Accidentally In Love 1 escrita por Juh__Felton


Capítulo 20
Consequências inesperadas + BÔNUS


Notas iniciais do capítulo

Cap 19 aí!!



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~>CONSEQÜÊNCIAS INESPERADAS

A Vitória do Milênio, dizem os jornais, pensou Draco irritado enquanto terminava seu almoço sozinho na escada em frente à Torre Grifinória. E eu sou um bicho-papão, se isso pode ser considerado uma vitória, completou ele irritado. Como podiam dizer que fora uma vitória, se várias pessoas perderam suas vidas? Como eles conseguiriam convencer a ele, que perdera um grande amigo, com o qual nem teve tempo de conversar direito? Um amigo que fugira escondido da casa dos pais para ajudá-lo?
Como poderiam convencer Potter de que fora uma vitória, quando ele estava assistindo ao enterro de um dos seus melhores amigos, Rúbeo Hagrid, professor de Hogwarts? Como poderiam convencer a Gina, Fred, Jorge, Ronald ou qualquer outro Weasley de que a morte de Percy Weasley era algo que fizera parte de uma vitória? Dizer a Arthur Weasley que a morte do filho era necessária, quando o próprio dissera que tinham tempo para conversarem depois? Ou até mesmo a Augusta Longbottom, que só não morreu ao saber da morte do neto porque tem que cuidar do filho e da nora, no momento em uma enfermaria no St. Mungus? Convencer os Edgecombe que perderam sua única filha na vitória do Milênio? A Sra. Parkinson, que fez um escândalo ao saber da morte de Pansy, que tinha fugido de Hogwarts algumas horas antes, e do marido, que estava com os Comensais?
Um bando de ignorantes era isso que esses jornalistas eram. Não sabem o que se passa com as pessoas normais, só o que acontece na alta esfera da sociedade bruxa e no governo.
Os britânicos bruxos estavam em luto pela morte de Rufo Scrimgeour. Em um depoimento ao Profeta Diário, Mina Scrimgeour disse que o pai morrera como gostaria, em combate. Mas todas as vezes que lera e relera aquilo, Draco se perguntou: era desejo de Scrimgeour morrer covardemente, com uma Maldição da Morte no meio das costas? Ou melhor: era desejo de Scrimgeour morrer? Era esse o desejo de algum daqueles que se sacrificaram ali? Na verdade ninguém saberia a resposta.
A manhã fora difícil. Flitwick lera a lista de todos os mortos e depois fizera um discurso. A tarefa seria de McGonagall, se ela não estivesse sedada na enfermaria de Hogwarts, sem poder ter emoções fortes. Depois o professor anunciara que os enterros seriam nos terrenos da escola, e que todos estavam convidados. Mesmo tendo vários conhecidos e um dos seus melhores amigos sendo enterrados, Draco preferiu não ir. Agora a escola estava praticamente vazia. Terminou de almoçar e acenou com a varinha; o prato desapareceu. Desceu lentamente as escadas, e saiu. O sol, diferentemente do dia anterior, estava brilhante, mas mesmo assim o dia estava frio. Draco fechou os olhos até se acostumar com a claridade. Quando os reabriu, olhou para o lago. Na outra margem várias pessoas estavam enterrando parentes e amigos. Ele viu Jandy se afastar do grupo e andar até ele. Enquanto ela andava, o garoto procurou instintivamente por Hermione. Ela estava ao lado de Jorge, olhando para baixo. Harry e Rony estavam ali, ao lado dela, assim como Gina. A ruiva olhou para o lado e tentou ir até ele, mas ele fez um gesto que a interrompeu. Ela assentiu e voltou a olhar para o homenzinho que estava falando.

-Procurando a Granger? – perguntou Jandy, suavemente.

-Não. Só estava pensando.

-Sei... Olhando diretamente para ela e para o Weasley. – ela e Draco deram-se os braços. – Você tem certeza de que...

-Não vou faltar à palavra com você, Jandy. – disse ele sério. Os dois deram as costas ao enterro e começaram a caminhar em direção às grandes portas de madeira do castelo. – E então, como você se sente?

-Pra falar a verdade? – perguntou ela. – Enjoada.

-Isso é normal. Não acha melhor ficar em Hogwarts? Eu acho que posso...

-Aberforth Dumbledore vai querer a garantia do asilo político. – disse ela. – E eu posso dar essa garantia.

-Ainda acho melhor que só eu fale. Ele é um velho trapaceiro, e... Muito desagradável com as mulheres, se é que você me entende. – ele olhou a roupa da garota: uma blusa preta um pouco decotada com mangas compridas que ressaltava os fartos seios e uma calça jeans. Uma bota completava o visual.

-Eu entendo... Mas é a nossa chance, Draco, meus pais devem imaginar que algum outro Malfoy deve vir conosco. - ela olhou o caminho que estavam seguindo. – Ele está na Lufa-Lufa?

-É. Mas em relação a essa história de você entrar aí... – ele parou pensativo. – Tome, vista isso. – ele tirou a jaqueta de couro e entregou à garota. - E feche bem.

-Mas Draco, eu vou morrer de calor!

-Você vai vestir isso, Jandy, e não insista. – ela vestiu resmungando e voltou a acompanhá-lo. – Ok, só mais uma coisa.

-Fala logo, ta muito quente aqui... – disse ela, abrindo um pouco a jaqueta. Draco, imediatamente fechou o ecler e olhou-a irritado.

-Quando eu digo que ele é desagradável é porque ele é desagradável. Ok, mas só quero te dizer mais uma coisa... Não ligue muito para o humor dele, é um pouco... Obscuro demais.

-Ok. – disse ela. Os dois entraram em uma pequena porta, que estava entreaberta, mas não fecharam a porta. Aberforth os esperava sentado, fumando um cigarro.

-Até que... – ele parou de falar ao ver Jandy. Olhou fixamente para a garota por alguns segundos, e disse: - Até que enfim você me apresenta a bela dama, Malfoy. – ele deu um sorrisinho malicioso e disse. – Põe bela nisso. – Draco se irritou com o jeito de Aberforth e, instintivamente entrelaçou seus dedos na mão de Jandy.

-Ok... – disse Draco. – Mas não foi pra isso que eu a trouxe aqui. – Aberforth soltou uma baforada.

-Eu já tenho uma resposta. Eu aceito a sua companhia. Desde que... – ele sorriu novamente para Jandy. Ela andou um pouco para trás de Draco. – A mocinha aí descole aquele negócio pra mim.

-E o apartamento? – perguntou Draco.

-Um pequeno problema... Vamos ter que dividir um apartamento. – disse Aberforth. Draco fez uma careta. – A namorada do Malfoy não quer dividir um apartamento conosco?

-Ela tem com quem ficar. – disse Draco agressivamente.

-Que... Lástima! – retrucou o homem.

-Ah sim! Seu nome, a partir de agora será Gildren Malfoy, um tio meu. – antes que Aberforth pudesse reclamar ele disse: - Ou isso ou nada de asilo. – Aberforth resmungou algumas coisas e disse:

-Eu não tenho escolha... Esteja pronto amanhã à meia-noite. – ele dirigiu-se a Jandy, pegou-lhe a mão e beijou. – Encantado, senhorita. – Draco virou-se e saiu andando com a garota. Ela entrou no banheiro para lavar a mão e saiu, minutos depois, entregando a jaqueta de Draco.

