Ilusões, Tentativas e Recomeços escrita por gataportuguesa, Darknana


Capítulo 2
Capítulo 2




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Manuella acordou atrasada no dia seguinte e por isso só conseguiu falar com as amigas na hora do recreio.

- E aí? Já pensou em alguém pro lugar da Beta? - perguntou Cínthia.

- Ninguém nunca vai ocupar o lugar dela - rebateu a menina rapidamente.

- Me desculpa, Mamá! Quis dizer pro lugar de guitarrista. - consertou a outra.

- Seu tempo já está passando. - brincou Bárbara.

- Eu sei, Babi. Ainda tenho tempo. Sei que vou encontrar alguém ou talvez até já tenha encontrado.

- E quem é ela? - perguntou Letícia.

- É a Helena, uma das minhas leitoras. Ela está vindo morar aqui na Barra e parece que toca guitarra desde criança. Se for boa, entra pra banda.

- E como ela é? - perguntou Babi.

- Não sei. Não deu pra ver direito nas fotos e também nem perguntei.

- Como você é idiota! - implicou Cínthia. - Por que não perguntou?

- Porque não estou procurando nenhuma mulher! Não me importa se ela é alta, baixa, gorda ou magra.

- Ai, credo, Manu! Coitada da garota! - exclamou Bárbara.

- Não estou falando por mal. Gosto dela, aliás, não sei o motivo, mas sempre gostei dos seus reviews. Adorei a nossa conversa e adorei que ela me contasse coisas íntimas. Acho que poderemos nos tornar boas amigas. - comentou pensativa.

As garotas se entreolharam e caíram na risada.

- Parece que a Helena já tem uma fã aqui no Rio. - zombou Cínthia que adorava ver a amiga ficar num misto de vergonha e raiva e, com a piada conseguira arrancar ainda mais risadas.

- Parem garotas! - pediu Lê. - Deixem a Manu se encantar por quem quiser! - completou tendo um novo ataque de riso e contagiando as outras.

- Isso tudo é muito engraçado! Olhem como estou rindo - retrucou Manuella se levantando e indo embora.


.......................

Helena trocava de roupa pela quinta vez. Sabia que a primeira impressão era crucial e, por isso, queria impressionar Manu.

A sua enorme expectativa fizera com que a semana demorasse muito a passar.

Lembrou de quando ligara para a garota. Depois de três tentativas tinha desistido, entretanto, meia-hora depois o telefone tocou.

- Alô? - falou esperançosa.

- Oi, me chamo Manuella. Alguém aí me ligou três vezes.

- Oi, Pierrot.

- Olá, Colombina! - respondeu sorrindo. - Tudo bem?

- Melhor agora que tu ligou. - gracejou.

- Tava ensaiando com a banda. Só vi as ligações agora. - se desculpou.

- Sem problemas. Como a sua banda se chama?

- Ainda não temos nome. - respondeu. - É, isso é incrível - emendou após ouvir a risada da outra.

- Desculpe. Não devia ter rido.

- Não tem importância, Helena. Já estamos acostumadas com as piadas que os outros fazem.

A garota gostou de ouvir a outra falar o seu nome.

- Helena? - chamou Manu.

- Oi.

- É que você ficou em silêncio...

- Ah, me desculpe. Isso acontece, às vezes. - se desculpou disfarçando. - Quando tu pode sair?

- Sei lá. Posso sair quando quiser, meus pais são bem liberais, então não tenho esse tipo de problema.

- Mas tu só estuda e tem a banda ou faz mais alguma coisa?

- Estudo de manhã e ensaio sempre no fim da tarde. Ah, e ainda preciso de tempo para escrever.

- Hum. - falou Helena sem saber o que dizer.

- Se quiser podemos ir no BarraShopping pra você conhecer o local. Lá tem sempre muita gente e você encontra quase tudo que precisa. Sem contar que tem várias salas de cinema. Se quiser podemos ver um filme também.

- Eu adoraria, Pierrot.

- Então passo aí daqui a uma hora. Qual o endereço?

Colombina dissipou a lembrança e voltou a se preocupar com o que vestir.

Estava se achando horrível, porém não teve tempo de mudar a roupa mais uma vez, pois o interfone tocava e só poderia significar que a garota chegara.

Desceu torcendo para que o elevador fosse bem devagar, contudo isso não aconteceu.

Seu coração acelerou ao olhar para a nova amiga. Já tinha visto algumas fotos no perfil da garota no site de fanfictions, porém pessoalmente ela era muito mais bonita.

De estatura mediana e corpo com curvas muito bonitas, com certeza atraía muitos olhares. Seu cabelo castanho e cacheado combinava com o seu rosto. Seus olhos castanhos e escuros eram extremamente brilhantes, apesar de mostrarem uma grande tristeza.

Ela sorriu e Helena pode ver um dos sorrisos mais bonitos que já vira.

