Saga Sillentya: as Sete Tristezas escrita por Sunshine girl


Capítulo 7
VI - Noite negra


Notas iniciais do capítulo

hello!!

sorry pela demora, mas essa semana foi bem agitada para mim, só provas e mais provas e mais provas ainda!!

e eu fiquei meio lentinha para escrevê-lo, mas enfim terminei!!

Boa leitura!!



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Capítulo VI – Noite negra

 

“Sombras puxando-me junto a você

Quando o luar afundar na escuridão, traga-me de volta

Eu morrerei com você

Eu daria tudo para estar com você

Porque meu coração espera, e se quebra para vir

Para queimar com você esta noite”.

 

(We are the Fallen – Burn)

 

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O que eu estava pensando afinal? Por onde a minha razão andava nesse instante? Eu devia ter enlouquecido. Somente pessoas senis cometem atos como este que eu estava prestes a cometer. E se eu acreditava que poderia escapar ilesa disso, estava redondamente enganada.

 

Do lado de fora do meu quarto, a escuridão prevalecia, já havia anoitecido, e embora não houvesse estrelas cintilando no manto negro que agora cobria o céu, uma lua nova lutava por um pouco de espaço naquela negridão imensa, quase desaparecendo por completo em todo aquele breu.

 

O vento estava um pouco frio, balançando as copas das poucas árvores que rodeavam o quintal de minha casa, agitando as folhas secas que minha mãe esquecera de varrer hoje pela manhã, certamente querendo adiar a tarefa para o domingo.

 

Subi o zíper de meu moletom preto – parecia tolice não ir bem agasalhada a uma excursão daquelas – e pus-me a esperar por Max. Já passava das dez e minha mãe dormia tranqüilamente no quarto ao lado.

 

Eu espiava impaciente pela janela de meu quarto, que dava para o jardim a leste de minha casa, onde um imponente e centenário carvalho erguia-se do chão, lançando grandes sombras no meu quarto, bloqueando a pouca luminosidade que aquela noite negra parecia oferecer.

 

De fato, era uma noite sombria, a pouca incidência de luz que partia do semicírculo prateado no céu, tornava tudo ainda mais medonho, dando a pequena cidade uma coloração prateada fosca. Do lado de fora o vento sibilava baixo, sacudindo as árvores altas e majestosas que circulavam aquele trecho da cidade.

 

Debrucei-me sobre o parapeito da janela, depois de erguer o vidro, e o vento leve balançou algumas mechas de meu cabelo. Ajeitei os fios teimosos, colocando-os atrás de minha orelha, e então suspirei. Aquela demora estava matando-me, onde Max estaria?

 

Deixei que meus olhos vagassem pelo pequeno jardim, pelas sombras dos galhos do carvalho que mais lembravam garras maléficas, prontas para serem fincadas em sua primeira vítima.

 

Foi quando das sombras, algo se moveu. Reconheci a silhueta magra e desprovida de coordenação de meu amigo. Eu o reconheceria em qualquer lugar.

 

Ele me avistou na janela, e lançou-me o seu típico sorriso. Levei meu dedo indicador até meus lábios, pedindo a ele que tivesse muita cautela. Max assentiu, e eu deixei a janela onde estava debruçada, baixando com muito cuidado o vidro e passando a tranca.

 

Apanhei minha lanterna, afinal ela se faria necessária naquela excursão sombria.

 

Deixei meus aposentos, caminhando na ponta dos pés, cruzei o corredor e desci as escadas com muita cautela. Peguei minha chave reserva e abri a porta da frente, trancando-a assim que passei pela porta.

 

Meti a chave no bolso de meu jeans, e fui encontrar-me com Max. Ele cumprimentou-me com uma risada, e rimos bem baixinho para não despertar minha mãe. Caminhamos em silêncio pela calçada de pedra estreita, beirando o gramado verde e exuberante das casas vizinhas.

 

Dei um tapinha em seu ombro, reprimindo uma risada. Logo, eu vi o carro, ou melhor, a picape, modelo 1991, onde dois amigos de Max o esperavam impacientemente. Claro que eu os conhecia, eram David Nullen e Kelly Bennet, eles eram do grupo de Max, ambos também góticos.

 

Aproximei-me deles, inquieta, eu não sabia se seria bem recebida por eles, mas surpreendi-me quando eles murmuraram um “oi” para mim. Somente isso, mas pelo menos eu não fora rejeitada.

 

O casal estava no banco de trás, e Max ocupou-se de ocupar o banco do motorista, dando leve tapinhas no assento de couro para que eu me juntasse a ele. Fiz uma careta para ele, mas depois lancei meu corpo na direção do carro, sentando ao lado de meu amigo eufórico.

 

Max logo deu a partida naquela velharia e nós seguimos viagem pela estrada escura e silenciosa. O trajeto também foi muito inquietante, não houve muito diálogo por nossa parte, e o casal do fundo também não parecia muito falante.

