Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 92
Futuro - O mago




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809277/chapter/92

Qual era o problema daquele maldito pássaro? Ele estava quieto demais, mantendo uma postura que não condizia com sua insuportável personalidade, honestamente, Severo preferia assim, quieto ele era mais centrado e se metia menos onde não era chamado, eles caminharam em silêncio por todo o castelo e lhe ocorreu que talvez ele apenas estivesse angustiado com aquilo que iriam fazer essa noite, sim… apesar de sua nada jovem idade, existia uma grande probabilidade dele nunca ter matado antes e por mais interessado que ele pudesse ser e estar sobre fazer Elza pagar, a machucando ou coisa do tipo, matar era diferente, obviamente que Severo não perguntaria, aquilo era de cunho pessoal, mas ele sabia que a primeira vez podia ser mesmo difícil, principalmente ao se lembrar do quão assustador havia sido, na sua vez a tantos anos atrás, quando ele tinha apenas 17 anos de idade e por mais intragável que Lúcios pudesse ser, naquele dia ele lhe deu o espaço devido, na verdade ele o fez até que matar se tornasse parte de suas estúpidas rotinas, e passasse a fluir de maneira natural, sim porque depois de um tempo aquilo se tornava algo mecânico, e não ele não se orgulhava disso.

Eles aparataram em uma viela escura, mas relativamente próxima ao local de destino, a casa que procuravam era a última daquela rua e ficava na parte principal, aquela era uma vila pequena que mais parecia ter parado no tempo do que outra coisa, contudo era um lugar bastante agradável, ele se viu pensando em quão curioso era, já que estavam voltando ao local que havia dado início a todas as coisas, e que nessa noite também seria o fim, o fim de Elza…  Severo preferia fazer aquilo usando suas vestes de comensal, mas não pode deixar de notar o quanto Antony havia ficado desconfortável com sua escolha, Severo não se importava com a opinião daquela ave, mas ele estava agindo de maneira estranha.

O tempo essa noite, não era dos melhores, ironia ou não do destino, uma tempestade bastante violenta parecia se formar no céu, algo muito similar ao dia em que Shara havia sido levada daquele lugar, Severo podia se lembrar bem daquela lembrança e da frieza de Elza ao fazê-lo, e isso o fez esboçar um pequeno e frio sorriso de canto, trazer aquela memória à superfície fazia seu sangue queimar, liberando o seu lado mais sombrio, aquele lado que combinava perfeitamente com aqueles trajes e naquelas circunstâncias, isso era bom, ele não pode deixar de pensar que o barulho ensurdecedor dos trovões abafariam os gritos de súplica que Elza daria ali, ele não teria compaixão, mas algo definitivamente não estava certo com aquele maldito pássaro, Antony parecia ainda mais nervoso agora… ele havia parado a metros de distância, deixando de o acompanhar, Severo bufou ao pensar que era por razões como essas que ele preferia fazer o trabalho sujo sozinho.

—Algum problema ave? - ele perguntou impaciente, Antony havia respondido algo relacionado com lembranças, o que fez Severo revirar os olhos por trás daquela máscara, Antony havia reconhecido a casa, certamente sendo bombardeado por momentos que foram vividos ali, ele não o julgaria sobre isso, mas não havia espaço para sentimentalismo, não ali, não agora, Severo estava prestes a continuar o seu caminho, quando Antony correu na sua direção, o pegando completamente de surpresa, e num lapso do que para ele parecia ser pânico ou desespero, segurou o seu braço… sim ele estava com medo, mas medo do que? dos trovões? Aquilo não combinava com ele… Severo esperaria um comportamento assim de Shara, mas não dele… quando numa fração de segundos, ele encarou a ave de forma curiosa… aquela conduta... a menos que... não, ela não faria algo assim, faria? Ele tirou a máscara e encarou os olhos de Antony… fazendo uma leitura mais profunda, aquele olhar... ele se aproximou um pouco mais dele, Antony recuou… sim... Aquele não era Antony, era ela, ele respirou fundo, ele podia azara-la com todas as suas forças ali... como ele havia deixado passar algo assim? Num impulso, ele tirou a poção do seu bolso, ele carregava todo tipo de poção ali, e sem qualquer dificuldade a forçou a bebe-la, Shara havia passado completamente dos limites dessa vez.

