- OLHA SÓ O QUE FIZERAM COMIGO! – Foi tudo que o garoto, agora garota, conseguiu dizer ao ver sua amada “filha” entrar pela porta da sala de música. Tamaki vestia o belo uniforme feminino da escola, tinha os cabelos loiros chegando aos ombros, os olhos azuis totalmente encharcados, seios que sem dúvida davam o dobro dos de Haruhi, que achou isso de certo um pouco absurdo por ela, ele, nem ser uma garota de verdade, mas realmente Tamaki era uma garota bem bonita. – E O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO DE MÃOS DADAS COM O TAKASHI? – Ele pareceu mais bravo ainda ao constatar esse fato.

            - Bem... Nós... – Ela não soube o que dizer, nem mesmo ela sabia o que estava acontecendo entre eles.

            - Estamos namorando. – Mori falou por sim, vendo que precisava ele mesmo responder isso, pois não era para os outros que dizia e sim para Haruhi.

            O resto das pessoas no cômodo simplesmente se calou, os gemios ficavam se beliscando para ver se o que haviam acabado de escutar era realmente verdade, Tamaki foi para seu “cantinho da deprê”, Kyoya não pareceu muito surpreso, ele mesmo sempre achará que Mori e Haruhi formariam um belo casal, mesmo que isso não lhe alegrasse muito, porém Honey que já estava estranho nesse momento pareceu completamente diferente, em volta dele era possível se ver uma enorme aura negra de ódio. Ele não conseguia acreditar que sua tão adorada Haru-chan lhe havia rouba seu melhor amigo Taka-chan. Ele olhou para os dois com ódio total.

            - Estamos? – Ela perguntou baixinho para ele, logo depois de perceber a reação de todos.

            - ... – Ela soube perceber que esse silêncio era uma confirmação, o que a alegrou bastante, mesmo que ainda lhe fosse algo estranho. – Estamos! – Ela sorriu ao confirmar, fazendo a cara de todos os outros piorar sua expressão, menos Kyoya que tentava fingir não se importar, por isso o mesmo cortou o assunto.

            - Bom, temos mais com o que nos preocupar agora... – Ela falou pegando Tamaki e pela orelha e a assentando no sofá.

            - Não trate uma garota linda desse jeito! – Tamaki disse acariciando a própria orelha.

            - Mesmo estando nesse estado por dentro ainda é o mesmo de sempre. – Ele continuou. – Bom, o que vamos fazer com ele? – Perguntou por fim.

            - Vamos colocar um vestido rosa nele! – Honey fez sua cara mais fofinha, precisava que lhe dessem atenção por um pouco de tempo.

            - Sim - O próprio Tamaki concordou. – E depois quero me vestir de coelhinha!  - Os olhos do loiro, agora da loira, brilharam, o que fez com que todos percebessem ainda mais sua beleza, até mesmo o frio Kyoya se sentiu impressionado, realmente Tamaki nascera para ser bonito(a).

            Honey sorriu pelo loiro ter concordado com ele, afinal alguém se lembrara de sua importância. Isso já o fez se acalmar um pouco, mesmo que quando olhava para Haruhi e Mori e os vi de mãos dadas, ainda se sentia muito mal.

            - Bom, acho que eu deveria ir ficar na casa da Haruhi, afinal ela também é uma garota, e poderia me ensinar a ser uma... Não é?

            - Só se vocês se trocarem em quartos separados. – Disso Mori, o que surpreendeu a todos, afinal nunca poderiam imaginar que ele tivesse ciúmes até de outra garota, mas logo chegaram a conclusão, de que isso era por que mesmo num corpo de menina, Tamaki ainda era um garoto por dentro.

            - O.k Haruhi vai me ensinar a ser uma garota perfeita! – Acho que o rosto de Tamaki nunca pareceu mais feliz. – Não é Haru-pion? – A menina morena quase morreu ao escutar o liiindo apelido que ganhara de Tamaki.

            - É... – Ela disse com um desanimo tão grande que arrancou risadas do gemios.

            Porém Tamaki estava tão feliz que nem percebeu.

            - Vamos fazer compras! Ir ao salão de beleza! Ao esteticista! A academia! Nossa vai ser demais! – Ele era exatamente igual a uma garota. – Sem falar é claro de ser elogiadas por garotos bonitos!

            - Acho que não devia se animar com isso... – Comentou Kyoya para ele. – Chega a ser nojento.

            - Kyoya-kun, a partir de agora eu tenho q ser uma menina por completo! – Ele estava parecendo um travesti bêbado aos olhos de Haruhi, e de travestis bebados ela entendia, seu pai quase sempre ficava assim nas festas de natal do club onde trabalhava.