 

Logo estávamos na rodovia que ladeava South Hooksett, uma pista longa, negra, e completamente vazia àquela hora da noite. A floresta a circulava, com suas árvores imensas e imponentes de cedros e pinheiros.

 

Àquela hora da noite, o vento era gélido e meio brusco, agitava com mais violência as copas das árvores, balançando seus longos galhos repletos de folhas secas.

 

O tempo passava dentro daquela picape e Max optou por fechar as janelas, o clima estava esfriando com o aproximar do término da noite e o inicio da madrugada.

 

Eu olhava distraidamente pela janela, ocupando minha mente com toda a sorte de pensamentos inúteis, eu ainda estava evitando pensar em Aidan depois do que ocorrera na sexta.

 

Eu reprisava em minha mente as várias vezes em que ouvi falar sobre a tal casa que um dia pertenceu a uma estranha família, os Hamilton. As pessoas evitavam falar sobre o incidente que ocorrera no ano de 1949, um crime macabro que destruíra toda uma família e comovera toda uma cidade.

 

Pelo pouco que minha mãe havia contado-me – depois de saber por seu admirador fiel, Bill – Antony Hamilton era um pai de família exemplar, tinha uma esposa perfeita, uma sogra adorável e três lindas crianças, dois meninos mais velhos, quase adolescentes, e uma menina caçula que não passava de cinco anos.

 

Todos nem sequer suspeitavam do que ocorria verdadeiramente dentro daquelas sólidas paredes, daquela casa esquecida no meio do nada. Quando Sarah aparecia com alguns arranhões ou manchas arroxeadas pelo corpo, um tombo sempre era o responsável.

 

As crianças freqüentavam a escola, porém eram silenciosas e tímidas demais para os moradores de South Hooksett. Lílian, a mãe de Sarah, essa ninguém nunca via andar pela cidade, e sempre quando perguntavam dela, a filha tratava de tranqüilizá-los, dizendo que a mãe estava meio gripada e tinha de ficar em repouso.

 

E conforme as semanas avançavam as especulações do povo somente aumentavam, o que gerou ainda mais polêmica, foi em que um programa em família, enquanto todos almoçavam no George’s – exceto por Lílian Stewart – a bomba finalmente explodiu, uma séria discussão por parte do casal que resultou em uma agressão física em público, uma humilhante bofetada na face que deixou a senhora Hamilton desolada.

 

Os murmúrios perduraram por semanas, e o escândalo fora alvo dos moradores da pequena South Hooksett por incontáveis dias. Mas, depois desse incidente o pior aconteceu, e o assassinato cruel explodiu em suas faces, causando um verdadeiro alvoroço em toda a vila.

 

Em uma noite chuvosa e fria, Antony Hamilton completamente ensandecido apanhou uma velha espingarda que usava para caçar e alvejou toda a família, antes de meter chumbo na próprias têmporas e suicidar-se, não restando nenhum remanescente naquela casa sombria.

 

Com o passar dos anos, o assunto tornou-se um tabu, algo proibido de se comentar, tudo para preservar a memória dos Hamilton, principalmente a inocência das crianças.

 

Ninguém mais se atrevia a falar sobre eles, ninguém se atrevia a comentar o ocorrido e principalmente, ninguém se atrevia a visitar aquela casa. Por anos ela permaneceu intocável, envelhecendo solitária no meio daquela floresta medonha.

 

Até que algum infeliz decidiu reivindicar os direitos e as papeladas da casa, já que não sobraram herdeiros. Um primo distante de Anthony, Thomas Katerston que decidiu apossar-se dela e ocupá-la.

 

Logo seu comportamento começou a ser questionado na cidade, as manchas arroxeadas em torno de seus olhos, as pálpebras pesadas, e a expressão cansada, exausta, ele mais parecia um morto-vivo.

 

E depois novamente o caos instaurou-se por toda a cidade, quando em uma noite negra como essa Thomas partiu, deixando a casa e todos os seus pertences para trás, jurando nunca mais retornar.

 

As especulações acerca do que havia ocorrido gerou um falatório dos infernos em toda a cidade, assombrações, loucura, o único ponto em que todos concordavam era que a casa deveria permanecer inabitada, vazia, para que as almas dos Hamilton pudessem descansar em paz.

 

Cinqüenta anos haviam se passado e até hoje ela permanece assim, apodrecendo lentamente, perecendo sob as ações do tempo, e algum dia a única coisa que restará do massacre dos Hamilton será a amarga lembrança de uma cidade que apenas assistiu passivamente a um crime bárbaro e cruel.

 

Despertei quando vi Max virar o automóvel para a esquerda, entrando em uma pequena estrada de terra que nos levaria diretamente a clareira onde se situava a velha casa de madeira.

