Não é apenas Um Simples Luar escrita por BeLiza


Capítulo 17
Talvez não sirva para isso


Notas iniciais do capítulo

Continuando? ^-^



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Lena

 

Corri para o banho. Não sabia se já haviam começado então tentei fazer tudo o mais rápido possível. Coloquei uma bermuda e uma camisa leve com uma sandália rasteira. Não sabia o que vesti, nunca havia ido a uma noite da fogueira, então fui à vontade. Fui de moto, sabia que iria demorar mais que se fosse como loba, mas não queria trocar novamente hoje. Estava cansada. Cheguei alguns minutos depois. Parei a moto e corri para a praia. Parecia que eu estava indo para uma maratona. Olhei para os lados procurando eles e encontrei uma grande fogueira ao longe. Me vi correndo novamente. Tirei minha sandália no meio do caminho antes que ela arrebentasse por causa da areia e voltei a correr agora mais livre. Não estava ouvindo a voz do Billy ou do velho Quil, apenas ouvia a voz dos rapazes e das garotas. Estranhei ao ver que eles não estavam, pelo menos eles não haviam começado. Parei de correr quando me aproximei.

— Lena! – Tara exclamou ao me ver. Eles estavam sentados em volta da fogueira. Muito grande por sinal.

— Oi. – disse baixo.

— Olá, Lena. – só as garotas responderam. Sam sorriu. Leah quase isso. Jacob e Matt me olharam de maneira diferente, talvez não sabendo o que falar. Mas os outros nem me olharam direito. Porém quem eu realmente me preocupei foi com Seth. Ele estava ao lado de Leah. Não consegui ao certo decifrar o que ele estava pensando. Nessas horas é bom esse negócio de poder ouvir a mente dele, mas infelizmente só funciona como lobo.

Olhei para os lados procurando um lugar para sentar. Havia um lugar ao lado de Seth, mas como não sabia se eu estava chateado comigo, achei mais seguro sentar um pouco longe. Então fui me sentar ao lado da Tara.

— Que bom que está aqui. Já estávamos pensando que não viria. – ela disse ao me sentar.

Eu sorri. – E quase não vim mesmo. Havia me esquecido. Emy me salvou com seu bilhete. – Sorri para Emy. – Obrigada por me lembrar.

— Achei que tinha muita coisa com que pensar e talvez não se lembrasse de hoje à noite. – ela falou sorrindo. Sam a abraçou de lado.

Houve um torturante momento de silêncio entre nós que foi quebrado por Emily.

— Está com fome? Quer que eu pegue algo para você? Conseguimos salvar alguns sanduíches. – ela apontou para umas mesas improvisadas que estavam atrás dos rapazes.

— Não, obrigada. – eu estava com fome antes, mas agora com esse pequeno momento “estamos de mal com a Lena” me fez perder a fome.

— Se eu fosse você eu iria comer. Billy vai chegar e acabará com tudo. – Jacob disse sorrindo.

— Pensei que esse fosse o trabalho de vocês. – entrei na brincadeira. Me senti bem vendo que ele estava falando comigo.

— Se enganou, ele quem acaba com a comida lá de casa. Ele e Paul. – Jacob retorceu o nariz ao dizer o nome de Paul.

— Foi você quem acabou com a macarronada de Billy antes de vir para cá. – Paul o acusou.

Eles entraram em uma conversa, ou discussão, paralela. Então me calei. Peguei um pequeno graveto que estava na areia e comecei a desenhar algo na areia. Na verdade não estava desenhando, apenas estava mexendo na areia. Me distrai com o meu “desenho” até que vi outra vareta ao lado da minha. E olhei areia para ver o que a vareta havia acabado de escrever.

“TE AMO”

Era isso que estava escrito na arei ao meu lado.

— Nunca se esqueça disso. – Seth sussurrou ao meu ouvido. Fechei meus olhos. Era tão bom a presença dele ao meu lado. Ele me abraçou. – Dorme comigo essa noite? – ele perguntou ao meu ouvido, mais baixo que da primeira vez. Esperava sinceramente que ninguém estivesse ouvido. O olhei.

— Sim, já estava sentido falta. – Sussurrei. Ele sorriu e alisou meu rosto. Não resisti e o beijei jogando levemente meu corpo para cima dele. Esse não era bem o momento certo, mas afinal, tem momento certo para isso?

