Antes da Aurora escrita por LoaEstivallet


Capítulo 13
O começo do fim


Notas iniciais do capítulo

Pessoal,
eu levo muito a serio todo e qualquer comentario de voces, e apesar de já ter uma linha programada para toda a história, faço o máximo de modificações possíveis considerando suas opiniões, mas sem me afastar do que planejei.
Preciso seguir minha linha de raciocinio e expor na história todos os fatos para que o desenrolar não fique prejudicado.
Talves por isso a fic esteja devagar, mas vcs compreenderão, mais pra frente, que todos esses caps tão longos e detalhados, servirão para que vcs entendam onde quero chegar.
Me ausentei essa semana para repensar onde estava errando tanto, e conclui que é melhor escrever com meu coração, como sempre fiz.
Continuem a me mandar suas opiniões sinceras (mesmo as negativas!), POR FAVOR, pois elas realmente me ajudam a continuar.
Desculpem o desabafo e obigada pela compreensão!
Beijos



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ALICE

A visão se repetiu.

Edward entrava na floresta acompanhado por uma mulher de nossa espécie, cabelos negros presos em um rabo de cavalo alto que era dividido em duas longas tranças, olhos dourados e muito brilhantes.

Nós todos observávamos a cena de nossa varanda, semblantes conformados, mas tristes.

 Eu podia sentir a dor do adeus presente ali, então eu sabia que ele estava partindo.

Mas havia algo de diferente dessa vez, algo que não estava lá na primeira vez, algo além das características da desconhecida, e do fato de que a visão estava se tornando mais clara e sólida.

Encostada na soleira da porta de vidro que dava acesso à varanda pela nossa sala, Bella observava a cena um pouco mais afastada do nosso grupo.

E este não era o detalhe mais estarrecedor.

O que me confundiu, foi perceber que seus olhos eram de um vermelho vivo, e sua pele de um mármore brilhante, assim como a minha.

Ela era uma de nós.

Arquejei involuntariamente, me desligando do futuro e retornando ao presente, onde Bella me observava curiosa do banco do carona.

Eu não entendia... O que teria acontecido para ela se tornar uma de nós e, ainda assim, Edward ir embora com outra mulher? Se Bella era uma de nós no futuro, eles deveriam estar juntos... De que outra forma seria transformada se não estivesse mais com ele? Será que... O bebê?

Meus devaneios e especulações foram interrompidos por um pigarro de Bella.

- Sei que viu alguma coisa, não precisa disfarçar... – Falou me fitando desconfiada – Mas se não quiser ou puder falar, eu respeito. Só gostaria de saber se tem haver comigo.

- Não. – Menti categoricamente – É sobre o Edward, mas não tem nada haver com você.

Falei parte da verdade, testando seu interesse em meu irmão.

- Algo ruim? – Especulou preocupada. Mas me pareceu mesmo que ficara ansiosa. Isso era bom sinal.

- Não sei dizer ao certo, uma mudança talvez... Ainda não está claro. – Falei sinceramente, ainda analisando sua atitude.

Bella olhou as mãos que torcia nervosamente no colo. As lágrimas ainda brilhavam em seu rosto e olhos, mas ela já estava mais controlada.

- Eu tenho algo para lhe dizer, mas acredito que você já saiba sobre o que se trata. – Falou ainda olhando as mãos.

- Sim... Eu sei. – Minha voz saiu distorcida pela angústia – Bella, tem certeza de que quer mesmo isso? Eu não entendo... Vocês se amam.

- Eu te peço perdão Alice. Sei que estarei magoando a você também, fazendo isso... Mas não vai mais haver casamento. – Pausou, respirando profundamente enquanto enxugava as lágrimas com as costas das mãos – Eu ainda não consegui falar com o Edward... Não tive coragem... – Ela levantou os olhos até encontrar os meus – Mas eu gostaria de lhe pedir para parar todas as providências que vinha tomando. Cancele tudo. Sei que parece loucura, mas minha decisão já está tomada.

- Você tem certeza? Não está se precipitando? Não seria melhor adiar o casamento, esperar mais um pouco para não restar nenhuma dúvida?

- Não. Eu estou certa do que preciso fazer. É o que meu coração está mandando. – Falou segura.

Parei o carro na frente de sua casa.

Respirei fundo e girei no banco para ficar de frente para ela.

- Bella, eu te amo... – Falei pegando suas mãos – Você é minha irmã. Pelo menos é assim que sinto. E amo muito o Edward. Então não posso querer a infelicidade de nenhum de vocês. Gostaria muito de ser capaz de te apoiar nesse momento, dizer, vá em frente, siga seu coração, busque sua felicidade... Mas parece que sua felicidade não está mais ao lado do meu irmão... Então eu não posso te estimular a fazer algo que eu sei que irá fazê-lo infeliz. E também não quero te fazer desistir do que acredita ser melhor para sua vida, porque quero que seja feliz também. – Pausei, expirando pesadamente – Eu só posso me abster de opiniões e desejar que tudo dê certo para os dois.

