Hell escrita por LittleFish


Capítulo 1
Going to the Hell.


Notas iniciais do capítulo

Esse é o primeiro capítulo da fic, espero que gostem e mandem reviews!



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Inoue Orihime respira fundo e olha para a grande instituição que está a sua frente. A Escola Estadual de Karakura parecia imponente aos seus olhos. Será que tudo daria certo ? Ou será que iria se sair mal e ser odiada por todos ?

 

Mas a garota balançou a cabeça. Não era hora de pensamentos negativos. Novamente respirou fundo e foi caminhou em direção ao prédio. Até começava a sorrir e a tentar ser otimista quando deu um encontrão em alguém que estava a sua frente.

 

- A-Ah, me desculpe eu realmente... - Começou.

 

Uma figura de um rapaz alto estava parado diante dela. Cabelos negros, a pele branca e a face sombria destacavam os grandes olhos verdes e intensos que agora a encaravam.

 

- O que pensa que está fazendo, mulher ? - Perguntou com indiferença.

 

- Eu esbarrei em você sem querer - Ela se curvou num gesto de desculpa - Por favor me perdoe.

 

Ele continuou a observar de maneira fria. Então fechou os olhos e caminhou para longe.

 

- Mais cuidado na próxima vez, mulher.

 

Orihime ficou estática. Não esperava arranjar um inimigo antes mesmo de começar as aulas.  Deu um suspiro desanimada.

 

"Que sujeito estranho... Mas se bem que ele é bonito e... Orihime! Não é hora para isso! Você já está atrasada!" - Ela ralhou consigo mesma e se pôs a correr, pois o toque já havia soado faz tempo.

 

Chegou na porta da sala ofegando e viu que o sensei já estava lá. Todos se viraram para olhá-la, mas seus olhos se depararam com uma pessoa em especial.

Aquele rapaz que ela havia atropelado na entrada. Ele estava sentado na quarta cadeira, exatamente no meio. Sereno e sem expressão, mantinha os olhos em Orihime.

 

A moça engoliu seco.

 

- Com licença - Falou e entrou na sala.

 

O professor deu um sorriso zombeteiro observando-a de cima para baixo.

 

- Inoue... Ori...O que mesmo ? - Falou, obviamente de propósito.

 

- Inoue Orihime, sensei! - Disse em seu ânimo de sempre.

 

- Sei... Espero ver essa vontade na hora de estudar. Vá sentar do lado do Schiffer.

 

- Schiffer? E como vou saber quem é ? - Perguntou inocente.

 

Os alunos riam e cochichavam entre si.

 

- Sou eu. Ulquiorra Schiffer.

 

Ela virou-se, congelando ao ouvir aquela voz. Era o rapaz de olhos verdes. Ainda meio hesitante, sentou-se na cadera ao lado, não reparando na existência de tal objeto antes.

 

- Então, sou Namikawa Hocchi, sensei de Física. Vou avisando que não vou ter pena de ninguém e não arredondo nota e...

 

Orihime não ouviu mais as palavras do sensei. Não que isso fosse grande esforço. Ela era muito distraída, mas não que fosse de propósito... Mas é que realmente as coisas normais não a atraiam. Isso significa que ela própria não era muito normal... Comia coisas estranhas, falava impulsivamente e ria de qualquer coisa. Mas gostava de ser assim, apesar das pessoas perderem a paciência, as vezes.

 

- Inoue-san, está prestando atenção ? - O sensei perguntou, tirando-a dos pensamentos.

 

- Ah... Hai!

 

- Então qual é o valor de Delta S nesse problema?

 

- Ah... Ah... - Olhou para o quadro sem saber o que fazer, tinha certeza que era algo simples... Mas que havia esquecido - Eu...

 

- 186 metros - A voz de Ulquiorra soou ao seu lado.

 

- Não perguntei para você, Schiffer-san.

 

- Mas eu dei a resposta - Ele disse tranquilamente.

 

Os alunos riram o que fez o sensei arder em raiva.

 

- Está a fim de ter detenção ?!

 

- Por responder uma pergunta correta ? - Respondeu sem alterar o tom de voz sombrio.

 

O homem limitou-se a olhar com ódio para o rapaz e voltou a dar a aula. Com certeza os dois já não se bicavam há um bom tempo.

 

Orihime suspirou aliviada. Arranjar briga com um sensei logo no início do ano letivo não parecia ser algo agradável, principalmente alguém como o Namikawa.

 

- Obrigada por isso... - Ela sussurrou para Ulquiorra.

 

Ele a encarou novamente, fazendo-a se perder naquele mar verde e melancólico.