Sua língua percorreu toda minha boca como se dissesse que estava com saudades. Eu segurei sua nuca com força, mas lembrei que agora eu não era mais fraca como antes, então o soltei temendo não machucá-lo. Porém ele pegou minha mão e voltou a colocá-la em sua nuca como se dissesse para continuar. Era estranho, mas eu sentia como se soubesse o que ele estava querendo ou dizendo quando estávamos assim, juntos. Seth colocou a mão em minha coxa e apertou.

— Estamos atrapalhando? – ouvi a voz de Billy ao nosso lado. Nos largamos rapidamente e o olhamos ao mesmo tempo. – Podemos voltar depois. – ele disse zombeiro. Os rapazes riram. O velho Quil, Sue, minha tia Ester e mais dois senhores, que eu não conhecia, estavam com ele. Deviam ser os outros anciãos

Oh minha nossa! Afundei minha cabeça em minhas mãos. Não acredito que fiz isso.

— Foi mal. – Seth disse sem jeito levantando-se para Billy passar com os outros.

— Foi mal? Parecia que estavam se divertindo. – Billy continuou.

Ele não precisava falar isso.

— Billy! – Ester chamou a atenção dele e piscou para mim. Sue foi sentar ao lado da Leah, mas também sorriu ao nos ver.

— Droga. – resmunguei. Seth segurou minha mão.

— Eu gostei. – ele sussurrou.

— Boa noite, como vão? – Billy finalmente cumprimentou a todos ao se posicionar na roda como todos. Cada um respondeu de uma maneira.

— Essa que é a escolhida? – um dos senhores perguntou me olhando. Não sabia se ele só queria ter certeza, ou se ele estava decepcionado.

— Sim. – o velho Quil respondeu.

— Um tanto incomum, não acham? – o outro senhor falou também me olhando. Eu estava me sentindo como uma atração de circo, aquelas atrações quando aparecem pessoas esquisitas que ninguém sabe ao certo o que são. Seth apertou minha mão.

— Depende da maneira com a qual esteja encarando. – Billy disse e sorriu para mim. – Acho que os espíritos fizeram uma ótima escolha. Se fosse um deles também escolheria uma garota como Helena. Deve ser muito mais... Agradável que escolher um rapaz. – ele apontou para os rapazes. Sorri. Jacob revirou os olhos.

— Cuidado, Seth. É melhor se cuidar. Se Ester der um pé na bunda do Billy ele vai tentar levar a Lena de você. Não confie nele. – Jacob brincou fazendo todos rirem.

As brincadeiras continuaram durante algum tempo até mesmo o velho Quil e os outros anciãos foram zombados pelos rapazes. O bom é que não se zangaram. Porém aos poucos as brincadeiras foram se cessando e sem eu perceber já estavam todos quietos. Único som que se ouvia era das brasas pulando na fogueira, e no meu caso, como loba, podia se ouvir o ruído do coração de todos, ou as respirações.

— Nós, os Quileute temos sido poucos desde o início. – Billy começou a falar sem qualquer introdução. Sua voz estava ainda mais forte que de costume. Isso acabou me ajudando a prestar ainda mais atenção. Até que a penetrante voz de Billy sumiu e abriu caminho para a história em minha mente. Foi maravilhoso ouvi como tudo começou. Minha avó já havia contado alguma coisa, mas agora sabendo que tudo era verdade, e que eu fazia parte, de alguma forma, disso tudo era ainda melhor.

Essa foi a história dos espíritos guerreiros - o Velho Quil começou, depois da breve pausa de Billy. Ele se levantou e começou caminhar lentamente por nós. - Essa é a história do sacrifício da terceira esposa. – sua voz de tenor ecoou sobre nós me levando de volta para o passado

 

Quase pude sentir que fazia parte do bando de Taha Wi. Me perguntei se as donzelas de Makah sumiriam se estivessem sob nossa proteção. O Velho Quil continuou a andar vagarosamente entre nós, enquanto nos contava nossa história. Olhei para o lado e reparei em Emy escrevendo em um caderno. Sua caneta parava algumas vezes, como se estivesse revisando algo. Os outros continuavam com sua atenção voltada para o Velho Quil.

 

Não pude deixar de me lembrar do Juan e dos Cullen quando ouvi sobre a luta entre nossos guerreiros e a criatura dura e fria. Pensei no por que eu defendi Juan. Ele não parece uma ameaça, não como o vampiro que atacou os guerreiros. Mas algo mudou. Não o sinto como antes. Não sei se o defenderia se eu não o conhecesse.

 

— A criatura fria tinha uma parceira, outra bebedora de sangue, que veio até os Quileute em busca de vingança. – o Velho Quil continuou, chamando minha atenção para ele.

