Lacuna Sangria escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 2
Pintura tingida de sangue




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/85340/chapter/2

“-Por que eu comprei esse livro?” – Bella, já pronta para assistir o jogo de seu namorado Jacob, abriu lentamente o livro de título Lacuna Sangria e ficou surpresa, para não dizer furiosa, por ver que a única coisa escrita no livro era seu titulo.

 

Bella: QUE DROGA É ESSA? ESSE LIVRO TÁ EM BRANCO! AH, EU VOU VOLTAR NAQUELA LOJA E PEGAR MEU DINHEIRO! –Jogou o livro no chão deixando o quarto. Seus pais ainda não estavam em casa, não se preocupou. Encontraria com eles na escola quando chegassem.

 

“Preciso ir mais cedo. Jake sempre fica nervoso em jogos decisivos como este e me pede para ir mais cedo para acalmá-lo.” - Pegou sua capa de chuva, o templo nublado ameaçava cair a qualquer momento.

 

...

 

Bella: Concentre-se e tudo vai ficar bem. Não há por que ficar nervoso. –Bella segurou fortemente as mãos trêmulas do namorado, vendo que suas palavras não surtiam muito efeito aproximou-se beijando ternamente os lábios de Jacob.

 

Jacob: Seu beijo é um santo remédio para nervosismo, sabia?

 

Bella: É eu sei que sou demais!

 

Jacob: Como você é modesta!

 

Bella: Vou me sentar com a Leah agora. E ela desejou boa sorte.

 

Jacob: Cadê seus pais?

 

Bella: Ainda não chegaram, mas devem estar a caminho. Vou ver se ligo para eles para apressá-los. Se você ganhar o jogo podemos sair para comemorar. –Sorriu.

 

Jacob: Todos os pontos que fizer serão dedicados a você! –Beija novamente Bella correndo até onde o treinador se reunia com os demais jogadores. Bella senta-se ao lado de Leah pegando o seu celular de imediato.

 

Bella: DROGA!

 

Leah: O que foi amiga?

 

Bella: Meu celular descarregou. Preciso falar com meus pais. Vou até o telefone publico. Guarda os lugares pra mim?

 

Leah: Claro poder ir. –Bella sai da quadra indo até um local afastado onde se encontravam os telefones públicos. Um sereno começa a cair, logo choveria e Bella temeu que a chuva fizesse seus pais desistirem de ir. Discou o número. Na primeira tentativa ninguém atendeu o que a fez pensar que talvez estivessem a caminho. Ainda sim ligou mais uma vez e desta vez alguém atendeu.

 

Bella: Alô? Mãe?

 

-BELLA... AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH... –Um barulho e logo mais não conseguiu ouvir nada. O que era tudo aquilo que ouviu? Ela não sabia.

 

Bella: MÃE! –Ligou novamente, telefone ocupado. –DROGA!

 

Saiu correndo, a chuva torrencial em fim havia desabado. Nem mesmo ela sabe como conseguiu correr tão rápido. Não ligou para nada, para a amiga que a esperava e para seu namorado, os gritos que ouviu fizeram com que tomasse essa resolução.

 

“TENHO QUE IR PARA LÁ! ESTOU COM UM MAU PRESSENTIMENTO!”.

 

...

 

Bella não sabia como conseguiu chegar tão rápido em sua casa nem por que ficou parada em frente à casa escura durante alguns minutos. Em fim adentrou tremula o local. Tentou iluminar o mesmo, mas o interruptor não funcionou.

 

Bella: Pai? Mãe? –Caminhou tateando o ar, os olhos lacrimejantes pelo silencio. Ouviu um barulho no segundo andar, caminhou para o possível local onde poderia estar à escadaria. Esta tropeça, sente o assoalho úmido e ao aproximar a mão molhada em seu nariz constatou: era sangue.

 

Bella: MEU DEUS! –Tateou aquilo em que havia tropeçado, era um corpo. –PAI! –Agarrou-se ao corpo, tateando pode constatar, era seu pai. –MAI FICAR TUDO BEM PAI EU VOU PROCURAR AJUDA! –Correu até o telefone, alguém havia arrancado o fio. Correu para a porta, não saiu. Ouviu um grito no segundo andar.

 

Bella: Mãe! –Correu pegando algo no chão, um bastão. Subiu cautelosamente as escadas, Bella tremia violentamente tentando manter a sanidade. O barulho vinha do quarto de seus pais, ao adentrar o aposento deixou o bastão cair por entre os dedos de tão chocada que estava com a cena. Sua mãe inerte nos braços daquele ser, ser com olhos rubros e caninos fincados no pescoço feminino. Sangue por todo o lado. Os olhos marejados derramam as primeiras lagrimas.

 

Bella: Mãe? –A voz não mais saia, a criatura percebeu a presença de Bella jogando Renée na cama. Os olhos rubros se fixaram na mais nova vitima.

 

Renée: Corra... –Foi tudo o que ouviu de sua mãe desfalecida. Bella caiu no chão, tentou correr. A criatura dera um grande salto ficando entre Bella e a escada que poderia possibilitar sua fuga. Esta viu uma janela no final do corredor. Correu até a janela jogando seu corpo contra a mesma e quebrando-a por esta ser de vidro. Caiu no telhado. Levantou cambaleante, a criatura ainda dentro casa a fitando com uma expressão tenebrosa. Bella não desceu, subiu no telhado seguinte ficando no topo da casa, a chuva ensopando seu corpo. Pegou um pedaço de telha. Viu a figura subir o telhado olhando-a.

 

Bella: MISERAVEL! –Correu para atacá-lo, a criatura a jogou para frente, esta quase se desequilibrou de cima do telhado. A criatura agarrou fortemente o pescoço de Bella erguendo-a. Bella, afoita, tentou se desvencilhar.

 

-Ouça humana... Seus olhos... Sua pele... Irei emoldurar sua beleza. –Com as palavras ditas por aquele que eliminou seus pais e sorveu o sangue dos mesmos Bella sentiu-se encurralada. Os caninos do agressor tocaram seu pescoço furando-o. Bella sentiu suas energias se esvaírem. Pode ver um pouco mais do rosto daquele ser. Era humano, ou pelo menos possuía a aparência humana. Quando os dentes deixaram sua carne, o agressor ainda com os lábios e vestes encharcadas de sangue levou Bella até a ponta do telhado segurando-a pelo pescoço. A olhou uma ultima vez.

 

-Quero ver esse olhar de ódio novamente... Humana! –A jogou deixando-a cair em cima do telhado de vidro da estufa onde Renée guardava suas orquídeas. Novamente seu corpo é ferido. A chuva limpando o sangue de seus ferimentos e uma Bella exausta, mortalmente ferida internamente, desfalece.

 

“-Será que vou morrer? Se for este o destino que me foi reservado... Que eu possa encontrar meus pais lá!”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!