Capítulo 36: Mais forte
                                               Hermione´s Pov:

“You'll might have to bend but you're not gonna break
Wipe the tears from your face and the fear off your face
You know deep down inside, you've got what it takes”(Jennette Mccurdy)

      Nem notei que estava andando somente podia sentir sua mão em minha cintura. Era confuso e estranho como me sentia bem por ele estar ali. Mal podia acreditar que meu pedido silencioso se tornou real. O Malfoy era o anônimo. Sua mão soltou minha cintura e segurou a minha ao alcançarmos o primeiro andar. Sem falar nada nos guiou até o lado de fora. Somente ali podia dizer que havia voltado ao normal. Deixe um sorriso zombeteiro aparecer no meu rosto e ele ergueu a sobrancelha fazendo meu sorriso aumentar. Olhei para os lados e depois cruzei os braços.

    -E como pretende ir à escola gênio? – Debochei.

    -Ora, pensei que você fosse a sabe – tudo - Granger. Ainda não descobriu?

               Com relutância respondi que não e completei sem desistir.

   -Aparatando é que não pode ser.

  -Não, claro que não. – Sorriu e fiquei desconfiada. – E nem nada que possa nos causar problemas.

             Fez um aceno com a varinha e a vassoura pairou na frente dele e o vi subir. Meu sangue gelou. Fiquei parada com os olhos arregalados e comecei a balançar a cabeça negativamente muitas vezes. Ele riu e esperou para ver o que faria.

 -Não, não mesmo. – E terminei decidida. – Não subo de jeito nenhum.

            -Por Merlin! Enfrenta comensal da morte, mas não tem coragem de subir numa vassoura?

           -Não seja estúpido – cuspi as palavras – não é por isso.

          -Então... Por quê? – Começou a rir e sorriu torto olhando para mim. – Está com medo de quê Granger? Com medo de não resistir.

-Argh! - Soltei irritada. – Não estou com medo! – Menti desviando os olhos.

          -Prove.

-Não tenho que provar nada.

Quando olhei de volta tive uma surpresa. Ele estava na minha frente e por isso dei alguns passos atrás. Ele ignorou minha atitude e me pegou no colo enquanto eu perdia qualquer reação. Quando vi o que faria comecei a me debater contra ele querendo que me soltasse, mas Draco era muito mais forte que eu. Sem armas para me defender tentei pedir.

-Me solta idiota!- Vendo não ter jeito usei outro método. – Me larga doninha oxigenada.

Novamente me ignorou e me sentou na vassoura. Depois que subiu continuei parada, mas o olhava desconfiada. Tinha tentado me mover e nada... Aquele idiota tinha me lançado um feitiço. Pronto colocou as mãos na vassoura e falou com um tom despreocupado.

-É melhor se segurar.

-Onde? – Perguntei receosa.

Escutei sua risada e corei imaginado onde.

-Em mim é claro.

-Não, não mesmo.

Essa não era uma boa ideia. Definitivamente não. Já tinha ficado perto demais dele por um dia. E, claro, porque sabia que no final quem sofreria seria eu.

-Você quem sabe, Sabe - tudo.

Rolei os olhos mesmo sabendo que Draco não veria. De repente senti a vassoura guinar e minhas foram parar na cintura dele na mesma hora. Notei que ele segurou a risada e agradeci a Merlin. Outra vez deu uma guinada e me segurei com toda a força que tinha nele. Apertei meus braços em volta de sua cintura sentindo seus músculos perfeitos e encostei meu rosto em suas costas tentando me acalmar. Apesar de ser ele que me mantivesse segura ali não me preocupava. Por mais insensato e estranho que fosse confiava nele, mais, muito mais do que deveria.

-Está de olhos fechados?

-Aham. – Respondi baixinho enquanto puxava o ar para sentir seu perfume.

-Abra os olhos, Mione. – Sussurrou e o uso do apelido me fez abrir os olhos na hora.

Respirei fundo algumas vezes e tirei o rosto de suas costas.

-Merlin o que é isso? – Exclamei encantada.