- Se você continuar me olhando desse jeito vou ficar sem graça! - brincou Manu deixando a outra completamente corada.

- Desculpe - murmurou.

- Não esquenta, Helena. Foi apenas uma brincadeira. Prazer em te conhecer - falou dando-lhe um beijinho no rosto.

- Prazer. - respondeu sorrindo.

- Você tem hora pra chegar em casa?

- Não, mas preciso voltar cedo. Amanhã de manhã tenho aula.

- Hum... E você vai estudar em qual colégio? - perguntou enquanto abria o baú de sua moto e pegava outro capacete.

Só então Helena percebeu que a outra sempre estivera segurando u capacete preto.

- No Saint John. Tu já pode andar de moto? - perguntou preocupada.

- Relaxa. - respondeu. - Não vai ter nenhum problema. É só colocar o capacete. Toma um. - ofereceu enquanto ligava a moto. - Vem, sobe!

- Tem certeza?

Manuellla suspirou.

- Apenas confia em mim, ok?

Helena subiu na moto e ficou pensando: Como poderia confiar numa pessoa que acabara de conhecer e que além de ser um verdadeiro mistério, ainda gostava de desobedecer a lei?

Após uns quinze minutos de moto (no qual para a Helena foram apenas 15 segundos já que ela simplesmente ficou o caminho inteiro "viajando" no perfume de Manuella), elas finalmente chegaram ao BarraShopping.

– Eu e minhas amigas estudamos no Ph. - Pierrot disse quando desceram da moto. - Sempre achei o ensino do Saint John meio tradicional. Quer dizer, talvez nem seja, porém o nome sempre me deu essa sensação.

– Putz, nunca vi tanta gente na minha vida! - exclamou Helena.

Manu achou graça.

- Durante a semana tem muita gente, mas no sábado e domingo tem mais ainda. Quer ir direto pra praça de alimentação ou quer ver umas vitrines? - perguntou mudando de assunto.

Os olhos de Colombina brilharam. Dava pra ver que adorava fazer compras.

- Vamos visitar as lojas. Aqui deve ter muita coisa legal! - exclamou animada.

- Então é melhor começarmos por aqui. - comentou pegando a mão da outra e começando a lhe puxar.

A catarinense estremeceu ao contato e a carioca percebeu.

- Calma, não vou te atacar. - retrucou compreensiva. - Aqui está muito cheio e não quero que você se perca, mas se preferir não seguro a tua mão. - emendou soltando-a.

- Tudo bem, Manuella. Pode segurar. Só estranhei porque não estou acostumada a andar de mãos dadas com outras pessoas.

A mais velha aceitou a explicação e pegou novamente a mão da outra.

Foram passeando e debochando de algumas roupas. Às vezes, ficavam xingando as lojas por deixarem os preços tão altos.

Helena viu uma blusa preta com a foto do Frank do My Chemical Romance e ficou apaixonada.

- Queria tocar tão bem quanto ele... - comentou olhando para a camiseta.

- Não sai daqui! - ordenou Manu entrando na loja e saindo depois de alguns minutos com dois embrulhos.

- Isso aqui é por você sempre ter me deixado reviews muito gentis - disse ela dando-lhe um dos embrulhos.

- Não precisava, Pierrot. Se soubesse que ia ganhar presente tinha deixado muito mais. - brincou enquanto abria o embrulho. - Nossa, é linda! Muito obrigada, Manuella! - agradeceu ao ver a bela boina preta que ganhara.

- E isso aqui - disse enquanto lhe entregava o outro embrulho - é um presente de boas vindas ao Rio.

A foto de Frank estava muito mais bonita do que na outra camisa e Helena não soube como agradecer.

- Nem sei o que dizer... Muito obrigada. Os dois presentes são lindos!

- Não precisa agradecer. Apenas use e já ficarei feliz. - e mudando de assunto. - Vamos comer? Estou morrendo de fome.

Durante o lanche Helena percebeu que Manu mudava de assunto como quem muda de posição, que ela se lambuzava toda com o catchup do hambúrguer e que usava mais guardanapos do que qualquer outra pessoa que conhecia.

Percebeu que ela conversava com naturalidade sobre qualquer assunto, só que ficava silenciosa em relação aos assuntos pessoais. Que sorria com facilidade, entretanto mesmo quando sorria, tinha uma feição triste.

E achou engraçado ela brincar e imitar o seu sotaque. O passeio tinha sido maravilhoso e ela só ficou triste quando soube as horas.

- Tem problema a gente passar na minha casa primeiro? - perguntou Manu ao subir na moto. - Quando voltar da tua casa vai estar frio e preciso proteger a minha garganta pra poder cantar. - explicou.

- Vamos lá! - respondeu sorrindo.


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Notas finais do capítulo

======o que sera que vai acontecer na casa da Manu? XD