vagarosamente os degraus.

- Finalmente. - o recém-chegado resmungou, largando aos pés dele o que parecia ser um filhote de cervo. - Não podemos chamar a atenção enquanto estivermos na cidade. Então vai ter que se contentar com isto. - a criatura ainda se retorcia e agonizava por causa de um ferimento na barriga que sangrava e o cheiro quando alcançou o seu nariz fez a ardência em sua garganta aumentar, o fazendo perceber que o que sentia era uma sede horrível e que estranhamente salivava por causa do cervo semi-morto. - Coma. Não é tão apetitoso quanto um humano, mas por agora terá que servir. - não esperou o estranho terminar, pois avançou no animal sem completa consciência do que fazia e cravou os seus dentes na carne do pescoço do cervo.

O mesmo debateu-se mais um pouco sob o seu aperto, mas logo jazia mole em suas mãos enquanto o sangue quente era sugado avidamente por sua boca e descia pela garganta aliviando um pouco a queimação, mas não sendo completamente suficiente. Ficou ao menos dois minutos saciando-se com a criatura até sentir-se satisfeito e o cervo ficar totalmente seco. Afastou-se, mirando o homem que sorria de canto para ele, tendo observado as suas ações por todo o tempo e não parecendo nem um pouco enojado com as suas atitudes.

- Eu o coloquei nesta casa vazia, neste porão, como garantia para que você não perdesse o controle quando acordasse. Mas é interessante saber que você parece bem controlado para um recém-nascido. Desorientado, o que é normal, mas ainda não saiu quebrando tudo. - o rapaz apenas observou o homem com um olhar extremamente confuso, girando a cabeça pelo seu redor, desnorteado. - Não creio que a minha mordida tenha afetado as suas cordas vocais. E mesmo que tivesse você teria se curado durante a transformação. Então, fale alguma coisa.

- Quem... - o garoto franziu a testa ao não reconhecer a voz suave e tilintada que saiu de sua boca. - é você?

- Ah... Uma pergunta clichê. - o homem deu um passo à frente e em um salto o rapaz recuou, surpreendendo-se por ter ido parar do outro lado do porão a vários metros de distância do desconhecido. - Qual a última coisa da qual se lembra?

Pensou, puxando pela memória do que se recordava. O Baile, a dança. Lembrava-se de Kaylee belamente vestida de cigana, rindo para ele e se divertindo com as suas trapalhadas e então aquela mulher apareceu, comentando algo na orelha dela e a menina pediu desculpas, lhe deu as costas e foi falar com um homem grande junto a mesa de comes e bebes. Pôde vê-los ao longe brigando, pôde vê-los indo embora do salão. Lembrava de tê-los seguido e visto que continuaram a brigar no estacionamento. Tentou defender Kaylee, mas foi insultado pelo homem e dispensado pela menina e então quando o casal sumiu por uma esquina no Camaro, um estranho apareceu.

Recuou mais ainda, mostrando os dentes e rosnando. Não era um estranho. Era aquele estranho. O mesmo que estava na sua frente perguntando do que ele se lembrava. Ele o tinha mordido, tinha dado início a queimação em seu corpo, ao sofrimento sem fim.

- Vejo que recordou. - o homem deu um passo à frente e ficou sob um feixe da luz do sol que entrou pela janela do porão. A pele oliva desbotada brilhou como pequenos diamantes, o que surpreendeu o jovem. - Vamos, não fique assim, eu fiz um favor a você. Ao menos vamos ser um pouco mais cordiais um com o outro. Que tal começarmos pelo nome? Sou Sebastian, e você? - o rapaz franziu as sobrancelhas, mas não desfez a postura ofensiva. - Achei que fosse mais civilizado. Meus companheiros irão chegar em poucos dias e não posso apresentar uma criação neste estado. - Sebastian soltou um “tsc” sob a respiração.

- Monroe. - disse o rapaz por fim.

- Ah... Monroe. - Sebastian deu mais um passo à frente, sorrindo diante de toda a postura defensiva do rapaz. Ele não mais rosnava, mas não confiava nele e parecia prestes e sumir dali diante de qualquer movimento suspeito, atitudes típicas de um recém-nascido, exceto pela estranha falta do instinto animal sobrepondo-se a racionalidade humana. Mas isto ele resolveria facilmente. Tiraria o rapaz daquele estado moroso e despertaria o lado mais selvagem e destruidor dele e quando terminasse, os Cullen nem saberiam o que os atingiram

E ele teria aquela Curadora nas mãos para fazer, finalmente, o que bem entendesse.

oOo

- Ele também não veio se é isto o que está pensando. - a voz de Edward fez Kaylee parar de rodar os olhos ao longo do corredor abarrotado de alunos que iam e vinham de seus armários, guardando material e seguindo para as próximas classes.