 

Seguimos durante vários minutos pela estreita estrada de terra, ladeada por árvores imensas e sombrias, que debaixo daquela noite escura, tornavam todo o percurso ainda mais amedrontador.

 

Com seus galhos nus, lançando-se na direção da pequena trilha, fazendo sombreados no capô da picape e no chão de terra fofa.

 

Depois de algum tempo a trilha acabou, e Max seguiu pelo meio da floresta, forçando o motor da picape a sobreviver ao terreno íngreme e meio rochoso, eu podia muito bem com todo aquele silêncio ouvir o esmagar dos galhos secos.

 

E então, meus olhos logo souberam quando havíamos chegado; a casinha antiga revelara-se para mim, velha, escura, sombria, acabada, solitária.

 

Max estacionou o carro alguns metros antes da clareira onde a casa se situava, apanhei minha lanterna e a acendi assim que os faróis do carro foram desligados.

 

Deslizei para fora do carro, e vi que os outros também já estavam descendo do automóvel. Fechei a porta do carro e Max logo se postou ao meu lado com sua lanterna em mãos. O sorriso de satisfação em seus lábios eram algo indescritível, e seus olhos transbordavam empolgação pela excursão sombria que nos aguardava.

 

Dei alguns passos para a frente, iluminando o caminho com minha lanterna em minha mão direita.

 

- Vamos lá, A.G. – encorajou-me Max.

 

Fitei a casa sombria minuciosamente dessa vez, notando a madeira podre, ressecada e enegrecida que envelhecia a cada dia mais e mais. Um vento gelado percorreu a pequena clareira onde estávamos, agitando as folhas secas levemente depositadas no chão de terra úmida, agitando os galhos dos altos cedros que nos cercavam, senti um arrepio percorrer toda a minha espinha.

 

Movi-me novamente, e meus passos esmagavam as folhas daquele tapete natural que cobria o chão de toda aquela floresta. Engoli em seco e continuei a me mover, ignorando meus instintos que gritavam em meus tímpanos para que eu fugisse dali.

 

Notei uma presença atrás de mim e percebi que Max acompanhar-me-ia naquela loucura. Ele caminhava todo serelepe, praticamente saltando de entusiasmo.

 

- Uhhhhhh... – sussurrava ele contra o vento, tentando assustar-me.

 

Aproximei-me da entrada da casa, e coloquei o primeiro pé, o som da madeira podre refletiu em meus ouvidos, ela estalou violentamente contra o peso de meu corpo. Ignorei as risadinhas de Max e o espasmo de medo que percorreu todo o meu corpo.

 

Coloquei o outro pé e dei outro passo, e quando dei por mim já estava diante da velha porta de madeira – ou pelo menos o que restara dela – com a mão livre, empurrei-a e a porta guinchou, abrindo-se, revelando o ambiente assustador e escuro.

 

Era um breu completo, e eu tive de apontar minha lanterna para ver um pouco do que um dia foi uma sala de estar.

 

Respirei fundo e então dei outro passo, passei pela soleira e estaquei. Deixei que o feixe de luz de minha lanterna vagasse pelo cômodo vazio, tudo estava degradando-se, sendo corroído por cupins, o papel de parede descascava lamentavelmente, expondo as feridas que o tempo causara a aquela casa.

 

- Não amarelou, não é mesmo? – perguntou-me Max atrás de mim.

 

Dei uma risada leve, fazendo piada de sua suposição.

 

- Como se uma casa mal assombrada pudesse me deter... – sussurrei confiante, embora meu coração estivesse aos pulos.

 

- Sinistro, não é? – perguntou-me ele, caminhando pela sala, apontando sua lanterna para uma velha escadaria.

 

Max lançou-me uma piscadela, era claramente um desafio.

 

- Se eu você fosse não faria isso.

 

- E por que não? – perguntou-me ele, aturdido.

 

- Duvido que a escada possa agüentar o peso de alguém, a madeira está velha demais. Não faça nenhuma idiotice. – eu o alertei. – se você quebrar uma perna ou algo parecido não conte comigo para carregá-lo!

 

Max transformou sua expressão divertida em uma carranca, mas não discutiu comigo, seria mais sensato permanecer apenas no primeiro andar.

 

- Você pede ao rei dos idiotas para não fazer nenhuma idiotice. – murmurou ele, irritado.

 

Ri novamente, enquanto deixava minha lanterna vagar pelo cômodo velho.

 

- Que bom que você reconhece.

 

Max riu de meu comentário, e então a euforia assumiu o brilho em seu olhar e eu sabia que ele iria me contar algo.

 

Max caminhou até mim, apontando sua lanterna para uma mancha negra na parede, que só depois de encará-la detalhadamente foi que percebi que não era uma mancha, mas uma fissura na madeira.

 

Max aproximou-se dela, tocando-a, parecendo fascinado ao fazê-lo.