-Que homem desagradável! – exclamou ela. – Draco, a minha casa é grande, temos vários quartos de sobra... Por favor, não dependa desse homem, vamos comigo.

-Eu até gostaria, mas não posso ter um endereço honesto. Além disso, você e o garotão aí podem ficar em perigo se eu morar com vocês.

-Mas você vai estar em asilo, Draco! O Ministério não vai poder te pegar lá!

-O problema é que o Ministério não só segue as leis. Há um pessoal reservado pro... Serviço sujo, digamos assim. E eles não perdoam ninguém. E eu não falei só do Ministério.

-Ok... Mas então eu posso arranjar um apartamento pra você, seria muito fácil e...

-Esse cara conhece todos os marginais de Londres e da América. Acho que, mesmo tendo que viver com o cheiro de nicotina, eu ficaria um pouco seguro. É como um contrato. O menos pior vence. – os dois pararam; estavam na porta do dormitório feminino da Sonserina.

-Então, se você prefere assim... – ele deu um beijinho na testa dela e ela entrou no dormitório. Draco saiu andando até os jardins. Não voltaria a ver a paisagem por um bom tempo.


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Gina saiu do enterro com um único pensamento em mente. Andou rapidamente até as masmorras e entrou na sala comunal da Sonserina. Sem hesitar subiu as escadas até o dormitório feminino e encontrou Jandy sentada, arrumando suas malas.

-Ah, Mary, se você... – a garota virou-se e disse friamente. – Weasley.

-Eu to com pressa, então vou direto ao assunto, Scherpes. – ela inspirou fundo, mas antes que pudesse dizer uma coisa, Jandy disse:

-É sobre o Draco, não é? – ela sorriu consigo mesma. – Claro que é, por que outro motivo você viria falar comigo?

-Ele me contou a situação de vocês dois.

-E... – disse Jandy irônica.

-Eu fiquei preocupada com uma única coisa, Scherpes. Nós duas sabemos que você não presta. – Jandy levantou-se irritada.

-Escuta aqui, guria, se você vem aqui me insultar...

-Não se faça de ofendida, porque você sabe muito bem o que eu quero dizer com isso. – a morena bufou.

-Se você queria me irritar, parabéns, Weasley, você conseguiu.

-Nós duas nunca nos demos bem, Scherpes, e isso nós não precisamos mudar, a não ser que você queira. Mas a minha preocupação é de qual a relação que você quer que o Draco tenha com essa criança.

-Como assim? – perguntou Jandy, com um sorrisinho incrédulo no rosto. – Você acha mesmo que eu ia... Segurar o Draco com esse filho? Nem dele é!

-Acho bom que você sempre se lembre disso. Não importa o quanto você venha a querer qualquer coisa do Draco.

-Você...

-Eu não te peço nada pra mim, Scherpes. – disse Gina, alteando o tom de voz. – Só que você não abuse da boa vontade do Draco. Não vai usar, em hipótese alguma, essa criança para prender o Draco a você. Como você mesma disse, o filho não é dele.

-Senta aí, Weasley. – disse Jandy indicando a cadeira posicionada na cabeceira de sua cama. Gina sentou-se, e ela sentou-se na cama. – Eu posso... Como você disse? Ah sim! Eu posso não prestar, mas uma coisa como essa eu nunca faria. É horrível você pensar isso de alguém que você nem conhece Weasley. Seus pais nunca te ensinaram a não julgar os outros sem provas? Afinal eu nunca faria uma coisa dessas.

-Sinceramente? – perguntou Gina cruzando as pernas. – Eu não me surpreenderia se você fizesse algo parecido, afinal eu ainda não esqueci o caso com aquele cara da Corvinal. Você fez a garota quase se matar quando soube que você e o namorado dela conspiravam acabar com a vida social dela... Bem, você se lembra. Então a sua palavra seria meio caminho andado.

-O que eu fiz há dois anos não importa mais, garota.

-Uma vez vadia sempre vadia. – cantarolou Gina tamborilando os dedos.

-Se você não sabe, eu realmente estou ocupada... Então se você quer a minha palavra você a tem.

-Ok. – disse Gina, dando as costas para a garota. – Ah sim, Scherpes! – exclamou ela sem se virar. – Se você descumprir esse acordo eu vou saber. E se eu souber... Você não vai querer me ver na tua frente.

-Outra coisa, Weasley. – disse Jandy. – Não adianta nos tratarmos com as hostilidades habituais na frente do Draco. Então, na frente dele, seremos adoráveis uma com a outra.

-Por mim tudo bem. Procurarei saber notícias, Scherpes.

-O mesmo para você.


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No dia seguinte Harry já não agüentava mais. Tinham designado para ele a tarefa de convencer Draco a ir para os jardins. Por um lado era bom, já que ele queria falar uma coisa com Draco. Mas o lado ruim era o fato de conseguir falar com o loiro.

-MALFOY! – gritou Harry pela terceira vez, no meio do corredor. Draco bufou e se virou, irritado.

-O que é Potter?

-Todos estão te esperando nos jardins e...

-Não posso, tenho um compromisso. – disse o loiro, já voltando a andar. Harry correu e parou na frente dele. - O que é Potter?

-Todo o mundo está te esperando! – exclamou Harry. – Não vai ter o mínimo de...

-Consideração?

-É!

-E você quer que eu faça o que? Saia dando pulinhos de alegria é?

-Não. Quero que você me acompanhe até o jardim.

-E a minha resposta é não.

-Ok, eu só queria te dar isso de noite, mas já que nós não vamos nos ver... Acho que você não ia querer esse presente. – disse Harry dando meia-volta. Draco mordeu o lábio inferior e disse:

-Fala. O que é?

-Isso. – disse Harry, retirando a capa da Invisibilidade do bolso.

-Fala sério! – exclamou Draco irritado. Perdendo meu tempo no corredor com o Potter... – Você não vai me dar a sua capa!

-Por que não daria? – perguntou Harry. – Voldemort está morto... Apesar de ela ser uma lembrança do meu pai, eu acho que você precisa dela mais do que eu.

-Mesmo assim, Potter! – exclamou Draco.

-Meu pai deixaria eu te dar essa capa de bom grado... Afinal você precisa dela. Além disso, eu não sei por que isso veio à minha mente, mas eu acho que você vai me devolver daqui a algum tempo.

-Ah é? – retrucou Draco irritado. – E eu vou voltar para um país que eu sou procurado? Ok, eu posso ser loiro, mas isso já é exagero.

-Ok, Malfoy. – disse Harry. – Eu não queria dizer isso, mas já ta preso em minha garganta faz alguns dias.

-O que é vai se declarar agora, é?

-Não! Eu só ia dizer que nós estamos mais parecidos agora!

-Como é que é? – perguntou Draco.

-Nós perdemos nossos pais, ambos temos uma cicatriz no rosto, ambos já matamos alguém... Ta bom ou falta mais alguma coisa?

-Todos os casos foram diferentes, Potter. – retrucou o loiro. – Em primeiro lugar, as circunstâncias em que nós ficamos órfãos foram bem diferentes. Você nunca conheceu seus pais, mas eu conheci os meus.

-Me responda sinceramente, Malfoy... Você conheceu mesmo seus pais? – Draco ficou calado. – Isso responde tudo. – antes que o loiro pudesse retrucar Harry continuou. – As cicatrizes foram feitas por Comensais da Morte...

-Foi a minha tia, Potter!

