A noite na cela de Bellatrix era densa, permeada pela sensação de inquietação que a acompanhava desde as revelações do passado. Enquanto as correntes mágicas ecoavam de maneira quase melancólica, a prisioneira tentava reconciliar-se com as imagens perturbadoras que agora dominavam seus pensamentos.

Em meio à escuridão silenciosa, Bellatrix fechou os olhos e mergulhou em uma forma peculiar de consciência, uma em que o véu do futuro se erguia diante dela. O ambiente à sua volta desvaneceu-se, e ela viu-se envolvida por sombras que dançavam como espectros prenunciadores. Uma atmosfera pesada pairava no ar, anunciando a chegada de eventos catastróficos.

À medida que a visão se desdobrava, Bellatrix encontrou-se em um cenário apocalíptico. O céu, tingido de tons sombrios, era rasgado por rachaduras carmesins, como se o próprio tecido da realidade estivesse desmoronando. Ruínas de edifícios mágicos se estendiam até onde a vista alcançava, testemunhas silenciosas da devastação que se abatera sobre o mundo bruxo.

Bellatrix caminhava por entre os destroços, observando com horror as consequências de suas escolhas passadas. À sua volta, seres mágicos e bruxos enfrentavam um destino sombrio, suas expressões de desespero ecoando em sua mente atormentada. Entre eles, rostos familiares de pessoas que ela conhecera, agora marcadas pela dor e pelo sofrimento, clamavam por redenção.

Ela viu-se envolvida em batalhas caóticas, lançando feitiços destrutivos que contribuíam para o colapso do mundo bruxo. Lord Voldemort, uma sombra imponente, pairava sobre os escombros, seu riso ecoando como um eco sinistro. Bellatrix, antes orgulhosa de sua lealdade, agora era parte integrante do caos que ameaçava tudo o que conhecia.

A visão revelou momentos de horror, locais que ela reconhecia como palcos de eventos cruciais para o futuro. Hogwarts, o Ministério da Magia, locais sagrados da comunidade bruxa estavam envolvidos em chamas e ruína. Criaturas mágicas, outrora parte do equilíbrio natural, eram consumidas pela escuridão que ela ajudaria a desencadear.

Ao despertar da visão, Bellatrix encontrou-se de volta à cela fria e úmida de Azkaban, respirando ofegante. O suor adornava sua testa enquanto a compreensão da terrível verdade a envolvia. A visão da destruição não era apenas uma fantasia sombria; era uma premonição do futuro que poderia se concretizar se ela continuasse a apoiar Voldemort.

O coração dela batia descompassado, e os olhos agora refletiam um misto de temor e determinação. Bellatrix compreendeu que, para evitar a catástrofe iminente, precisaria confrontar não apenas as correntes físicas de Azkaban, mas também as correntes invisíveis de sua própria lealdade corrompida.

Com a visão da destruição ainda ecoando em sua mente, Bellatrix enfrentaria um dilema crucial: escolher entre o caminho de redenção e a perpetuação do caos que ela testemunhará em sua visão premonitória.