 

- Dizem que Anthony Hamilton explodiu os miolos, recostado nessa parede aqui, e que a bala atravessou seu crânio, explodindo nessa parede. – disse-me ele, indicando a fissura negra na madeira.

 

- Puxa, mas que gentil da sua parte dividir essa informação comigo.

 

- Disponha. – retrucou ele com um sorrisinho nos lábios.

 

Desviei meus olhos da mancha na parede e caminhei pelo ambiente inóspito, era certo que aquela casa tinha um clima pesado, negativo. Uma presença sinistra, que podia ser notada no modo como o vento assobiava na madeira podre, chacoalhando algumas tábuas soltas, percorrendo o segundo andar da casa, uivando baixo lá em cima.

 

Pareciam até... sussurros, sussurros desesperados.

 

- Dizem que há alguns meses estão usando essa casa para rituais de magia negra, dá para acreditar? – zombou ele.

 

- E você não acredita? – eu o questionei.

 

- Nem um pouco. - ele deu de ombros. – Nada que saia da boca de motoristas bêbados, dirigindo de madrugada pode ser confiável.

 

- Ah, claro!

 

De repente um ruído vindo de fora nos sobressaltou, o som de um motor roncando, enquanto o carro era estacionado. Quem poderia ser?

 

- Ah, que droga! – soltou Max – acho que nos pegaram!

 

E no instante seguinte ele disparou para fora da casa, eu teria seguido logo atrás dele, se quando estivesse me virando para sair dali, não jurasse ter sentido uma presença assustadora atrás de mim.

 

Uma sombra, movendo-se pela escuridão, como um fantasma – rápido e silencioso. Meu coração acelerou, e eu me virei abruptamente, mirando a luz de minha lanterna, mas não havia nada, então eu devia estar imaginando coisas. Mas, a sensação de estar sendo observada não me deixava, e um novo arrepio percorreu toda a extensão de meu corpo.

 

E eu senti frio, muito frio, tanto que envolvi meu corpo com meus braços, abraçando-me instintivamente. Meus olhos não se desgrudaram daquele ponto vazio, onde eu jurava ter visto algo se movendo.

 

Sacudi minha cabeça, eu devia estar ficando paranóica. Virei-me novamente e corri na direção da porta, deixando a casa velha e mal assombrada.

 

Assim que saí, notei um clima diferente, ainda havia medo, temor, mas de uma forma diferente. Porque parado próximo a casa, estava um carro que eu conhecia muito bem.

 

O Audi negro de Roy Lindson, o idiota capitão do time de futebol americano, que ria descontroladamente de nossas expressões temerosas.

 

Ele não estava sozinho, estava com mais dois amigos, ambos também jogavam no time. Jimmy Thompson e Bryan Killey.

 

Aproximei-me da figura rígida de Max, ele cerrava os punhos com força, claramente estava se lembrando de todas as humilhações a que já fora submetido durante todos esses anos.

 

Vi a expressão de Roy mudar de divertida para maliciosa assim que ele viu postar-me ao lado de Max. Mesmo àquela distância eu podia distinguir o cheiro forte de álcool impregnado em suas roupas, em sua jaqueta do time, em seu jeans surrado.

 

Ele sorriu para mim, mas eu me mantive rígida, assim como Max.

 

- O que vocês estão fazendo aqui? – perguntou Max, cuspindo as palavras através dos dentes trincados, eu podia sentir a fúria emanar de seu corpo, tingir seu tom de voz e fazê-lo moer os punhos.

 

Eles riram novamente, olhei para o lado e vi o outro casal, abraçar-se instintivamente. Eu sabia exatamente o que iria acontecer ali e isso trouxe a tona o meu medo, fê-lo aflorar em minha pele, deixando-me com muito frio.

 

- Ora, se não é uma excursão de fracassados! – gritou ele e os três riram novamente.

 

Max grunhiu para ele, estava furioso e se não fosse por eu tê-lo segurado, Max teria investido contra o capitão do time.

 

- Vá se danar! – gritou ele.

 

Mantive-me muda diante daquela situação, eu sabia que se retrucasse seria pior, em geral, pessoas como Roy Lindson e sua cambada de retardados não agüentavam desaforos como os fracassados estavam acostumados a suportar.

 

- Eu ouvi na quinta-feira vocês falarem sobre uma visitinha a essa casa maldita, e então eu pensei, por quê não? – explicou-se ele, ainda rindo de nós.

 

- Vá embora, Roy! – gritou Max, ainda mais descontrolado.

 

- Vem me pegar, fracassado! – Roy o desafiou e Max lutou contra o cerco de meus braços para se libertar e partir para a briga.

 

- Não, Max! – eu o repreendi – não entre no jogo dele! Por favor!

 

Roy permaneceu na expectativa, crente de que a qualquer minuto poderia espancar Max como um saco de batatas, mas eu não o permitiria.