-E foi um dos melhores amigos dos meus pais, Malfoy! – ironizou o moreno no mesmo tom.

-Ok, mas a parte do matamos alguém... Você não estava falando sério, estava? – disse Draco, dando um sorrisinho irônico.

-Estava sim.

-Potter! – exclamou Draco irritado. – Você fez um bem à humanidade!

-E você não?

-Eu... Eu matei meu pai!

-Eu matei uma pessoa que dividia a alma comigo... Já é alguma coisa, não? – Draco deu uma risadinha sádica. Não acreditava no que estava ouvindo. Ele se virou para ir embora, mas Harry parou de novo em sua frente. Agora o moreno exibia um semblante irritado.

-O que é agora Potter?

-Não pense que a perspectiva de ter um Avada Kedavra saindo da minha varinha seja muito interessante, Malfoy... Eu acho que você sabe muito bem disso. – Draco suspirou e andou até a janela. Aquela parte do castelo dava para o Sul, e ele podia ver às margens do lago os túmulos. Um grupo de pessoas estava sentado afastado dali, os esperando. – E então? – perguntou Harry ao seu lado. Draco não respondeu de imediato, pois seu estômago dera uma reviravolta ao ver Hermione e Jorge sentados, conversando com alguém que parecia ser Luna Lovegood. – Vai aceitar a capa?

-Eu não sei, eu...

-Tem montes e montes de comida lá embaixo à minha espera, Malfoy, eu não vou querer que ela esfrie ok? Você vai aceitar ou não?

-Ok... – disse Draco, sem ânimo ao ver Hermione e Jorge se beijando. – Mas eu não vou ao piquenique.

-Ora, vamos... Vai ser... – Harry não pôde terminar a sua frase, ouviram um grito histérico no fim do corredor.

-DRAAAAAAAAAACO! SE VOCÊ NÃO APARECER EM ALGUNS SEGUNDOS EU VOU TE MATAR, SEU NOJENTO! – uma ruiva irritada apareceu no campo de visão dos dois.

-Ok, Gina... Eu tentei, mas... – começou Harry a dizer, sem jeito.

-MAS? – gritou a ruiva. Draco fez sinal para ela abaixar o tom. – Mas o que, Harry Tiago Potter?

-Ele... Não quer...

-E ele tem querer? – exclamou a ruiva. – Draco, você vai com a gente e ponto final!

-Mas eu...

-Escuta aqui, seu loiro ignorante... - [[OBS.: Nada contra, hein?]] reclamou a ruiva, segurando-o pelo colarinho. - Está todo o mundo lá embaixo. Eu, Rafael, Luna, Rony, Fred, Gui, Carlinhos, Fleur... Todos te esperando. E você não vai? Meus pais fizeram o maior enxame pra isso, dizendo que não precisávamos mais nos preocupar com a Ordem e coisa e tal... E que era pra pararmos de pensar nas nossas... Perdas.

-Gina, eu... – ele tentou dizer, mas Gina o interrompeu.

-Não adianta dizer não. Venha logo. – ela virou-se e saiu andando. Draco olhou assustado para a garota, até que sentiu umas batidinhas no ombro. Harry o olhava com um sorrisinho nos lábios.

-É melhor se apressar, Malfoy... Você ainda não a viu realmente brava. – Draco sorriu e saiu andando lado a lado com Harry.


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-Sério, eu... – dizia Luna quando viu o trio se aproximar. – Ah, aí vem eles!

-Desculpem o atraso... – disse Gina, servindo-se de uma torrada. Draco sentou-se do seu lado, e Harry o acompanhou. – As fofoqueiras estavam batendo um papinho quando eu cheguei. – Draco e Harry se serviram de um prato com bolo.

-Gina, ainda bem que você chegou! – disse Luna, sentando-se entre a amiga e Rony. – Eu estava contando à Mione que... – a garota suspirou e Rony baixou a cabeça, ambos sorrindo. – O Ron me pediu em namoro! – ouviram-se dois estrépitos. Draco e Harry largaram os garfos e começaram a rir. Rony disse, irritado:

-E daí? O que isso tem de errado?

-É só que... – disse Draco enxugando as lágrimas. Harry, ao seu lado, rolava no chão de tanto rir. – Weasley, você... Você pedindo a Lovegood em namoro? É tão...

-É tão o que, Malfoy? – perguntou Luna.

-Inimaginável! – exclamou Harry, voltando a gargalhar. Ambos estavam precisando de boas risadas.

-Ok, já chega! – disse Gina irritada. – Já chega! – exclamou ela, batendo nos garotos. Os dois pararam de rir lentamente. – Já pararam? Ótimo! – ela sorriu e virou pra Fred, que olhava a irmã assustado. – E então, Fred... Cadê a Sophie?

-Nossa Gi! – exclamou Hermione também assustada.

-O que foi?

-Você muda de assunto rápido demais! – disse Jorge. – E de humor também. – todos assentiram. Harry, Rony e Draco prenderam as risadas.

-Ok... Eu sei disso. – disse ela. – Mas sim, Fred... Cadê a Sophie?

-Foi visitar a mãe... Ela está meio cansada, a Ranieri... Voltou para a mansão ontem à noite.

-Ah ta... – disse Gina. – E... Pra quando é o casamento? – dessa vez Gui e Carlinhos riram.

-Fred? Casando? Ah, Gina, fala sério! – exclamou o mais velho.

-É mais difícil... Sei lá, você casar com um dragão!

-Hahaha... Muito engraçado. – disse Fred enquanto todos riam.

-É... Já o Jorge... – disse Gui, apontando de maneira significativa para o irmão.

-Hmm... Ta bom esse muffin! – disse Gina, mudando de assunto bruscamente e pondo um muffin na boca.

-É... Eu que fiz! – exclamou Luna.

-Ah é? – disse Gina. – Que interessante! Depois você me dá a receita?

-E... Desde quando você cozinha Gina? – perguntou Draco, comendo uma maçã.

-Bem... – disse ela. – Sempre há um começo pra tudo, querido Draco... E tudo o que é bom começa... Pode durar até pouco tempo, mas nunca... Nunca fica incompleto. – Draco começou a tossir. – Oh, você engasgou? – perguntou Gina fingida. Hermione olhou com raiva para a amiga.

-Não... Foi só... Um susto! – disse Draco, se recuperando.

-Ah... Então como eu dizia... – ela foi interrompida pela chegada de Sophie. A loira mancava um pouco, mas estava sorridente. Ela sentou (leia-se: ela desabou) do lado de Fred e serviu-se de suco.

-Olá, pessoas!

-E então, como está a titia? – perguntou Draco.

-Ah, ela está bem... – disse ela. – A deixei repousando agora. Nossa, estou faminta!

-Chegou bem na hora! – exclamou Gina sarcástica. – Estamos tendo um piquenique aqui, não quer alguma coisa? Um suco, talvez?

-Não, obrigada! Já me serviram! – retrucou Sophie sorrindo.

-Já que a nossa convidada que nós esperávamos já chegou e já está bem instalada... Então, Draco, como eu ia dizendo... As coisas boas tendem a acontecerem rapidamente, mas se não forem... Digamos, completadas elas duram. Talvez até uma vida inteira!

-Mas nem sempre, Gina! - Acho que vocês precisavam disso... Uma intervenção alheia, disse Sophie a Hermione e Draco em pensamento. – Cada caso é um caso, nem sempre as coisas são como você disse!

