Rose deu risada.

- Ah tá! Como três adultos poderiam entrar no castelo sem serem percebidos? Mais uma de suas idéias brilhantes, Alvo?

Scorpius olhou feio para Rose.

- Deixa de crica garota... Para de atormentá-lo... Eu achei uma ótima idéia! Mas, como idéias maravilhosas sempre tem algo para estragar, tem este pequeno problema... E outra...será que eles aceitarão?

Rose bufou e se sentou com tudo no degrau da escada que dava para o dormitório feminino. Alvo olhou para ela com uma expressão de enfado.

- Se você tivesse me deixado terminar, eu já daria a resposta para isto!

Gabryl falou alto, para interromper a briga.

- Então fala, criatura!

Alvo revirou os olhos.

- No mapa do maroto tem as entradas secretas para o castelo, e como o mapa era de meu pai, ele conhece todas elas... Eles poderiam entrar em uma que dá para a Sala Precisa! E tem outra coisa... EU tenho a capa de invisibilidade... Dá para andarmos em qualquer lugar sem ninguém perceber...

Scorpius sorriu, mas falou como se faltasse uma parte importante.

- Certo... Isto daria certissimo... Mas tem outra coisinha só... O que nós dizemos para eles? Que o Dumbledore voltou? Que o Severus voltou? Que o Sirius voltou? Qual seria a reação de seu pai Alvo? Que viveu por dezenove anos tendo de se conformar com as mortes do Sirius e de Dumbledore? Até do Severus?

Rose se levantou, decidida. Subiu correndo o dormitório e voltou na velocidade da luz, com uma pena, um tinteiro e um pergaminho.

- É o seguinte...isto não é problema nosso... O tio Harry que terá de se acostumar com a idéia... O nosso problema já está muito grande... E se quisermos que isto ande, sem mais falação!

Os três se reuniram na mesa ao lado da lareira e começaram a escrever uma carta. Terminaram, e foram exaustos para a cama, Scorpius com a missão de leva-la até a Atena, no corujal, dia seguinte.

Acordaram e foram como zumbis para o salão principal. Scorpius só despertou quando se lembrou da carta no dormitório. Pediu aos dois que esperassem e voltou correndo para o Salão comunal. Pegou a carta e foi voando na direção do salão principal, quando foi impedido pelo encontrão que teve com um menino que estava também correndo.

Os dois cairam no chão. O menino foi ajudado por um grupo que seguia logo atrás, e Scorpius se levantou sozinho. Ele passou a mão na cabeça, onde sentia que logo, logo formaria um grande galo. O menino tirou o pó das vestes e olhou para Scorpius.

- Não olha por onde anda?

Scorpius levantou os ombros.

- Desculpe. Estava com pressa.

O menino olhou presunçoso para Scorpius.

- Ei, você é o Malfoy?

Scorpius olhou-o indiferente.

- E presumo que você é o Potter.

Tiago sorriu. Um sorriso de onça.

- Desapareça da minha frente.

Olhou para o grupo atrás e falou com irritação.

- Vamos.

Scorpius balançou a cabeça. Que menino idiota!

Não saiu do lugar e cruzou os braços. Tiago fechou o sorriso.

- Saia da minha frente!

- É só vir um pouco mais para o lado e você pode andar normalmente.

Tiago olhou com raiva para Scorpius e deu um empurrão. Scorpius bateu contra a parede com violência. Tiago tirou a varinha das vestes e apontou para o peito de Scorpius. Ele gelou por dentro.

- Não brinque comigo!Você é apenas um merda de calouro na sonserina. Você não sabe do que eu sou capaz!

- ERRADO! VOCÊ QUE NÃO SABE DO QUE EU SOU CAPAZ! - Todos viraram assustados. Morgana Flawless estava parada de frente ao grupo, vermelha de raiva.

Tiago tirou rapidamente a varinha do peito de Scorpius e guardou nas vestes. Se virou para a professora, antes sardento, agora branco como um papel.

Morgana olhou para os outros alunos.

- Vazem daqui! Só quero o Potter e o Malfoy!

Os alunos sairam correndo. Scorpius se desencostou da parede, aliviado. Morgana empurrou o Tiago contra a parede, com a mesma violência que ele tinha feito a Scorpius.

- Se eu souber que você está ameaçando, intimidando meus alunos, você vai ser expulso da escola com a rapidez que eu estalo meus dedos.- Ela estalou os dedos -  Assim! Entendeu?

Tiago balançou a cabeça rapidamente, tremendo.

- Bom mesmo! Ah, e não muda nada com seu irmão, se eu souber, que, de alguma forma, você estiver ameaçando Alvo, você é expulso!Uma palavra com o tom da voz alterado, tchau escola... Entendeu? Ou quer que eu desenhe?

Tiago falou com a voz estridente.

- Sim, entendi!

Morgana sorriu.

- Certo! Apareça na minha sala hoje, as oito horas... Detenção!

Tiago bufou e Morgana o dispensou. Morgana olhou para Scorpius e falou com rapidez.

- Mesmo que eu goste de pegar no pé de Tiago Potter, peço que você tenha mais cuidado. Não quero que fique arranjando briga - Scorpius fez menção de que ia falar, e Morgana levantou a mão - Mesmo que ele te provoque! Quando ele te falar de alguma forma, pode me chamar... Agora, vá até o salão principal, café da manhã..

Scorpius sorriu, e sentiu uma onda de gratidão pelo professor a sua frente.

- Obrigado!

E saiu correndo. Quando não estava mais na vista do professor, virou num corredor que daria para o corujal. Entrou, e logo sentiu um cheiro meio desagradável. Uma coruja logo pousou em seu ombro, bicando carinhosamente sua orelha.