 

Max cessou sua luta e relaxou em meus braços, então eu também afrouxei meu aperto, liberando-o um pouco. Eu sabia que Max iria me ouvir.

 

Tornei a fitar Roy, mas seus olhos já estavam sobre mim, fitando-me intensamente, mas havia algo sujo no modo como ele me olhava, algo que fazia meus joelhos tremerem e minhas pernas bambearem.

 

Depois vi quando ele olhou para o casal temeroso a uns cinco metros de mim e de Max, e os dispensou com um gesto, pelo menos eles ficariam bem, o que eu já não tinha tanta certeza quanto a mim e a Max.

 

- Saiam daqui! – gesticulou ele – e se contarem a alguém sobre isso, eu mesmo irei me encarregar de vocês dois!

 

Vi os olhos compadecidos dos dois sobre nós e depois eles se foram, deixando a nós dois sozinhos com aquele grupo hostil.

 

Roy tornou a nos fitar, um estranho sorriso emoldurava seus lábios carnudos.

 

- E agora a festinha pode começar! – ele zombou, rindo novamente de nós dois.

 

Meu aperto frouxo não conteve Max e ele se lançou na direção de Roy, um grito furioso explodiu de sua garganta, seus punhos estavam cerrados e erguidos e seus olhos eram apenas fúria.

 

Roy desviou do golpe que Max tentara lhe aplicar com facilidade, e com agilidade passou-lhe uma rasteira, derrubando-o no chão de bruços, enquanto eu assistia a tudo petrificada.

 

Vi Max tentar se levantar, mas ser nocauteado com um chute no estômago que o fez perder todo o fôlego, seguidos de vários golpes, que fizeram-no tossir sangue.

 

Tentei acudi-lo, mas hesitei. O que havia comigo? Meu único e melhor amigo estava a menos de três metros de mim apanhando como um cão sarnento. Trinquei meus dentes e desviei meus olhos enquanto um após o outro os gemidos de dor escapavam dos lábios de meu amigo.

 

Cerrei meus punhos, enterrando as unhas nas palmas de minhas mãos, eu estava com tanto ódio de mim mesma naquele momento, ódio por não fazer nada. Mas o que eu iria fazer? O que eu poderia fazer?

 

Até que depois de algum tempo a sessão de tortura ao meu amigo cessou, e Max permaneceu inerte no chão, enquanto tossia mais sangue.

 

Não me atrevi a olhá-lo, estava envergonhada demais, nauseada demais. Parecia que alguém havia torcido meu estômago, revirado ele pelo avesso.

 

Só despertei quando ouvi os passos, e o esmagar de folhas em minha direção. Tornei a fitá-lo e era Roy, fitando-me com um sorriso cínico nos lábios, um misto de excitação e empolgação no olhar.

 

Ele aproximou-se de mim, lentamente, como que para medir minha reação. Pelo seu ombro, vi um dos amigos asquerosos dele aproximar-se de Max, como que para vigiá-lo, ou quem sabe espancá-lo mais, eu não tinha certeza, estava tão apavorada naquele momento.

 

Mas novamente eu fui puxada de volta para a realidade quando senti dedos quentes tocarem a pele de meu pescoço, afagando-o. Olhei chocada e era Roy, perto de mim, acariciando minha pele fria, olhando-me com malícia.

 

Só levei meios segundo para decifrar o sorriso em seus lábios e ofeguei...

 

Meu coração martelou-se contra meu peito, minhas pernas tornaram-se bambas e fracas, eu queria correr, fugir dali, meus instintos gritavam isso para mim, mas eu não me movia, apenas permanecia petrificada perante as carícias repugnantes do garoto a minha frente.

 

- Shhhhhh... – ele sussurrou para mim através dos lábios carnudos. – Você não precisa temer.

 

Escancarei minha boca de pavor. Do que raios ele estava falando?

 

E então seus dedos moveram-se até meus cabelos, entrelaçando-se neles de uma maneira meio rude, possessiva.

 

- Sabe, Agatha, você é uma garota muito interessante, é diferente das outras – ele riu, interrompendo-se em seu diálogo – muito diferente das outras.

 

Outra risada curta rompeu sua voz baixa, mas eu não conseguia deixar de sentir medo, não conseguia convencer a mim mesma de que tudo ficaria bem.

 

- Eu tenho de admitir, Agatha, que você me atrai, e muito. – ele confessou-me tranqüilamente. – Nós podemos sair daqui, só você e eu, o que acha?

 

Eu podia ouvir o duplo sentido por trás de cada palavra sua, e então senti nojo, nojo de mim mesma, por deixar que ele me tocasse daquela maneira. E então eu reagi, arranquei sua mão que se fincava em meus cabelos, lançando-a longe.

 

Mas para a minha total surpresa, ele riu, riu alto, e seus amigos o acompanharam.