-Nem sempre? – perguntou Gina. Tenho más notícias, disse Hermione a Draco e Sophie. – Sophie, eu vou te dar um pequeno... Exemplo. No caso de namorados que... Sei lá, terminam sem algumas explicações. Um dia, eles vão ter que voltar a ficar juntos para resolverem esses problemas! - No castelo daqui a duas horas... Sala Precisa, disse Hermione.

-Não, Gi. – disse Luna. – Eles podem sentar e conversar!

-Não, Lunita... – retrucou Gina. – Eles vão ter que resolver as pendências! E depois eles vêem se ficam juntos ou não.

-Ei! – disse Rafael, gesticulando com os braços. – Tem homens aqui! Dá pra mudar de assunto? Vamos falar de quadribol ou de.. Sei lá, férias?

-Ah é? Gina me diga... – disse Sophie ignorando a interrupção. – E se eles construíram outras vidas? Sei lá, estão casados, e talvez... Até amem essas pessoas?

-Eu desisto... – disse Rafael.

-É isso que eu quero dizer! Eles não vão poder amar outras pessoas enquanto não tiverem resolvido isso!

-É possível sim, Ginny. – disse Hermione entrando na conversa. – Tem coisas que não tem solução.

-Ah, não, Mione, assim você já está sendo radical. – disse Luna.

-Ei, vocês viram o jogo da Bulgária contra a Suíça semana passada? – perguntou Draco. Todos assentiram.

-Krum jogou terrivelmente mal. – disse Jorge.

-Dá pra vocês falarem mais baixo, estamos tendo uma conversa aqui! – exclamou Gina. Os garotos resmungaram e sentaram-se mais afastados. – Continue, Luna... Por que a Mione está sendo radical?

-Tipo... Tudo tem uma solução. Só que nem sempre as pessoas estão prontas pra encontrá-las. Bom, pelo menos foi o que o Semanário das Bruxas disse mês retrasado.

-Mas eles estão erradíssimos! – disse Hermione. – Não adianta... Se você procura uma solução você encontra! Mesmo que você não queira encontra-la! – disse Hermione, tapando a boca em seguida. Merda. Gina a olhou com um sorrisinho vitorioso.

-Ok... Então você está concordando com a Gina, Hermione? – perguntou Luna.

-Não! Eu só disse que...

-A Mione mudou de lado, Sophie... – disse Luna, olhando para a loira. Ela olhou depois para o grupo de rapazes. – Harry! – o moreno olhou sem ânimo pra lá. – Cadê a Vianne?

-Lá em cima com a Mina... Por quê?

-Droga, ela não vai querer descer... – disse Luna. – Obrigada!

-Por que?

-Eu queria uma aliada na minha batalha anti-Gina. Mas não vou interrompê-las.

-Sim... Continuando... – disse Hermione.

-Mione, me diga uma coisa... – disse Sophie pensativa. – Você acabou de dizer que há solução pra tudo ou foi só impressão minha?

-Eu nunca disse isso, vocês estão pondo palavras na minha boca!

-Calma Hermione! Nossa que stress... – disse Gina.

-Grande moral você tem pra falar, Ginevra.

-Calma aí! – disse Luna. – A Mione não respondeu!

-Ok... Eu só disse que, pra o que tem solução é impossível não achar uma!

-Então... O exemplo que eu dei antes... Sabe o dos namorados... – Gina deu um sorrisinho. – Ele tem solução?

-É claro que depende do caso, Gi! – disse Hermione.

-Se você quer um caso... Eu vou te dar um caso, Mione. Vou te dar todas as informações necessárias. – ela suspirou e começou a falar em um tom de voz mais baixo, para que ninguém além das garotas a ouvisse. Bah, a Luna já vai saber mesmo da história, não tem nada demais falar na frente dela. Ela não vai contar nada! – Eles se amam profundamente, começaram a namorar. Mas terminaram por muitos motivos. Os dois ainda se amam, mas são burros demais pra admitirem isso. – o queixo de Luna caiu: ela entendeu onde Gina queria chegar. Com certeza... Hoje vai ter morte aqui, pensou a loira. – Um dia, eles têm a chance de ficarem juntos. Mas, por algum acontecimento fatídico eles desistem um do outro. Ele, porque acha que ela prefere outro. E ela, porque acha que o outro é melhor pra ela.

-Gina, eu... – disse Hermione desconcertada.

-Ainda não terminei! – disse Gina. – Então, essa chance é dada de novo pra eles. Você não acha Hermione Jane Granger, que é meio... Burrice da parte dos dois ignorarem isso? – Hermione olhou abismada para Gina.

-Como você pode... Se meter na vida dos outros assim? – Sophie tentou amenizar.

-Gente, calma, é só um...

-Um exemplo! – exclamou Luna, tentando ajudar Sophie. – Nada mais do que um exemplo... Que, aliás, nem precisa de resposta! É, é isso... Um exemplo!

-Eu acho que devia ser medibruxa especializada em olhos... Porque eu só tenho amigos cegos!

-Gina! Você não é Deus, sabia?

-Eu sei! Só que eu também não sou cega, eu vejo como você está, como ele está... – as duas ainda falavam baixo, para os garotos não ouvirem.

-Quem quer muffin? – perguntou Sophie. – Hmm... Muffin delicioso!

-Mesmo assim! Você não precisa ficar... Sabe, bancando o cupido da história!

-É? Bom, você falar isso, porque o cupido só une quem se ama! Quem sabe eu não seja um disfarçado?

-Querem suco, meninas? – perguntou Luna pegando a jarra.

-Eu não te dei permissão pra se meter nesses assuntos!

-Ah é? Bom, porque eu ia ficar a vida toda esperando!

-Você não acha que está... Sei lá, querendo fazer alguma coisa?

-Como assim?

-Sei lá... Chamar a atenção? – perguntou Hermione irônica. – Não é essa a única coisa que você sabe fazer?

-Chamar a atenção? – exclamou Gina. Os garotos viraram para elas, mas as duas nem ligaram. – Escuta aqui, Hermione, se tem uma coisa que você sabe fazer é chamar a atenção!

-Eu? Hahaha você ta muito enganada! – retrucou Hermione se levantando.

-Hmm... Biscoitos? – tentou Sophie, hesitante. – São de cenoura, e chocolate!

-Enganada? Nossa, Hermione, sempre você fazendo a sua ceninha cínica! – exclamou Gina, se levantando também.

-Cínica? Cínica sempre foi você, escondendo a vaca que você sempre foi!

-Vaca?

-Iiiiih... Agora ela pegou pesado. – disse Draco para Jorge. O ruivo apenas assentiu.

-Vaca sim! Vai negar que você agarrou metade da população masculina de Hogwarts!

-Não, eu não vou negar! Mas eu pelo menos me... – Gina se calou, percebendo o que ia dizer. Infelizmente, Hermione também percebeu.

-Vai dizer isso pra alguém que acredite! – disse Hermione.

-Ok! Se você ainda não percebeu, eu te conto tudo, Hermione, afinal somos amigas!

-Conta tudo? – perguntou Hermione. – Desde quando você me conta tudo, Gina?

-Desde quando você me conta tudo, Hermione? – Gina pôs a mão no queixo, fingindo que estava pensando.

-Se eu oferecer um pedaço de bolo, alguém vai aceitar? – perguntou Luna. – É de laranja!