 

- Precisa tomar cuidado, as coisas aqui não são fáceis como você pensa, mulher.

 

Por que ele sempre a chamava de "mulher"? Talvez não tivesse ouvido o seu nome ainda.

 

- Sou Inoue Orihime - Sorriu tentando parecer amigável.

 

- Sei disso - Falou enquanto anotava algo em seu caderno.

 

- Ah... - Depois dessa ela não sabia o que dizer - Então... Você parece ser muito inteligente!

 

- Burrice me enoja - Disse ainda mais sombrio.

 

"Espero que eu não seja burra assim..." - Pensou.

 

- Eh... A quanto tempo está nessa escola ? - Tentou mais uma vez puxar assunto.

 

- A mais tempo do que eu gostaria... - Novamente com aquelas respostas nada comunicativas.

 

- Entendi... - Mas na verdade não tinha entendido nada. Afinal, que cara diferente!

 

Viu que o sensei a encarava e para evitar outra pergunta constrangedora, preferiu calar-se. Suspirou e tentou prestar atenção. Em vão. Sua curiosidade já havia sido despertada.

 

O tempo se arrastou de maneira massacrante, mas finalmente o sino tocou e o sensei saiu de sala. Logo veio o seguinte, de Japonês. Era um baixinho simpático cujo o nome Orihime não ouviu.

 

As aulas seguintes passaram rápido e logo o sinal tocou para o intervalo. Todos haviam saído menos um grupo de quatro pessoas. Uma garota bonita de cabelos pretos e de aparência leve e delicada se aproximou dela.

 

- Inoue-san não é ?

 

- Hai!

 

- Sou Kuchiki Rukia. Prazer em conhecê-la!

 

- O prazer é todo meu, Kuchiki-san! - Disse sorrindo.

 

- Venha conhecer o pessoal! - Chamou, puxando-a - Ei cambada!

 

Todos se calaram.

 

- Essa é a Inoue Orihime-san! Inoue-san, esses são Kurosaki Ichigo, Yasutora Sado e Abarai Renji!

 

- Nossa, Kuchiki-san, você é rodeada de garotos!

 

A moça soltou uma sonora risada.

 

- Eu não quero nada com esses imprestáveis - Disse em tom de brincadeira.

 

- Quem você está chamando de imprestável, sua maldita nanica ?! - Kurosaki Ichigo ralhou com ela.

 

- Cale a boca, cabeça de flor!

 

- Ora sua... !!

 

Os dois então desataram a brigar.

 

- Um dia ainda sai casamento disso - Uma voz fria veio atrás de si.

 

- Oe, Ulquiorra! Você está me devendo um lanche! - Abarai Renji disse fazendo um gesto de cobrança com as mãos.

 

- Sinto muito, Abarai , não tenho culpa se você perdeu nas cartas.

 

- Eu não perdi! Eu juro que tinha um "As" na mão!

 

- Sei... - E revirou os olhos.

 

Orihime agora ficou muito surpresa. Pensava que Ulquiorra era um completo anti-social, mas parece que ele e o grupo eram amigos.

 

- O Ulquiorra é sempre caladão e frio assim, mas ele é uma boa pessoa. Mas não queira encontrar com ele em um beco escuro... - Renji disse estreitando os olhos.

 

- Guarde suas indiscrições para si mesmo, Abarai. Vai assustar a mulher.

 

- Já que sabe o meu nome, por que sempre me chama de mulher ? - Ela disse num misto de curiosidade e um pouco de irritação. Afinal, tinha um nome e gostava de ser chamada por ele.

 

Ele ficou sem resposta por alguns segundos.

 

- Não sei, realmente. Os seres humanos são todos iguais, por isso os chamo de "homem" ou "mulher" - Falava como se ele não fosse um ser humano.

 

A ficha de Orihime não caiu. Era impressão sua ou ele tinha a chamado de "qualquer" ?!

 

- Deixe de ser retardado e pare de ficar falando essas coisas para a coitada! - Ichigo disse.

 

- Ele não está falando sério... É só até ele se acostumar com seu nome - Sado disse.

 

Orihime tentou sorrir, mas a verdade é que tinha a impressão de que Ulquiorra não gostava nem pouco dela.

 

- Eu acho que vou comprar meu lanche, sim? Depois nos falamos!

 

E retirou-se, sentindo os olhares dos novos conhecidos às suas costas. Andou sozinha pelos corredores da escola, sentindo que várias pessoas lhe mediam com os olhos. Tentou andar mais rápido, desviando da multidão que lhe cercava mas acabou esbarrando em alguém.

 

- Ah, me desculpe !

 

- Que está fazendo aqui, mulher?