- É muito estranho. Já foram quase duas semanas. Tentei ligar para os pais dele, mas o telefone só dá ocupado e na única vez que conectou a Sra. Jackson me dispensou sem dizer meia palavra. - resmungou a menina enquanto guardava alguns livros no próprio armário.

- Já tentou a Secretaria? - Bella apoiou-se em uma porta do armário de metal ao lado dela, seus gestos suaves e delicados e sua beleza estonteante chamando a atenção automaticamente assim que ela surgiu no corredor. Embora já fizesse uns dois meses que estavam na cidade, parecia que os habitantes e principalmente os alunos das escolas ainda não tinham se acostumado com a família peculiar que eram os Cullen e os seus agregados.

- A resposta é que a família informou que Monroe foi convidado para um curso de jovens cientistas em Nova Jersey. Algo sobre uma comunidade que ele participa na internet. Muito confuso. - Kaylee bateu a porta, encostando-se nela e soltando um bufo contrariado. Edward deu um meio sorriso quando um grupo de meninos do último ano passou, lançou um curto olhar para Bella e um mais longo para a humana ao seu lado.

- Ou ele apenas está fugindo de você, a evitando. - o vampiro voltou-se para ela.

- Por dez dias? - a garota resmungou.

- Está contando o tempo? - Bella riu. - Parece uma adolescente apaixo... - Edward pigarreou, cortando a esposa. O olhar topaz de Bella foi até o homem e o viu dar uma imperceptível negativa com a cabeça. - De qualquer maneira, dê um tempo para o garoto. Vai ver é realmente verdade toda essa história de curso. Às vezes o impossível é a desculpa mais plausível.

- Você bem sabe disso não? - Kaylee a mirou com um brilho travesso nos olhos. - Vampiro à descarga de adrenalina. Por favor. - bufou, rolando os olhos. Edward riu novamente, remexendo-se contra o armário quando sentiu o celular vibrar no bolso de sua calça e o recolhendo, o atendendo de pronto. Bella ouviu a voz de Alice soar em um tom estranho do outro lado da linha, a fazendo trocar olhares com o outro vampiro.

- Voltem para a mansão agora. - ordenou a vidente sem preâmbulos, no exato segundo que Edward apertou o botão completando a chamada.

- Por quê? - o rapaz lançou um olhar pelas janelas que adornavam o corredor da escola, vendo que o tempo continuava igualmente nublado e chuviscando, da mesma maneira que estava quando saíram de casa pela manhã. Geralmente as ligações emergenciais de Alice eram para avisar que o sol estava prestes a surgir e que era para o casal desaparecer das vistas mortais, mas não era o que parecia ser.

- Peguem Seth e Kaylee – o corpo de Edward retesou todo diante do tom enfático da irmã em relação ao nome da adolescente ao seu lado. - e retornem para a mansão... Agora! - e com isto Alice desligou.

- Bella... - virou-se para a esposa que somente deu um aceno positivo de cabeça, indo a procura de Seth e para avisar a Secretaria que os Cullen precisariam partir por causa de uma “emergência de família”, coisa que estava se tornando rotineira para as pessoas naquela cidade dentre tantas peculiaridades daquele clã. - Vamos Kaylee. O dia de aulas acabou para nós. - a garota franziu as sobrancelhas mas nada disse, dando somente de ombros e jogando a mochila nas costas, seguindo o vampiro para o estacionamento.

Minutos depois Bella surgiu acompanhada de Seth e o casal, mais o jovem transmorfo, enfiaram-se dentro do Camaro de Edward.

- Você vai na frente com a sua moto e não saia de vista. - avisou o vampiro para Kaylee que usava um macacão impermeável de cima a baixo sobre as roupas e o capacete, montada em sua adorada moto e que tinha parado ao lado da janela do motorista do carro. A garota suspirou, rolando os olhos por trás do visor e concordando levemente com a cabeça. O tom de Edward havia sido extremamente sério e a expressão dele estava mais impassível que o normal, o que significava que a ligação havia sido importante e grave. Acionando o motor de sua Kawasaki a garota saiu à frente do Camaro que logo estava na cola dela e a seguia de perto pelas ruas de Lafayette.

Quem observava a moto preta passar sendo acompanhada pelo carro esportivo de luxo diria que era uma visão mais do que peculiar. Mas tornou-se ainda mais estranha quando ao passarem por um cruzamento, uma enorme picape Nissan surgiu em uma curva e pôs-se em frente a Ninja. O queixo de Kaylee caiu ao ver o carro de Emmett com os seus passageiros usuais dentro do mesmo: Rose, Jacob e o próprio Emmett vigiando os seus movimentos pelos espelhos retrovisores. E então ao virarem mais uma esquina, entrando em uma rua de mão única, à esquerda da menina emparelhou uma BMW onde estavam Jasper e Alice.