-Ah sim, acabei de lembrar! Desde que você e o Jorge... – ela não terminou a frase, porque Draco a agarrou por trás e tampou-lhe a boca. Jorge, ao ver o olhar de Hermione para a ruiva, fez o mesmo com a namorada.

-A conversa ta tomando um rumo muito perigooosaaAAAAI!!!! – gritou Draco, sacudindo a mão que tapava a boca de Gina. Ela exibia agora um pequeno corte. – Ela me mordeu!

-Desde que você e o Jorge tiveram a sua... – ela teve a boca tapada de novo por Draco.

-Agora é sério... – disse Rony para Luna. – A Gina e a Hermione me assustam.

-Tivemos a nossa o que? – disse Hermione, se debatendo enquanto a mão de Jorge pingava sangue no chão. - A NOSSA O QUE? VAMOS! QUERO VER VOCÊ COMPLETAR GINEVRA! VOU VER SE VOCÊ É TODA ESSA CORAGEM!

-VOCÊS NÃO VÃO FAZER NADA? – gritou Jorge, enquanto tapava a boca de uma Hermione que se debatia furiosamente em seus braços.

-Ok, eu realmente CANSEI! – gritou Draco. – Alguém tapa a boca dessa garota antes que ela responda, por favor? – Sophie se adiantou e conjurou uma fita adesiva grossa. Ela tapou, a muito custo, a boca de Gina. A garota agora resmungava coisas ininteligíveis. – Valeu. Agora, Gina... – disse ele, carregando-a nas costas. – Você vai ter que ir para o castelo! – Gina prontamente começou a bater nas costas do loiro e a puxar o cabelo dele. Pra piorar a situação Hermione se desvencilhou e gritou:

-SUA VACA! ME AGUARDE, GINEVRA, ME AGUARDE! – Gina começou a se debater e a bater em Draco.O garoto continuou a andar resmungando palavrões.

-Quer saber de uma? – exclamou ele, quando Gina deu um chute que por pouco não acertou o seu rosto. – Fica aí... – disse ele, pondo-a sentada no chão. – Me dê isso... – ele pegou a varinha da garota. Depois apontou a sua própria para ela e disse: - Silencio. – arrancou a fita adesiva com força e disse: - Petrificus Totalus! Mobilicorpus! – ele saiu andando levitando Gina a alguns centímetros acima da varinha até as masmorras. Ele colocou-a em sua cama e disse: - Ok, agora já chega? – Gina assentiu, e ele retirou os feitiços.

-Seu ridículo, nojento, antipático, loiro de uma figa! – exclamou ela.

-Você queria que eu fizesse o que? Deixasse você expor a vida sexual da Hermione e do seu irmão?

-Seria uma boa, sabia? – disse Gina, se deitando na cama. – Todos ficariam sabendo de detalhes sórdidos e...

-Dá pra calar a boca um segundo? – perguntou Draco irritado. Ele empurrou uma cadeira e se sentou.

-Não, não dá! – disse ela, cruzando as pernas. – Por que você separou a gente?

-Porque a minha reputação também estava em jogo, mas isso não vem ao caso... O que você falou pra ela?

-Nada demais, só...

-Ginevra Molly Weasley, eu estou com duas varinhas na mão... Que poderiam fazer um bom estrago. O que você falou pra ela?

-Eu não lembro as palavras exatas...

-Você confia em mim? – perguntou ele bruscamente.

-Cla-claro que sim, mas...

-Beba isso. – disse ele, estendendo um frasquinho que tirou do bolso. Ele tinha algumas gotas de um líquido transparente. – Vai refrescar a sua memória.

-Veritaserum. – disse ela, examinando. - Não abuse. – disse Gina, antes de beber. Draco sorriu e perguntou.

-O que, nas exatas mesmas palavras você disse à Hermione?

-Se você quer um caso... Eu vou te dar um caso, Mione. Vou te dar todas as informações necessárias. Eles se amam profundamente, começaram a namorar. Mas terminaram por muitos motivos. Os dois ainda se amam, mas são burros demais pra admitirem isso. Um dia, eles têm a chance de ficarem juntos. Mas, por algum acontecimento fatídico eles desistem um do outro. Ele, porque acha que ela prefere outro. E ela, porque acha que o outro é melhor pra ela.
Então, essa chance é dada de novo pra eles. Você não acha Hermione Jane Granger, que é meio... Burrice da parte dos dois ignorarem isso? – Draco ficou boquiaberto.

-Você estava no seu estado normal do senso de perigo quando disse isso? – Gina respondeu prontamente.

-Na verdade eu estava.

-Mas como você pôde?

-Abri a boca e falei. – disse Gina. – Escuta aqui, dá pra parar de fazer perguntas? Eu vou ficar rouca desse jeito! – Draco abriu um sorrisinho. – Oh, não, Draco Lúcio Malfoy, nem pense nisso!

-Gina... Você vai sofrer na minha mão por mais ou menos... – ele olhou para o relógio. – Quinze minutos.

-NÃO!

-Relaxe... – disse ele. – Não vou perguntar nada demais. – ele, de repente olhou para o relógio de novo. – Merlin, o encontro com a Hermione!

-O QUE? – gritou Gina quando Draco levantava correndo.

-Fique aqui!

-DRACO! – gritou ela, quando ouviu o clique da fechadura.


~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*


Hermione e Sophie andavam de um lado para o outro na Sala Precisa. Ela estava muito parecida com a biblioteca, mas só tinha uma mesa com três cadeiras além das estantes. Todos os livros falavam de um mesmo assunto; as fases Angulares. A mesa também estava cheia de livros e vários papéis cheios de anotações riscadas. Hermione olhou para o relógio.

-Eu não acredito nisso! Meia hora de atraso! – ela se jogou na cadeira. – O Malfoy não leva nada a sério.

-Até que enfim! – disse Sophie quando a porta se abriu. Draco sentou-se e a loira o acompanhou.

-Ok... Desculpem o atraso, estava... Resolvendo uns probleminhas.

-Sei... – disse Hermione. Todos ficaram em silêncio até que Draco disse:

-Qual a má notícia que você tem Hermione? Ou falou isso só pra me ver?

-Isso é mais a sua cara, Malfoy... – disse ela sem se alterar. – Mas eu estava conversando com o Sirius, e... Ele me explicou algumas coisas.

-O que significa que vamos ter uma conversa realmente muito longa e esclarecedora, não? – disse Draco. Sophie abafou uma risadinha.

-Eu descobri que há mais livros falando sobre as fases Angulares... E eu estou aqui desde manhã cedo tentando achar explicação, mas...

-Dá pra parar de enrolar, querida, e continuar a falar do que o Sirius disse? – interrompeu Draco, pondo os pés na mesa. Hermione ignorou a grosseria e disse:

-O Sirius me falou que existem três fases Angulares.

-Como só estamos nós três aqui eu presumo que uma delas seja a Triangulação. – disse Sophie.

-Nas palavras do Sirius elas são “vários tipos de ligações entre mentes”. A Biangulação...

-Que é mais comumente conhecida como Legilimência... – disse Draco, brincando com um pedacinho de papel.

-É. – disse Hermione irritada. – A Biangulação só permite que a gente leia os pensamentos, e não os transmita.

-Ok, e os bruxos aprenderam a induzi-la com a varinha. – completou Sophie.

-Isso mesmo. – disse Hermione, apontando para a amiga. – E há a Triangulação... Que nós conhecemos.

-Você não disse que eram três, senhora Sabe-Tudo? – perguntou Draco.

