Guilty Love escrita por nicky_swan


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Olá Leitores! Então! Eu disse que voltaria então eis me aqui com mais uma fic! Pensei em exclui-la mas, não tive coragem. Vou compartilhala com vocês! Não quero que ela seja muito longa, então farei o meu melhor!
No momento, serão postados capítulos dia sim, dia não. Peço perdão caso demore mais para postar. [Aulas xD]
Fic 100% nova e cultural! Em rumo para finalização. Espero que gostem e, todos sabem: Eu não mordo! Um review não faz mal a ninguém, muito pelo contrário. : )
Espero que gostem, e...bom, vamos lá?



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– Escute, Arima... É só por um tempo, certo? Só até seu pai  fechar o negócio e abrir a filial. Depois voltamos para casa. - disse a encantadora mulher dos cabelos enrolados.

Sua beleza era indescritível, de fato. Hania, minha mãe, era uma pessoa admirável. Porém, por mais que sua expressão fosse extremamente doce como o mel, era questão de minutos até que eu a fizesse se transformar em fel. Descruzei as pernas e levantei-me da cama, dando curtos passos em sua direção. Procurei as palavras certas, aquelas que causariam o menor estrago possível.

Ela não me entendia. Não entendia mesmo.

- Mamãe, eu não me importo mesmo em ir para lá e tudo mais, mas... - hesitei, me preparando para o que diria a seguir - Preciso sair nas ruas assim? Digo, vestindo isso? - estiquei meus braços para que ela pudesse analizar melhor minha roupa - Não me importo em sair assim aqui, mas lá... Europa! - exclamei a todo pulmão, como se estivesse gritando por revolução. Acho que exagerei um pouco nessa última parte. 

- O que você está dizendo, Arima! Tem vergonha da sua origem, da sua religião?! - ela se exaltara comigo e era impossível pará-la até que terminasse.

Somos de uma religião chamada Islamismo, muito tradicional e convervadora. Isso justifica minha vestimenta e tantos outros costumes únicos que temos por aqui,

Inutilmente, tentei me explicar.

- Não é isso, mamãe, é só que...

- Nem se atreva a dizer isso ao seu pai! - seu tom de voz aumentara devido a minha reação - Ou melhor, nunca mais diga isso, entendeu?! - falava firme, obrigando-me a concordar com ela.

Abaixei a cabeça, em sinal de respeito ao mais velho que estava falando. Eu não podia fitar o rosto de minha mãe. Não podia imaginar o quão desapontada ela devia estar comigo. Porém no fundo, naquele momento, meu curvar de cabeça representou melhor a derrota do que o respeito. Era óbvio que ela não ia entender, mas o que eu podia fazer? Minha vontade de ser compreendida por ela foi incrivelmente maior. 

- Olhe, é só por um tempo... - continuou, agora um pouco mais calma - Alguns dias, semanas, até seu pai resolver tudo. - explicou, no que acenti com a cabeça - Você sabe o quão importante isso é para ele, não sabe? Yaqub está tão animado com essa viagem. Não vamos criar problemas desnessários para ele, está bem? Ele já tem tanto com o que se preocupar... - disse com uma voz tão suave que senti a tranquilidade me adentrar e me deixar em paz. Minha mãe era uma pessoa incrível. Sempre zelando pelo equilíbrio e bem estar desta família. Para uma mulçumana, eu questiono demais e isso me sufoca às vezes. Será que ser compreendida por uma pessoa tão especial... Me libertaria?

– Hania, Hania! - gritou meu pai desesperado de algum lugar da casa.

- Sim, meu querido? Chego aí em um instante! - gritou em resposta, sorrindo com os olhos.

Nunca pensei que um dia fosse deixar esse lugar, mesmo que por pouco tempo. Quer dizer, a Arábia Saudita é meu lar... Sempre foi. Nunca tive a chance de sair e conhecer outros ares. Meu pai evita todo tipo de contato que eu e minha família possamos ter com o exterior ou com qualquer outra coisa que não seja árabe. É algo de família, mais especificamente do meu pai. Ele sempre foi assim e é por isso que estou estranhando o fato dele insistir tanto em querer viajar com toda a família para aquele país lá de cima. Não é típico dele.

Atualmente moramos em uma cidade chamada Riad, centro administrativo, cultural e financeiro, a capital do meu reino. É chefiado pelo príncipe Salman Bin Abdulaziz. Já o vi algumas vezes em eventos e reuniões. Assim como ele e os dele, mas não com tamanha importância, somos uma família de peso na região.

- Agora me diga uma coisa, minha filha, onde está sua irmã? - a pergunta me fez fazer certo esforço mental, em busca de uma resposta positiva. Por mais que tentasse, era impossível. Como sempre.

– Não faço ideia, mamãe. - respondi com sinceridade.