- É uma porcaria de uma escolta. - resmungou a garota sob a respiração, não se surpreendendo se de repente o carro de Carlisle aparecesse para fechar o bando. Quando depois de dez minutos de viagem isto não aconteceu, suspirou aliviada, e sendo rodeada por todos os Cullen retornou a mansão se sentindo ridícula diante da situação que vivenciou.

Em meia hora os carros e a moto passaram pelos portões de bronze e em mais cinco minutos encontravam-se parando em frente a entrada da enorme casa. Mal a Mercedes estacionou, Alice projetou-se para fora do veículo e foi em uma velocidade impressionante até Kaylee, retirando o capacete dela, antes que a mesma o fizesse, e a pegando de surpresa.

- Você está bem? - olhos topazes preocupados miraram amendoados que estavam confusos.

- Bola de Cristal. - Jacob suspirou, saindo da picape e batendo a porta com mais força que o necessário. - Qual é do alvoroço? Eu iria ter uma revisão de Matemática na próxima aula para o simulado da semana que vem.

- Eu tive uma visão. - Alice rodou sobre os saltos e todos a miraram com expressões inabaladas. Ter uma visão era uma constante na vida da vampira, então qual era a novidade naquilo? E por que de toda a comoção? - Uma visão distorcida e muito perturbadora.

- Alice. - Carlisle a chamou na porta da casa.

- Você contatou o Carlisle? - Edward falou surpreso. Se a diminuta mulher tinha entrado em contato com o patriarca e praticamente convocado uma reunião em família era porque a coisa era séria.

- Sim. - respondeu o médico. - Melhor entrarmos e conversamos lá dentro. - deu as costas, retornando para a casa. Os outros aceitaram a sugestão dele e o seguiram, reunindo-se de pronto na sala de visitas. Reneesme soltou um grito extasiado ao ver os pais e o seu lobo mais cedo em casa e rapidamente correu para os braços deles, os cumprimentando e depois se acomodando no colo de Bella e apoiando a sua cabeça no ombro dela.

- Vai acontecer um ataque. - Alice soltou a bomba logo que todos se encontraram dentro da sala. - Um ataque à Kaylee. - as reações foram rápidas.

Nessie apertou-se mais contra a mãe com uma expressão preocupada e lançou um olhar temeroso para Kaylee. A humana a divertia com todas as suas discussões e jeito esquisito de ser e também ajudava o seu avô Carlisle a desvendar o que ela, Reneesme, era e as suas capacidades. Os pelos dos corpos de Seth e Leah eriçaram diante de uma propensa batalha. Emmett franziu as sobrancelhas grossas em desagrado e todas as suas juntas estalaram em tensão só de pensar em alguém se atrevendo a tocar na menina. Rosalie comprimiu os lábios em uma linha fina. Embora a presença de Kaylee implicasse na presença de mais cachorros que o necessário na casa, o que a desagradava, ainda sim, e morreria antes de admitir, afeiçoou-se a menina. Kaylee era em certos aspectos parecida com Reneesme: extremamente inteligente em relação a certas coisas do mundo, mas ainda continha alguma inocência e ignorância para outras.

Algo que precisava ser cuidado, protegido, como a um bebê.

Edward fez uma cara feia, tanto pelo pouco que conseguiu captar na visão da irmã quanto pelos pensamentos conturbados que passavam na cabeça de todos a sua volta, o que estava começando a lhe dar dor de cabeça. Esme ofegou, com o seu instinto materno entrando em ação e já querendo proteger a menina. Bella olhou com preocupação para ela. Não eram próximas, não eram apegadas e a garota embora parecesse estar superando qualquer animosidade misteriosa em relação a ela, ainda sim isto não as tornavam melhores amigas. Mas a perda dela devastaria o Jacob, e este era o seu melhor amigo. Carlisle já se preocupava com o que deveria ou não fazer para proteger a garota e Jasper apertou os dedos em um punho firme.

Havia se apegado a Kaylee de uma maneira anormal. A própria Alice já tinha comentado com ele sobre isto, mas havia algo na menina que o atraía imensamente. Não era a mesma ligação que tinha com a sua amada esposa, a mesma devoção, era algo mais fraterno, mais suave. Ele que sempre teve que se restringir tanto na presença de humanos com medo de perder o controle sentia-se completamente à vontade vivendo dia por dia sob o mesmo teto que uma. Talvez fosse pelo fato de que a racionalidade dela o impedia de senti-la, ou talvez fosse o simples jeito de ser, mas ainda sim não deixaria ninguém encostar um dedo em um cacho que fosse daquela cabeça.