-Segundo o Sirius são... – disse ela. – Mas em todos os livros que eu consegui encontrar, tanto lá embaixo quanto nessa biblioteca que eu consegui organizar... Bom, só um falava sobre a última.

-Que é... – incentivou Sophie.

-A Quadrangulação. Ela é a forma mais aprimorada da Triangulação. Envolve quatro pessoas... Ela é hereditária e tem uma ou outra... Característica a mais. – ela olhou para os outros dois. Ambos prestavam atenção total a ela.

-E você quer me dizer que... Se essas informações não estão em quase nenhum desses livros e que o Sirius, justo o Sirius te contou isso... – disse Sophie.

-Quer dizer exatamente isso, Sophie. A história deles era uma Quadrangulação.

-Alguém pode me explicar o que ta acontecendo porque eu to boiando? – reclamou Draco irritado.

-Malfoy... O Sirius, sua mãe, a mãe do Harry e a McGonagall eram Angulares. – disse Hermione.

-Mas se você me disse que a Quadrangulação era hereditária... – disse Sophie.

-“A Quadrangulação pode nascer por acaso ou ser passada para filhos que nasçam com capacidades Angulares. As pessoas Quadrangulares se ligam a outros três Angulares, e formam uma ligação muito complexa que nenhum ser humano, que porte ou não uma varinha, pode compreender”. – disse Hermione, lendo um trecho de um livro.

-Mas se eu nasci com... “Capacidades Angulares” e sou filho de uma Quadrangular...

-Nós temos um grande problema aqui. – disse Hermione. – Não sabemos quem é a quarta pessoa.

-A gente fala disso depois. Quais são essas características a mais? – perguntou Draco interessado.

-Bom... Nós podemos... Compartilhar lembranças, pensamentos, sentimentos... – disse Hermione.

-Calma aí! – interrompeu Draco. – Você está me dizendo que, se... Se uma pessoa ama a outra, e ambos estão ligados pela Quadrangulação...

-Oh, não, Draco! – disse Sophie rapidamente. – Acho que não é assim... Deve ser algo mais relacionado a se você ama alguém de fora da relação... As outras pessoas ficam sabendo. – ela olhou para Hermione esperando uma confirmação. A castanha, porém, baixou a cabeça.

-O Malfoy está certo... Elas não demonstram sentimentos, e sim compartilham. – Draco olhou significativamente para Hermione. – O que é?

-Nada não... – disse ele, pondo de novo os pés na mesa.

-Ok, continuando... – disse Hermione. – A Quadrangulação permite que nós localizemos as outras pessoas. Tipo, se eu estiver aqui e a Sophie estiver lá na Tchecoslováquia eu posso encontrá-la.

-Então está resolvido... Usamos nossos poderes especiais pra encontrar a outra pessoa.

-Não é tão fácil quanto parece. – disse Hermione. – Tem todo um processo que até hoje não se sabe qual é pra a pessoa “receber” a Angulação. E nós só podemos localizar essa pessoa quando ela tiver se encaixado, digamos assim.

-O que significa que nós estamos de volta à estaca zero? – perguntou Sophie, se levantando.

-Acertou em cheio, Sophie. – disse Draco desanimado.

-Bom, eu tenho que ir... – disse a loira.

-Já? – perguntaram Draco e Hermione ao mesmo tempo.

-Tenho que sair com o Fred... Depois conversamos. – disse ela, saindo. Hermione tentou ir atrás, mas Draco segurou seu braço.

-O que é que... – ele deu um puxão e ela se aproximou.

-Não vou deixar você me bater... – disse ele, prendendo os braços dela com uma das mãos. – E não vou deixar você fugir. – com a outra mão ele a prendeu pela cintura. – E agora sim, Hermione, nós podemos conversar em paz.

-O que você quer Malfoy? Eu também já estava indo embora...

-Que ironia do destino, Mione... O que eu quero está bem na minha frente... – ele respondeu, e começou a beijá-la no pescoço. – Mas o problema é que o que eu quero diz que não me quer... – ele foi subindo numa trilha de beijos. Hermione estava atônita. – Mas como eu sei que me quer... – ele deu-lhe um beijo na boca. – Eu só vou ajudar na escolha. – Hermione fechou os olhos e o beijou. Sentiu-o largar seus braços e descer a mão até seu rosto, enquanto a outra acariciava suas costas. O toque gélido da mão do garoto deu-lhe arrepios, o que só incentivava o beijo. Ela acariciava os cabelos longos do garoto e os braços fortes [[OBS.: Nada de babar, garotas, ele eh soh meu e da Mi, ok?]].

E o Jorge, dizia uma vozinha insistente na cabeça de Hermione. Ela continuava a corresponder o beijo de Draco, mas a culpa atormentava sua mente. Ela empurrou o garoto e se virou, não querendo deixá-lo ver as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.

-O que... – ia perguntar Draco, mas ouviu alguns soluços. – Hermione, você... Ta chorando?

-Não... Não, foi só um... Resfriado, isso é normal. Eu tenho que ir. – ela, sem mais delongas saiu andando.

-O que há com essas mulheres daqui? – perguntou Draco para si mesmo, enquanto fechava a porta da Sala Precisa.


~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*


A noite ventava muito, mas não estava tão fria. Draco, Jandy, Gina, Sophie, Harry, Rony e Rafael esperavam a diretora e Aberforth. Os dois estavam em uma reunião da Ordem para decidirem se iam mesmo colocar o caso de Aberforth nas mãos do Ministério. Enquanto isso todos conversavam.

-Ok, então... – disse Gina falando com Draco. – Você vai ter que ir mesmo, né Malfoy?

-Fala a verdade, eu sei que você sempre quis se livrar de mim! – disse Draco. Gina sorriu e baixou a cabeça com os olhos marejados. – Ah não, Ginevra, não chore! Vai, você sabe que eu odeio mulher chorando...

-A Gina é emocional por natureza, Malfoy. – disse Rony fazendo uma careta. Ele apertou a mão de Draco. – Te vejo por aí.

-Até um dia. – Rafael se aproximou do garoto.

-E aí, Malfoy, vê se te cuida.

-Vê se te cuida... E cuida dessa daí, ela faz muita besteira quando eu não to por perto. – disse ele apontando para Gina.

-Pode apostar que eu cuido, ok? – disse ele sorrindo e abraçando Gina.

-Ei Malfoy! Toma cuidado por lá pelos Estados Unidos, eu não vou estar sempre por perto pra te proteger, ok?

-Desde quando eu preciso de sua proteção, Potter? – retrucou Draco.

-Quer mesmo que eu enumere? Bom, no primeiro ano, na Floresta Proibida...

-Ok, já chega. – respondeu o outro. Eles se cumprimentaram brevemente. Draco virou pra Sophie:

-E você, vê se me convida pro casório hein? – ela abraçou o primo. Em seguida virou para Jandy:

-Eu não te conheço, mas se você não cuidar direitinho do Draco eu vou saber, ok?

-Pode deixar. – disse a morena, olhando de esguelha para Gina. A ruiva deu um sorrisinho amarelo para ela.

-E você... – disse Draco, olhando para a amiga. – Vê se não apronta muito enquanto eu estiver fora... Vê se toma juízo... – ele pareceu pensativo. – Ah não, acho impossível... Melhor desconsiderar essa última. – Gina hesitou um pouco. Depois pulou nos braços de Draco, chorando. – Ei, ei calma...

