Home II escrita por llRize San


Capítulo 11
O filho do Presidente




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(Seul - Alguns meses antes do ataque dos Orcs)

 

IN compartilhou com entusiasmo todos os detalhes do que havia testemunhado em Amicitia. Sentia uma satisfação genuína por confirmar que as teorias estudadas por seu pai eram verdadeiras. Hyunjin ouviu cada palavra com atenção, acreditando plenamente nele. Na verdade, Hyunjin era o único em quem IN confiava para compartilhar essas experiências, pois já discutiam sobre outras dimensões há muito tempo, e Hyunjin também compartilhava dessa crença.

...

Os passos de Lord Lecter e seus Orcs ecoavam pelos becos vazios de Seul, enquanto a cidade adormecia naquela madrugada fria e escura. Embora os becos sombrios pudessem inspirar medo em qualquer pessoa comum, para eles não representava nada.

Avançaram por aquele beco escuro, decididos a obter informações sobre aquele estranho mundo. Enquanto exploravam, depararam-se com dois rapazes encapuzados que se aproximavam, empunhando armas de fogo.

— Passa tudo, irmão! — Um dos rapazes exigiu, apontando a arma.

— O que quer, humano desprezível? — Perguntou Lecter, estudando a arma do rapaz e se perguntando o porquê de um objeto tão pequeno dar tanta coragem a um humano tão fraco.

— Isso é um assalto, tio. Passa a grana e o celular — O rapaz começou a ficar impaciente — ANDA! OU EU EXPLODO A TUA CABEÇA!

Lecter examinou a estranha arma.

— Consegues explodir uma cabeça com isso? Interessante, é algum tipo de magia?

O rapaz olhou confuso para Lecter.

— Mete bala nesse filho da puta — Disse o outro rapaz.

Ao ver o rapaz puxar o gatilho, Lecter estendeu a mão, utilizando um pouco de sua magia remanescente para tomar a arma do rapaz sem sequer se aproximar. O jovem, surpreso, observou sua arma levitar até as mãos de Lecter, incapaz de acreditar no que acabara de acontecer.

Lecter pegou a arma e a examinou com calma, enquanto o rapaz permanecia petrificado de medo, chegando até mesmo a urinar nas calças. O outro rapaz, tomado pelo pânico, saiu correndo, deixando-o ali completamente sozinho.

— Como se usa isso, humano tolo? — O rapaz não conseguiu responder, tamanho era seu medo — Vou fazer do meu jeito, ainda tenho um pouco de magia...

Lord Lecter foi até o rapaz, movendo-se lentamente, e o rapaz podia sentir a energia sombria que ele carregava, confirmando que definitivamente não era humano. Lecter colocou a mão na cabeça do rapaz, recitou alguns versos antigos em latim, e instantaneamente ambos entraram em transe, com os olhos completamente brancos, como se a íris tivesse desaparecido.

Após alguns minutos, eles retornaram à consciência, e Lecter sorriu com uma expressão diferente.

— Descobriu algo, Milord? — Um dos seus homens perguntou.

— Parece que esse mundo é um lugar muito divertido — Ele sorriu para o rapaz, que chorava de medo — Sabe o que governa os humanos?

Os homens orcs o olharam confusos.

— Não sabemos, Senhor. O que seria?

— Um pequeno papel verde que eles chamam de dinheiro.

— Não é magia, Senhor?

— Não, humanos são tão insignificantes que não conseguem dominar a magia. O que domina aqui é o dinheiro, e a melhor forma de conseguirmos dinheiro é entrando para a política.

— Política? O que seria isso? 

— É como um reino, mas aqui várias pessoas têm poder, não apenas um, como em Amicitia. Só preciso possuir o corpo de um deles e terei dinheiro e poder.

— Como faremos isso, Senhor das Trevas?

— Vou usar o pouco de magia que ainda tenho, sei exatamente onde encontrá-los. Mas antes, quero mostrar algo útil para vocês.

Lord Lecter pegou a arma e mirou na cabeça do rapaz, que gritou de desespero.

— Os humanos usam isso para se defender e para dominar outros humanos, vejam...

Lecter riu para o rapaz.

— Por favor, não me mate! — O rapaz implorou inutilmente. 

— Pobre humano, ousou ameaçar o Lord das Sombras. Parece que sua vida inútil chegou ao fim. 

Lecter atirou na cabeça do rapaz, que caiu no chão com os olhos ainda abertos. Os homens de Lecter comemoram surpresos o poder de um objeto tão pequeno. 

— Quero um desse, Milord!

— Todos terão, aliás, teremos muito mais. Porém, tenham calma, esse mundo tem leis e regras, precisamos agir com sutileza e cautela, não podemos levantar suspeitas. Iremos dominá-los da maneira correta.