Jacob por sua vez rosnou baixo e o seu corpo retesou por inteiro, com o coração disparando diante da notícia. Como Guardião, protetor, fez a primeira coisa que lhe veio a mente: com um largo passo aproximou-se de Kaylee pelas costas e envolveu ambos os braços na cintura dela, a puxando contra o seu peito e exalando longamente pelo nariz.

- Não a minha Lee. - declarou sob a respiração com os seus olhos mais escuros que o normal e com o corpo tremendo por inteiro. Kaylee apenas apoiou as mãos sobre as grandes de Jacob, tentando oferecer algum conforto, achando que a tremedeira fosse um prelúdio para o surgimento do lobo mas Jasper, que podia sentir a todos, sabia que era o contrário. O tremor de Black era indicação do temor que parecia abatê-lo aos poucos. O lobo poderia ter sido atacado várias vezes, enfrentado muitas batalhas contra vampiros, mas Kaylee já esteve tantas vezes perto da morte que o rapaz parecia estar ficando a cada segundo com os nervos a flor da pele somente de imaginá-la em mais uma situação de risco.

O elo estava se estreitando, pensou Jasper, assim como Carlisle tinha previsto. Uma hora a ligação entre Guardião e Curador estaria tão intricada que Jacob iria querer colocar Kaylee em uma redoma de vidro inquebrável e protegê-la de todos os males do mundo, além dela própria. Era o que acontecia no começo quando eles se conheciam, segundo as informações obtidas pelo médico no Livro. Até o laço estar estabilizado ambos iriam sofrer muita coisa por causa dele e os ataques contínuos não estavam ajudando com as neuras de Jacob.

- Ao menos você viu quando? Quem? Onde? - Kaylee parecia ser a mais tranquila dentre todos, embora pouco a pouco o seu coração começasse a perder o compasso. Era o que ela tinha previsto quando Winifred morreu e Jacob quis levá-la para La Push. O que estava acontecendo com ela agora iria acontecer com os lobos e a culpa começava a corroê-la. Estava colocando os Cullen em perigo também. Tudo bem que eles eram vampiros, já passaram por coisas piores, mas os vendo dia após dia em seu cotidiano tão humano às vezes a fazia esquecer deste detalhe. E era o segundo ataque em dois meses, não contando os Volturi que foram os responsáveis pelo início desta confusão.

Só de pensar neles o seu estômago embrulhava e o seu sangue fervia. Se pudesse iria caçá-los e obrigá-los a retirar a ordem de execução que eles soltaram sobre a pessoa. Porque foi isso que eles fizeram, apenas colocaram na mão de terceiros o trabalho sujo que não conseguiram fazer por causa da proteção dos lobos e da barreira de Bella que os impedia de usarem os seus poderes. Realeza Vampira, pensou com escárnio, eram um bando de frouxos, isso sim.

- Ainda não há uma decisão tomada, nada escolhido e quem está por detrás disto não é completamente revelado nas minhas visões, o que significa que ele está sempre mudando de ideia. A única coisa concreta é que ele quer a Kaylee. Mas como, quando e onde não foi decidido. - Alice esclareceu e o aperto dos braços de Jacob em torno da adolescente ficou mais forte.

- Não vamos nos desesperar antes da hora então. - anunciou Carlisle. - Ficar alerta é a nossa única opção até que a visão de Alice clareie. Enquanto isto investigaremos alguma movimentação suspeita na cidade e arredores e manteremos Kaylee sob vigilância constante.

- Vigilância constante?! - a voz de Kaylee ergueu-se em um tom de protesto. - Não acham isto um pouco... - mas não continuou, pois os braços que a seguravam a viraram para encarar Jacob e a expressão dele era fechada e extremamente série.

- Kaylee... Não! - foi enfático. - Nada de protestos, nada de reclamações, nada de argumentos. Não sei que maldito instinto Curador é esse que a faz se preocupar mais com a vida alheia e esquecer da sua própria. Pois bem, se você não dá valor a sua vida, há pessoas que dão. Eu sou uma delas. Então nem que eu tenha que te amarrar a correntes ao pé da cama para mantê-la segura, o farei. Mas não vou deixar que seja atacada de novo, estamos entendidos? - soltou tudo entre dentes e a garota engoliu qualquer protesto, percebendo que desta vez ele falava sério e estava disposto a fazer o que fosse preciso para mantê-la segura. Qualquer coisa.

- Estamos entendidos. - concordou, o que seria a primeira e talvez a última vez que fosse acontecer.


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