-Venham, vou mostrar a casa pra vocês - minha avó disse sorrindo como nunca.

Tinha me esquecido de como o sorriso da minha avó era lindo. Era puro. 

Segundo meu pai, eu tinha muito da minha avó.

Descemos do carro que tinha nos levado do aeroporto ate a casa, meu tio Henry tinha dirigido, ele era irmão do meu pai e não parava um minuto que seja de falar sobre as brigas que tinha com o irmão quando era menor. 

Meu tio Henry e meu pai me lembravam eu e o Josh. 

Falando nele, que dormiu mais o caminho inteiro de carro com a cabeça, muito maior do que o normal, apoiada no meu ombro.  Chegando na casa tive que acordar ele de novo.

Andamos pelo enorme jardim que tinha na casa dos meus avós. 

A casa era enorme. 

Talvez fosse normal no interior da Inglaterra terem mansões.

Minha criança interior gritou: ‘’MEU DEUS UM CASTELO’’.

Me controlei pra não gritar isso em voz alta, como eu fiz da primeira vez que eu vim aqui. 

Lembro de ter colocado meu melhor vestido de minininha de 7 anos, e andado por toda a casa falando que queria um príncipe. Crianças.

-Se lembram da casa ? - meu avô perguntou enquanto saia da casa e nos encontrava. Me dei um abraço forte.

-Não tem como esquecer - disse sorrindo.

-Senti falta de vocês - ele disse enquanto abraça e bagunçava o cabelo do Justin.

-Hey! - Justin reclamou arrumando o cabelo sem grande sucesso. Acho que o vovô tinha muita pratica em bagunçar o cabelo dos netos, porque já foi depois direto bagunçar o do Josh.

-Vem cá - disse pro Justin - eu arrumo.

Ele riu e veio. Abaixou a cabeça e eu arrumei rapidamente.

Meu coração batia rápido quando a gente se aproximava.

-Vamos levar essas malas pra dentro. Está esfriando, vou ligar a lareira - meu tio disse.

-Vovó, o Ryan já chegou? -Justin perguntou enquanto jogava  o cabelo pro lado.

-Ainda não, ele ligou dizendo que vai chegar amanha cedo.

-O Ryan vai vim? - Josh perguntou parecendo muito feliz com a idéia, enquanto pegava as suas malas.

-Vai! -Justin respondeu feliz também e pegando as próprias malas.

-Ah... Quem é Ryan? - perguntei confusa.

-Meu melhor amigo. - Justin respondeu sorrindo.

-Você não conhece ele porque ele não foi acampar com a gente e o tio Henry. - meu irmão disse dando de ombros.

-Eu ia! - gritei irritada me lembrando do dia -Mas você me trancou no meu armário e disse que não iria permitir que uma menina arruinasse o feriados dos homens acampando.

Ao me lembrar das 3 horas que passei no armário gritando pra meu irmão me soltar eu me revoltei e comecei a dar murros nas costas do Josh.

-Trancou sua irmã em um armário? - tio Henry perguntou surpreso.

-Sim - Josh respondeu rindo enquanto eu ainda batia nele.

-ESSE É O MEU SOBRINHO! - tio Henry gritou me assustando -Eu já fiz isso dezenas de vezes com o seu pai! 

Então meu tio e o Josh começaram a rir e fazer toques idiotas. Tenho medo dos dois.

-Acho melhor a gente entrar - Justin disse olhando assustado pros dois também.

Peguei minha mala e fui pra dentro da casa.

-Precisam que eu faça mesmo um tour pela casa com vocês? - meu avó perguntou sorrindo.

-Acho que não - disse rindo - Me lembro bem da casa.

-Eu também - Justin disse rindo.

-Tudo bem então, podem dar uma volta por ai se quizer. Ou desfazer as suas malas. Daqui a pouco tem o jantar e se quiserem ficar na sala de estar. A lareira está acesa.

-Vovô - chamei quando ele já estava saindo. Ele me virou. -Senti a sua falta.

-Eu também querida - ele disse sorrindo.

Peguei a minha mala e fui em direção ao meu antigo quarto nessa casa. 

Encarava cada detalhe da decoração, me recordando da ultima vez que estive ali.

Percebi que o Justin fazia o mesmo, em silencio.

Aquela casa era cheia de lembranças, tanto pra mim quanto pra ele.

Chegando na porta do meu quarto ele disse: - Te vejo na hora do jantar.

-Tudo bem.

E ele foi pro seu quarto, que ficava praticamente do lado do meu.

Entrei dentro do quarto. Que permanência intacto, a mesma cama, a mesma decoração, os mesmos quadros, as mesmas fotos, o mesmo cheiro. Tinha o mesmo cheiro que a minha mãe tinha.

Ok Ok, Sofi - disse pra mim mesma. - Se recomponha.

Não vou ficar deprimida logo agora. 

Me deitei na casa e depois de um tempo fui arrumar minhas malas. 

Tomei um banho e me preparei pro jantar.

Era tão bom estar aqui.

Tudo me lembrava a minha infância. Sentia falta disso.