Em apenas alguns dias, Lecter conseguiu se infiltrar na Casa Azul. Por alguns minutos, ele conseguia separar seu corpo físico de seu espírito, vagando pelo local à procura do corpo que desejava possuir. Ele tentou de todas as formas possuir o corpo do Presidente Hwang, pai de Hyunjin, mas uma barreira inexpugnável o impedia de entrar. Foi então que percebeu o sentimento obscuro e sombrio do homem ao lado, o Primeiro Ministro, Senhor Jang Hyun. O intenso sentimento de inveja que Jang Hyun nutria pelo presidente tornou-se a porta de entrada para Lord Lecter, que rapidamente tomou conta de seu corpo.

O sorriso e a expressão de Jang transformaram-se completamente quando Lecter tomou o controle. O espírito conseguiu acessar todas as memórias e sentimentos do antigo dono do corpo. Agora, estava exatamente onde mais desejava: ao lado do Presidente, no lugar mais crucial do Reino chamado Coreia, um reino que Lecter ambicionava tomar para si.

Já tinha um plano em mente, simples e fácil de ser elaborado: criar o caos e a guerra em todo o país. Seu objetivo era semear um grande mal-entendido entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte. Como apenas um homem poderia levar dois países à guerra? Bem, não estamos falando de um humano, mas de um espírito maligno. Lecter já entendia como os humanos funcionavam.

...

Os beijos de Hyunjin e IN eram cada vez mais apaixonados; não queriam se separar de forma alguma. Estavam namorando no carro de Hyunjin, estacionado em frente ao apartamento de IN. Aproveitavam cada minuto que tinham juntos. Se dependesse de Hyunjin, eles não se desgrudariam nunca, mas I.N tinha assuntos de grande urgência para resolver.

— Por favor, não vá embora, Raposinha. Vamos ficar juntos mais um pouquinho? — Hyunjin insistiu.

— Não posso, Príncipe. Tenho aula amanhã cedo, preciso descobrir onde está a segunda chave o quanto antes, pra isso tenho que estar na cola de Yoongi.

— Promete que nos veremos amanhã? — Pediu Hyunjin, com seu jeito dramático e manhoso. 

— Prometo.

Deram mais um longo beijo dentro do carro; o beijo estava tão envolvente que não notaram a presença de três homens enormes ao redor do veículo. I.N abriu os olhos e se assustou. Hyunjin tentou pegar uma arma no porta-luvas, mas já era tarde demais; um dos homens arrancou a porta do carro e tirou Hyunjin de dentro. I.N tentou puxá-lo, mas sem sucesso. O outro homem o segurou pelo pescoço, quase o estrangulando.

— POR FAVOR, SOLTE ELE E IREI COM VOCÊS PARA QUALQUER LUGAR — Gritou Hyunjin, desesperado ao ver I.N se debatendo tentando respirar.

Lecter fez um sinal para que o soltasse. I.N massageou o pescoço dolorido e tentou recuperar o fôlego. Seu corpo estava sem força e seu coração acelerado. Mesmo tomado pelo medo e desespero, I.N se surpreendeu ao ver quem estava no comando daquele ato violento e sem sentido. 

“Por que o Primeiro Ministro Jang, quer sequestrar Hyunjin?” — Pensou I.N, tentando entender a situação, afinal de contas o Primeiro Ministro era um grande amigo do Presidente Hwang. Algo estava errado e I.N sabia disso. 

Determinado, I.N saiu do carro gritando para que soltassem Hyunjin. No entanto, seu corpo fraco, e sua visão turva não permitiu que impedisse que jogassem Hyunjin dentro de uma van preta. Com dor no coração, observou o veículo se distanciando, levando consigo seu amado namorado. Esperto como era, conseguiu memorizar a placa do carro. Começava agora sua árdua luta para resgatar Hyunjin.

Sem dormir por dias a fio, I.N fez de tudo para descobrir o paradeiro de seu namorado. A mídia ainda não havia publicado nada sobre o desaparecimento, pois o Presidente Hwang acreditava que o filho estivesse em uma viagem, conforme informado em uma mensagem de voz pelo próprio Hyunjin, o que obviamente o obrigaram a fazer. 

A placa do carro proporcionou a I.N valiosas informações, mas ele julgou mais seguro não envolver a polícia. Hackeando os e-mails e mensagens privadas do Primeiro Ministro Jang, descobriu seus planos sinistros. O plano era entregar Hyunjin aos norte-coreanos, usando-o como pretexto para iniciar uma grande guerra entre as duas Coreias, considerando a posição privilegiada de Hyunjin como filho do presidente. O desespero tomou conta de I.N ao compreender a gravidade da situação.

— Preciso de ajuda, ou todos morreremos — Disse I.N, para si mesmo — Mas não ajuda daqui, preciso pedir ajuda ao povo de Amicitia.


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