Guilty Love escrita por nicky_swan


Capítulo 19
Capítulo XIX


Notas iniciais do capítulo

Não vou falar nada!

CORRAM!



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» TOM POV.¤ «

Seguindo os dois, notei que ela estava se dirigindo ao banheiro. Entrar pela porta principal não vai dar, pensei temeroso. Espere ai: Entrar? Quem disse que eu vou entrar lá? O que pretendo fazer? Abordar uma mulçumana dentro do banheiro feminino para que? Droga, mil vezes droga! Eu não consigo me entender! Parece que sou duas pessoas totalmente diferentes ao mesmo tempo!

Procure por outra entrada, qualquer coisa!” - pensei novamente, mas não tive muito sucesso. MALDIÇÃO!

Eu não vou entrar, eu... Não posso. Tenho que estar louco, essa é a única explicação. Girei no calcanhar, tentando ir em direção contrária. Impossível! Por quê? Por que eu simplesmente não consigo fazer o que quero? Por que não saio daqui, porque não volto lá pra dentro?

“É sua última chance. Nunca mais a verá novamente. Está bem com isso? Vai conseguir aceitar isso?”

Por mais que eu tentasse, era impossível. É como se isso tudo tivesse que acontecer. Não sei o que é - não sei explicar - só sei que eu preciso vê-la e precisa ser agora!

 » ARIMA POV.¤ «

- Droga, droga, droga! – disse, batendo três vezes com meu punho fechado na pia molhada, tentando não fazer muito barulho. Meus olhos começaram a derrubar lágrimas desesperadamente. Que maravilha, Arima. Conclui-se que: Você se odeia. Se odeia por querer algo que não pode ter. 

Deus, como sou tola! Por que estou usando essa roupa mesmo? Para meu bem estar ou para impressioná-lo? Toda essa produção para criar expectativas e falsas esperanças de que ele me visse assim? Pois bem, sua intuição estava certa! Ele está aqui, ele te viu. E agora, Arima? Nada! Absolutamente nada vai mudar! Eu sempre soube que nada mudaria. Nunca muda. Mas... Por que não me conformo?
A torneira estava aberta para abafar meus ruídos e minha cabeça abaixada. Respirei fundo, tentando me focar na respiração, assim me acalmando. Eu preciso me conformar.

- Ocidentais são melhores com ocidentais. Orientais, com orientais. Água e óleo não se misturam Arima. – disse a mim mesma, olhando para cima, obrigando, literalmente, as lagrimas a voltarem para o lugar de onde jamais deviam ter saído.

» TOM POV.¤ «

Pergunto-me por que daquela vez que o Bill estava assistindo o filme do James Bond eu não fui assistir com ele. Tenho certeza que me seria bem útil agora.
Ok! Pareço o homem aranha naquele primeiro filme da série! Estou escalando uma parede, não muito grande, para conseguir alcançar a janela do banheiro. Por Deus, eu realmente fiquei louco. 

Comecei a ficar realmente preocupado. Não com o fato de alguém me ver, mas sim pela minha situação: Essa gravata-borboleta parece estar grudada em minha garganta! Que coisa horrível! Sem contar que esse smoking desgraçado também não esta me ajudando, nem esses sapatos. Vai que isso rasga, sei lá! Certeza que meus tênis seriam muito mais fáceis. Agrr, como se reclamar fosse melhorar minha situação! Foco Tom! Estamos quase lá!

Droga, por que essa merda é tão estreita? Se eu pudesse fazer ao menos um pedido nesse momento, seria ter o corpo do meu irmão!

Subi mais um pouco, quando finalmente joguei o braço para o outro lado da janela. Estou quase lá, pendurado, mas chegando! Meio sem jeito, ergui minha cabeça com dificuldade, enquanto passava a perna para o outro lado. Fitei a garota mulçumana, quando senti meu coração apertar. Ela estava...

