Primavera Negra escrita por Brigith


Capítulo 3
Cap. 2 - Eu descubro que Hermes sumiu.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Mais um cap para vocês. Fiquei bem contente com os reviews. Espero que gostem.
Beijos especiais para:
Anna
Carol
Clainha e
Sarinha.
Beijos e obrigada por comentarem! :*



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A última aula era de educação física, pelo menos uma coisa boa em meu dia.
Eu podia parecer um pouco desajeitada, mas na verdade não era bem assim, em parte por que eu treinara bastante meu físico e em parte pelo meu défcit de atenção. Se bem que eu me  dava muito melhor em esportes como esgrima e arco e flecha mas acho que a bola não vai ser exatamente um problema, já que eu já joguei bola com uma tropa de monstros, mas enfim.
Foi bom poder bater em algo, deixar minha força fluir - mesmo eu não gostando exatamente de violência como os filhos de Ares, e mesmo que bater em uma bola não seja exatamente como bater em um monstro, mas foi bom igual - me ajudou a relaxar.
Quando o último sinal tocou fui para a secretaria lentamente, tentando não pensar em como eu tinha coisas para fazer em casa.
Graças a Zeus a chuva tinha parado - pelo menos por enquanto - muito embora o vento estivesse cada vez mais gelado.
Depois de caminhar no vento congelante lá fora, chegar a secretaria que estava quentinha  foi uma benção. Mas eu quase dei meia volta e sai.
Edward Cullen estava junto a mesa na minha frente. Eu reconheceria aquele cabelo cor de bronze a quilômetros de distância. Por sorte ele não pareceu ter ouvido minha entrada, me encostei na parede, pensando em como seria bom ter um boné que me deixasse invisível.
Eu tinha boa audição, sempre tive então logo notei que ele discutia com a secretária - com uma voz baixa e estremamente linda -  tentando trocar seu horário. Ele queria qualquer outra aula, qualquer outra, que não fosse biologia.
Fiquei nervosa por algum motivo. Não podia ser por minha causa! Era impossível. É claro que minha vida estava cheia de coisas impossíveis mas... francamente! Nós nem nos conhecemos.!
A flor - meio murcha - que estava encima da mesinha no centro da sala começou a ganhar vida. Não no sentido técnico da palavra. Quis dizer que ela começou a crescer e ganhar novo brilho, onde antes haviam pétalas caídas começaram a brotar novas flores e a florzinha que estava morrendo agora estava mais linda do que nunca.
O problema era que ela não parava de crescer. Isso acontece muito quando estou nervosa, as flores simplismente endoidecem.
Corri até a planta que agora estava rodeada de brotos, e sussurrei:
- Hey, para, para, para!
Não que a flor fosse responder, ela só parou. Em geral não é necessário falar, só pensar, mas quando estou nervosa as coisas mudam.
Me levantei rapidamente e olhei Edward que agora estava rígido, como se tivesse ouvido minha conversa solitária com as tulipas.
A porta se abriu e uma rajada fria de vento entrou para dentro. Foi como se alguém tivesse espetado o Cullen com um alfinete, pois ele se enrigeceu mais ainda - como se isso fosse possível - e virou para me encarar.
O rosto impecávelmente lindo tinha uma expressão dura. Os olhos negros eram puro ódio.
Ele só me encarou por um segundo mas foi os suficiente para meu sangue congelar. Acho que congelou mais do que quando eu enfrentei as 3 empousas de uma só vez, e olha que daquela vez eu realmente estava morrendo de medo.
Edward se virou novamente para a secretária e disse aspero:
- Tudo bem então. Acho que vai dar para sobreviver.
Engoli em seco quando ele passou tempestuosamente por mim. "Acho que vai dar para sobreviver" quem é que morre em uma aula de biologia? Certo, eu poderia morrer em uma aula de biologia. Mas ele? Francamente!
Eu estava com raiva daquele cara. Quem ele pensa que é afinal?!
Respirei fundo e fui até a secretária para lhe entregar a caderneta que ela me dera no início das aulas.
- Como foram as aulas? - perguntou ela
- Ótimas. - respondi. Ela apenas deu de ombros.
Disse um tchau e fui para a picape. Tinha voltado a chover.
- Valeu, vô! - disse eu, meio chateada.
Até chegar na picape meu cabelo já ficara totalmente molhado.
Sentei no meu carro, suspirei e fui para casa. Eu realmente precisava me secar, não queria ficar gripada, de geito nenhum.
******************************************************************************
O dia seguinte foi melhor... e pior.
Foi melhor por que parara de chover (embora estivesse nublado e frio), tinha minhas suspeitas de que chamar Zeus de vô ajudaram um pouco as coisas, mas não queria criar esperanças.
Foi melhor por que as pessoas pararam de olhar tanto para mim,  foi melhor por que eu estava começando a me sentir mais segura.
E foi pior por que Edward não apareceu na aula. Certo, eu estava com um pouco de raiva dele, mas eu queria mesmo era saber o por que de sua reação, e já que ele não aparecera na escola... eu não podia perguntar. Sortuda eu ,não?
É claro que eu tive educação física, onde eu pude descontar melhor meu mal humor, para o azar de uma colega de turma, que acabou levando uma bolada na cabeça e depois ficou me encarando.
Pedi desculpas uma vez não ia pedir de novo.
E eu descobri que muita gente gostava de mim. Mike era um exemplo disso, ficou me perseguindo por todo o canto, então quando o dia letivo acabou fiquei aliviada por poder me despedir dele.
Depois da escola, para não ter que ir direto para casa, fui até o supermercado fazer compras. Não sem antes todos os alunos olharem para minha picape  após ela fazer seu ronco costumeiro. Por mim tudo bem, a maioria dos carros da Forks High School eram bem velhinhos, exeto um volvo que era novinho em folha.
É claro que eu não me surpreendi ao descobrir que o volvo pertencia aos Cullens. Eles decididamente tinham bastante dinheiro. Mas não deixei minha mente vagar por muito tempo, se não, ela voltaria para o garoto do topete cor de bronze. Poderia dizer que ele caiu do Olimpo, tamanha era sua beleza, mas achava aquilo muito pouco provável.
O supermercado era enorme, o que me alegrou. Era bom poder exercitar as pernas, andando entre as pratelheiras.
Depois das compras, fui para casa, guardei tudo onde tinha espaço, e começei a preparar o jantar (batatas com bife). Assim que tudo estava em seu devido lugar, subi para meu quarto, joguei a mochila encima da cama e liguei o computador.
Acessei a internet e olhei meus e - mails.
O primeiro e-mail que abri era de Nico, dizia:
Belzita,
Estou te mandando esse e-mail para dizer para, por favor, você se cuidar. Você sabe que apesar de tudo (leia-se MEUPAIODEIAVOCÊEVOCÊSABEPORQUE) eu a considero uma boa amiga.
Então, tente não morrer, ok? Mas se não conseguir não morrer... tudo bem também, a gente se fala do mesmo geito.
Mas como foram as aulas? Já destruiu a escola? Algum monstro apareceu por aí?
Aqui no acampamento está a maior zoeira. Ah! Estão construindo um chalé para sua mãe, bom não é?
Bem, a gente se fala florzita. Beijos,
Nico.