Garota estupida e sem nenhum senso de preservação, o que ela pensava estar fazendo com ele ali essa noite, assisti-lo matar Elza? e ela conseguiu ser ainda mais estúpida ao admitir ter sido a responsável por conseguir aquela distração, claro que ele havia desconfiado de algo, não dela, mas de algo sim... simplesmente não fazia sentido, uma bomba de bosta, Sonserinos tinham um senso de auto proteção muito grande, francamente? E um ocorrido como aqueles justo no instante em que ele estava prestes a sair da escola, ele cogitou que pudesse ser algum tipo de brincadeira sem graça de Dumbledore, ele estava mesmo dificultando as coisas ultimamente… mas novamente, ele deveria ter apurado melhor aquilo, já que seu sexto e sempre eficaz sentido nunca falhava, e agora ambos se encontravam cara a cara ali e num rompante ela havia entregado todo o plano, a garota havia pensado em tudo, em cada mísero detalhe, até aquele excessivo cumprimento afetuoso com Draco, fazia parte da encenação... ele precisava admitir a menina era mesmo brilhante, ela era sagaz ao agir como uma verdadeira Sonserina, capaz de fazer o que fosse necessário por aquilo que queria, nem que pra isso ela colocasse para feder a comunal inteira, mas ela havia ido longe demais dessa vez, seu sangue ferveu novamente, agora por motivos diferentes, ele não toleraria tal infração, ele a havia trancado em suas alas por razões óbvias de segurança e agora ele precisava mandá-la de volta, então entregou a ela, praticamente a obrigando a abrir a mão, uma das chaves de portal que ele carregava consigo, ele sabia que não estava pegando leve, ela estava chorando, estava implorando, ela o havia chamado de pai... e isso doía, mas ele não podia ceder, não, ele não faria.

Mas algo a mais estava errado essa noite, por que a chave de portal não estava funcionando? Isso nunca havia acontecido antes, e um lampejo de preocupação começou a se formar, por Merlin, aquele lugar não era seguro, Shara não estava segura fora da escola, por tantas razões que ele mal podia enumerar… ele ouviu as palmas... Elza... ele sabia que ela viria… e agora ele precisava protegê-la dela, os planos haviam mudado completamente, sua prioridade havia mudado, Shara era sua prioridade, e ele não pensou duas vezes ao se posicionar à frente dela, sendo ele uma espécie de barreira de proteção.

Sem chaves de portal, Elza havia preparado o território, lançando um feitiço sobre o local, um feitiço que cobria um raio e também era anti aparatação, isso era impossível, já que essas barreiras levariam anos, até mesmo décadas para que pudessem ser erguidas com algum sucesso, Severo mesmo só havia visto tais barreiras em Hogwarts, mas aquele era Alvo Dumbledore e aquela era Hogwarts e mesmo assim, ele havia gastado anos naquilo, sendo que as reforçava todos os anos, como Elza havia conseguido fazer algo assim com tão pouco tempo? E o que eram aquelas malditas raízes? Ele sustentou o olhar, ela não o conhecia, ele não se deixava intimidar.

—Elza Lowell – ele disse seu nome de forma arrastada – acredito que ainda não fomos apresentados formalmente – ele sorriu com malícia.

—Não deveria estar aqui essa noite professor... isso obviamente foi um erro – ela devolveu seca, lançando um olhar curto para a menina – Shara - Elza disse o nome da sua filha de maneira íntima e pessoal e isso o incomodou profundamente –  Eu pedi para que viesse sozinha, sua garota tola… - Ela disse de forma ríspida, suspirando como quem demonstrasse alguma frustração ao se apoiar melhor naquela bengala, ele não a havia visto com a bengala ainda e a impressão que teve era de que ela havia envelhecido mais e estivesse ainda mais vulnerável ali, na verdade, talvez ela estivesse de fato… pensando no que Atena havia dito, isso justificava o prazo, ela não tinha mais tempo, era evidente, ela estava morrendo – olhe só voce… a guardiã predestinada, quem diria… isso é tão patético não é mesmo?... uma criaturinha tão medrosa... o que foi os raios te assustam meu bem? – ela perguntou de forma zombeteira.

—Acho melhor escolher bem as palavras bruxa, não costumo tolerar ofensas - ele interveio - já que ao ofender a menina, estará ofendendo também a mim – ele a enfrentou, não permitindo que ela atacasse sua filha, seja com maldições ou mesmo com palavras… não mais, ele não precisava se virar para saber que Shara externava o pânico que sentia, os raios continuavam cortando o céu, aquilo era um gatilho... e o barulho dos trovões eram ainda mais violentos, Shara estava revivendo o seu pior pesadelo ali e para piorar ela estava presa, junto com ele. Ele precisava pensar em algo, ele lançou alguns feitiços silenciosos sobre as raízes que prendiam seus pés, mas nada aconteceu, ele levou a mão no bolso, segurando sua moeda com força, ele havia deixado uma em Hogwarts como forma de comunicação com Dumbledore, mas algo lhe dizia que aquilo também não iria funcionar, então como ação protetiva ele sacou sua varinha a mantendo em posição de defesa, enquanto vivesse, ele lutaria… por ela - Acha que pode me intimidar com seus velhos truques bruxa? – ele perguntou com malícia – a menina não está com o colar e sem o colar ela não terá serventia alguma para você - ele sorriu, vendo a expressão dela ficar mais séria – agora deixe-me adivinhar, está com pouco tempo... – ele a encarou, bingo… – dias? talvez Horas? – ele gesticulou, pela expressão formada no rosto dela, ele sabia que estava certo sobre isso... ela estava mesmo morrendo.

