Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 83
Futuro - Um quarto novo em suas alas


Notas iniciais do capítulo

Olá... e hoje 06/11 é uma data importante nessa história.
Algum palpite?
B-day Shara!!!
Teoricamente hoje estaria com 42 anos!



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—Acorda Shara... vamos responda – Shara ouviu a voz, um tanto quanto distante de Carla, ela parecia apavorada ali, aquela era uma sensação estranha, Shara podia ouvi-la muito bem agora, e sentir o seu corpo sendo chacoalhado por ela de forma desajustada, mas naquele estagio mental, diferente do anterior... apesar de lhe trazer uma forte percepção da realidade a sua volta, ainda assim exigia um certo esforço para que ela pudesse chegar até a voz dela, onde é que Carla estava?

—O professor Snape foi avisado, e já deve estar a caminho – aquela era a voz de Alany, ela parecia ofegante ao falar... fazia apenas uma semana desde que as aulas haviam retomado, aquela que aparentemente havia sido uma semana bastante normal, e lhe dava uma falsa sensação de tranquilidade, sensação essa que ela sabia, ela não podia se permitir sentir... – Talvez ela esteja enfeitiçada – Alany soava preocupada... aquela garota a tinha surpreendido de uma forma equivocada e estranha, ela era de longe a pessoa mais facilmente manipulável que Shara conheceu, uma prova evidente disso era o fato de que Carla havia baixado as defesas com Shara, depois de tudo que havia acontecido no feriado entre elas, e estabelecido ali, um relacionamento por se dizer bastante apaziguador... e assim que Alany retornou para a escola, ela simplesmente seguiu aquela mudança de comportamento, sem sequer questionar algo a respeito de o por que aquilo havia de fato mudado... e passou a lhe tratar de maneira amistosa, e tudo isso por que Carla era um tipo de referência para ela, como se ela não dispusesse de opinião suficiente para tomar suas próprias decisões sobre algo ou alguém, e aquilo era muito estranho... agora espera...  Alany havia dito que o professor Snape estava a caminho? sim... aquilo foi o bastante, num impulso involuntário Shara abriu os olhos, ela estava no dormitório feminino da Sonserina, certamente era tarde da noite, sob os olhares aguçados das duas garotas.

—Por Merlin – Carla disse colocando a mão sobre o coração – estamos te chamando a tempos... achei mesmo que estivesse enfeitiçada ou coisa do tipo.

—O que aconteceu? – Shara perguntou se sentando na cama, a última coisa que ela se lembrava era de deitar normalmente na noite anterior… ela não fazia ideia do tempo que havia passado desde então.

—Eu que pergunto... – Carla respondeu enquanto a analisava – nunca te vi assim antes e isso não parece bom... Seus olhos – ela disse – eles estavam sangrando – Shara passou a mão pelo liquido pegajoso, não era muito, mas era sangue vivo.

—Foi assustador – Alany completou – e sem mencionar que você estava falando aquela língua de cobras esquisita, fiquei com a impressão que estava atacando alguém de verdade - sim Shara se lembrava parcialmente do sonho agora... ela tinha sonhado com Elza, e Elza havia simplesmente se transformado em uma cobra em seu sonho, e Shara estava tentando matá-la a todo custo... Shara suspirou, desde aquela conversa com o professor Snape outro dia, sobre a mentoria que ele iria exercer, sobre o incidente no lar, as mortes e as implicações com Catie tendo que permanecer no castelo... Shara havia pensado, pensado muito... especialmente sobre aquilo que Elza esperava dela e havia lhe dito naquele sonho emblemático do natal, havia um prazo e isso a pressionava... e por mais que Shara desejasse machuca-la, até mesmo matá-la, fato que vinha se refletindo em seus sonhos, ainda assim...  ela entendeu que algo maior precisava ser feito, e depois de ter amadurecido sobre aquilo, Shara tomou sua decisão... e aquela foi a decisão mais difícil que ela já teve que tomar até ali.

—Sinto muito – Shara disse sem graça para as garotas – não queria assustá-las dessa forma… foi apenas um sonho...

