Capitulo 1

    2 Anos Depois ...

  Parei meu carro no lugar de sempre, o volvo prata reluzente e seu dono já estavam lá, só pra variar.

- Oi – o cumprimentei meio sem graça, se eu parasse pra pensar só um pouco teria saído correndo dali, alias teria corrido assim que descobri o que os Cullens realmente eram.

 - Bom Dia Bells - Ele me lançou um sorriso torto que não escondia o desapontamento em seu olhar. Ele sabia do meu medo.

- Tudo Bem? - Ele perguntou, e eu Assenti.

- Vamos? - o chamei querendo sair logo daquela saia justa.

Fomos juntos para a sala em silêncio, só se ouvia o batimento descompassado do meu coração e sua respiração, as outras pessoas no corredor pareciam não produzir nenhum ruido. Era como uma daquelas cenas de cinema mudo, tudo era distante quando ele estava perto de mim. Um dia desses crio coragem e pergunto se pra ele é igualmente estranho. Ele parece tão absorto quanto eu. Será um poder de vampiro ?

 - Esse seu silêncio … - disse sem pensar, me arrependendo imediatamente da minhas palavras. Ele me olhou intrigado. - Você fica calado assim o tempo inteiro? Digo, quando não está perto de mim?

  Ele ficou calado alguns segundos, e me deu a resposta mais surpreendente do mundo, um simples “Não” , depois saiu passando por mim e se sentou na última carteira da sala. Eu continuei andando e me sentei um pouco mais a frente de costas para ele. Não sei por que, eu não acreditei, não consegui ver Edward como uma pessoa extrovertida ele nunca foi assim, pelo menos não perto de mim. Era até engraçado imaginar ele assim.  

  As aulas se arrastaram, faltavam menos de duas semanas para o fim da minha vida escolar na cidade de Forks, eu ainda não fazia ideia do que fazer nesse tempo, não estava pronta pra encaram uma faculdade e também não queria sair daqui, eu tinha certeza obrigações antes de me desvencilhar totalmente desse lugar. E quem pensaria em estudar depois de descobri que o mundo não é exatamente aquilo que você imaginou o tempo inteiro...

  Balancei a cabeça desejando que esses pensamentos fossem embora tão rápido quanto chegaram.

- Sobre o que estão falando ? - perguntei rindo, assim que entrei no refeitório e encontrei todos rindo, no maior clima de descontração. Inclusive Edward, me demorei de mais naquele sorriso... como pode ser tão belo e tão obscuro. Isso é uma das coisas que eu nunca vou entender.

- Bella, você não vai acreditar.- cantarolou Alice - agente tava pensando em Viajar ...A Escola tá acabando, ninguém quer mesmo ir pra faculdade … - A ideia parecia tentadora, mais ainda tinha minha obrigações !

- Quem sabe... - Disfarcei, mais é claro que eu não iria. Me sentei e comecei a mexer na comida. Eles continuaram conversando e organizando tudo para uma grande viajem, quanta saudades do sol, seria ótimo passar um tempo sem todas as minhas responsabilidades. Acho que no fundo eu sabia que essa viagem era a maior furada, quem vai relaxar viajando ao lado de vampiros ?

    Estava tão entretida com meus pensamentos que nem percebi que Edward me olhava, me virei para encara-lo achando que ele desviaria o olhar ... foi aí que ele me surpreendeu mais uma vez. Aqueles olhos quentes e dourados continuaram me encarando, não havia como sair daquela armadilha em que seu olhar me pusera, eu estava hipnotizada, um arrepio me subiu pela espinha eu sentia meu corpo quente meu coração martelando enquanto aquele olhar me consumia. Senti minhas bochechas esquentarem, me sentia nua sob aquele olhar. Mais uma vez todos a nossa volta foram esquecidos só existíamos EU e ELE, e quando tudo começava a fazer sentido o sinal tocou e tudo aquilo se despedaçou.

    Desviei meu olhar rapidamente, nem precisei olhar para saber que ele saiu quase que correndo pra aula. Me levantei e fiz o mesmo.

     Meu Deus que " grande caralho voador " foi isso ? Continuei andando em direção a sala, como eu imaginava ele já estava lá, sentado em nossa mesa.

   Parei na porta pensando se não seria melhor eu sair a francesa antes que ...

- Srt.Swan, vai a algum lugar ? -Pigarreou Mr. Banner.

- Sim... Eu vou me sentar. - Respondi corando.

Segui em direção a minha temida mesa.

- Aonde paramos com a matéria ? -Perguntou Mr.Banner enquanto eu me sentava.

- Mitose, Mr. Banner.-Alguém respondeu.