—Eu não sei o que vocês fizeram – ela grunhiu – mas não pensem que poderão estragar aquilo que gastei minha vida planejando – ela disse em tom de acusação – eu vi o futuro professor...

—O futuro é incerto – ele sorriu, usando as palavras de Shara, as mesmas de Maeva naquela carta.

—NÃO PARA MIM – ela gritou, ele sabia que aquele era um ponto fraco, ela estava com medo sim e essa era uma vantagem, assim como a tempestade assustava Shara, a falta de tempo assustava Elza, ela movimentou a mão e Severo viu as raízes que seguravam as pernas da criança a libertarem e algo lhe dizia que era melhor e mais seguro quando ela estava presa  – eu posso senti-lo - a velha disse fechando os olhos - o colar… - Severo o segurou com força em seu bolso, então ela havia mesmo uma conexão com o colar, certamente algum feitiço lançado no passado - está com você não está? - agora foi a vez dela de sorrir - Oras… não seja tolo professor, eu tenho tudo que preciso… a menina, o colar e a adaga - ela disse para ele... a adaga? Ele sentiu Shara se mover lentamente, saindo de trás dele, e sem pensar duas vezes ele a puxou para perto de si, ele não podia correr o risco dela correr até Elza ou coisa assim…

—Antony deve ter pego – ela sussurrou - ele a trouxe e está embrulhada no bolso do casaco dele - ela informou, ele sabia o que aquilo significava… era ruim.

—Sabe eu me pergunto, o por que se importa tanto com a menina? Nunca achei que fosse se importar, afinal ela é apenas uma criança indesejada, condenada por Deuses e destinada a esse propósito, volte a viver sua vida Severo, lecione e cuide do que de fato importa, que eu resolvo o resto, darei sentido a causa - ela ofereceu - sabe, a menina não deveria ser uma preocupação para você, sabemos o quanto Maeva foi imprudente ao levar uma gestação como essa para a frente, sem sequer lhe consultar… olhe para sua carreira um pocionista tão brilhante, que nunca desejou ter família e nem filhos, aposto que se arrepende de ter se relacionado com Maeva no passado, já que aquilo… lhe resultou isso... um fardo, um fardo que nunca foi seu e que não precisa carregar – ela se referia a menina, Shara se encolheu ali, ele podia ver o quanto aquelas palavras a machucavam, sim aquela criança havia mudado sua vida, e no dia em que ela chegou na escola e nas semanas seguintes, ele até concordaria com o que Elza havia dito, mas não agora, não mais.

—Está errada bruxa – ele disse notando a surpresa no olhar daquela bruxa velha – eu não me arrependo do que vivi com Maeva – ele havia mesmo dito isso em voz alta? – Shara é minha filha e a protegerei... diferente de você, que deveria ter feito o mesmo por Aurora… mas não foi o que fez.. - ele a acusou - me diga... como foi a sensação de assassinar a sua própria filha e beber o seu sangue? – ele perguntou, Elza era fria, mas ele a viu oscilar naquele ponto.

—Assassinar? – ele ouviu Shara sussurrar aquilo, sim ela não sabia, um raio cortou o céu, ela se encolheu novamente, ele se perguntou como teria sido aquela noite se não fosse pela tempestade que estava se formando ali, talvez ambos já estivessem mortos, talvez... será que uma tempestade podia trazer algo de bom? Talvez.

—Escolhas exigem renúncias – Elza disse, sem negar aquela acusação, mas havia um peso diferente na sua voz, de um lado humano que ele não achava que ela possuísse – tudo que fiz e tenho feito até aqui, foi por ela... também, para expurgar todo o mal que nos aflige, desde a primeira até a última guardiã… eu sou uma justiceira... esse é o meu propósito... Aurora foi necessário – ela disse convicta – isso tudo… é sobre justiça... justiça feita com as próprias mãos assumo – ela afirmou - principalmente depois do que eu fizer essa noite… então estaremos livres de toda maldição, finalmente... me tornarei temida e poderei me vingar de cada espécie medíocre que ousou nos machucar um dia... nossa família… você já estudou sobre a inquisição? – ela perguntou, direcionando o olhar para a criança - sabe que foram suas antepassadas que morreram lá... queimadas, jogadas no fogo... ridicularizadas, magia ancestral é um perigo disseram... e isso sem que soubessem sobre a lenda, imagina quão pior seria... Aurora, Maeva e agora você... Shara… isso é necessário – ela alegou.

—Isso... a inquisição... fazem anos, o... seu senso de justiça é lastimável – Shara devolveu de forma corajosa, ao se virar para encará-la, o pegando de surpresa ali, e por garantia ele a manteve presa pelo pulso, ela era imprudente o bastante, ele não podia confiar nela – sobre justiça, foi o que você me disse aquela vez... eu posso me lembrar, de cada palavra... além da marca que me deixou, ao cortar meu braço, depois de me envenenar na sala do diretor – ele podia sentir a magia dela aflorar, ela ergueu uma das mãos – eu me lembro também de que disse que a morte... ela era um fim nobre para pessoas como nós... – ela apontou a mão na direção dela – então se eu vou morrer essa noite…. Saiba que você… - ela oscilou por um minuto - também vai - ela não estava convicta daquilo.