 

Ela sentiu uma veia estourar no cérebro.

 

- Como chegou aqui antes de mim?! Por acaso você é Ninja é? - Ela perguntou.

 

- Não sou Ninja. Apenas peguei um atalho - Disse numa calma revoltante.

 

Orihime suspirou. Ele era ninja. Só podia ser. Deu uma risada nervosa e tentou ir em outra direção.

 

- Por que você me ignora, mulher?

 

- Eu te ignoro ? Você que quando eu menos espero, aparece na minha frente me fazendo tropeçar, e sempre chamando-me de mulher e me deixando nervosa e ...

 

- Deixo você nervosa ? - Perguntou sem cerimônias, entortando a cabeça de maneira que faria qualquer um babar.

 

- Bububububububuububububu... - Foi a resposta inteligente.

 

Então balançou a cabeça atordoada e saiu correndo. Ela não gostava de pensar negativamente de ninguém, mas ele definitivamente fazia aquilo por maldade! Definitivamente ele gostava de vê-la se atrapalhar e pagar mico.

Chegou na sala, mesmo sem ter tocado o sinal, mas não antes de cair e bater em quase todas as pessoas em seu caminho.

 

Sentou-se na em sua cadeira, atordoada. O dia não conseguia ser pior.

 

- Inoue-san, o que há? - A voz de Rukia foi ouvida ao seu lado.

 

- Ah, Kuchiki-san, não é nada de mais! É... Só...

 

A pequena garota levantou as sobrancelhas.

 

- EU ODEIO ESSE LUGAR! - Confessou derrotada.

 

- Por que ?

 

- Ah, eu não tenho ninguém aqui, e ainda vem esse Ninja do Ulquiorra me atormentar e...

 

- Espera aí, o Ulquiorra é Ninja ? - Ela perguntou confusa.

 

- Esqueça essa parte.

 

- Bom, pode contar comigo. Sou sua amiga - E sorriu acolhedora - Esse lugar realmente não é o melhor do mundo, mas com o tempo se torna um verdadeiro lar para todos nós.

 

- Espero que sim... - Disse incrédula.

 

Finalmente o toque soou. Os alunos voltaram para suas cadeiras e assistiram as aulas que se seguiram.

Orihime procurou não olhar para Ulquiorra. Encolheu-se em seu lugar, as vezes conversando apenas com Rukia.

O tempo a massacrava. As horas não passavam de propósito. Não se atrevia a se quer levantar a vista.

 

Ainda tinha as lembranças do dia que decidiram que ela viria para aquele Inferno.

 

 

Flash Back On

 

Orihime está de frente para os pais. Na verdade, era a primeira vez em 3 anos que ela os via. Assim que ela completara 16 anos, eles a abandonaram na cidade de Karakura e viajaram para os Estados Unidos.

 

- Menina, não vou pagar uma escola cara para você. Vai entrar numa Estadual! - A péssima mãe falou com pouco caso.

 

- Já basta o dinheiro que te mandamos todo o mês. Você um dia vai nos falir ! - O pai gritou.

 

Mas a moça sabia que era tudo a maior mentira. Eles só enviavam uma pequena quantia para ela, preferindo gastar tudo com coisas fúteis. Afinal, mancharia a reputação do casal de empresários, que nem era casado, ter uma filha.

 

- Vai se divertir muito... - A mulher disse com um sorriso maldoso no rosto.

 

Orihime apenas confirmou com a cabeça educadamente e se retirou da casa dos pais. Não poderia ser vista os visitando.

Parecia muito cruel, mas já estava acostumada. Pelo menos era isso o que dizia para si mesma.

 

Flash Back Off

 

Finalmente a aula terminou. Ela pegou suas coisas, despediu-se de Rukia e de seus amigos e disparou para fora da sala. Sua cabeça estava a mil. Só queria fugir daquele inferno e ir para o seu cantinho.

Deixou as dependências escolares e foi a pé para casa. Já na rua, caminhava lentamente e respirava de maneira profunda, como se o ar da escola fosse tóxico.

 

- Está indo para casa, mulher?

 

- AHHHHHHHH!

 

Se assustou abruptamente. Olhou para o lado e encontrou a figura displicente de Ulquiorra.

 

- Sim - E pô-se a andar mais depressa.

 

- Posso acompanhá-la?

 

- P-Por que?

 

- Posso? - Perguntou novamente.

 

- C-Claro - Cedeu.

 

E então suspirou fundo. Realmente aquele garoto gostava de vê-la daquela maneira. Definitivamente.

Era o que pensava enquanto seguia com ele, rua a baixo.

 

 

---- CONTINUA -----


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Notas finais do capítulo

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