-É lindo não é? – Perguntou com um tom feliz. – Sempre venho aqui quando quero pensar. – Comentou com a voz baixa. – Se não estivesse tarde te levaria até lá.

Apoiei meu queixo em seu ombro como se assim pudesse dizer que não tinha problema. Aquelas palavras me pegaram de surpresa como tudo naquele dia. Estava encantava e incrivelmente mais apaixonada do que antes. Suspirei vencida. Droga Mione! Recriminei-me. Você vai se machucar de novo! Balancei a cabeça tirando os pensamentos. Iria aproveitar... Pelo menos por hoje. Aos poucos avistei o castelo de Hogwarts e passamos sobrevoando por ele. Cutuquei suas costas.

-Que? – Perguntou confuso.

-A entrada fica para lá. – Falei o obvio.

-É mesmo Mione nem tinha reparado. – Respondeu com ironia.

Resmunguei algo baixinho o fazendo rir de mim. Logo tudo sumiu da minha cabeça quando a vassoura começou a descer. Apertei ainda mais os meus braços contra o seu corpo. E finalmente pousamos no chão. Minhas pernas tremiam e não via maneira alguma de sair de lá. E sinceramente não tinha razão para querer sair.

-Mione?

-Hmm?

-Eu sei que sou irresistível, mas precisamos entrar. - Falou rindo. – Vamos desça.

-N-Não consigo. – Gaguejei nervosa.

Draco segurou minha mão e deu um beijo nela, suspirei totalmente rendida a cada gesto novo desse loiro. Levantou se virando com cuidado e me segurou pela cintura me tirando de cima da vassoura. Seus olhos azuis procuraram pelos meus, mas eu olhava meus pés sem coragem para entrar na escola. Não queria encontrar o Harry e o Rony. Sua mão ergueu meu queixo e olhei para imensidão azul acinzentada. Ali com ele deixei meu coração me guiar e me joguei em seus braços que me apertarem tentando me confortar.

-Eu... – A voz falhou e recomecei. – Eu me sinto sem ar.

Lembrar de tudo fazia com que me sentisse usada, abusada. Porque sempre eu era a compreensiva, eu era a pessoa que estava ao lado deles em todos os momentos. Parecia que meu coração era um vidro quebrado em milhares de pedaços. A vontade de gritar tomou conta de mim, porém não consegui fazer nenhum som. Draco beijou meus cabelos sussurrando baixinho que não estava sozinha.

-Vamos você consegue. – Ele incentivou. – Hoje é outro dia... – Pausou se afastando para me olhar melhor – Uma nova luta. Sei que uma grifinoria não perde uma.

Sorri por ele estar comigo mesmo sem entender o que eu sentia. Não importava, pois simplesmente estava comigo. Assenti e ele me puxou em direção ao vestiário de quadribol.

-Não Draco, para! – Falei assustada. – Não posso entrar aí.

Ele riu e continuou me puxando. Quando entramos foi até um armário e o abriu tirando... Minhas vestes? Arregalei os olhos. Ia perguntar e sua resposta a minha pergunta muda foi feita.

-Gina. – Colocou a roupa na minha mão. – Pode se trocar ali. –Apontou uma porta no final do corredor.

-Hmm... Ok. – Andei até lá depois de abrir a porta. - Obrigada.

Fechei a porta e o vi sorrindo. E sem perceber fiz o mesmo. Balancei a cabeça e troquei de roupa. Ao sair quase perdi o ar. Draco estava usando suas vestes com as mangas dobradas para cima apoiado em um armário com os braços cruzados. Sorriu malicioso e fechei a expressão no meu rosto.

-Prefiro você com a roupa de antes.

Infelizmente... Ou não, mal tive tempo de responder. Logo podia ter seus lábios sobre os meus e minhas mãos deslizaram por seu peito subindo até seus cabelos loiros os bagunçando. Abaixou o rosto beijando meu pescoço e um forte arrepio passou por meu corpo o fazendo sorrir abertamente contra a minha pele. Suspirei e suas mãos deixaram minha cintura para segurar a minha mão.