—NÃO – ele chamou sua atenção em tempo, alcançando sua mão, ele não queria que ela matasse intencionalmente, ela era apenas uma criança com medo tentando se defender, mas ela não demonstrava real intenção de fazê-lo, já que apenas um fio de magia azul escapou da sua mão se dissipando a apenas alguns centímetros de distância dali, Shara encarou as próprias mãos, frustrada, se virando para ele, aqueles olhos verdes, ela pedia ajuda, ele segurou sua mão com força – você não é como ela… você não quer fazer isso – ele conseguiu dizer, vendo ela fraquejar, um novo raio cortou o céu.

—Garota tola – Elza gargalhou erguendo uma das mãos para o céu, quase que em sincronia com a natureza, um raio verde cortou o céu, revelando várias runas que começaram a se formar numa redoma, eram runas antigas, ele encarou aquilo de forma curiosa, era ainda mais assustador e terrível do que contemplar a própria marca negra, ainda mais naquele céu tempestuoso – Runas – Elza disse tirando aquilo da sua cabeça – runas antigas podem reter magia ancestral, no caso a nossa magia, a magia das guardiãs... nesse caso, como fui eu que as desenhei, e como dito esse é o meu território, apenas a minha magia funciona aqui, poupe a sua, mesmo que queira, não irá funcionar – ela disse com ar de vitória, ele percebeu quando Shara segurou a própria varinha no coldre, seu olhar parecia compenetrado.

—Eu ainda... ainda... – um raio verde cruzou o céu, ela fechou os olhos – ainda posso usar... minha varinha – ela disse de forma destemida se apegando a sua uma última fonte de esperança ali, mas ela não faria... ela sequer havia conseguido move-la do coldre.

—Sua varinha? você nunca se questionou o motivo pelo qual você carrega essa varinha? - Elza perguntou, e Severo sentiu um calafrio percorrer sua espinha, ele havia se questionado sim, recentemente… mas é claro que haveria algo sobre isso – antes mesmo de ser sua, essa varinha foi minha - ela disse com ar de superioridade - sim a varinha de Medusa respondia a mim, curioso não acha? Pois eu não… fiz por merecer e enquanto eu viver ela responderá a mim, unicamente a mim… principalmente quando… - ela fez algum suspense - estiver no meu território - ela afirmou mais um vez – Snape tem razão, você não quer fazer isso… no fundo você sempre soube que o destino venceria essa noite, é por isso que está aqui querida… de qualquer maneira, você viria... para cumprir o seu propósito - ela gargalhou – Agora... solte-a professor  – ela disse lançando um olhar frio para ele – você virá até mim, como ordenei – ela disse – traga o colar, está no bolso esquerdo das vestes dele – ela orientou – não demore em se mover, e não tente nada aqui – ela mandou – a não ser que deseje assistir a morte dele - ela riu, se virando, Severo segurou as mãos geladas da sua filha, ele não podia deixá-la ir, malditas raízes…

—Feche os olhos - ele disse para Shara e sem pensar duas vezes ele azarou Elza com o que havia de mais doloroso, algo que ele mesmo havia criado para ser usado em ocasiões especiais, ocasiões como aquela - SECTUSEMPRA – ele disse o feitiço, a amaldiçoando pelas costas, uma velha, na frente de uma criança de 11 anos de idade, sim ele estava quebrando alguns protocolos essa noite, mas para sua surpresa uma barreira de proteção se formou em torno dela, dissipando o feitiço... ela era inabalável, ela se virou o encarando, um olhar frio e hostil.