Sorri com o e-mail dele. Nico, apesar de ser filho de Hades era até que bem legal. Escrevi uma resposta:

Nico.
Obrigada pela preocupação. Prometo que vou tentar me cuidar, e você sabe muito bem que eu sei me defender.
E não pretendo morrer tão cedo... então continuamos a nos falar por e-mail(é claro que você pode falar comigo por MI).
As aulas foram horríveis, fora educação física. Mas ainda não destruí a escola, e espero que isso não aconteça, tendo em vista que Forks High School é a única escola secundária na escola.
Você ainda está no acampamento? Que Hades deu em você? Achei que não gostasse muito de ficar aí.
Estou realmente feliz por estarem construindo um chalé para Perséfone, o chalé de Hermes estava cheio demais!
A gente se fala caveirinha, beijos,
Bella.

Acabei o email e enviei. Então abri o outro, de Annabeth e Percy.

Bella!
Estamos morrendo de saudades de você. Eu, Nico, e Percy ainda estamos no acampamento, você sabe... para ajudar na construção dos chalés. Todavia logo vamos para casa.
Como foi sua chegada em Forks?
Deixe-me adivinhar:  está chovendo não é? Bem, você vai ter que se acostumar com a chuva.
Espero realmente que nenhum monstro tenha aparecido por aí, e que você não tenha destruido a escola.
Bem... NOS CONTE TUDO!
Estamos morrendo de curiosidade por aqui.
Certo, agora Bella, não fique preocupada nem nada do tipo. Só estamos lhe contando isso por que achamos que você gostaria de saber nada mais.
Algumas coisas estranhas estão acontecendo. Eu e Percy pegamos um pedaço de conversa entre Quíron e Senhor D. . Eles pareciam preocupados.
Ninguém vê Hermes a mais de uma semana, imagine o caos que está o Olimpo, pra variar um pouquinho.
Rachel deu para nós uma pequena profecia, antes de ir embora. Acho que teremos uma nova missão, eu, Percy e Nico.
Não se preocupe, apenas nos deseje sorte.
Bom Bella, se precisar urgentemente falar conosco já sabe: Mensagem de Íris.
É isso, beijos,
Annabeth e Percy.

Senti meu coração apertar. Hermes estava desaparecido, alguma coisa grave estava acontecendo.
Mas Annabeth e Percy tinham razão, eu tinha que ficar aqui,  pelo menos por um tempo.
Respondi ao email, um pouco desanimada:

Galera,
Também estou morrendo de saudades.
Minha chegada em Forks? Bem... foi normal. É claro que estava chovendo.
Vocês não vão acreditar! Charlie comprou uma picape para mim! Legal né?
Nenhum monstro apareceu, graças aos Deuses!
Não tem muito o que contar... exeto que minha nova escola tem alunos bem estranhos.
Estou tentando não me preocupar, mas devo admitir que está difícil. De qualquer forma, boa sorte.
Podem me mandar um MI a qualquer hora, certo?
Beijos de sua amiga,
Bella.