- Athena! Que saudade! Tenho uma missão para você!

A coruja levantou a cabeça, esperando atentamente.

- Quero que você vá até a residência dos Potters, e quero que entregue sem que ninguém veja uma carta para o Harry Potter...entendeu?

A coruja levantou a perna esquerda, e Scorpius sorriu.

- Isto ai! Boa garota!

Amarrou o pergaminho na perna da coruja e ela levantou voo logo em seguida. Scorpius viu ela desaparecer no céu e então foi ao salão principal.

Depois disto, o dia passou rapidamente, com duas aulas de Adivinhação, uma de Tratos de Criaturas Mágicas e outra de Poções.

Ansiosos, sairam correndo da aula de Poções, a ultima do periodo de manhã. Scorpius estava meio irritado com a Mestre de Poções, Sarah Rodriguez. Na opinião dele, ela estava mais para aluna, pois quem ensinou algumas coisas para eles foi o Gabryl. A professora mais tossia do que falava, e isto fazia todos darem risadas, pois quando ela começava uma palavra, lá vinha a crise de tosse.

Sentaram na mesa da sonserina, no salão principal, e esperaram. Logo começou a encher de alunos, e com um sorriso, Alvo saudou as comidas que logo também apareceram.

- Nada contra a comida da minha mãe, mas estas aqui, dá de mil a zero - E logo deu uma grande dentada no suculento bife em seu prato.

Rose deu risada e balançou a cabeça.

- Pensei que você não gostasse de Carneiro!

Alvo olhou para o prato, com cara de surpresa, e logo em seguida de nojo.

- Eca! - E então empurrou o prato para bem longe.

Scorpius, Gabryl e Rose cairam na gargalhada. E ela, em meio as risadas, disse:

- Pode comer a vontade, Alvo! Não é de carneiro!

Alvo, percebendo que havia sido enganado, olhou emburrado para os três, e pegou rapidamente o prato, recomeçando a comer vorazmente.

Scorpius falou calmamente, olhando para a mesa de professores, onde as cadeiras do Severus e do Almofadinhas estavam vazias.

- Onde será que eles foram?

Gabryl levantou os ombros, indiferente.

Scorpius revirou os olhos e continuou a observar. Depois de um tempo, se virou para a Rose.

- Quando as corujas vem entregar as cartas, e tal?

Ela levantou os olhos e apontou.

- Acho que agora! Veja, a minha coruja! Mamãe deve ter mandado algum livro!

Scorpius levantou os olhos e também exclamou.

- Olha a minha! Al, seu pai me respondeu!

- E parece que também mandou algo para o Tiago, veja!

Os quatro viraram para a mesa da Grifinória e viram Tiago olhando para uma carta, com cara de irritação.

- Devem estar metendo um grande sermão nele!

Scorpius levantou os ombros, sorrindo.

- Bom assim! Quem sabe ele aprende!

As corujas logo estavam na mesa. Como Rose previu, Hermione havia mandado um livro, e Scorpius presumiu que ela acertou, Rose estava com os olhos brilhando. Alvo também recebeu uma carta, e estava lendo com um grande sorriso no rosto. Scorpius tirou o pergaminho da perna da Atena, e logo sua coruja levantou voo. Desenrolou-o com as mãos tremendo. Era um pergaminho grande, que Scorpius teve de dobrar. A letra era pequena, de certa forma, bonita. Leu em voz alta, para os amigos escutarem.

" Olá,

Bom, primeiramente, eu estou surpreso de vocês mandarem uma carta logo de manhã, com tanta novidades assim! Nunca em meus anos de escola, o primeiro dia foi tão agitado deste jeito. Enfim, li tudo com atenção, e quando terminei, não sei como descrever a expressão que estava em meu rosto, mas posso dizer que meu coração parecia que ia escapar pela boca. Entendo a preocupação de vocês, e principalmente, lamento pelo pequeno Malfoy, Scorpius, certo? Sei que ele e o Gabryl devem estar muito preocupados com os pais. Eu estou surpreso, no entanto, com o que vocês me contaram, sobre o Dumbledore, o Snape, e o Almofadinhas... Como é possível? Eu vi o corpo de Dumbledore caido, frágil, pálido, em frente á torre de astronomia! Eu vi o Sirius ser transpassado por aquele véu, no Ministério da Magia, eu escutei a risada da Bellatriz Lestrange! Eu, mesmo que não querendo, vi o Professor Snape, sendo esmagado, mordido pela Cobra de Voldermort! Eu vi o Snape olhar para mim, e depois a alma dele abandonar este mundo! Isto pode ser uma grande brincadeira de muito mal gosto, mas, por experiencia própria, eu prefiro acreditar, pois lembro muito bem quando eu precisava de ajuda, e ninguém acreditava. Eu aceito ir até a escola, até a sala Precisa, mas só uma vez, e quando eu chegar, quero provas, pois se não for verdade, alguém vai dançar, né pequeno Al? Vou até ai semana que vem. Mando outra carta quando eu for chegada a hora. Espero que vocês não tenham contado a outras pessoas, tipo o Rony e a Hermione!

Harry Potter "

- Bom pessoal, se nós não quisermos perder nossa única ajuda, precisamos começar a recolher provas! E não pode ser poucas!

Gabryl suspirou e então se levantou depressa.

- Pessoal, nós estamos no segundo dia de aula, e eu não quero ficar marcado por nenhum professor, então, que tal nós já irmos em direção a próxima aula, que vai começar daqui dois minutos?

Os três levantaram correndo.