—Meu território – ela repetiu mais uma vez, e sim ele entendeu de uma vez por todas, que não importava o quão habilidoso ele fosse, quantos feitiços soubesse e se suas intenções eram as piores possíveis, Elza era inalcançável ali - Sabe quantos anos eu venho preparando esse lugar? – ela perguntou - a mais de 50 anos Severo Snape... isso é muito antes de você e de Maeva nascerem, eu não sou armadora professor – não definitivamente ela não era, ele nunca havia visto nada assim - eu adquiri essa casa e a mantive em segredo todos esses anos, eu mesma matei todos os trouxas que moravam nessa vila – aquilo o pegou de surpresa, então isso quer dizer que... que não havia ninguém naquelas casas?  – sim... surpreso? eu matei todos eles – ela repetiu - Quando Maeva descobriu a gestação, eu a presenteei com uma herança inesperada, de um tio do pai dela, no caso esse pequeno refúgio – Elza gesticulou para o lugar - Maeva precisava fugir, ela queria proteger sua prole – Elza disse – tão ingênua... ela a trouxe exatamente para cá, o inicio e o fim de todas as coisas... Maeva amava esse lugar, mas as pessoas daqui nunca existiram, era meramente ilusão... e as barreiras que ela levantou, nunca foram fortes o suficiente,  bom... as runas, já estavam aqui… as runas derrubaram as barreiras – ela sorriu - eu estive presente no parto de Shara, fui a primeira a segurar sua filha no colo, levei o sangue dela, sem que Maeva percebesse, levei também o colar, esse com o seu consentimento... – ela explicou, ele estava horrorizado - bom não me olhe assim… sobre o sangue... eu precisava ter certeza de que ela era mesmo sua filha, de um pocionista no caso, já que Maeva era bonita e jovem, você sabe... haviam outros homens interessados – Severo queria gritar com ela, defender Maeva ali, mas ele estava absorto com tudo que estava ouvindo – as raízes... – ele encarou os pés - é magia negra Severo e por mais que esteja familiarizado com esse tipo de magia – ela parecia fazer questão em dizer – eu estudei, eu me aprofundei… não só nisso, mas em todo o resto... como foi que você chamou mesmo?… ahhh truques  – ela estalou os dedos – fazendo com  que o cenário do lugar mudasse, Shara se aproximou dele ainda mais, ela não havia dito nada, mas também estava vendo, as casas antes bonitas e bem cuidadas, agora estavam todas deterioradas, muitas pelo tempo... não havia iluminação na rua, o lugar estava sombrio, parecia ter saído de algum filme de terror – Isso é tudo uma ilusão, não acredite em tudo que vê – ela finalizou – esse é o meu território e aqui que exerço a minha justiça - ela reforçou – agora... esta em hora de expandir... nunca me contentei com pouco – ela disse – serei grande, me vingarei e tudo graças a você Snape – agora... venha Shara – ela mandou, Shara estava congelada.

—Está errada… mais uma vez – ele devolveu de forma arrastada, ele não podia deixar de admirar a forma como ela havia se movido no tempo, em como ela orquestrou tudo aquilo talvez estivesse diante dele uma das bruxas mais brilhantes e poderosas que já existiram... mas ela havia destorcido a causa, ela estava errada – o propósito pode ser maior que a causa, quando a causa estiver distorcida, que é o que vejo aqui – Ela o encarou, aquela era a frase dita por Elza a Shara naquele sonho no natal, onde ela havia dito também que Shara era o propósito, sim ela estava certa sobre isso, mas não estava certa sobre a causa, a causa não era vencer aquela maldição e construir um império de vingança e poder, o disseminando pelo mundo - Flores também desabrocham sob a chuva, pois o propósito de sua beleza transcende a mera causa que é a tempestade – ele sorriu, a tempestade não era forte o bastante para destruir o propósito das flores, elas desabrocham mesmo assim, sua beleza prevalece...  ela havia entendido.

—NÃO – ela gritou, um grito estridente - Quem é você Severo Snape? Acha mesmo que pode me julgar? julgar meus meios? alguém como você? - ela disse em tom de acusação - Acha que não sei que foi esse mesmo desejo de poder e de vingança que te atraiu para o lado escuro, ou se não isso, o que? me diga o que representam essas vestes? O por que as está usando essa noite? - ela perguntou  - não eram essas mesmas vestes que você vestia, quando matava tantos trouxas ou até mais do que eu sequer imaginei em matar aqui? - ela perguntou, Shara o encarou, ela estava chorando agora - não foram essas mesmas vestes que fizeram de você o homem mal, frio, inacessível e sem compaixão que se tornou? - ele não podia tirar os seus olhos dos olhos verdes e compenetrados da sua filha - não foi com essas mesmas vestes que você causou a morte da única mulher que já amou de verdade um dia? - ela disse, Shara manteve o olhar, mas ele não, agora ele não podia… Elza sabia sobre Lily? - e isso não é sobre Maeva, diga para sua filha Severo… diga que Maeva não passou de uma prostituta para você… diga a Shara que você nunca se importou com a mãe dela, embora não faça diferença alguma aqui… afinal é o sangue de Lilian Potter que corre em suas mãos, assim como tantos outros, todos sangue inocente, será que sua filha sabe disso Severo? Que você é o único responsável pela morte dos pais do menino que sobreviveu e que você é o responsável por aquele menino crescer sem família e sem o afeto dos pais… o que o torna diferente de mim Severo? Vamos me diga? – Elza perguntou, aquelas palavras eram como espadas afiadas, que cruzaram seu peito, mais uma vez... ele nunca deixou de sentir culpa, nem um dia sequer, ele tentou salvá-la, sua Lily… mas ele falhou miseravelmente ali, assim como falhou com Maeva, e assim como estava falhando com sua filha agora… Shara chorava compulsivamente e Elza o havia atingido, aquele era seu ponto fraco, dessa vez não havia nada a ser dito, ela estava certa sobre aquilo – O que foi? – ela perguntou, percebendo que havia vencido – sabe... você irá pagar pela intromissão, não deveria estar aqui essa noite… - havia um brilho diferente no olhar dela – Elza levantou uma das mãos...

