Os pequenos passos eram apressados pela casa, a pequenina corria ao quarto ao lado, ouvindo o chorinho de bebê que vinha da pequena irmã que descansava no berço.

—Haeun Não chora, vai acordar o Appa!

A mais velha entrou na caminha que ficava no chão, distribuindo beijos e carinhos para a pequena bebê que parou de chorar e começou a rir.

A bebê esperou que a irmã abrisse sua caminha para que saísse com ela dali e enquanto brincava no tapete da sala, a menina mais velha correu para o quarto do pai. Quase tropeçou algumas vezes, até alcançar o grande quarto, onde o pai dormia sozinho. Ela subiu com dificuldade na cama cutucando as bochechas do pai, esperando acordá-lo.

O Rapaz que estava na cama, abriu os olhos ao sentir os carinhos no rosto que vinham da filha mais velha, sorrindo para ela que se animou ao perceber o pai acordado.

—Bom dia Naeun...

—Appa a Haeun já acordou! Vamos!

—Estou indo, puxa minha cadeira?

A pequena Naeun quase pulou da cama, correndo para puxar a cadeira de rodas para perto da cama, fazendo questão de ajudar o pai a ficar confortável depois de se sentar, até fazendo força para empurrar a cadeira para fora do quarto. Mesmo que fosse o mais velho a fazer o maior esforço empurrando as duas rodas da cadeira.

—Naeun, pegue sua irmã para tomarmos café, temos que abrir a floricultura logo.

O rapaz empurrou a própria cadeira até a cozinha, vendo Naeun ajudando a pequena irmã a engatinhar até a cozinha, onde o mais velho pegou a bebê a colocando no cadeirão, enquanto rodava o cômodo, procurando o que precisaria para fazer o café da manhã. Sendo atrapalhados pela campainha, esta que fez Naeun correr para atender, com um sorriso depois de conseguir abrir.

—Tio Hongjoong!

—Oi princesa!

A pequena foi abraçada pelo amado tio que a carregou para a cozinha, a sentando em seu lugar na cozinha. Ajudando o outro com as obrigações das duas pequenas.

—You want milk, Naeun?

—No Uncle. Give me one apple, please.

—Okay Princess.

—Vocês me assustam falando Inglês do nada assim.

—Devia aprender com a Naeun. Sua filha de quatro anos fala mais idiomas que você Wooyoung.

—Ih, ela pode crescer e viajar pra estudar em Milão. Eu tô bem aqui com a minha floricultura.

Wooyoung fazia piada mas tinha um leve medo das duas abandonarem o coreno e se comunicarem apenas por Inglês, sendo que o próprio Jung mal sabia se apresentar em um idioma que não fosse o seu nativo, e as duas ou já falavam bem, ou tentavam - Que era o caso da pequena Haeun, engatinhando pela casa e tentando falar "Daddy" -. 

Depois do animado café, todos desceram a floricultura que ficava na parte de baixo do apartamento onde Wooyoung vivia com as pequenas. O carregado de bebês segurava Haeun envolta do peitoral de Wooyoung, enquanto o mesmo passeava pela loja, preparando tudo para abrir.

Naeun ajudava o tio Hongjoong a arrumar os preços, e logo correu para abrir a porta da loja. Adorava o momento de virar a plaquinha, porque sabia que muitas pessoas viriam e ela adorava ver as pessoas felizes com as flores que seu pai plantava com tanto carinho

Logo que abriu um rapaz entrou correndo e indo para o banheiro, logo voltando com o avental, de um lado do peito o nome da floricultura, do outro o nome do atrasado. Choi Jongho, era amigo de Wooyoung a mais tempo do que conseguia contar, havia estado do lado do amigo quando o acidente lhe tirou o movimento das pernas, quando Haeun e Naeun apareceram na porta de sua loja, a mais velha perguntando se podia apresentar as flores a irmãzinha, quando as duas foram adotadas. E agora trabalhava na floricultura, ajudando em quase tudo, até a ficar de olho nas duas, principalmente Haeun, já que Naeun gostava de ficar com Hongjoong para conversarem em Inglês e o tio lhe ajudar com os deveres da escola.

—Foi na risca hoje hein?

—Engraçadinho você Wooyoung, tô morrendo de rir. Quase botei um filho no mundo quando acordei.

—Hongjoong te deu um despertador pra usar.

—Vamos não falar sobre isso.

Enquanto brincava com Naeun, Hongjoong levantou a cabeça para a conversa dos dois, rindo alto.

—Aposto que ele quebrou.

—Cala a boca Hong!

—Viu?

Wooyoung voltou a rir, cuidando das flores, vendo os sorrisos e risadas de Haeun em seu colo, a pequena achava graça em ver o pai cuidar das pequenas flores. A cena que fazia o dia de Wooyoung era ver a pequena esticar o bracinho e fazer carinho nas flores, e ela o fazia com cuidado para não quebrar, já que Naeun a ensinou que não podia fazer "dodói" nas flores.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

No começo da tarde, Naeun ouviu o sino da floricultura, correndo para receber quem quer que estivesse entrando. E sorriu para o visitante, um rapaz alto pra ela, de cabelos negros e vermelhos, este que retribuiu o sorriso da pequenina, se abaixando para falar com ela.

—Ei princesa.

—Oi!

—Então, eu tô procurando umas flores especiais.

—Pra quem moço?

—Uma pessoa muito especial.

—Tá, vem ver!

Ela agarrou a mão do rapaz alto, o puxando para uma das grandes estantes de flores que ficava próxima ao caixa  da floricultura. E orgulhosa a pequena mostrou os grandes buquês de flores vermelhas.

—Tem essas! Meu Appa diz que essa aqui é sinal de amor... E uma outra palavra difícil que ele fala.