- Bom, então como já havia dito, a mitose produz células filhas idênticas à célula-mãe. Cada célula filha contém exatamente o mesmo número de cromossomos da célula mãe. Esse processo ocorre durante o crescimento de um indivíduo e nos processos de regeneração, constitui também a base de alguns processos de reprodução assexuada, como a bipartição ou cissiparidade e o brotamento...

   Me sentei ao lado de Edward como de costume. Ele estava concentrado desenhando alguma coisa nas costas do caderno. Me aproveitei um pouco de sua distração para encara-lo. Ele era lindo, qualquer mulher se demoraria um pouco de mais nesse rosto. Suas feições eram simples e sua expressão era totalmente doce e angelical. Um sorriso maroto brotava no canto de lábios contrastando com seus olhos, agora negros como a noite, o que me fazia lembrar o que ele realmente era.

  Como uma pessoa tão boa como Edward podia ser ao mesmo tempo uma criatura tão... assustadora como um vampiro. Toda a compaixão que existia dentro de mim se agitava quando eu pensava nele dessa forma, quando eu me lembrava do dia em que o conheci e ele me mostrou sem receio o que realmente era: um cara simples, bonito e realmente diferente dos demais, uma pessoa que eu nunca imaginei que pudesse existir. E eu estava certa. Ele não era tecnicamente uma pessoa. Como eu amaldiçoava Deus ou seja lá o quem fez com que ele fosse assim. Cerrei os dentes. Isso realmente me tirava do serio.

   " Deus. Se você existe, por que deixa coisas tão ruins acontecerem com pessoas boas?" pensei. Imediatamente me lembrei da morte de minha mãe, em como meu pai ficou acabado, em como minha vida se desmanchou e em como tudo acabou. Lágrimas traiçoeiras ameaçavam cair. Pisquei várias vezes tentando impedir o inevitável.

   Me levantei e pedi licença educadamente para Mr. Banner. Sai da sala correndo e corri para o mais longe possível dali. Quando dei por mim estava no estacionamento vazio e sozinha.

     Por que ? era tudo o que eu me perguntava.

- Será que eu não mereço ser feliz também? - Gritei olhando pra cima.

   Fechei os olhos. Flashs de uma vida feliz se passavam. Eu e minha mãe, meu pai feliz como a muito eu não via e uma coisa que me confundiu bastante. Edward. Edward estava lá comigo, nos conversávamos ele era humano e lindo da mesma forma. Tudo parecia perfeito. Abri os olho e tudo se dispersou. Nunca poderia ser verdade. Era pedir de mais.

- MERDA. " ninguém vai te ouvir, sua idiota. " -Sussurrei para mim mesma. - mesmo por que não existe ninguém para te ouvir. Se existisse algum Deus nessa merda de vida ele não permitiria isso. Ele não teria levado minha mãe. E não teria me abandonado.

  Chutei a porta da Picape e cai de joelhos. Chorar também não vai ajudar não é?   Me levantei e fui até o banheiro para me recompor.

  Me atrevi a olhar pra o espelho para ver o que deu. Me arrependi na hora. Meu cabelo parecia um ninho de uma merda qualquer, meus olhos inchado e a cara vermelha, fora a roupa toda amarrotada. Ah, dane-se. Lavei o rosto passei os dedos peso cabelo. Olhei para o espelho novamente esperando que ele quebrasse e não aconteceu. Ótimo. Segui para última aula. Andando bem devagar pra ver se o tempo passa mais rápido. Estava tão distraída que demorei para perceber que ele era aquele homem parado na porta da minha sala de costas.

- O que você tá fazendo aqui? - perguntei grosseiramente.

  Ele virou de repente, surpreso.

- Eu vim ver se você estava bem. - Respondeu ele seco.

- Ah, sim. Tá tudo bem. - Disse meio sem graça.

- Você saiu daquele jeito da sala, eu não entendi. Achei que não estivesse se sentindo bem. - Mal ele terminou a frase começo a me encarar de cima a baixo.

  Me arrependi imediatamente de não ter me arrumado direito.

- Não, tá tudo bem sim. Foi... ah, besteira ! Tava de saco cheio da aula e falando nisso eu tenho uma aula pra assistir tipo agora ...

- Tem certeza?

- Claro, a professora tá me esperando !

- Não foi isso que eu perguntei. Você tem certeza que está bem? - me perguntou novamente sem tirar os olhos de minha roupas.

   Ah, minha vontade era de gritar para ele e dizer tudo que penso, mais não ia adiantar nada, não ia resolver nada.

- Se eu precisar de alguma coisa, te aviso. Ate mais. - Disse virando e entrando na sala.

Ele me deu as costas e saiu. Caramba como pode ser tão ... Ah.