[Na Casa de Melanie]:

Era meia noite, quando a campainha tocou. Parei de arrumar minha mala e fui atender a porta.

“Só pode ser o Bill querendo se despedir de novo!” - pensei.

Abri a porta e não era o Bill e sim o irmão dele, o Tom.

-Oi! –ele me disse sorrindo.

-Oi! –respondi sem graça. Ficamos um tempo em silêncio até que eu disse: - Entra! -dei espaço para ele entrar no meu apartamento.

O garoto de tranças entrou e depois que eu fechei a porta ele ficou me olhando.

-Então... –eu tentei começar o assunto o que tinha trazido ele até aqui.

-Eu vim aqui para me despedir de você! –ele sorriu.

-Tudo bem! –sorri. -Vou sentir sua falta e... –tentei me aproximar para abraçá-lo, mas ele se desviou.

-Não é isso Melanie! –tá! Essa parte eu realmente não tinha sacado. –Vim aqui para... –ele me puxou pelo braço e selou nossos lábios.

Empurrei o peito dele para longe de mim.

-Que isso Tom? –limpei minha boca com as costas da minha mão.

-Des-Desculpa! É que você vai partir e eu... Bem, eu vou sentir saudades!

-Mas não precisa me agarrar! –me afastei mais ainda dele. Eu era uma garota indefesa e ele? Bom, ele era o Tom! Isso é tão obvio!

-Eu queria fazer isso há muito tempo e agora que você está partindo, eu não queria te deixar ir sem me despedir! –ele lambeu, sim! Ele LAMBEU os lábios!

Respirei fundo e finalmente disse:

-OK! Então já que você já se despediu, ou sei lá o que, - limpei minha boca com força de novo. –Você já pode ir!

-Se você quiser, eu posso ir, mas se não... –ele deu alguns passos na minha direção. Nossa distancia agora já não era mais “segura”.

-Não, não! –dei três passos para trás e as minhas costas encontraram a parede da sala de estar. –Você pode ir! –apalpei a parede, mas onde eu estava não tinha uma escapatória. Da próxima vez que eu for reformar esse apartamento, tenho que me lembrar de fazer algumas maçanetas que me levem a uma sala “secreta”.

-Não vou te machucar, M! –ele me chamou por um apelido que nem mesmo o Bill me chamava. Não consegui me mover, ele estava chegando mais perto e um “frio” ia subindo pelo meu corpo. –Ele não está aqui! –ele sussurrou no meu ouvido.

-Eu não vou fazer nada com você! –tentei empurra-lo para longe, mas ele segurou as minhas mãos.

-Você não vai conseguir M! –ele me apertou mais ainda contara a parede, me deixando sem fôlego.

-Tom eu vou gritar! –ameacei-o.

Como resposta, ele deu um longo e dolorido chupão no meu pescoço.

-Ai Tom! –gritei empurrando-o com força e saindo de perto da parede. –Vai embora! –eu disse abrindo a porta.

-OK! –ele sorriu. –M estressada! –ele me olhou-Você gostou, né? Pode deixar que eu não vou contar nada para o Bill sobre o nosso “segredinho”! –ele piscou para mim.

-Eu nunca trairia o Bill! –gritei batendo a porta na cara dele. Depois de um tempo, corri para o banheiro ver o que esse idiota tinha feito no meu pescoço. Onde tinha estado à boca dele há 2 minutos atrás, agora estava roxo.

“Tom idiota!” - pensei, passando água na minha nova “marca”.

Terminei de arrumar as minhas malas e fiquei pensando no que o Tom tinha dito e no que ele tinha feito comigo. Juro que isso me tirou o apetite. Fui para o meu quarto e me deitei na minha cama.

Amanhã eu iria embora para o Canadá... Uma nova fase da minha vida iria começar e eu não sabia se estava pronta para isso. Apesar de todas essas coisas estarem girando na minha cabeça, o gosto dos lábios do Tom no meu pescoço não me deixa em paz. A minha mente também tentava imaginar as mais diversas reações que o Bill teria amanhã ao ver minha nova “marca” feita pelo irmão dele.