 

Podia ouvi os gritos de desespero dos Quileute durante a fuga, como se eu estivesse lá. Porém o que mais me chamou atenção foi a terceira esposa. Ela deu a vida pelo marido, pela tribo.

 

— Isso, definitivamente, não é um fardo. – a voz de Matt me trouxe de volta. Percebi que já havia acabado. Minha mente havia parado na parte da terceira esposa. Não sei se posso dizer que prestei atenção no restante da história.

 

— Lena, você está bem? – Sue perguntou. Olhei rapidamente para todos, que me olhavam.

 

— Er... Sim. – tentei um sorriso, que não saiu.

 

— Tem certeza? – tia Ester perguntou.

 

— Não. – resolvi falar a verdade. – Desculpem, não quero parecer grosseira, mas... – hesitei, olhando para Sam que arqueou levemente a sobrancelha. Não sabia se isso era um sinal para eu parar ou para continuar.

 

— Continue. – Billy me encorajou.

 

— Desculpe, mas como vocês não lembram o nome da terceira esposa? Quero dizer, ela foi importante na nossa história. Até mais que muitos desses guerreiros. – disse. – Não estou desmerecendo ninguém, mas ela foi mais valente que qualquer um. E era apenas uma simples mulher sem força aparente. Me pergunto se vocês lembrariam do nome dela se ela fosse um homem. – despejei, me arrependendo logo em seguida, com os olhares dos anciões sobre mim. Os outros se olharam espantados.

 

— Agora entendem o porquê sugeri o que sugeri? – Billy perguntou aos anciões com um leve sorriso no rosto.

 

— Ela vai dar trabalho. – disse o ancião que me analisou quando chegaram.

 

— Hã... Me desculpa, eu só... – tentei me desculpa, mas fui interrompida pelo velho Quil, ao levantar a mão.

 

— Se aquiete, você não disse nada que já não havíamos ouvido antes.

 

— Talvez não com tanto empenho. – o outro ancião concluiu sorrindo levemente. Sorri sem graça.

 

— Agora já podem nos contar sobre o espírito do vento? – Seth quis saber. – Esperamos o dia todo.

 

Os anciões se olharam rapidamente.

 

— Infelizmente não temos muito que contar. Não como história. – Billy admitiu. – Esse assunto é tão vago quanto o nome da terceira esposa.

 

— Então como sabem que Lena tem esse espírito? – Jacob perguntou.

 

— Por causa de Gael.

 

— E quem é esse? – Jared perguntou.

 

— Foi o único que tivemos como exemplo mais recente. – Billy respondeu.

 

— O que ocorreu a mais de cem anos. – o Velho Quil completou. – E sem muito a explicar. Apenas podemos dizer que foi o mesmo espírito que está em Lena, ela tem as mesmas características de Gael. Seu jeito de não obedecer ordens, mesmo tentando, o lembra muito.

 

— Poucas são as diferenças entre eles, ao que pesquisamos. – Billy disse. – Lena sofreu um imprinting e Gael não, ele era sozinho, sem ninguém.

 

— Porém isso não descarta o espírito livre dela. – o ancião analisador, comentou. – Ela talvez possa se desprender do jovem com menos sofrimento, ou até não o ame com a mesma intensidade.

 

— O quê! – exclamei. – Eu amo o Seth!

 

— Não coloquei isso em dúvida. Apenas disse que talvez não o ame tanto quanto ele.

 

— Isso não é...

 

— Não estamos aqui para isso. Estamos esclarecendo o está havendo com Lena. – o Velho Quil me interrompeu, ao falar com o ancião. Senti Seth soltar um pouco minha mão. Eu o olhei e recebi um sorriso sem humor. Não era nem de longe um de seus sorrisos que eu amava.

 

Como eles tem coragem de duvidar do meu amor pelo Seth?

 

— O que mais me preocupa é... - Billy tomou a palavra, respirando pesadamente antes de continuar. - Esse espírito apenas revive para salvar os Quileutes. 

 

— E o que isso quer dizer? - Sam perguntou por todos. - A Helena fica aonde nisso?

 

— Não sabemos. – tia Ester abaixou a cabeça.

 

— O que houve com Gael? - quis saber.

 

Billy negou com a cabeça.

 

— Sabemos que não temos todas as respostas que você precisa, mas iremos tentar achá-las. – ele prometeu.

 

— Iremos falar sobre o poder? – Sue perguntou aos outros. Eles a olharam.

 

— Poder? – a olhei melhor.

 

— Gael tinha um poder que foi desenvolvido com o tempo. – Sue respondeu.

 

— Como assim poder? – Sam perguntou.