-Você não precisava ir... – disse a ruiva. – E sabe muito bem disso...

-Você sabe muito bem que vai ser melhor... – respondeu o loiro. – É melhor você subir.


~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*


Hermione se achava louca. Só pode ser isso, eu não estou no meu estado normal de consciência, pensava ela enquanto colocava alguns livros na mochila. A mala, já pronta, estava aos pés da sua cama. Ela fechou a mochila e, pegando-a junto com a mala, saiu praticamente correndo pelos corredores. Fez um caminho diferente do habitual para não topar com nenhum conhecido. E deu sorte, afinal todos os que desceram para se despedirem de Draco deviam estar subindo àquela altura. Chegou tropeçando até perto dos portões e, de longe, reconheceu a silhueta de Draco. Ele estava parado no portão ao lado de Aberforth Dumbledore, que fumava um cigarro, e de outra pessoa, uma mulher. Hermione semicerrou os olhos e viu que conhecia a garota: era Jandy Scherpes. Ela estranhou, e resolveu observar apenas. Aproximou-se mais, ficando atrás de uma palmeira. Puxou uma Orelha Extensível do bolso e colocou-a no ouvido; logo depois ouviu a voz de Aberforth dizer:

-Mas essas carruagens não chegam nunca?

-Devem estar chegando. – respondeu Draco.

-Mas é difícil elas demorarem tanto... – disse Jandy. – Não é uma viagem muito interessante, eu fico enjoada todas as vezes que pego essas carruagens.

-E imagina agora... – respondeu Draco. Estranho, pensou Hermione. – Mas e então, o que você disse aos seus pais?

-Disse que eu ia apresentar meu namorado Draco e seu tio Gildren... Quando eu disse seu sobrenome eles fizeram questão de hospedá-lo em minha casa, sabe, até que eu disse que você ia morar com seu tio em outro lugar. Mas eles ainda não engoliram a história da gravidez, Draco... – Hermione ficou estupefata. – Eles não entendem como um cara influente como você se descuidou ao ponto de engravidar uma garota. – Hermione arrancou o fio cor de carne como se ele fosse uma cobra venenosa. Ela queria sair dali correndo, mas continuou a olhar a cena. Draco pousou a mão na barriga de Jandy, e depois encostou a cabeça. Hermione fechou os olhos. Não podia acreditar naquilo. Simplesmente não queria acreditar. Abriu os olhos e viu que uma carruagem chegou e Jandy e Aberforth entraram. Draco ficou parado um pouco, olhando para a porta de Hogwarts. Por fim sacudiu a cabeça e entrou. A carruagem saiu sacolejando e Hermione finalmente pôde sair de trás da árvore. Sentiu que uma fina chuva caía, mas nem ligou. Tudo foi uma tremenda mentira.

É o tanto que eu te amo
É o tanto que eu preciso de você.


A garota sentiu que as lágrimas se juntavam, no chão, às gotas da chuva que engrossava cada vez mais. Várias lembranças do início do ano, quando namorava Draco tomavam conta de sua mente. Lembranças felizes... Apenas lembranças.

E eu não suporto você
Tudo o que você faz tem que me fazer sorrir?
Será que eu não posso não gostar nem por um momento?
Não...


Draco ficou ainda um bom tempo olhando para a Torre Grifinória. Não sabia por que, mas sentia que devia voltar. Besteira, pensou. Nunca acreditara em seus instintos. Não seria justo ali que iria passar a acreditar. Achara que o fato de Hermione beija-lo teria alguma importância na mente da garota, mas estava enganado.

Mas você não me deixa
Você me chateia, menina, e depois me beija.
E de repente eu esqueço que estava chateado
Nem me lembro do que você fez.


Hermione sentou-se em um banco de madeira no pátio. Colocou suas coisas embaixo dele e levantou a cabeça, sentindo as gotas de chuva molharem seu rosto. O rosto que ele adorava tocar, pensou ela, reprimindo-se em seguida. Ele não gostava. Se gostasse, ela estaria dentro de uma carruagem em direção à estação de trem de Hogsmeade. Se ele gostasse, eles estariam indo para os Estados Unidos. Juntos.

E eu odeio isso
Você sabe exatamente o que fazer para que eu não consiga ficar brava por muito tempo, e isso é errado.


Ele sentiu Jandy adormecer lentamente ao seu lado, mas não estava nem aí. A sua mente estava tomada pelo beijo de mais cedo. As sensações de quando sentiu a boca de Hermione tomando a sua, o gosto adocicado da sua boca... Ele quase esqueceu o que ela fizera com ele. Quase.

E eu odeio isso
Você sabe exatamente como me tocar para que eu não queira mais discutir nem zangar, já disse detesto te adorar.


Ela o amava. Percebera isso tarde demais. Mas o amava, tanto que até doía. Mas, para ele, tinha sido apenas uma brincadeirinha besta. A menina que cresceu, mudou, atraiu pessoas que nunca imaginaria atrair, refletiu ela amargurada. Sabia que, quanto mais tentasse esquecer Draco, mais se sentiria triste. Eu preciso dele.

E eu odeio o quanto eu te amo, rapaz.
Não suporto o quanto necessário você é para mim.
E eu odeio o quanto eu te amo, rapaz.
Mas eu simplesmente não posso te deixar.
E eu odeio te amar tanto.


Sabia que sentiria saudade de todos. Fizera amigos durante aquele ano. E inimigos também, tinha de admitir. Para manter seus amigos protegidos Draco tinha que ir. Mas valia a pena ele largar Hermione? Seria tão mesquinho ao ponto de deixá-la? Sacudiu a cabeça, irritado. Ela ama o Jorge, não posso fazer nada, pensou. Mas por que ela me beijou? E ele mesmo respondeu. Brincadeira.

E você sabe completamente o poder que tem sobre mim
Você é a única que me faz rir.


Burra. Era isso que Hermione se sentia. Uma completa idiota. E era por isso que ele se aproveitava dela. Aproveitava-se do fato dela amá-lo. De ela não ter controle do seu corpo quando ele se aproximava com um sorriso. Com aquele sorriso.

É triste e injusta
A forma como você se aproveita do fato
De que eu te amo além de um porquê.
Isso é simplesmente errado.


Como eu vou sobreviver eu não sei, pensou Draco amargurado. Agora ele percebera que a sua força-motriz era o fato de que poderia, quem sabe, em algum dos corredores, encontrar Hermione sozinha. Ela pode me achar, se ela quiser me procurar ela vai me achar. Mas então por que a garota não aparatou na estação localizada dali a alguns metros? Por que ela não aparecia com uma mala cheia de roupas, com seus livros e pergaminhos? Por quê?

E eu odeio o quanto eu te amo, garota.
Não suporto o quanto necessário você é para mim.
E eu odeio o quanto eu te amo, garota.
Mas eu simplesmente não posso te deixar.
E eu odeio te amar tanto.


Hermione levantou a cabeça de repente, tomando uma decisão. Não ia mais se submeter a ele. Seguiria sua vida como se Draco nunca tivesse passado por ali. Então tirou algo do bolso, algo que encontrou no chão do jardim depois do piquenique, depois daquele beijo. A aliança que Draco lhe dera no início do namoro e que ela devolvera quando o encontrou com Jandy. Deu um beijo na aliança e jogou-a para a Floresta. Viu seu reflexo dourado aparecer uma última vez e sumir.
Draco decidiu. Tinha muita coisa pra se preocupar. Hermione não precisava entrar nessa lista. Talvez ela entrasse na lista de Jorge. Na sua lista de preocupações nunca mais. Ele abriu a janelinha e tirou a aliança que carregava sempre no dedo. A de Hermione ele sempre carregara consigo também, mas a perdeu. Talvez fosse um sinal. É, talvez fosse. Segurou a aliança firmemente e atirou-a no chão.
Como se fosse sincronizado, os dois pensaram ao mesmo tempo: pode ser que um dia eu me cure.