Bella me encarava emocionada.

Num rompante ela se atirou nos meus braços, me apertando contra ela.

- Eu te amo também, Alice. – Sua voz já estava embargada – Vou sentir sua falta.

Eu segurei-a pelos braços e a afastei até ter seus olhos nos meus.

- Como assim? Você vai se afastar de mim? Não! – Falei alarmada.

- Mas não tem outro jeito... Eu não quero que ele sofra mais do que já está sofrendo. Eu não posso ficar impondo minha presença assim na vida dele. Quanto menos tivermos contato, menor será a dor. – Me explicou com os olhos assustados.

- Bella... Vocês não poderão mais se desligar... Essa criança... Ela é filha de Edward também. Você vai tirar isso dele?

- Não! – Falou horrorizada – Não foi isso que quis dizer... Ele poderá ver o filho e estar com ele sempre!

- Então como fará para não ter contato?

- Isso é simples, Alice. Podemos combinar várias formas de dividir a guarda dessa criança sem que estejamos em contato constante... Meu pai pode levá-la até ele e buscá-la depois... Não sei. Ainda vou pensar nisso.

- Tudo bem – disse irritada – Que seja. Mas e eu? Não poderemos nos ver? Você está me deixando também?

- Não é isso... É que... Será doloroso para ele ficar me vendo sempre em sua mente. Talvez depois do que vou fazer, ele não queira mais me ver na frente dele... Mesmo na cabeça de outra pessoa.

- Você é mesmo absurda, Bella. – Minha voz estava carregada pela indignação que me consumia – Ainda que não se case mais com ele, que não estejam mais juntos, você carrega um Cullen no ventre, faz parte da família agora. Não tem como isso ser desfeito ou ignorado. E como parte da família terá de conviver conosco, goste ou não.

Bella sorriu sem graça, colocando a mão em minha bochecha.

- Desculpe, Alice. Você tem razão. Eu não estou pensando direito. Estou cansada e amargurada com tudo isso. Não tive tempo para racionalizar a situação.

- Tudo bem... Só me prometa que, aconteça o que acontecer, continuaremos a ser amigas... E eu vou poder vê-la sempre que tiver saudade.

- Sim... Eu prometo.

Nos abraçamos mais uma vez, então Bella se desvencilhou de mim e se encaminhou até a casa.

Liguei o carro e fiz meu caminho de volta.

Em meu peito o sentimento de perda era avassalador.

 

 

 

BELLA

As palavras de Alice me tocaram mais do que profundamente.

Alcançaram meu íntimo, gravando-se em brasa no meu coração.

Ela tinha razão. Eu não poderia evitar o contato. Essa criança me ligara a Edward e sua família num laço infrangível. Eu teria que conviver, e muito, com todos eles, inclusive com o próprio, ainda que isso não fosse agradável.

Eu não me importava realmente em conviver com ele. Ainda o amava... Apenas não o suficiente para manter nossa relação, mas ainda assim o sentimento resistia. Era com os sentimentos dele que eu estava apreensiva.

Edward estava sofrendo, e pelo que pude notar, toda essa decepção estava transformando o amor em ódio.

Ele estava arredio. Provavelmente ficaria agressivo depois do golpe final...

Eu não o condenava por essa atitude. Compreendia perfeitamente, e aceitava. Ele teria raiva de mim pelo resto de sua existência, e com muita razão. E isso me fazia sentir desconfortável e triste. A convivência, com certeza, seria bem difícil.

Me incomodava intensamente o fato de que eu não teria mais o seu carinho, a sua ternura... O seu amor.

Recordei as palavras de Alice. “É sobre o Edward, mas não tem nada haver com você.

Eu não queria mais ser sua mulher... E o amor que ainda sentia por ele não era mais o centro da minha vida... Então porque aquela frase, indicando que eu não fazia mais parte do seu futuro, me aborrecia tanto? Porque a certeza de que ele, muito em breve, estaria me odiando, me magoava de maneira tão aguda?

Eu não tinha as respostas, e não queria me preocupar com elas agora.

 

 

Passei algumas horas com minha família, informando e explicando minha decisão.

Charlie ficara extremamente confuso e surpreso, até mesmo um pouco decepcionado. Tanto quanto em nunca imaginei que ficaria. O pouco tempo de convívio que teve com Edward, desde que ele voltara, fizera-o mudar totalmente sua opinião intransigente.

Mas meu pai não me condenou, ou mesmo repreendeu. Apenas repetiu a pergunta de Alice e Renée... “Tem certeza?

