Victória me avisou que iríamos enfrentar um vampiro mais velho, que mexia com a nossa mente e nos deixava confuso. Mas eu não me importava, eu estava com ela, e sabia que ela não deixaria nada acontecer comigo.

    Sim, eu falei certo: eu SABIA. Não sei mais. Quando chegamos na montanha, eu estava certo de que iríamos vencer, e nós dois sairíamos vivos.

    O cheiro da garota humana era tentador, eu me lembrava disso pela blusa vermelha que havia roubado, mas o aroma que exalava diretamente dela era mil vezes melhor. Infelizmente, não era meu.

    Eu e Victória, meu amor, combináramos nosso ataque, eu distrairia e mataria o vampiro de cabelos cor de cobre enquanto ela cuidava da garota. Olhei para ela, esperando o seu sinal que não tardou a chegar. Ela apontou o Queixo para o vampiro, e eu me posicionei para o ataque.

    - Riley – ele falou. Paralisei. Como ele podia saber o meu nome? - Ela está mentindo para você Riley. Ouça-me. Ela está mentindo para você como mentiu aos outros que estão morrendo agora na clareira. Você sabe que ela mentiu para eles, que ela fez com que você mentisse para eles, que nenhum de vocês iria ajudá-los. É tão difícil acreditar que ela esteja mentindo para você também?- ele perguntou. Claro que era! Victória me amava!- Ela não ama você Riley. – Sim, ela ama! Eu pensava. – Nunca amou. Ela amou aluem de nome James. – Nesse momento, Victória arreganhou os lábios e expôs seus dentes. Olhei para ela um pouco assustado, como ela podia ter mentido?*

    - Riley? – O vampiro chamou minha atenção, e falou que ela gostaria que eu morresse, pra não fingir mais. Então me lembrei das expressões dela quando dizia que me amava, seus beijos, quando ela não se entregava e oferecia certa resistência. Disfarçada resistência, mas ela estava presente.

    - Sim... Você já viu isso, não viu? Já leu a relutância nos olhos dela, suspeitou de certa falsidade em suas promessas. Você tinha razão. Ela Jamais o quis.* – Não ouvi mais nada a partir daí. Sim, eu percebera falsidade e relutância, mas sempre subestimei isso, como um tolo apaixonado.

    Ele deu um passo em minha direção, e eu me movi mais para longe.

    - Última chance, Riley.*

    - Ele é o mentiroso, Riley. Eu lhe falei dos truques mentais dele. Sabe que só amo você. – Victória disse, mas sua voz a traiu. Contrai-me para a batalha, mas saltei girando para traz, arrancando seu pescoço com um golpe não esperado por ela. Onde eu estava um segundo antes, agora havia um lobo caramelo gigante, me olhando estranhamente (?). Percebi que não era um animal, fedia demais para um. Retesei meu corpo, pronto para me defender daquela criatura, porém, ela simplesmente se afastou e permaneceu quieta mais ao fundo.

    Observei o ambiente ao meu redor: uma garota mana e um vampiro me olhando surpresos, um... sei-lá-o-que muito fedorento ao longe e, ao meu lado, Victória, meu suposto amor, decapitada ao meu lado. Ninguém parecia uma grande ameaça, então acabei de desmembrar a vampira ruiva e acendi um fogo por cima dela. Minha breve vida com os recém-criados me ensinou como matar um de nós.

    - Obrigado, Riley. - o vampiro que eu não sabia o nome falou- Sou Edward. E esses são Bella e Seth – falou, apontando para o lobão. – Obrigado. Por não se virar contra nós.

   - Eu devo agradecer. Mostrou-me o quão tolo eu fui acreditando nela. Você falou que existem outros meios de viver. Fora de tanto sangue e horror. Estou cansado disso. -falei, me referindo a minha “vida” atual.- Qual é a outra maneira?

    - Sangue animal. –Edward falou simplesmente. Urgh! Que nojo! – É o melhor jeito. Se você se juntar a nós podemos te ajudar.

    - Não. Vou tentar seguir essa... an... dieta. Mas vou preferir fazer isso sozinho. Já estou farto de andar em meio de tantas pessoas.

    - Como quiser. – Então tudo aconteceu muito rápido: ouvimos o lobo, Seth dar um ganido. Um som que gelaria o coração, se eu ainda tivesse um. Ele teve um espasmo forme de repente, e uivou cheio de agonia. Edward caiu de joelhos com a mão na cabeça e a garota soltou um grito de preocupação. Eu olhei em volta procurando algo que poderia estar causando tudo isso, mas não achava.

    Quando Edward disse “vamos ficar bem” percebi: era algo na campina. Corri para lá e vi vários lobos em volta de um, caído com um lado... deformado. Havia um dos recém-criados sendo perseguido por outro lobo, então simplesmente pulei até lá e arranquei sua cabeça, jogando-a no fogo juntamente do seu corpo. O lobo olhou ameaçadoramente para mim, eu simplesmente saí de sua frente, indo em direção de uma forma encolhida atrás da fogueira formada em uma pilha de corpos. Eu reconheci aquele rosto. Era uma grota nova, de aproximadamente 15 anos. Ela era muito inocente. Lembro de sua expressão assustada quando acordou, parecia ser muito doce. Acho que ela se chamava Bree.

    - Bree? – perguntei. Ela me olhou assustada. Realmente, ela não tinha motivos para confiar em mim. – Vamos embora.

    - Quem é você? – perguntou uma voz grave ao meu lado, um vampiro louro.

    - Não vou fazer nada. –falei- Só quero ir embora. Não lutei contra nenhum dos seus. Bree. Você quer ir também? – perguntei, me virando para ela.

    - Vou ficar. Eles vão me ajudar a mudar. –ela disse.

    - Eu também vou mudar. Só que sozinho. Estou indo agora, mas se você prefere ficar, fique.

    - É melhor que ela vá. – Falou outro vampiro,também louro.

    - Tem certeza Carlisle?- perguntou o que me vigiava.

    - Sim, meu filho. Os Volturi irão chegar logo, não acho que irão permitir que Bree viva.

    - Eu quero ficar viva! –falou Bree. – Eu vou com você. Não tenho escolha. - acrescentou em voz baixa.

    - Então vamos logo. – disse. Eu acenei com a cabeça para os dois vampiros, o tal do Seth, Edward, e a garota humana cujo cheiro aumentava minha sede. Assim, eu saí correndo com a pequena vampira nos meus calcanhares.

*trechos de Eclipse