Eu olhava para aquele imenso por do sol alaranjado de Phoenix, enquanto pensava.

  Eu ficava ali horas contemplando sua beleza todos os dias. As pessoas brincavam comigo dizendo para Reene que ela devia ficar de olho em mim por que qualquer dia eu ia ir embora morar lá no sol e eu respondia.

 - Só se a mamãe for comigo.

  Alguns meses depois, veio a notícia. Mamãe foi morar no sol e não me levou. É foi assim mesmo que me contaram que a minha mãe tinha morrido. Eu tinha apenas 7 anos quando ela se foi. Charlie entrou em depressão e viemos morar em Forks aonde ele tinha parentes e amigos.

  Forks era um lugar lindo, cheio de árvores e bosques mas não tinha o mais importante: O sol.  

   Depois de mais velha, no meu aniversário de 16 anos, Charlie me contou que dava pra ver o sol de Forks.

- Tem uma trilha na beira do bosque, ela leva direto para clareira. É uma longa caminhada mais se você quiser tanto assim ver o sol … - Fiquei o encarando por alguns segundos.

- Por que não me contou isso antes ? - perguntei.

- Eu não tinha certeza se a trilha ainda existia, você poderia se perder.     Hoje de manha eu subi a até a clareira - Ele abriu um imenso sorriso - O sol está lindo. Ande, não vai querer perder o por do sol, vai? - Olhei pra ele sem acreditar . Apesar de tudo Charlie era um bom pai.

- Você não devia ter feito isso. - O reprendi, dei um beijo em sua testa e sai correndo.

- Obrigada pai, foi o melhor presente que eu poderia ganhar. - Gritei saindo pela porta.

   Realmente era uma longa caminhada, mais eu seria bem recompensada no final. Pensei em correr mais tropeçar não iria ajudar em nada agora então subi a ladeira seguindo a trilha e prestando bastante atenção nas folhas e nos arbustos no chão. Quando parei pra respirar por um segundo e olhei pra frente vi a coisa mais linda do mundo, era a clareira.

   O sol batia nas folhas que estavam secas, diferentes de tudo nessa cidade. E lá tinham flores do campo, roxas e brancas contrastando com a luz do sol. Dei mais alguns passos em direção a clareira. Foi aí que eu o vi.

  “O sol “ Ele estava lá. Amarelo, gigante quente e expendido. Na clareira havia uma pedra gigante, com um formato pouco convencional. Parecia como a cabeceira de uma cama, uma cama de flores. Me encostei nessa pedra para descasar e fiquei admirando o sol, sentido aquele comichão gostoso que o sol provoca na pele. Fechei os olhos e fiquei lá curtindo meu sol. Acho até que cochilei.

  Acordei com o barulho de folhas sendo pisadas. Abri meus olhos novamente e o sol já não era tão intenso, mais ainda estava lá. Olhei para os lados a procura de alguém e nada. Me levantei e comecei a andar em círculos, pra ver se eu achava alguma coisa. Ouvi outra vez o barulho. Fiquei estática, parada sem mover um músculo se quer. Depois corri em direção a trilha.

  Agora começava a ficar escuro e eu tinha a horrível sensação de estar sendo observada. Corri mais rápido que pude, desengonçada e trocando as pernas. Olhei para trás por um segundo para ver se havia algo a trás de mim, nada, mas continuei correndo e quando virei pra frente me deparei com uma árvore imensa, tropecei num emaranhado de folhas no chão, cai e bati a cabeça na árvore.

  Minha cabeça doía muito. Abri meus olhos tentando me levantar mais tudo estava embaçado e a falta de luz também não ajudava. Me levantei mais não consegui ficar muito tempo de pé.

  Uma forte tontura me derrubou, Fechei os olhos e quando abri de novo me deparei com um par d e olhos dourados me fitando.

- Você está bem ?

- Sim – Eu respondi com a a voz fraca. E acho que foi nessa hora que eu desmaiei.