 

Eles voltaram a se olhar.

 

— Não creio que devemos comentar agora. Vamos deixar o tempo dizer. – o outro ancião, mais simpático, disse.

 

— Mas... – hesitei ao ver Sam negar com a cabeça. Não sabia ao certo o que era, mas resolvi obedecer.

 

— Temos uma última coisa a dizer. – Billy se endireitou na cadeira. – O conselho irá aumentar.

 

— O senhor nunca nos avisou quando resolviam admitir um novo membro. – Rachel disse. – Por que agora resolveram nos avisar?

 

— Porque será dois de vocês.

 

— Nós? – Paul se pronunciou por nós.

 

— Sim. – Billy respondeu e olhou para o velho Quil que concordou. Billy pigarreou. – Jacob Black, levante-se, por favor.

 

Jacob pareceu não entender bem o que estava acontecendo, mas levantou sem contestar.

 

— Helena Julie Uley. – o Velho Quil fez sinal para eu me levantar. Eu? Olhei para Sam que acenou para eu obedecer, e assim eu fiz, me levantei.

 

— Vocês foram nomeados a fazer parte do conselho e serem os futuros anciões da nossa reserva. – um dos anciões disse. – Eles serão as vozes de todos vocês. – ele continuou a dizer, mas dessa vez aos outros. – Vocês terão mais responsabilidades que os demais. Todos os seus atos terão que ser muito bem pensado, pois isso acarretará em conseqüências, possivelmente não tão boas para a nossa reserva.

A cada palavra que ele dizia eu tinha mais certeza de que eu não era boa para fazer parte do conselho.

— Terão que aprender que não existem apenas vocês, que existem outros ao redor, e talvez devam se colocar de lado por isso. – o outro ancião disse. - Se essa for essa a escolha de vocês.

Olhei para Jacob que estava sério, pensativo. Eu não sabia o que pensar. Talvez não fosse boa o bastante para isso. Jacob olhou rapidamente para Bella, que não esboçou nenhuma reação. Acho que ela estava deixando que ele mesmo decidisse.

— Hã... Eu queria dizer uma coisa antes, se eu puder, claro. – pedi sem nem saber o que iria dizer. Billy concordou com um aceno de cabeça. – Não sei se sou a pessoa mais indicada para fazer parte do conselho. Não tenho nenhuma dessas características. E a mais forte é que sempre ajo sem pensar nas consequência, eu primeiro faço e depois vejo o estrago. Não faço por mal, mas acabo prejudicando alguns no meio do caminho. Como hoje mais cedo. Eu quis ajudar, mas talvez não tenha escolhido a melhor forma para isso. E acabei chateando algumas pessoas daqui. – abaixei a cabeça ao dizer.

— Então somos dois. – ouvi a voz do Jacob. O olhei. Ele estava me encarando. – Somos parecidos nisso. Eu tento resolver e só a partir disso vejo o que realmente fiz. Mas talvez não creio que tenha alguém diferente aqui. Somos inconsequentes. Acho que esse é o segredo do nosso bando ser bom no que faz. – ele sorriu. Retribui o sorriso, mas ainda não estava certa do que iria fazer.

— Vocês disseram que eu, assim como Jacob, serei a voz deles. Mas não sei se é isso que eles querem. Não sei se eles concordam com essa escolha. Apenas Jacob talvez já seja o suficiente para isso.

— O que acha de resolvermos isso em uma votação? – tia Ester sugeriu. O restante do conselho concordaram. – Quem quer que Lena seja uma de nós levante a mão. - ela pediu.

Tia Ester nem ao menos havia acabado de falar e Seth já estava com a mão levantada. Eu sorri para ele. Sam foi o segundo a levantar a mão, seguido por Matt. Jacob levantou logo em seguida. Assim como Leah.

— Talvez seja bom você está com eles. Assim quando eu aprontar você livra a minha cara. – Embry disse antes de levantar a mão.

Quil levantou a mão. – Pera aí, isso quer dizer que não vou mais poder pegar no pé dela?

As meninas também levantaram as mãos. Emy foi a primeira. Só faltava Jared e Paul.

— É, acho que você vai nos ajudar mais que Jacob se a gente aprontar alguma. – Jared disse levantando a mão. Paul me encarou.

— Ainda acho que você é uma adoradora de verme, e que vai dar muito trabalho... – Ele começou. – Mas você é da família, não viro as costas para família. – ele disse e levantou a mão. O que isso queria dizer? Que ele havia me perdoado?

— Helena... – Billy queria uma resposta.

— Sim, farei parte do conselho.