            - Tamaki, conte como foi que isso aconteceu... – Haruhi se sentou, sendo seguida por Mori, que ficou ao lado dela, ainda segurando sua mão, logo os gemios se sentaram no chão com ouvidos de prontidão como crianças que vão ver um teatrinho de fantoches, Kyoya permaneceu em pé apenas olhando e Honey se sentou no colo de Mori, que com a mão livre lhe acariciou os cabelos macios e loiros.

            - Bom... Eu acordei tranquilamente, como normalmente faço... Depois fui até o banheiro, para um tranqüilizante banho com sais. Mas na hora que terminei que tirar minha roupa, percebi que estavam um pouco grande, e que havia algo estranho um pouco a baixo do meu queixo, quando olhei pra baixo isso estava lá! – Ele apontou para os próprios seios. – Eu quase morri vendo que também estava me faltando algo... Se é que me entendem... – Todos riam com o comentário do loiro que agora estava totalmente desesperado. – Logo depois eu fui me olhar no espelho de parede inteira que tenho no meu banheiro e então me deparei com isso! – Ele agora estava em pé mostrando todo seu corpo.  – Eu então me enrolei na toalha e chamei minha governanta. Ela escutou tudo o que eu tinha a dizer, e acreditem se quiserem... Ela não acreditou... Mas depois que eu insisti muito e expliquei um monte de coisa, ela acreditou. Eu fui tomar banho, foi estranho... Então eu saí do chuveiro e fui secar o cabelo, que demorou bastante agora que ele ta comprido, então a governanta  me ajudou a pentear o cabelo e depois me maquiou, por que eu tinha chorado muito, ai ela me entregou um uniforme feminino da escola e uma calcinha da filha dela... – Ele agora estava chorando muito, sua voz estava fina e graciosa, porém soluçava, ele nessa hora aos olhos de todos era exatamente uma garota, sem tirar nem por. Até mesmo Haruhi o viu como uma garota. – Ai eu tomei café e pedi pra uma servente ligar e dizer que eu estava doente, então liguei pra minha prima que também estuda aqui, que é bem parecida com meu estado atual e está no mesmo ano que eu, pedi pra ela não ir a aula, não sei como consegui convence-la, mas ela não veio... Ai eu entrei na escola usando o nome dela...

            - Espera... Como ela conseguiu um uniforme feminino? – Kyoya perguntou para a loira.

            - Eu não sei... Acho que é um que minha prima deixou lá...

            - Pelo visto sua prima foi uma mega ajudante né? – Perguntou Haruhi rindo.

            - Sim... Ela é legal... Mas foi na hora que eu tava vindo pra cá que a pior coisa aconteceu... – Ele ficou completamente vermelho. – Bom... Eu estava assentado num banco perto da piscina, ai senti algo quente escorrendo de lugares que eu prefiro não citar... – A menina abriu um sorriso como se fosse começar a rir. – Então eu fui até o banheiro e vi que eu estava todo ensangüentado! Isso mesmo a calcinha emprestada! Eu corri pra enfermaria... Lá a enfermeira riu de mim me deu uma calcinha limpa e um pacote disso. – Ele mostrou um pacote cheio de absorventes com uma cara indignada. – E me ensinou a colar isso na calcinha... Depois disse que tinha que trocar quando já estivesse com muito sangue! E NÃO ME DEU REMÉDIO NANHUM! NEM UM CURATIVO! – Ela falou totalmente raivoso.

            Haruhi caiu na gargalhada seguida por Kyoya e os gemios. Ela nunca rira tanto em sua vida, vendo o que a reação dos outros, a loira parou e olhou para os lados abismada.

            - Por que está rindo?

            - Mas será possível!? Você não estuda mesmo. Só pode. – Ela então parou de rir, tomou ar e explicou tudo no ouvido de Tamaki que pareceu ter visto uma lâmpada ascender sobre sua cabeça.

            - Isso eu já sabia... Só nunca imaginei que sangrasse tanto... – Ouvindo ele dizer isso ela mais uma vez caiu na gargalhada.

            - Você realmente não entende nada de garotas... Somente que elas adoram caras bonitos... – Os outros também riram um pouco. – Você tem muito o que aprender...

            - Bom, foi depois disso que eu ti vi entrar na enfermaria e saí correndo pra cá, onde era pouco provável que me vissem... E fio isso. – Ele terminou limpando as lágrimas. O clima realmente estava meio estranho, mesmo que engraçado, aqueles dias