 » ARIMA POV.¤ «

Quando fitei o reflexo pelo espelho, não acreditei. Era ele! E estava tão surpreso quanto eu. No susto, fitando meu reflexo e, conseqüentemente, o seu pelo espelho, o vi cair feito uma ‘maçã’ madura no chão. Eu estava imóvel, paralisada. Há menos de um minuto atrás havia me libertado da idéia de... Amá-lo. E agora? Ele aparece na ‘minha’ janela e trás consigo todos aqueles sentimentos de volta?

A cena é tensa, mas um tanto hilária. Estamos SOZINHOS no banheiro feminino.

- Hey... du... – disse ele dolorosamente, enquanto ia se levantando. – Você. – disse, já de pé, movimentando o ombro em forma circular. Meus olhos estavam ardendo e agora não sentia mais minhas pernas. Ele veio andando até mim, tirando de vez sua gravata-borboleta que já estava um tanto quanto larga – Eu vi você vindo pra cá... E não pude resistir – declarou – Eu sei que é errado... Eu sou todo errado – disse, sorrindo torto enquanto gesticulava como se fosse óbvio o que ele estava falando – Eu já falei contigo antes e a fiz retribuir... Mesmo você não podendo, mas... – hesitou, fitando-me nos olhos – É impossível resistir ao seu jeito – disse, desviando o olhar, abaixando e levantando o rosto novamente em seguida - e esses seus olhos – me olhou com carinho – Isso nunca me aconteceu, e acho... Que nem acontece com muitas pessoas. – meu coração bombeava mais sangue do que quando eu fazia aquelas longas corridas. Eu havia perdido meus movimentos, minha fala, minha respiração e meu coração parecia querer juntar-se a esse grupo.  Virei meu rosto por um momento, tentando pensar com clareza, fazer algo...  qualquer coisa para voltar ao normal. Algo dentro de mim gritava, eu estava queimando por dentro. As lágrimas novamente começaram a tomar conta do meu rosto. Minha raiva foi passando, eu estava boba. Como ele pode estar falando tudo isso? Nem no meu sonho mais maluco eu imaginei que isso pudesse acontecer. – Eu não posso mais ignorar isso. – disse, se aproximando um pouco mais, sem me tocar. – Eu não paro de pensar em você e... isso é loucura, nem sei seu nome!

E todo aquele brilho, toda aquela luz que iluminava seu rosto foi desvanecendo. Seus olhos foram caindo, como se a realidade fosse dura demais. “Isso é loucura.” Loucura...

Será que nem ele acreditava no que estava fazendo? Escalar e cair de uma janela, me seguir até aqui, seguir uma mulçumana! Isso é loucura o suficiente? Estar apaixonado por alguém que não é de seu mundo, não fala sua língua, nem sabe seu nome não é loucura o suficiente? 

Não pra mim.

Foi quando levei minhas mãos – tremulas - até o início de meu Niqab e o puxei bruscamente, atirando-o no chão. Ele fitou o pano, todo amassado no chão e levantou o rosto lentamente, até que seus olhos encontram os meus. Senti uma ponta de medo e minha garganta deu um nó, mas foi mais forte do que eu. 

- Eu sou... Arima. – disse claramente para ele.

Esse talvez seja o maior HARAM que estou cometendo na vida, mas agora eu sei: Quero que ele ao menos saiba como sou, quem sou.

- É lindo. – afirmou, sorrindo docemente. – assim como a dona.

Vi que ele foi chegando mais perto. Meus olhos derrubavam cada vez mais lágrimas, porém... Eram lagrimas felizes. Ele levantou a mão para tocar meu rosto, mas essa ação não se concretizou. A realidade foi mais rápida e voltou a nos assombrar.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!

Foi quando, finalmente, a lágrima de felicidade escorreu, agora em um rosto espantado, tornando-se assim, fria e medrosa.

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Notas finais do capítulo

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