– Por Allãh! Seu pai vai ficar louco! - disse, contendo o nervosismo, colocando as mãos de forma delicada sobre a cabeça. Ao ouvirmos passos se aproximando do quarto, minha mãe se recompôs rapidamente e sussurou para mim - Onde será que ela foi desta vez?

Assia é minha irmã mais velha. Tem 23 anos, mas uma cabeça de 15 e super ocidental. Vive aprontando e posso dizer que já perdi as contas de quantas vezes ela foi severamente castigada por ter conversado com homens que não eram de nossa família. Para ela, chibatadas e nada são praticamente a mesma coisa, já que esse ser nunca aprende. Ainda há de existir algo que freie definitivamente suas ações tortuosas.

Ouvi 3 batidas na porta e, em seguida, a voz de meu pai.

- Hania, ela está ai com você? Não a encontrei em lugar algum desta casa! - disse rispidamente.

- Estou com a Arima aqui, meu querido, mas não vejo Assia desde a hora do almoço. - disse minha mãe, com um misto de tranquilidade e preocupação em sua voz. 

Meu pai se chama Yaqub e, ao contrário de minha mãe, não posso dizer que ele seja um poço de amor. Este grande homem - pois é assim que o vejo - lida com assuntos sérios todos os dias e acaba trazendo um pouco de sua conduta rigorosa do trabalho para dentro de casa. Este lugar só encontra o equilíbrio perfeito graças a minha mãe, que vive segurando as pontas e convencendo-o de que chibatadas nem sempre são a melhor forma de se ensinar algo aos filhos. Ele quer que sejamos as melhores, por isso investe há anos nessa doutrina super rígida. "Funcionou comigo, certamente funcionará com elas" - é o que ele provavelmente pensa. Tenho um respeito absurdo por ele, mas não posso negar que grande parte dos meus questionamentos sejam originários do meu pai.

.

– Sua filha está pedindo por outro belo castigo, Hania! -  disse inconformado.

- Nossa filha, habibi. - respondeu minha mãe.

- Papai, o senhor pode entrar. Por favor. - afirmei, no que a maçaneta desceu e ele entrou pisando forte. Ao entrar, percebi que ele ainda olhou parar os lados, certificando-se se ela realmente não estava alí. Desapontado ao perceber que não, começou a falar conosco.

 - Ia convidá-la pessoalmente para se juntar a nós nessa viagem, mas com esses comportamentos desrespeitosos que ela vem tendo só me causaria problemas e muita dor de cabeça. - desabafou. Discretamente, minha mãe me olhou e me deu uma leve cutucada. Eu sei, eu sei. Tudo para manter o equilíbrio e não causar problemas ao papai. Entendi! - De qualquer forma, já decidi. Iremos somente os  três! - finalizou, no que seu rosto se cobriu com uma expressão confusa de felicidade. 

- Entendo, marido. Então devo avisar Eman para ficar com ela, certo? - perguntou minha mãe, indo ao seu encontro.

- Certamente. Bom, temos muito o que preparar e esse era um dos motivos pelo qual eu estava te chamando antes... - falava animadamente, enquanto ambos se dirigiam até a porta, mas não antes sem ele se interromper e vir até mim. 

- E você, Arima - colocou sua mão direita em meu ombro - Vai conhecer um país incrível!

Sinto que naquela hora meus olhos e boca abriram um pouco. Ele me olhava de uma forma engraçada, como se o sucesso da operação dependesse de mim. Era tão esquisito ouvir tais palavras sairem de sua boca. "... País incrível." - Até onde sei, o único país incrível de que ele vive falando é a Arábia Saudta. "Porque não há nenhum lugar nesse planeta que se iguale ao nosso reino!". Patriota até a morte, meu pai dava extrema importância a tudo que nos dizia respeito. Me cansei de ouvir histórias sobre nossos antepassados, que eram contadas para Assia e eu antes de dormir. Ele amava esse lugar, os negócios, a família. Eu era o modelo de filha ideal. Sempre seguindo suas ordens e dos demais. Nunca me importei muito em fazer isso também, pois fui criada para ser assim. Eles vivem me exibindo para todos como um troféu e isso me constrange profundamente. No final, de uma forma ou de outra, eu sempre acabo fazendo com que as ações erróneas da minha irmã sejam aparentemente apagadas. Será que é por isso que ela nunca para de fazer o que faz? 

- Partimos hoje à noite! - disse meu pai, indo agora ao encontro de minha mãe e deixando meu quarto.

Por mais tensa que a situação possa parecer ser, eu sorri verdadeiramente para ele naquele momento. Não consegui conter a alegria que transbordava dentro de mim. Eu iria sair do meu pais! Allãh, como sonhei com isso! Não importa qual seja o destino, o que realmente importa é que vou conhecer o mundo fora desse que conheço. Outras pessoas, outras culturas, ah! Como sou apaixonada por isso!


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Notas finais do capítulo

Nhãm! E ai? Como foi?
Ah! Para mais informações, visite o blog da Fic!
http://thfanfiction-guiltylove.blogspot.com/