-Pronta?

-Não mesmo.

Andamos juntos sem nos importarmos com as mãos entrelaçadas e chegamos ao saguão de entrada. A próxima coisa que senti foi um cabelo ruivo se jogar em mim. Ri sabendo que era a Gina. Abracei apertado minha amiga. E sua voz suave falou, mas não comigo.

          -Obrigada Malfoy.

-Não por isso Weasley. – Ergui o rosto e ele piscou para mim sumindo no corredor.

Corei e abaixei o rosto e vi Gina pular na minha frente com os olhos brilhando.

-Quero saber T-U-DO! – Soltou um gritinho. – T-U-D-I-N-H-O! – Alongou as palavras enquanto o sorriso aumentava.

-Depois. – Ri de sua cara de derrota. – Vamos achar Luna. Não vou ficar repetindo.

-Nem pensar. - Minha amiga falou e acenou com a varinha fazendo um patrono. – Luna, Mione está de volta. Esperamos por você na sala precisa.

            Corremos até lá e entramos. A sala estava incrível. Tinha uma porção de almofadas vermelhas jogadas pelo chão e um tapete fofinho. No canto da sala tinha uma mesa enorme onde surgiram comidas que pareciam deliciosas. Olhei desconfiada para a ruivinha.

-Pedi aos elfos.

           -Ok. – Sentei no chão e coloquei uma das almofadas no meu colo. - Então... O que perdi?

Os olhos castanhos brilharam e ela não precisava falar nada. Harry!

-Conte.

-Harry me chamou para ir a Hogsmead no fim de semana com ele. – Suspirou com o olhar sonhador. – Foi muito perfeito!

-Ah Gin! Isso é ótimo!– Abri um sorriso enorme. – Como foi?

Ela abriu um sorriso bobo e suspirou a cada segundo enquanto narrava. Antes de poder falar qualquer coisa a porta da sala precisa abriu e uma loira sorriu e correu em minha direção. Aproxima cena foi hilária nós duas caímos no chão e rimos da situação. Sendo esmagadas por uma ruiva risonha.

-Senti tanta falta de vocês...

-Nós também Mi. – Falaram juntas.

-Não acredito que vou dizer isso, mas... Não conseguiríamos sem o Malfoy. – Soltou Gina com a expressão incrédula.

-E por falar nisso – começou Luna olhando as unhas – conte tudo, Hermione Jane Granger.

Suspirei e brinquei com a almofada.

-Hmm... Ele apareceu na minha porta. – Sorri. –Nunca o vi tão...

-Tão o quê?

-Bonito.

Rimos juntas e senti minhas bochechas esquentarem.

   -E? – Insistiu Gina.

              -Ele me acusou de ter mentido para ele.

              -Como? – Luna perguntou incrédula.

  -É uma longa história.

-Temos tempo.

-Eu estava recebendo umas cartas anônimas... E eram deles. São tão doces, carinhosas e românticas.

-Own, que lindo. –Falou Luna. – Queria que Rony fizesse isso.

-Devia seguir seu próprio conselho. – Comentei olhando para Lu.

-É, pode ser. – Deu de ombros. – Vamos! Quero comer pudim.

-Mas Lu a Mi não contou tudo.

-Eu sei, mas Harry deve estar querendo vê-la.

Saímos da sala e minhas mãos tremeram. Os corredores nunca pareceram tão longos. Gina segurou minha mão apertando de leve. Sorri fraco e respirei fundo ao pararmos na frente das portas duplas do salão comunal.

           -Harry, é a Hermione!

Ele se levantou com um sorriso enorme no rosto e como no segundo ano corri em direção a ele o abraçando apertado quando ele abriu os braços. Sorri feliz por ver que estava tudo bem entre nós dois. Quando nos afastamos ele segurou minha mão e com a outra empurrou o Ron. O ruivo deu um sorriso fraco e sorri de volta. Aquele era seu pedido de desculpas. Relaxei na mesma hora sabendo que agora tudo ficaria bem. Cada nova situação somente serve para me deixar mais forte.