—NÃO… não, por favor não - Shara interveio chorando – eu imploro - ela se colocou à frente dele -  eu vou... vou até você – ela informou - vou com o colar - sim ela iria, ela teria ido de qualquer maneira, muito antes até... ele estava falhando mais uma vez, Elza baixou a mão, satisfeita.

—Muito bem... tem um minuto Shara - Elza disse retomando o controle - traga o colar - ela reforçou, ele preferia ter sido azarado por aquela bruxa, do que ser lembrado dos erros de seu passado dessa maneira, Elza se virou e caminhava em direção a casa, enquanto Shara o encarava, ela tinha tantas razões para odiá-lo ali, agora… de certa forma, ela sempre teve… ele não era bom, e ele nunca fez questão de esconder isso dela, pelo contrário… ele exalava sua natureza cruel, sim ele a reforçava em todas as inúmeras oportunidades e brigas que tiveram, ele era mal, era sádico… ela sabia, mas ele nunca falou sobre Lily, ele não poderia, aquele era o seu segredo, a sua maior dor, era tão pessoal, o diretor era o único que sabia… já que foi para ele que Severo se humilhou ao pedir clemência… Shara ainda o encarava, ele não podia retribuir aquele olhar, mas ainda assim ela se aproximou dele, o abraçando com força, aquela criança… por que? ele sentiu o corpo dela, o seu cheiro.. ela não era vulnerável, não… pelo contrário, ela era uma rocha, e mesmo estando um caos, já que aquilo podia ser considerado uma despedida, a despedida que ela tanto temia, mas ainda assim ela estava ali oferecendo acalento... e isso o trouxe de volta para a realidade, ele podia não ter um passado para se orgulhar... afinal nada poderia mudar o que havia acontecido, ela mesmo havia dito isso mais cedo naquele dia, mas o futuro sim... e  isso o fez focar no único e real motivo pelo qual ele havia ido até Elza essa noite, ele deveria matá-la e agora mais do que isso... proteger sua filha, sim ele faria e dessa vez ele não falharia… ele passou os braços em torno dela, a puxando para perto de si, ele a amava, ela era sua filha… ele nem se lembrava mais do quão bravo ela o havia deixado por ter burlado suas ordens ali, Shara era sua fortaleza e não sua fraqueza. E ele era Severo Snape, ele nunca desistia, ele era temível… eles não disseram nada ali até que Shara se afastou, ela precisava ir, e ela iria, ele tirou o colar do bolso o entregando em suas mãos, ela o encarou com bastante dor, seu rosto marcado pelas lágrimas.

—Pai… - ela sussurrou - eu não…

—Shiii - ele a calou - eu sempre cumpro minhas promessas - ele disse a encarando, ela parecia confusa, sem entender… mas ele não estava desistindo… mais um trovão, ela se afastou… aquilo dizia muito, ela estava trocando sua vida pela dele mais uma vez, então ela correu até Elza...

Elza tinha aquilo que desejava a menina e o colar… ele sorriu, mas ela não tinha a adaga... e aquilo não funcionaria sem a adaga, Severo a havia retirado com bastante sutileza do bolso do casaco de Antony, o casaco que ela usava, bem onde ela havia dito que ele a havia deixado, Shara não era a única que fazia planos ali… e ela sequer havia percebido... embora não lhe agradasse a ideia de vê-la partir, mas se o intuito de Elza era fazer o ritual, e usar o corpo de sua filha, como ele havia visto naquela visão do futuro, ela não a machucaria... ele estava apenas ganhando tempo, agora ele precisava se livrar daquelas malditas raízes, ele se abaixou, ele havia tentado de tudo… que feitiço era aquele? Quando ele ouviu passos apressados, vindo da mesma viela onde eles haviam aparatado mais cedo, e vinham na sua direção, Elza havia dito que a vila estava deserta, ele segurou a varinha, se virando devagar.

—Desculpe o atraso Severo – Antony disse ao se aproximar dele – digamos que eu tive um pequeno imprevisto – ele usou ironia – a propósito, onde está aquela pestinha? – agora parecia preocupado - não me diga que… - ele o encarou assustado, seus olhos haviam perdido o brilho…

—Elza a tem… e estou preso aqui – ele explicou, ao encarar a ave, mesmo com tudo que Shara havia feito, Antony ainda havia se esforçado e conseguido ir até eles… aquele pássaro o surpreendia, e que ajuda ele poderia oferecer ali? sendo ele sem magia alguma – Antony, você precisa voltar... precisa avisar Dumbledore de que a situação saiu do controle e trazer reforços, Shara corre perigo aqui, esse lugar está repleto de barreiras, runas antigas e magia negra... E como pode ver, não posso me mover… vá… - ele ordenou, reforços eram sua única alternativa, Antony precisava ser rápido.

—Não pretendo voltar – ele disse encarando o chão – o que são essas raízes? – ele perguntou.

—Sim ave… você vai fazer exatamente o que estou mandando – ele quase gritou aquilo, não havia tempo a perder, ave idiota, aquele não era o momento para discordar - isso é uma ordem, não temos tempo para discutir suas vontades - ele disse entre os dentes.