Depois da longa e cansativa conversa, me retirei para meu quarto, evitando dar mais uma olhada nos semblantes ambíguos de minha mãe e meu pai.

Recostei-me na cadeira de balanço e observei o céu escuro do lado de fora.

A imagem do rosto triste de Alice funcionou como uma facada em meu peito.

Lágrimas quentes escorreram por meus olhos silenciosamente.

A expressão derrotada de Edward me cegou.

O pranto se modificou, ficando violento, e eu já não suportava mais ficar apenas sentada.

Me encolhi na cadeira, envolvendo minhas pernas com os braços, segurando os joelhos perto do peito, afundando meu rosto entre eles.

Medo me dominou.

Me sentia segura de minha decisão, mas uma parte de mim gritava para que eu recuasse, desistisse daquilo, porque me arrependeria.

Mas essa parte era fraca, e não tinha o apelo necessário para me demover da decisão.

Acho que adormeci ali mesmo, porque me sentia levemente consciente dos braços frios em volta de mim, me conduzindo delicadamente no colo até a minha cama.

Abri os olhos atordoada, assim que senti meu corpo pousar no edredom.

Os olhos dourados eram profundos, e me fitavam com ternura e constrangimento simultaneamente.

- Me perdoe... Não quis acordar você. – Sua voz era de quem se desculpava por uma falha terrível.

Não consegui dizer palavra. Apenas o olhei surpresa.

Depois de hoje, achei que nunca mais o veria me olhar daquela forma, ou mesmo estar em meu quarto, me colocando na cama, se preocupando com meu sono.

- Sei que não me quer aqui... Mas eu não pude evitar. Peço que me perdoe por isso também. – Falou com o olhar grave, o tom suave e baixo.

 Edward se afastou de mim lentamente, dirigindo-se para a janela.

O desespero me tomou de assalto.

- Não, espere! – falei rapidamente, erguendo a mão em sua direção.

Ele se voltou de frente para mim, um sorriso intencionalmente reprimido e disfarçado no rosto de mármore. Mas o brilho que ele carregava nos olhos era de amargura.

- Eu não estou chateada por você estar aqui. Eu... – Me interrompi, tentando concatenar a confusão de emoções que me tomava por dentro.

- Eu vim porque precisava te ver mais uma vez... – Apressou-se em explicar com a voz ardorosa – Eu sei... Sei o que vai acontecer... Não simplesmente por Alice poder ver o futuro, até porque ela tem me evitado... Mas até mesmo isso me indica o ponto. – Falava baixo, como que falando consigo mesmo, e seu tom intenso se converteu em um tom melancólico – Eu sinto o que está por vir... E não vou fazer nada para dissuadi-la de sua decisão... Mas não pude evitar vir até aqui... – Sua voz foi morrendo, até que se silenciou.

- Edward, eu queria que você tentasse entender, antes de qualquer coisa, que eu não gosto de magoar você da maneira como estou fazendo... Apenas quero ser honesta conosco, devo isso a você...

- Você não me deve nada, Bella. – Me interrompeu.

- Espere, me deixe falar – Pedi, levantando a mão – Eu quero que você conheça os fatos como eles realmente são. Eu preciso que me deixe explicar tudo.

Ele levantou ambas as mãos, fechando os olhos e balançando a cabeça negativamente.

- Por favor, não agora... Não ainda. – Pediu com a voz trêmula – Tudo que te peço é que me dê um dia, só mais um dia...

- Que diferença fará um dia, Edward? – Perguntei suavemente – Minha decisão não vai mudar.

Suas mãos caíram ao longo do seu corpo, numa evidente demonstração de desistência.

Ele respirou fundo e voltou seu rosto para a janela.

- Você tem razão... – Falou com um fio de voz – Que diferença fará?

O silêncio, então, pairou entre nós.

 Sabia que era eu que tinha que começar a conversa definitiva, mas minhas mãos suavam, minha boca estava seca, e eu não conseguia engolir, quanto mais falar.

Edward se sentou em minha frente, me olhando com os olhos um pouco mais escuros.

- Faça o que tem que fazer... – Seu tom era esmorecido, a dor latente em sua voz.

Enquanto ele esperava pelas minhas palavras, aquelas que levariam nosso relacionamento ao fim, uma vozinha distante gritava em meu ouvido.

Você vai se arrepender, não faça isso!

Respirei fundo e me preparei para falar, ignorando o apelo desesperado de minha consciência.

 


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Notas finais do capítulo

O cap seguinte já está pronto, mas eu realmente preciso das opiniões SINCERAS de vocês.
Só postarei o prox cap depois das modificações que farei, ou não, apartir dos reviews.
Então, mãos à obra... Me ajudem!
Beijos e até.



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