Capítulo 4: Procurando pistas.

    Eu queria descobrir quem fora, mas como? Passei os olhos pelo salão principal e vi Malfoy olhando de canto de olho para o Maclaggen. Será que todos estão ficando doidos?Ou é um complô para me deixarem doida? Voltei a comer e dediquei toda minha atenção ao prato. Quem olhasse pensaria que eu estava olhando para algo realmente importante. Ouvi um barulho e levantei meus olhos para descobrir a origem.

     Luna havia acabado de se sentar ao meu lado. Sorriu-me e tratou de fazer o mesmo que eu. Concentrou-se na comida a sua frente, porém algumas vezes me olhava como se estivesse pensando em falar sobre algum assunto. Depois de umas três vezes ela suspirou e apoiou a mão na cabeça. Nunca a vi desta forma. Fitei-a e neste momento parecia a Luna antiga. Aproximei dela e sussurrei para ninguém além dela me escutar.

-Lu, o que você tem?

-Nada Mi.-disse-me seria, porém não acreditei.

-Pode confiar em mim Lu.

-Eu confio, mas...

Eu bufei com a sua resposta e levantei minha sobrancelha.

-Ah Mi, bem, eu não sei se devo te falar, ok?

-Claro que deve.

-É, tem razão. Ainda mais que é sobre você.

Eu a fitei e esperei que ela falasse.

- O Malfoy está te olhando. -disse baixinho.

 Virei minha cabeça em direção a mesa da sonserina e o loiro ao ver-me desviou os olhos rapidamente e fingiu estar numa conversa animada com Zabini. Luna aproximou-se de mim e se dando por vencida falou baixinho dando-me a resposta para a minha pergunta. Vi-a abrir e fechar a boca algumas vezes tentando achar a melhor maneira de começar a falar o que queria.

-Está me deixando preocupada. – falei aflita.

-Desculpe Mi, não... não é nada.

  Ela levantou e saiu do salão principal. Eu fiquei parada tentando entender. Devia ser algo sério, mas o que seria? Vi minha amiga olhar para o Harry e o Rony algumas vezes com um olhar de censura antes de sair do meu campo de visão. Tinha uma algo de errado acontecendo. E parecia ter relação comigo. Minha cabeça estava cheia então empurrei o meu prato para mais longe de mim e levantei de lá.

    Andei pelos corredores desertos e vi Lu sentada sozinha. Segui para onde estava e fiquei calada. Apenas sentei. Ela vendo-me apoiou-se em mim. Eu tinha certeza que algo havia dado errado, mas não poderia fazer nada se não me constasse. Algumas lágrimas escorreram de seu rosto. Abracei-a e fiz carinho em seu cabelo até ficar mais calma. Uns segundos depois, eu ainda a sentia balançar-se por conta dos soluços do seu choro silencioso.

     Agora mais calma e ela sentou-se direito. Virou para mim e vi novas lágrimas saindo de seus olhos. Ela lutava contra o choro, mas ele insistia em cair. Ela abaixou o rosto e eu permaneci ali. Tinha absoluta certeza de que me contaria se quisesse e quando se sentisse a vontade. Secou as lágrimas.

- Eu estava saindo do salão principal quando uma coruja trouxe uma car... – ela respirou fundo e prosseguiu- uma carta falando do meu pai.

  Outras lágrimas escorreram por seus olhos agora um pouco avermelhados. Odiava ver meus amigos sofrer. Sabia que a noticia iria ser ruim.

- O que houve com seu pai?-perguntei gentilmente.

-Ele... ele...morreu.

     Eu permaneci ainda parada por algum tempo até entender realmente o que ela disse-me.

-Oh Lu. - a abracei apertado- Estou aqui!

Ela correspondeu o abraço e respondeu-me.

-Eu sei Mi. Obrigada.

-Não há o que agradecer para isso servem os amigos!

   Naquele momento não adiantaria falar nada. Somente o gesto bastava. Sei, pois muitas vezes as palavras com intuito de acalmar, ou melhorar ânimo fazem um estrago maior do que o silêncio. Nós duas éramos amigas e a minha parte eu havia feito. Eu a escutei e estarei com ela quando quisesse. Ela sabe que bastará me chamar. A noticia me deixou meio desnorteada e eu segui pelo corredor.

  Caminhei sem pensar para onde ia eu fui parar perto do lago. O tempo estava gostoso. Uma brisa passava por mim e meus cabelos voavam.   Sentei-me embaixo de uma árvore. Encostei-me no tronco e fechei os olhos. Eu iria descobrir o motivo de Luna de manhã estar estranha e quem me beijara. Sim, agora é à hora de procurar pistas. Meus pensamentos são cortados quando sinto alguém sentar ao meu lado e ao abrir os olhos não pude acreditar. Fitei por um tempo a pessoa e nada dissemos. O que estaria fazendo aqui?