—Não... acontece que eu não vou... – Por Merlin, se eles saíssem dali com vida, ele faria ensopado com a carne daquele franguinho – o que são essas raízes? – ele perguntou novamente.

—Magia negra – ele se viu dizendo – agora... Preste atenção, volte até aquela viela... – Severo ergueu a varinha, ele o ameaçaria se fosse o caso, mas Antony se abaixou do lado dele – o que pensa estar fazendo? – ele perguntou impaciente... sentindo vontade de estrangular ele com as próprias mãos, ele estava tão perto, não seria nada difícil.

—Vou remove-las – Antony disse as estudando, Severo bufou com aquele comentário.

—Eu mesmo já tentei todos os feitiços possíveis, e acredite são alguns e são escuros, nem a magia ancestral de Shara funciona nesse lugar, eu mencionei runas? – ele estava começando a ficar nervoso, Antony havia inclinado as mãos sobre as raízes e Severo notou aquela magia azul fluir através delas, algo muito parecido com o que ele havia feito com Shara na floresta proibida aquela vez – Elza dedicou anos construindo essas barreira, só a magia dela funciona nesse lugar, então seja lá o que estiver fazendo... É melhor parar... não temos tempo para que banque o super herói... – Severo parou de falar no instante em que sentiu as raízes murcharem, ele puxou a perna, ele estava livre? Antony havia se levantado, ele estava sorrindo.

—O que você estava dizendo mesmo? – ele perguntou, impossível... Severo se aproximou dele… como?

—Como fez isso? – ele perguntou incrédulo – você disse não possuir magia... Era um simples aldeão - Antony suspirou.

—No dia que fui amaldiçoado, fui condenado a vagar como uma ave – ele explicou aquilo que já era mais do que óbvio ali – um guia, o que você já sabe, principalmente por ser você o responsável por me libertar de minha prisão… enfim, como ia dizendo, eu... assim como a hidra, aquela criatura aquática... Sofremos da maldição, cada qual preso ao seu destino, a hidra possui poderes, ela é uma fera sanguinária, sua magia é forte, algo que você viu com seus próprios olhos também... e eu... bem, digamos que não sou apenas um pássaro indefeso – ele sorriu mais uma vez.

—Você disse… disse que... – Severo não sabia o que pensar sobre aquilo, Antony havia realizado o improvável ali, ele não só tinha magia, como a magia dele era muito poderosa... o que mais sobre Antony que ele ainda não sabia?

—Sim, eu era um homem sem magia... foi exatamente o que eu disse, e como vocês mesmos costumam chamar, um trouxa... Eu era um trouxa e o era em todos os sentidos – ele explicou – acontece que eu nunca usei meus poderes, eu nunca os quis Severo... eu os recebi de quem eu mais odiei na vida, dos deuses, isso é magia ancestral, magia direto da fonte, e isso me torna mais forte do que qualquer guardiã, mais forte do que Elza… e isso explica o porquê posso quebrar o encanto... – ele olhou para as raízes mortas no chão - eu estive em negação quanto a isso... eu não queria ser e me parecer com eles, com Poseidon principalmente, não quando... ele havia sido tão mal, roubando a mulher que amei, a machucado… minha Medusa, mas como sabemos agora... foi um equívoco, toda a história é um erro, eu sou o maior trouxa da humanidade… não sou? Então… eu reavaliei... Resolvi aceitar aquilo que sou, que me tornei – ele o encarou sério – de qualquer forma eu iria revelar isso essa noite, essa era a minha surpresinha para Elza… quer dizer ainda pode ser – ele disse frio – só espero não ter chegado tarde demais – ele lamentou, Severo o encarou... Antony era uma espécie de semi deus, esse tempo todo… ele era...

—Na verdade, chegou bem em tempo – Severo disse ainda o analisando, e processando o quão surreal havia sido aquilo.

—Ótimo – Antony sorriu para ele, enquanto gesticulava com as duas mãos, fazendo um movimento circular e uniforme, gerando uma espécie de atmosfera mágica, Severo notou que ele estava forjando algo ali, era um objeto… algo que cresceu em extensão, um cajado talvez, sim era de fato um cajado de madeira com uma pedra azul cravada na parte alta dele, Antony o encarou por um momento, parecia satisfeito e então o bateu no chão com força, dissipando magia azul por todos os lugares, magia que se misturou aos raios que cortavam o céu, seria uma cena em tanto para se apreciar se eles tivessem tempo para tal – ótimo principalmente por que eu sempre desejei fazer isso... – ele disse orgulhoso - e então… - ele o olhou - o que achou? – ele perguntou, fazendo uma pose de superioridade  – grandioso não?

—Patético – Severo respondeu, mas a verdade era que aquilo havia sido impressionante e como dito por ele, grandioso – está se exibindo com um cajado velho – ele ironizou, obviamente que ele não alimentaria o ego daquela ave exibida, ela já era suficientemente insuportável assim.