 

- Não toque em mim. – eu o adverti.

 

- Prrrrrrr... que gatinha arisca! – ele sibilou alegremente.

 

Trinquei meus dentes e semicerrei meus olhos, estava furiosa, embora o medo ainda consumisse minhas forças e as drenasse de meu corpo.

 

- Fique longe de mim. – eu o alertei novamente.

 

Roy apenas olhou por sobre o ombro para o amigo que estava parado junto ao corpo inerte de Max, e no instante seguinte ele o chutou, Max retorceu-se de dor.

 

Senti meu coração ser esmagado, como se uma pedra tivesse sido lançada sobre ele, uma onda de choque que percorreu todo o meu corpo, deixando-me atordoada. E depois meus olhos arderam, surpreendi-me ao perceber que eram lágrimas, e fui tomada pelo pânico quando algo quente deslizou por minha face, eu estava chorando, estava chorando pela primeira vez em minha vida. Mas meu choro era conseqüência da dor de alguém que eu amava, alguém importante para mim. Então, compreendi que apenas isso poderia me levar a elas, a dor e o sofrimento de alguém próximo a mim.

 

Tornei a fitar face de cruel de Roy, ele ainda exibia o seu sorriso de escárnio.

 

- Por favor, - eu sussurrei desesperada em meio a mais lágrimas – pare... – e minha voz se perdeu em um turbilhão de dor.

 

Roy sorriu dessa vez para mim, sua mão voltando a mexer em uma mecha de meu cabelo.

 

- Pense em uma coisa, Agatha, por favor. Podemos fazer isso de dois jeitos, do jeito fácil e seu amigo não sofrerá muito, eu prometo, ou do jeito mais difícil, e eu posso lhe garantir que desse jeito nem mesmo o cirurgião plástico mais renomado conseguirá consertar a cara do seu amiguinho ali. – propôs ele em um tom despreocupado, como se pedisse a alguém para escolher entre uma cor e outra.

 

Mordi meus lábios com força, enquanto a umidade quente transbordava de meus olhos, eu já estava me acostumando a essa sensação.

 

- E então o que me diz? Será uma boa garota? – ele me perguntou.

 

Cerrei meus olhos e então assenti com a cabeça, minha voz não havia voltado e o pânico me dominava cada vez mais, crescendo dentro de mim como uma chama devastadora.

 

- Ótimo! – ele murmurou.

 

Abri meus olhos, olhei para a face agoniada de Max no chão imundo, a cara retorcida de dor. Eu aceitara a barganha, em troca do bem estar dele eu iria sacrificar a mim mesma, eu sacrificaria tudo.

 

E então ele se aproximou mais de mim, suas mãos que antes enganchavam em meu cabelo, envolveram minha nuca, forçando-me na direção dele, enquanto a sua mão livre agarrava com ferocidade a minha cintura, prendendo-me a ele em um aperto esmagador.

 

Senti nojo, senti ânsia, e meu estômago agitou-se bruscamente com a idéia de tê-lo tocando em meu corpo, segurando-me tão próximo a si.

 

Seus lábios aproximaram-se de meu ouvido, e ele sussurrou.

 

- Eu venho te observando há muito tempo, você não faz idéia do quanto mexe comigo!

 

Estremeci, sendo golpeada por meu temor novamente, minhas mãos seguraram com força em seus braços, enterrando minhas unhas em sua jaqueta, desejando fervorosamente feri-lo, mas isso não iria acontecer, porque eu era a vítima, eu seria ferida, eu seria machucada naquela noite negra sem estrelas.

 

Cerrei meus olhos com força, e a última imagem que tive foi de seus lábios aproximarem-se de meu pescoço, e depois eu senti o beijo quente e molhado, eu cambaleei, mas não fez diferença, ele sustentava todo o meu peso com seu abraço apertado.

 

Trinquei meus dentes, enquanto mais lágrimas rolavam por meu rosto, banhando-o, evidenciando minha tristeza. E então eu ouvi, todos ouviram.

 

Um estranho vento agitou a clareira onde estávamos, era um vento diferente, mais frio do que o comum parecia queimar em minha pele exposta. Roy não se importou e seguiu com seus beijos na pele sensível de meu pescoço, quando outro ruído sobressaltou-nos, desta vez o esmagar de um galho.

 

Abri minhas íris para a escuridão. Ele despertou e afastou-se de mim, os olhos confusos, procurando pela origem do som.

 

Outro ruído foi ouvido e desta vez ele me soltou, para o meu alívio. Virou-se de costas para mim, fitando seus companheiros, mas eles levantavam as mãos como se dissessem que não foram eles.

 

Roy caminhou até a ponta da clareira, estacando diante das árvores imensas e da negridão que se encontrava atrás delas.

 

- Quem está aí? – ele gritou para o nada.