Fiquei olhando para tela do computador por um tempo, então decidi fazer algo de útil (criar um jardim nos fundos da casa era uma boa ideia, aquele lugar estava muito para baixo), mas quando fui me levantar dei de cara com...
- Mãe?! -  gritei quando vi Perséfone na mensagem de Íris - Aconteceu alguma coisa?
Não achem que sou desnaturada, ou que eu não ame minha mãe (certo, talvez amor maternal seja um termo um tanto desconhecido para mim... mas vamos ignorar esse fato) é só que, em geral, os deuses não ficam por aí falando com suas meras proles mortais só para saber "como foi a aula". Na maioria das vezes eles querem alguma coisa.
- Oi, Bella. - disse ela casualmente - Tudo bem por aí?
- Claro... er. Tudo legal. - respondi - E como vai o... mundo inferior?
Perséfone soltou um risinho.
- O inferno está cada vez mais cheio, mas isso não vem ao caso. Eu só passei para ver como você estava, para ver se estava bem.
Ergui as sobrancelhas.
- Sério? - não consegui segurar o toque de ironia na voz - Bom, como já disse, eu estou bem, tentando me acostumar com a chuva, você sabe.
Perséfone sorriu, parecendo maternal.
- É claro que sei. Bem, cuide - se. E a propósito... - disse ela, comecei a me preocupar -  você poderia vir me visitar um dia desses, aqui embaixo não é tão ruim.
Mordi os lábios para não dizer algo estúpido (como por exemplo: é claro que não é tão ruim, é só o inferno), e respondi:
- Seu marido não gosta de mim. Acho que vou ficar por aqui.
Perséfone deu de ombros e disse que deixaria o convite em aberto. Depois se despediu e a mensagem acabou.
Legal. Eu recebi uma ligação do inferno, muito legal mesmo.
Suspirei e fui para os fundos da casa. Aquilo realmente precisava de um ânimo a mais.
Senti um leve repuchar na minha mão antes que as flores começassem a crescer. Modéstia a parte o jardim ficou muito bonito, nem parecia inverno. Certo que eu teria de vir ver as plantas todos os dias, para elas poderem sobreviver, mas não ia ser um sacrifício.
Sentei no meio do jardim, peguei o punhal que estava no dispositivo em meu braço e começei a rabiscar na terra. Quando ouvi o barulho da viatura entrando na garagem dei um pulo. Tinha esquecido totalmente a hora.
Corri para dentro para tirar o bife e as batatas do forno, foi uma sorte não terem queimado.
Charlie parecia faminto, e assim que entrou na cozinha pediu o que íamos ter para o jantar. Respondi sorrindo e começamos a comer.
- Então como foi na escola? Já fez algum amigo ou algo assim? - perguntou Charlie após alguns minutos de silêncio
- Acho que sim. - falei naturalmente - Almoço com umas pessoas legais, tem Jéssica, Ângela, e tem um garoto chamado Mike, que é muito simpático. Todos são.
Charlie murmurou um "hum" e eu perguntei:
- Você conhece os Cullens?
- Sim, o Dr. Cullen é um grande homem. - afirmou ele
- Eles... os filhos dele, não parecem se encaichar muito bem na escola.
Charlie me deu um susto, aparentando raiva. Após fazer um discurso  de como Dr. Cullen é um cirurgião brilhante e que os garotos nunca deram problemas a ele eu falei:
- Eles parecem legais. Pelo menos alguns deles parecem. São todos muito bonitos.
Charlie deu um risinho concordando.
- Achei que você gostaria de saber... - murmurei meio sem graça, depois concluí em um jato de palavras - Perséfone ligou para mim, queria saber como estavam as coisas e me convidou para passar um tempo com ela... é claro que estou desinclinada a aceitar o convite. Aquele lugar é quente, é esquisito e desconfortável. E também... Annabeth falou que Hermes sumiu.
Meu pai piscou umas dez vezes antes de conseguir formular uma boa resposta:
- Hum...
E foi só. O resto do jantar ocorreu em silêncio. Depois de lavar a louça subi para meu quarto para fazer a lição, depois de algum tempo ouvi um "ela fez um jardim" abafado no corredor e sorri comigo mesma. Era fácil viver com Charlie, estava começando a gostar daqui.
***************************************************************************
O resto da semana foi (para meu enorme espanto) calmo. Não recebi mais nenhum email de ninguém, nem qualquer MI. Me acostumei com a rotina.
Mas adivinha o que me incomodava? Edward Cullen não voltou a escola.
Todo dia eu via todos os outros Cullens entrarem no refeitório sem ele. Depois eu me jogava a conversas com meus novos amigos, que na maioria das vezes era sobre  uma viagem a La Push Ocean Park dali a duas semanas que o Mike estava organizando. Por mim tudo bem, Poseidon podia não ser meu fã, mas também não iria mandar um tubarão me devorar. Não mesmo.
Meu primeiro final de semana passou rapido e chuvoso (novidade!) por mim.
Na segunda feira, eu não esperava nenhuma mudança, então, é claro, algo mudou.
Quando saímos (Mike sempre me acompanhava até o refeitório) para almoçar eu quase morri de frustração.