—E qual o nome desta flor pequena?

Naeun olhou a plaquinha próxima as flores, lendo as partes em inglês como Hongjoong havia lhe ensinado.

—São... Tulipas. Tulipas Red!

—Red? Tulipas vermelhas então... Serão elas mesmo.

—Tá bom!

Ela correu chamando Jongho para atender o rapaz, que escolheu algumas flores diferentes e logo pagou por um buquê pequeno de Tulipas vermelhas. E se abaixou, entregando uma pequena Margarida a pequena Naeun, que sorriu animada. E correu para mostrar ao pai o presente que o belo moço tinha lhe dado. Enquanto o rapaz a seguiu e cumprimentou o dono da floricultura que ainda estava confuso mas achando gentil o gesto de presentear Naeun.

Para surpreender a todos, o rapaz se abaixou entregou o buquê de Tulipas vermelhas a Wooyoung, lhe dirigindo um sorriso antes de se levantar e mexer com os cabelos de Naeun, até recebeu um sorriso de Haeun. Wooyoung segurava o buquê sentindo o rosto arder em vergonha, principalmente com o sorriso que o homem lhe dirigira.

—Choi San...

Foram as duas únicas palavras de o homem dirigiu antes de sair da floricultura, deixando um Wooyoung confuso e envergonhado para trás.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Aquele ato acabou se tornando um rotina, toda semana San ia até a floricultura e comprava duas margaridas para as pequenas meninas, e um buquê de Tulipas vermelhas para o dono da floricultura, constantemente causando a vergonha no rosto do Jung, e sorrisinhos de Hongjoong e Jongho que já achavam o futuro daqueles dois brilhantes.

Assim que chegou na floricultura, depois de levar a pequena Haeun para tomar sol, Wooyoung encontrou Hongjoong e Jongho rindo olhando revistas de casamento. Era simplesmente uma pirraça a ele devido a cena constante do "Admirador nada secreto".

—Não cansam disso não?

—Claro que não, temos que nos preparar pro casamento de vocês.

—Pelo amor de Deus Jongho, o cara tá me dando flores, não me ajudando a criar as meninas.

—Eu ainda acho que acaba em casamento. Na real a gente tem certeza.

—Desisto de vocês dois, sinceramente. Vão ver moments YugBam no Youtube vão.

—Agora que falou, vamos mesmo!

O rapaz revirou os olhos, balançando a pequena Haeun que estava sentindo o sono fazer presença. 

Logo a mais velha correu animada pela floricultura, já havia terminado a sessão de estudos com o tio e simplesmente brincava entre as flores, com Jongho atrás de si, causando risadas na pequena que logo parou na janela, sorrindo e indo atrás do pai.

—Appa, o moço das Tulipas! Ele veio!

Wooyoung se assustou, arrumando o carregador onde levava a pequena Haeun, seguindo Naeun para a entrada da floricultura, onde San já pagava pelo pequeno buquê e a flor para a pequena Naeun, desta vez com uma outra flor de pelúcia, para Haeun que segurou a flor e riu para o admirador do pai.

Hongjoong e Jongho saíram rapidamente do local, observando de trás de uma porta, até porque não perdiam a interação desse casal, até com as duas pequenas ali.

—O que tudo isso significa?

—Como assim?

—Vir todos os dias, me presentear, presentear as minhas filhas...

—Então, achei que já era claro o suficiente. 

—Não, não é. Sinceramente o que espera ganhar com tudo isso?

A risada de San cortou o silêncio da loja, e até ganhou mais a atenção das duas pequenas que antes se entretiam com as flores recebidas.

—Achei que um florista saberia o significado de uma Tulipa vermelha.

—E quem disse que não sei?

—Sua reação, sequer pensou no significado certo?

—...

—Isso é um sim?

—Porque eu? Tem muitas pessoas melhores por aí.

—Nenhuma dessas pessoas me cativaria como você conseguiu. Passo aqui constantemente e vejo você se esforçando para dar atenção a seus clientes, as flores e suas filhas. Acredite é lindo de se ver, e foi mais difícil ver isso constantemente sem achar emocionante, ou me apaixonar, e acredite eu tentei muito...

Ao fim de sua fala o Choi já estava abaixado e próximo ao rosto do outro, seus lábios quase se tocavam. Wooyoung tinha os olhos arregalados pela afirmação do outro, não podia negar que agora seu coração estava mais do que balançado depois da constante presença do outro  ao longo do mês.

Antes que algo ocorresse, um espirro baixinho foi ouvido e ambos se afastaram, olhando para baixo e vendo a pequena Haeun coçar o nariz, provando que ela havia espirrado. Ambos caíram na risada pela fofa quebra de clima, e a pequena estendeu uma das mãosinhas para o Choi, cuspindo a chupeta.

—Oço lipa...

Todos os pares de olhos se focaram na pequena que puxava o dedo indicador de San sorrindo. Wooyoung a soltou do carregador a enchendo de beijinhos no rosto, era a primeira palavra falada por ela depois de longos murmúrios que eram entendidos como "Pa", que era o mais próximo de Appa que ela dizia. E agora que conseguia quase imitar a irmã falando do "Moço da Tulipa".

Quando a emoção passou, Wooyoung levantou o olhar para San, que ainda os encarava sorridente, e este moveu os lábios de maneira que apenas o Jung o entendesse.

—"Me deixa tentar...?"

Wooyoung sorriu, e acenou com a cabeça em concordância, arrancando um sorriso ainda maior do outro. E finalmente o florista parou para pensar no significado da flor que constantemente recebia do outro...

Tulipas significam fervoroso amor. As tulipas vermelhas são as de declarações de um amor duradouro e dedicado