 

Não houve resposta e seus companheiros caminharam para detrás dele, liberando Max da vigia. Corri até ele, sustentando sua cabeça com minhas mãos, tentando levantá-lo.

 

- Apareça! – gritou Roy novamente e o vento agitou as árvores novamente.

 

Roy apertou os olhos na escuridão, parecia que enfim havia tido alguma resposta, embora a aquela distância eu não conseguisse distinguir uma silhueta nas sombras.

 

- Ei, quem é você? – ele perguntou e quando tentou dar um passo na direção do estranho, algo o impediu, Roy hesitou, como se algo o tivesse atingido.

 

Havia um estranho som, de algo se arrastando pelo chão, esmagando várias folhas secas de uma só vez.

 

- Roy, o que houve? – perguntou um de seus companheiros.

 

E então, muito que lentamente ele se virou para nós, havia algo de estranho em seu rosto, um choque, uma expressão de agonia. E então eu vi a grande mancha na camisa branca de algodão por baixo da jaqueta do time, uma mancha escura, vermelho escuro, deduzi depois de alguns segundos que aquilo era sangue.

 

E então ele abriu seus lábios, soltando uma golfada de sangue que escorreu por seu queixo e manchou mais a sua blusa. Seus olhos permaneceram vidrados, hipnotizados, e então ele caiu no chão, desabando em meio às folhas secas.

 

Tapei minha boca, a fim de não gritar, minha histeria não ajudaria em nada ali. Tentei puxar Max para cima, ignorando quando ele gemeu de dor, passei seu braço ao redor de meu pescoço e agarrei sua cintura.

 

Estava pronta para tirá-lo dali a qualquer momento. Vi os companheiros de Roy tentarem acudi-lo, gritando desesperadamente quando notaram que ele não tinha mais pulsação.

 

 

E então a coisa se moveu novamente, agarrou o tornozelo de Jimmy, derrubando-o no chão e arrastando-o para as sombras, não pude distinguir o que era por causa da escuridão.

 

Em seguida houve gritos e um grande estalo, pareceu um osso sendo quebrado, ou melhor, sendo moído e pulverizado. Bryan fugiu, os braços balançando-se no ar, um grito explodiu de sua garganta.

 

Era agora, com toda a minha força, puxei Max para cima, cambaleando para tirar a nós dois de lá. O carro não estava muito longe, se eu pudesse chegar até lá.

 

- Vamos, Max. – sussurrei para ele, rebocando seu corpo comigo. Suas pernas arrastavam-se pelo chão, e eu usei todas as minhas forças para cruzar a clareira escura e chegar até a picape.

 

Porém, algo me impediu de prosseguir, algo se movia ao redor do carro, impossibilitando meu avanço, parecia um tipo de cipó negro, com vida própria.

 

Como uma serpente traiçoeira ele envolveu as rodas dianteiras do carro, travando-as enquanto uma janela do carro explodia, e a planta invadia seu interior.

 

Fitei apavorada, teríamos de sair dali do jeito mais dificultoso, mas não me importei, dei meia-volta com o corpo de Max preso ao meu e recomecei a andar na direção da floresta, rumando para as árvores altas e negras.

 

Eu ofegava, meu coração martelava em meu peito e eu tremia desesperadamente, de frio e de medo. Avancei rumo às sombras, quase tropeçando em meus próprios pés enquanto tentava correr com o corpo de Max.

 

Impulsionei meu corpo para a frente, tentando debilmente aumentar o ritmo de minha corrida, mas Max não agüentou mais e desabou no chão. Tentei puxá-lo para cima, mas ele não reagia a meus puxões, parecia estar desistindo de lutar, parecia estar entregando-se de uma vez por todas a seja lá o que for que estivesse atrás de nós naquela floresta.

 

- Vamos, Max, lute! – eu gritei, puxando sua mão para cima.

 

Max engasgou, tossindo mais uma golfada de sangue que escorreu por seu queixo.

 

- Vá, Agatha, deixe-me aqui!

 

- Não! – eu me desesperei perante a idéia de deixá-lo para trás.

 

- Vá! Eu não vou conseguir, por favor, vá...

 

- Não! – eu teimei com ele, puxando seu braço com mais força para cima – Max, por favor, - eu lutei contra as lágrimas que ainda despencavam por meu rosto – não me deixe! – eu lhe supliquei, mas encarei apavorada ao cipó negro que avançava na direção de Max por trás.

 

Lutei contra o peso de seu corpo, mas não fazia nenhuma progresso, eu não era... forte o bastante para tirá-lo dali e somente assistia enquanto aquela coisa negra rastejava na direção de meu amigo derrotado no chão.

 

- Max! – eu gritei, mas já era tarde, a coisa enrolou-se em seus tornozelos, puxando-o para dentro das sombras, para dentro da escuridão, para a morte.