- Está nevando! - disse Mike feliz.
Olhei para aquela coisa branca e gelada.
- Eca.
Mike se surpreendeu.
- Não gosta de neve? - perguntou ele.
- Não. A gente se vê lá dentro ok?
Ele concordou enquanto se esquivava de uma bola de neve que vinha diretamente em sua direção, Mike entrou logo na  brincadeira.
Eu entrei no refeitório e mais por hábito olhei a mesa do canto (a mesa dos Cullens) e gelei. Haviam 5 pessoas a mesa.
Mas não tive muito tempo para pensar no que fazer, Jéssica logo me chamou a cantina e perguntou o que eu ia querer.
- Só um refrigerante, não estou com fome. - respondi, e ela eu de ombros.
O almoço correu lentamente, o comentário de Jéssica ressoando em meus ouvidos: "Edward Cullen está olhando para você" tentei ignorar, mas uma parte de mim gostava demais daquilo.
Depois do almoço eu fui para a aula de biologia, decidida a não falar com ele a não ser que ele tomasse alguma iniciativa.
Saí tão rápido do refeitório que cheguei um tanto adiantada, mas foi bom, pois minha carteira ainda estava vazia. Abri o caderno e comecei a escrever nomes aleatorios na folha. Ouvi quando alguém se aproximou, mas não me mechi.
- Oi. - disse uma voz baixa e melodiosa.
Olhei para cima, esperando que meus olhos não deixassem transparecer minhas emoções.  O cabelo estava molhado, mas isso não estragava, de maneira nenhuma, sua magnetude. Ele parecia simpático.
- Meu nome é Edward Cullen. - continuou ele - Não tive a aportunidade de me apresentar na semana passada...
O interrompi antes de conseguir segurar minha enorme língua:
- Percebi que não pode se apresentar na semana passada, você estava com uma cara engraçada. Algo como "sou assasino, saia correndo". - Então eu corei furiosamente, me dando conta do que tinha dito - Eu não acredito que falei isso em voz alta. Desculpe.
Edward mordeu os lábios e depois deu uma risadinha.
- Estava com alguns problemas naquele dia. Mas como ia dizendo... você deve ser Bella Swan.
Concordei com a cabeça.
Fiquei feliz quando o professor chegou. Ele explicou como seria o trabalho daquele dia: trabalhando em dupla deveríamos separar as lâminas de células de ponta de raiz de cebola nas fazes de mitose que representam e rotulálas correntamente. Mas só fui entender depois de pensar por um momento, já que estava distraida rabiscando a folha do caderno. Maldito défciti de atenção.
Eu consegui identificar duas das cinco lâminas, mas um pouco mais lentamente que Edward, acho que já disse isso, mas não me dou muito bem na escola. Mas tudo bem, Edward era um gênio, então terminamos antes que qualquer um chegasse perto disso. O professor nos deu parabéns e falou alguma coisa baixinho demais para mim entender.
Então me voltei novamente para meus rabiscos. Vários nomes em grego estavam escritos, você pode não acreditar, mas para mim grego antigo é bem mais fácil. Tentei não olhar para Edward, mas é claro que não consegui.
Olhei para cima, ele me encarava os olhos... os olhos. Minha boca se escancarrou de surpresa, um tremor gelado percorreu meu corpo e por puro impulso me leventei da cadeira.
Edward me olhou preocupado e perguntou:
- Está tudo bem?
Eu pisquei. Aqueles era os olhos mais lindos que eu já vira mas... me lembravam a pior das piores coisas de todas. Os olhos eram de um dourado líquido magnífico, Cronos tinha a mesma cor no olhar.
Alguns colegas olhavam para mim.
- Hum...- pigarreei e voltei a me sentar, respirando fundo - eu só lembrei de uma coisa. Desculpe, mas você usa lentes de contato?
Edward franziu o cenho, confuso.
- Não.
Não falei nada e desviei o olhar.
- Então você não gosta de neve, não é? - perguntou ele
- Não, nem do frio. Argh. - respondi torcendo o nariz.
- Então... por que veio morar aqui?
Engoli em seco e trinquei os dentes, eu não podia falar daquilo, eu não queria falar daquilo.
- Eu... prefiro não falar nisso, se não se importa. - falei tentando parecer calma
Edward sorriu como se entendesse e concordou com a cabeça.
- Só perguntei por que, me desculpe se pareço intrometido, mas você parece triste. - disse ele.
Arregalei os olhos.
- É possível. - eu disse e dei um sorrisinho amarelo - Thalia sempre me diz que tenho a expressão fácil de ler, embora Nico discorde. Digamos que... muitas coisas aconteceram em um curto período de tempo e eu resolvi "dar um tempo" de agitação.
Edward sorriu, parecendo resignado.
- Concordo com Nico, quem quer que seja ele, você é muito difícil de se ler.
Eu ia perguntar por que ele pensava assim, mas justo nesse momento o sinal bateu e ele logo não estava mais ao meu lado.
Antes de ir para a próxima aula analisei a folha em que eu estava escrevendo.
Para meu espanto, um dos nomes em grego antigo era Edward.


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Notas finais do capítulo

Impressão minha ou esse cap. ficou enorme?
Bom, gostaram?