Faremos parte. – Jacob corrigiu.

Sue e tia Ester se levantaram e vieram até nós. Sue ficou em frente a Jacob e tia Ester veio até mim. Elas estavam com um pequeno pote em mãos.

— Jacob Black e Helena Julie Uley, desse dia em diante não serão apenas Jacob e Helena, serão todos nós, os Quileute. – o Velho Quil disse. Tia Ester colocou o dedo no pequeno pote e passou em minha testa dizendo algo em Quileute que não entendi. Sue fez o mesmo com Jacob.

 

Seth

O pessoal voltou a brincar e a comer assim que tudo acabou. Billy minha mãe e os outros continuaram com a gente. Eu tava vendo-os de longe. Emily convenceu Lena a comer, então resolvi sentar sozinho em uma pedra. Tentei não dar importância com o que um dos anciões disse sobre Lena não me amar tanto quanto eu a ela, mas estava difícil.

— Seth. – ouvi a cadeira de Billy. Virei para olha-lho. – Não vai comer?

— Não, já comi.

— Tenho certeza que os outros também já comeram, mas não estou os vendo recusarem. – ele disse olhando para onde os outros estavam.

Segui seu olhar. Quil estava em cima de Embry brigando por um cachorro quente. Sorri vendo a cena.

— Eles não desistem nem se estiverem satisfeitos. – brinquei antes de olhar de volta para Billy e o pegar me encarando. Ás vezes achava que Billy podia ler mente. Ele sabia o que passava com a gente sem ao menos precisarmos falar.

— Seth não se preocupe com isso.

— Não estou preocupado. Deve ter comida em casa, quando chegar eu... – parei ao vê-lo arquear a sobrancelha. Eu sabia o que ele queria dizer. – Era serio aquilo sobre a Lena não me amar? Ela pode mesmo se desligar de mim se quiser?

— Tanto quanto você a ela.

— Não, eu não conseguiria mesmo se tentasse.

— Consegue. Irá doer, mas consegue. – ele explicou. – Com Lena será a mesma coisa. Irá ser quase insuportável, mas ela conseguiria. – Billy continuou, mas não tinha certeza se estava entendendo. – Sabe o que eu acho? Acho que Lena te ama mais que você a ela. – juntei minhas sobrancelhas. – Não estou dizendo que não a ama. Acredito que a ame, porém você a amar por um imprinting. E não creio que ela te ame apenas por isso. – ele falou, mas percebeu que eu ainda estava confuso. – Seth, se estivermos certo sobre Lena isso quer dizer que ela te ama mesmo não se prendendo a ninguém. Ela podia ter ido embora assim que soube que Susan havia falecido, mas não foi. Ela decidiu ficar, e tenho certeza que foi por você. – ele se aproximou e colocou a mão em meu ombro. – Ela te ama rapaz. Talvez você seja o único que consiga prender o espírito nela. – ele falou e saiu me deixando pensar. Não sabia se ele estava certo.

Senti meus olhos serem tampados.

— Adivinha quem é. – ouvi Lena rir atrás de mim.

— Hum... Tá difícil. – brinquei. - O Velho Quil?

Ela gargalhou me soltando.

— Acertou. – ela disse me abraçando. – Vi você com Billy. O que foi? Aconteceu alguma coisa? – ela parecia preocupada.

— Não, ele só veio ver se eu queria que ele entrasse na briga com os rapazes para guardar um hambúrguer para mim. – brinquei. Ela sorriu.

— Acho que Matt tá comendo o último, mas se a gente for para cima dele juntos acho que conseguimos tirar dele. – ela sorriu.

— Não, tudo bem. Acho que ele merece, não é fácil ficar com o último.

— Eu que o diga. Quil quase me tirou o meu. – ela falou encostando a cabeça em meu peito. – Sinto falta de ficar assim com você.

— Também sinto. – beijei sua cabeça.

— Devemos fazer isso todos os dias. – ela falou me olhando.

— Não vai ser o suficiente. – disse olhando-a. Ela sorriu.

— Sabe, acho que já estou pronta para ir dormir. – ela disse como quem não quer nada. Foi a minha vez de sorri.

— Também estou. Vamos nos despedi do pessoal.

— Vai ser mais divertido se a gente fugir. – ela falou sorrindo.

 

 

 

Continua...

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

É isso aí galera. Finalmente, né. Mas acreditem, realmente precisei desses dias, minha mãe estaava precisando. Bem, já estou escrevendo o próximo, talvez não demore. Teremos um momento "calor" no próximo cap...Até a próxima povo. Bjão! Reviews?