Um dia desses, talvez sua mágica não me afete mais.
E seu beijo já não me enfraqueça
Mas não há ninguém nesse mundo
Que me conheça como você.
Então você provavelmente terá sempre um feitiço sobre mim.


Por mais que o amasse, Hermione sentiu que era o fim. Não sabia se a tal cura viria um dia, de Jorge ou de qualquer outro. Mas sentia que estava cometendo um erro. Erro foi quando comecei a conversar com ele na estação e não lancei um Avada Kedavra ali mesmo.

É o tanto que eu te amo
É o tanto que eu preciso de você
É o tanto que eu te amo
É o tanto que eu preciso de você.


Hermione e Draco pensaram, de novo ao mesmo tempo. Tudo isso foi um grande erro.

E eu odeio que eu te ame tanto.

A garota enxugou as lágrimas. Precisava de um tempo para pensar. Pegou sua mochila e sua mala e saiu andando em direção ao castelo. Não usou nenhum feitiço para se proteger da chuva grossa; estava considerando-a uma lavagem de alma. Entrou no Saguão de Entrada e, sem ligar para os olhares curiosos das pessoas, subiu para a Torre Grifinória.
Draco parou de observar a estação e olhou para o lado. Aberforth já havia saído da carruagem, e ele acordou Jandy. A garota não disse nada, apenas pegou sua bolsa e saiu. Draco saiu da carruagem, mas ainda ficou olhando por um tempo o castelo, quase encoberto pela névoa que se formava por causa da chuva forte.

-Draco? – chamou Jandy, pousando a mão no ombro dele. – O trem já está saindo. – Draco pegou seu malão no chão e deu uma última olhada para a escola. Como se fosse algo planejado, a Grifinória ficou totalmente escondida pela névoa. – Você vem? – o garoto suspirou e deu as costas a Hogwarts. Estava seguindo para uma nova vida. À qual Hermione não pertencia.

E eu odeio o quanto eu te amo, garoto.
Não suporto o quanto necessário você é para mim.
E eu odeio o quanto eu te amo, garota.
Mas eu simplesmente não posso te deixar.
E eu odeio te amar tanto
E eu odeio te amar tanto, tanto.



~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*


Gina estava se preparando para dormir. Dormir com chuva... Simplesmente perfeito, pensou ela quando terminou de vestir a camisola. Porém, antes de deitar lembrou da briga com Hermione. Lentamente, para não acordar a amiga, andou até a cama dela e abriu a cortina. A cama estava arrumada e vazia. E a escrivaninha não tinha nenhum dos habituais livros. Sorriu. A garota tinha coragem. Só para se certificar, Gina abriu a cômoda de Hermione. As gavetas ainda tinham poucas roupas, que Hermione nunca usava, e alguns pergaminhos usados.

-Ela foi... – disse Gina para si mesma. – Ela foi! – exclamou. Começou a comemorar sozinha pelo quarto, e ouviu a porta se abrir. Olhou para trás e viu a figura de Hermione parada, totalmente encharcada, com uma mala e uma mochila em mãos. – Mione? – a castanha pareceu vacilar.

-Ele mentiu Gina... Mentiu pra mim... – disse Hermione. Gina sabia exatamente do que a amiga estava falando, mas resolveu não contar nada. Só abriu os braços, e Hermione aceitou o abraço.

-Tenho certeza de que você vai entender isso algum dia, Mione. – disse Gina.

-Será que eu ainda vou querer entender isso?

-Você? – disse Gina sorrindo. – A menina mais curiosa de Hogwarts? Eu acho que sim.

-Desculpa por... Bem, por ter te chamado de várias coisas na frente de todo o mundo.

-E desculpa... – Gina sorriu, lembrando da expressão de Draco quando falou a mesma coisa. – Por tentar expor a sua vida sexual com o Jorge.

-É? Bom, meu erro foi menor... – disse Hermione, sorrindo fracamente. Gina olhou atentamente para a castanha e disse:

-Acho melhor te deixar sozinha... Você precisa pensar.



BÔNUS: CAUGHT IN THE SUN

Hermione secou suas coisas e entrou na banheira para relaxar. A água estava quente e reconfortante. A garota mergulhou a cabeça e lembrou da música dos sereianos. Ela percebera desde o início que a música falava de Draco, mas mesmo assim resolveu arriscar. E sorriu ao lembrar que inúmeras vezes ele salvou sua vida. Ergueu a cabeça lentamente e disse baixinho:

-Até os sereianos erram. – ela podia ter se afastado dele, mas se arriscou. Poderia ter continuado com os mesmos tratamentos de desde o primeiro ano, e assim não estaria sofrendo tanto. Estaria feliz com Jorge e comemoraria a viagem de Draco.

Você é minha distância, meu destino que escolhi.
Daria qualquer coisa apenas para ouvir sua voz
Eu poderia ter passado por você na rua sem dizer uma palavra
Na maioria das vezes, sinto falta da voz que passa despercebida.


Será? Perguntou uma vozinha em sua mente. Será que tudo seria diferente se Hermione simplesmente não tivesse conversado com ele no trem? Ela nunca acreditou no destino, e sim nas escolhas que todos faziam. Mas pairava essa dúvida. Poderia estar tudo escrito?

E se eu sentir sua falta, você se misturou ao Sol?
E se eu fizesse algo que não pode ser desfeito?


Chegou à conclusão de que não. Não teria mudado muita coisa. Ela percebeu que não adiantavam as escolhas, estava tudo escrito. Até as escolhas. As escolhas erradas, então, seriam as certas. Seriam escolhas que, se fossem pra ficar, elas ficariam. E, se fossem pra mudar, o destino se encarregaria disso. Ela só teria que ficar de olho nos sinais. E sabia exatamente como fazer isso.

Há pessoas em todos os lugares, como posso ter certeza.
Se for você que eu estive procurando
O que iria precisar para que eu ficasse confortável?
Com você, comigo, você é a pessoa escolhida!


Esse pode ser o maior erro da minha vida, pensou ela. Mas o que eu tenho a perder? Essa era a questão que ficava na cabeça de Hermione. Ela procurou alguma roupa para vestir. Ia jantar com Jorge dali a algum tempo na Sala Precisa.

E se eu sentir sua falta, você se misturou ao Sol?
E se eu fizesse algo que não pode ser desfeito?

Eu espero e rezo pra que você esteja lá
Você vai estar lá, não vou me atrasar muito!


Ela decidiu-se por um vestido branco. Uma tiara dourada combinava com a sandália. Sorriu para a imagem no espelho. Por fim, deu-se por satisfeita. Ficar com Jorge era a sua escolha. Se fosse certo ou errado o destino diria se sim ou não.

E se eu sentir sua falta, você se misturou ao Sol?
E se eu fizesse algo que não pode ser desfeito?

Você vai estar lá, ou será que vou me atrasar demais dessa vez?
Eu espero e rezo pra que você esteja lá!


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