 

Eu ainda segurava em suas mãos, e a última coisa que pude olhar foram seus olhos, fitando-me em agonia, como se ele estivesse ardendo em uma fogueira.

 

- Adeus, Agatha... – ele murmurou e a coisa o puxou, não tive como lutar, embora não tivesse soltado as mãos de Max, mas o impulso fez-me cair no chão de barriga, enquanto eu assistia Max ser arrastado para dentro da negridão.

 

Fiquei desolada, em pânico, confusa, o que deveria fazer agora? Sentei-me no chão, fitando a escuridão para qual a coisa havia arrastado meu amigo, o silêncio ali estava me sufocando agora.

 

Peguei minha lanterna, apontando para as árvores, mas não havia nada. O único som ali agora era o de meu coração acelerado e o vento assobiando fino pelas copas das árvores.

 

Levantei-me, fitando tudo ao meu redor, eu não sabia o que esperar agora. Meu pavor me impedia de raciocinar corretamente. Eu não sabia se deveria correr ou se deveria permanecer ali, e esperar pela morte.

 

Porém, um novo som sobressaltou-me, algo diferente, que não vinha do chão, mas sim do alto das árvores, olhei para cima e vi os galhos se balançarem de uma forma diferente, como se alguém os estivesse chacoalhando.

 

E então distingui duas silhuetas na escuridão, acima de minha cabeça, pousadas sobre os galhos. Entrei em pânico e corri, não vi que direção exatamente tomei, na hora não me importei, eu apenas corria, exigindo o máximo de minhas pernas.

 

Eu pensei que poderia me perder naquela floresta, longe da trilha que me levaria de volta à rodovia, mas não pude parar para analisar qual caminho deveria tomar, pois o ruído pronunciou-se novamente, atrás de mim. Então eu soube que estava sendo perseguida.

 

As árvores passavam como borrões perante meus olhos, e eu sabia que estava cada vez mais me embrenhando naquela mata escura e traiçoeira.

 

Meu pé então enroscou em alguma raiz e eu fui ao chão, mergulhando sobre o tapete de folhas secas e terra fofa, minha lanterna voou de minhas mãos, caindo a vários metros de mim, tentei engatinhar para alcançá-la, mas já era tarde, porque seja lá o que estivesse me perseguindo, saltou em minha direção, direto dos galhos das árvores.

 

Virei-me para ver o rosto daquele que seria meu assassino e assustei-me com o que vi, era um jovem, pele morena, cabelo crespo, mas havia algo de diferente nele, talvez fosse a estranha coloração negra de seus olhos, sim, seus olhos eram totalmente negros, como um buraco sem fundo no qual eu tinha medo de me perder.

 

Os lábios estavam curvados sobre os dentes e ele grunhia assustadoramente. Usava roupas comuns, mas havia algo de sobrenatural no modo como ele se movia e se portava, lembrava mais um fantasma, silencioso e rápido.

 

Meus olhos permanecerem fixos em seu rosto, porém antes que ele pudesse me atingir, algo o deteve, golpeando-o antes que ele chegasse mais perto de mim. Vi o jovem chocar-se contra o tronco de uma árvore com violência, enquanto o que o tinha golpeado pousou graciosamente diante de meus pés, formando uma barreira entre eles e eu.

 

Olhei para a silhueta que havia acabado de salvar minha vida, enquanto o jovem se levantava e o outro descia dos galhos das árvores e pousava no chão macio, uma expressão hostil estava estampada em seus rostos.

 

Mas, toda a minha mente ficou vazia, todos os meus pensamentos se esvaziaram, porque eu reconheci a figura que me salvara a pouco, sim, eu poderia reconhecê-lo mesmo naquela escuridão, pois seus cabelos negros e lisos o denunciavam, e a tatuagem em seu pulso direito sendo exibida pela manga dobrada da camisa até seu cotovelo também.

 

Ofeguei novamente ao perceber que quem me salvara, movendo-se daquela forma estranha e sobrenatural fora a mesma pessoa que eu conhecera há menos de uma semana, porque era Aidan Satoya quem se metera nessa luta para me salvar.

 

Observei enquanto as duas sombras agachavam para atacá-lo, enquanto meu salvador pressionava o desenho em sua pele, e assumia uma pose hostil. Sob aquela noite negra e sem estrelas uma batalha sobrenatural começaria.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

ahhhhhhh q medo!!
é sério, no lugar dela eu já teria tido um infarto!!!

mas tham, tham, tham qm apareceu pra salvar ela??
Aidan!!! e agora as coisas vão ficar bem interessantes!!
e eu cortei o cap na melhor parte!!hahahaha eu avisei q ia apronta aki!!

a respeito da música, eu adoruu!!
conheci essa banda a pouco tempo e ela já me cativou com seu estilo!! é sério eu recomendo!!

até a próxima meus queridos!! pq o bixo vai pega!!! rsrsrsrs
Beijoss