Lacuna Sangria escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 28
Como humanos




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Bella: Meu quarto? –Tentou levantar-se. O pescoço ainda doía. Caminhou debilmente até o espelho e logo se espantou ao ver que a marca em seu pescoço havia crescido. –Mas o que? –Ouviu a porta se abrir.

 

Edward: Não deveria estar de pé. Vamos, eu ajudo você a voltar para a cama. –Aproximou-se ajudando Bella a se deitar. –Perdão. Sinto que não posso fazer nada por você. Pensei que estivesse ferida no pescoço, mas como pude ver trata-se de uma marca similar a uma tatuagem. Ainda sim ela é estranha. Pulsa como se tivesse viva e cresceu misteriosamente.

 

Bella: Realmente é estranha.

 

Edward: Você já tinha essa marca antes?

 

Bella: Não. Ela apareceu na época em que você estava se recuperando. Não sei o que significa.

 

Edward: Ela parece ter crescido quando você entrou em contato com sangue. Ou talvez... Talvez seja por que você se aproximou demais de mim. –Um sorriso tristonho tomou a face do Cullen, Bella o observou.

 

Bella: Talvez Edward, mas só há uma forma de descobrir. –E ergueu um pouco as mãos tocando levemente o rosto alvo e pálido de Edward. O olhou com ternura para logo beija-lo rapidamente. Ao se afastarem...

 

Bella: Viu? Eu estou bem então não tem culpa. Deve ter sido o sangue. Agora tenho mais um motivo para não sorver sangue. –Sorriu. Edward a olhou, no rosto podia perceber que Bella ainda sentia dor. Ele a abraçou.

 

Edward: Deixemos tudo de lado. Você precisa de paz, precisa se cuidar. Vamos embora dessa cidade. Garanto que não se arrependerá. Iremos juntos. –Bella tentou se desvencilhar do abraço, Edward não permitiu.

 

Bella: Não posso. Sinto muito.

 

Edward: Eu só quero protegê-la. Não quero que passe novamente por tormentos. Por que a vingança tem de ser tão importante?

 

Bella: Por que se eu respiro é para vingar-me. Uma dor, um vazio que só pode ser preenchido com a vingança.

 

Edward: Vai morrer assim Bella.

 

Bella: Talvez. Eu sempre disse que não tinha futuro. Se quiser me abandonar por esse motivo à hora é...

 

Edward: Não diga tal bobagem! Mas eu peço que fique quieta por pelo menos um mês. Pode fazer isso?

 

Bella: Se obtiver informações sobre Laurent, James ou minha mãe eu terei de agir.

 

Edward: Mas se nada acontecer então... Por favor, fique aqui. Fique quieta. Apenas um mês. –Afastou-se um pouco e a olhou.

 

Bella: Tudo bem Edward. Mas...

 

Edward: Mas?

 

Bella: Vou morrer de tédio! –Deitou-se na cama com uma expressão emburrada. Edward sorriu.

 

Edward: Acho que eu posso pensar em algo para entretê-la. Ter dias fazendo coisas que humanos costumam fazer para se divertir não deve ser tão ruim.

 

Bella: Você indo ao cinema e comendo pipoca com refrigerante? Acho que nem em mil anos eu conseguiria imaginar tal cena! –Bella sorriu fazendo um calor reconfortante brotar no peito do Cullen.

 

Edward: Divina...

 

Bella: O que?

 

Edward: Você sorrindo é algo divino. –Os dois permaneceram calados. –Bella?

 

Bella: Hmmm?

 

Bella: Posso beijá-la? –Bella sorriu. Aproximou-se de Edward e o beijou.

 

...

 

“Quinze dias... As coisas se acalmaram. Nada ocorreu, nada que chamasse minha atenção.” –Bella suspirou. Atendera ao pedido de Edward ficando em casa. A principio sentia-se mal por nada fazer acreditando que enquanto descansava o inimigo tramava algo. Mas Edward cumpriu o que havia proposto. Procurou mante-la ocupada fazendo todo o tipo de bobagens: cinema, teatro, jogos ou qualquer coisa do tipo. Aquilo aplacou um pouco do tédio e da fúria que parecia prevalecer em Bella.

 

Edward: Bella está na hora. Vem. –Edward na porta, um sorriso belo enquanto a mão estava estendida para Bella. Ela levantou-se e pegou a mão. Seguiram para fora da casa, o Sol ainda estava no alto. Os dois veriam o por do Sol no cais. O Sol... Edward sentia-se bem não só por poder estar ao lado de Bella, mas também por voltar a sair de dia sem temer o Sol. Isso o fez reportar fatos da infância que o alegravam. E agora lá estavam os dois, juntos, sentados à beira da ponte de madeira enquanto assistiam ao belo espetáculo.

 

Bella: O Sol não o incomoda mais?

 

Edward: Não. Graças ao seu sangue.

 

Bella: Fico feliz por poder ajudá-lo. –Bella sorri. –O por do Sol é lindo né?

 

Edward: É sim.

 

Bella: Edward?

 

Edward: O que foi?

 

Bella: Estive pensando no que você me propôs.

 

Edward: No que propus a você?

 

Bella: Sobre deixar a vingança de lado. Depois desses quinze dias fazendo apenas coisas que fazia antes de toda essa loucura começar eu percebo que talvez eu consiga voltar a ter uma vida pacata. –Os olhos de Edward brilharam.

 

Edward: Seria ótimo se você aceitasse o que disse. Poderíamos ir para qualquer lugar.

 

Bella: Mas antes disso... –Edward franziu o celho. –Ao menos quero saber se minha mãe está viva.

 

Edward: Talvez, mas sei que se descobrir que ela está viva e onde está optara pela sua vingança.

 

Bella: Você me conhece bem. Se isso o consola quero fugir desse destino.

 

Edward: Você pode fugir. –pegou a mão da jovem. –Pode fazer tudo o que desejar. Mais quinze dias e se não tivermos nada a respeito de James, Laurent e sua mãe deixamos a cidade.

 

Bella: Tudo bem. –Bella deixou-se abraçar por Edward enquanto o Sol tocava a lamina de água produzida pelo mar a sua frente.

 

“Tão diferente... É tão diferente agora abraça-lo! Eu sempre estive nos braços de Edward, mas só agora percebo o quão prazeroso é estar aqui. Então isso deve ser... Amor?”.


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