Forks, o lugar mais deprimente que eu já vira, cheio de mato, e tinha a mais perfeita fragrancia de cocô de cavalo. Meus pais haviam me deixado em frente a casa da minha avó, eles já a haviam comunicado da minha chegada, então não me acompanharam até a casa. Segundo eles, eu já havia lhes tomado um tempo precioso.

A casa era simples, um chalé azul clarinho com algumas rosas na janela, era muito bonito e parecia ser aconchegante. Bati na porta e logo minha avó veio me receber. _Harry, querido, entre!Fiz uma comidinha bem gostosa para você! - disse ela.

—Oi vó - respondi, tentando me animar. - Tudo bem com a senhora? -dei-lhe um beijo em sua face enrugada.

 _Seu quarto é logo ali, subindo as escadas, a direita!

 _Obrigada vó! - falei, já subindo as escadas.  

Meu quarto era pequeno, muito menor do que o de Londres, mas não seria dificil me organizar ali, já que não levara muitas coisas. Despejei minhas malas em cima da cama, e desci as escadas.

—Vó? - perguntei, procurando-a.

 _Oi querido! Aqui na cozinha! 

 Fui até ela e a encontrei com um sorriso no rosto, sentada na mesa, me esperando para comer junto a ela. Não sei lhes descrever direito o que eu senti na hora, mas foi bom, me senti amado, e isso era uma coisa nova para mim.

Sentei-me a mesa, ao lado dela, olhei para ver o que tinha para comer: abóbora, torta de abóbora, biscoito de abóbora, suco de abóbora, sobremesa de abóbora e abóbora a milanesa.

 _Desculpe o excesso de abóboras, é que Dumbledore caiu em cima da minha plantação, e teremos que come-las antes que estragem - disse ela, sorrindo.

 _Onde está o vô Dumbledore? - perguntei.

—No galinheiro, está pegando uns ovos para o jantar! - respondeu.

—Hmm, acho que depois irei até lá comprimentá-lo.

—Faça isso meu filho, mas antes, coma ao menos a sobremesa de abóbora, você está muito magrinho!

Estava começando a gostar um pouco de Forks, minha avó parecia se importar comigo, e isso era bom. Terminei de comer e fui até o galinheiro.

 _Vô?

 _Oi! Harry? É você mesmo? - disse ele, limpando as lentes do óculos - Você está enorme filho!

—Obrigado - falei. - E o senhor está... - olhei para seu macacão, ele estava com a parte traseira coberta de ovos quebrados —Com a bunda suja de ovos! - disse, enquanto soltava uma histérica risada.

 _Bom, é, eu cai em cima de uns ovos - dizia ele enquando seu rosto corava.  

Depois disso fui até meu quarto arrumar minhas coisas, quando terminei, olhei pela janela, e não podia haver paisagem mais linda que aquela. Era uma garota, de mais ou menos 15 anos, com uma blusa vermelha xadrez e uma calça jeans, andando a cavalo. Confesso que fiquei imediatamente hipnotizado com a beleza da moça, poderia ficar ali o verão inteiro, observando-a.

 _HARRY! VENHA ATÉ AQUI! - era vovó.

 _JÁ ESTOU INDO VÓ - respondi no mesmo tom enquanto descia correndo as escadas - Vó? a senhora me chamou?

—Sim Querido! - disse ela. - Quero que você me ajude a descarregar umas compras, se não for muito incômodo.

—Claro vó - respondi enquando me dirigia até a caminhonete. Descarreguei as compras e fui dar uma volta. Se eu desse sorte, quem sabe encontraria a moça bonita por aí. Sorri com a idéia de vê-la de novo.    

Estava caminhando, pensando na moça, até que, ah não! Não! Isso não pode estar acontecendo! Eu me perdi, legal! Agora como eu vou achar o caminho de volta?  Sentei em um banco, baixei a cabeça e tentei lembrar qual caminho eu havia pego para chegar até aqui. Foi quando ouvi passos atrás de mim, olhei para trás e vi alguém parado, ou melhor, parada.