—Exibindo? - ele provocou - só está com inveja... por que sou mais forte do que você – ele riu de forma divertida – e veja, antes um cajado... do que uma varinha, vocês bruxos que são patéticos – ele o encarou sorridente – um mísero gravetinho – ele riu... – eu tenho um cajado - ele o ergueu - um dos grandes - ele piscou.

—Você tem magia - Severo apontou o óbvio - e, portanto, se parece mais  com um de nós agora... um bruxo – Severo o corrigiu – talvez deva rever seus conceitos, antes de zombar de sua própria espécie.

—Não... eu não sou um bruxo Severo - Severo arqueou a sobrancelha para ele - eu sou um mago – ele disse – um MAGO – ele repetiu em voz alta, apreciando aquela palavra.

—Como preferir - Severo bufou - agora MAGO – ele disse aquilo com ironia – se me der licença, mas infelizmente terei que interromper esse seu momento de ascensão, pois caso não tenha notado, estamos perdendo tempo aqui enquanto minha filha corre perigo ali – Severo olhou para a casa, segurando sua varinha com ainda mais força e começando a caminhar em direção ao local, ele precisava alcançar Shara, ele precisava tirá-la de lá.

—Severo… espere – Antony o chamou – por acaso está com a adaga? – ele pediu.

—Sim – ele parou – como sabe? – só o que faltava além de todos aqueles super poderes mágicos, ele ainda conseguir prever as coisas...

—Dumbledore – ele disse – ele me procurou essa manhã, e me pediu para trazê-la comigo essa noite, ele disse que era importante, que você precisaria dela - Severo congelou ali, claro... Era sempre Dumbledore, Alvo que havia sido o responsável pelo combustível que faltava para move-lo até ali essa noite, eles haviam tido uma conversa esclarecedora sobre escolhas e sobre o futuro, mas havia algo, afinal sempre existe algo... que ele não havia dito ali..  que aquela noite, ela exigiria um sacrifício, se não de Shara, de alguém... aquele velho, ele sabia... assim como sabia também que Severo se importava mais com a vida da criança, do que com a sua própria, Alvo havia mandado a adaga, destinada a ele, Antony se aproximou o encarando, Severo não achava que a ave havia entendido o sentido daquilo… de qualquer maneira, Severo colocou a mão sobre o seu ombro, não… Severo não era mental, nunca havia sido, mas ainda assim ele fez.

—Obrigado – ele agradeceu, Antony o olhou confuso.

—Pelas raízes? – ele pediu – pela adaga?

—Não – Severo sustentou o olhar, aquele era a ave insuportável e tagarela de Maeva, uma ave compulsiva por whisky, com mais de mil anos nas costas, uma história difícil, mas... que Severo havia aprendido a respeitar e admirar, Antony o mago, até que fluía… sim ele havia sido um bom guia e principalmente um bom amigo – obrigado, por tudo – Severo disse, Antony assentiu, nada mais precisava ser dito e assim, eles caminharam juntos em direção a última casa daquela rua, Antony segurando o cajado ornamentado em uma das mãos e Severo sua varinha, um mago e um bruxo, juntos... E um objetivo, sim... aquele seria o começo do fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Finalizamos o capitulo anterior com Snape descobrindo o disfarce de Shara, que não contava com uma tempestade a caminho, que frustraria seus objetivos. Como sabemos a tempestade é um gatilho muito forte para ela, então ela se amedronta... mas ela não está sozinha.

Amei escrever esse capitulo, pelas respostas que ele trouxe, de como Elza preparou tudo... de como foram anos, décadas... sim ela perdeu/gastou a vida nisso, Severo reconhece a grandiosidade do que ela fez, é inevitável né? (quem é Voldemort perto dela? hahaha)... sim uma bruxa poderosa, mas suas inclinações deturpadas mostram o quão cega alguém pode se tornar... ela se intitula justiceira, acredita estar fazendo algo nobre, quando na verdade ela destrói... Assim como todos os outros também fizeram no passado.
Quem assintiu Vanda Vision? Simmmm as runas são uma forte inspiração dessa série, que eu amo por sinal.

Mas o que eu mais amei aqui... foi a a dualidade de Snape.
Entre estar bravo com Shara X preciso protege-la.
Entre Elza está errada X Elza esta certa. (essa parte de Elza contando sobre Lily para Shara, doeu né?)
Entre se entregar mais uma vez para a dor do passado X lutar pelo futuro.

Agora... o que ninguém esperava, era revermos Antony de forma tão poderosa aqui... eu me emocionei com a cena deles no final.
Antony dizendo ser o maior trouxa da humanida, mas então vemos a ascensão dele como MAGO (por que sim ele merece) me arrepiei hahahaha...
A cena dele com o cajado, eu consigo ver ela em toda a sua magnitude, espero que vocês também possam.
Os dois caminhando juntos... Lado a lado.


Por favor me contem o que acharam :)

Obrigaduuuuuuu



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destinos Improváveis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.