—Shara... não é normal que sonhos se materializem dessa maneira, o sangue... e você não acordava – Carla disse a encarando – deveria dar uma boa olhada nisso, talvez o professor Snape saiba o que fazer afinal... e ele já deve estar chegando – ela informou,  o professor Snape… aquilo a entregaria, ela não deveria estar sonhando, sonho nenhum a dias... ela deveria tomar as poções de sono sem sonho fornecidas por ele... ele certamente era esperto o suficiente para entender o que ela estava fazendo ali, aquela havia sido sua decisão... sim ela queria o endereço, ela queria ir até Elza... ela não queria arriscar a vida dele as custas de algo que ela não fez, por mais que ele tivesse prometido matar Elza por ela, não... ela não podia esperar...  e se ele falhasse e se não desse certo? E se ele moresse? Ela não queria entregar o colar… mas pensar em perdê-lo era ainda pior, ela havia tomado uma decisão…

ela notou a porta do dormitório se abrindo e o olhar dele sobre ela instantaneamente, aquele era um olhar diferente… talvez de preocupação? Talvez o sangue piorasse toda aquela situação.

—O que significa isso? – ele perguntou sem tirar os olhos dela.

—Está tudo bem... – ela se antecipou, quem sabe com alguma sorte ela poderia amenizar aquilo tudo – não precisa se preocupar... foi só um pequeno inconveniente – ela disse tentando limpar o rosto com as mangas.

—Pequeno? – Carla a interrompeu - ela estava no meio de um pesadelo terrível, tentamos acorda-la de diversas formas possíveis, sem nenhum sucesso, tem o sangue...

—A língua de cobra – Alany completou, elas estavam tentando explicar a situação para ele, sim e lá se foi toda e quaisquer chance de encobrir algo naquele sentido, estava arruinado.

—Ah e você também disse o nome de uma mulher, várias e repetidas vezes – Carla disse e aquilo chamou sua atenção, então ela falava enquanto dormia? Isso era ruim, muito ruim... haviam coisas que simplesmente não podiam ser ditas – Elza era o nome dela – ela disse, e o professor estreitou o olhar ainda mais sobre ela, nada mais precisava ser dito, sem argumentos ou desculpas... estava perdido de fato, ela sabia, ele se aproximou dela, fazendo o que parecia ser uma especie de avaliação primária.

—Epson... vista algo adequado e me acompanhe – ele disse saindo do quarto – não demore – ela saltou da cama, já era ruim o bastante e demorar faria aquilo piorar ainda mais, ela pegou as vestes da escola, as jogando por cima do pijama e calçou as pantufas de cobra.

—Ele disse adequado...  – Alany disse a analisando e Carla a cutucou com certa força.

—É melhor você ir... assim mesmo – Carla disse encarando Alany – existem preocupações maiores do que as roupas nesse caso – e quem diria que um dia, ela iria ouvir Carla dizer algo do tipo, mas Shara assentiu, naquele momento ela tinha razão.

—Se eu não voltar viva, carreguem essa culpa pelo resto de seus dias – Shara disse séria, enquanto tentava colocar o cabelo no lugar, ele não seria tão drástico, mas no passado ela acharia que sim.

—Bom vocês têm esse negócio de mentoria agora - Carla disse, aquilo havia sido anunciado no primeiro dia de aula pelo diretor durante o jantar no salão principal, Shara detestava qualquer tipo de exposição, ela havia detestado aquilo, talvez odiado ainda mais os olhares que passou a receber depois dali além é claro dos comentários de condolências e as explicações que teve que dar para Gina e Beta - então ele meio que não pode te matar, você sabe... - Carla sorriu, é tinha isso... fazia parte das mil e uma implicações de um feitiço de mentoria, algo que Shara teve que ouvir o diretor recitar mais de uma vez

—Bem observado… embora não exista objeção alguma pelo que me recordo, sobre causar dor e sofrimento... – Shara disse, observando o olhar apavorado de Alany sobre ela, enquanto Carla sorria com certa malicia.

—Isso não tirará meu sono - Carla provocou, Shara lhe lançou um olhar apático e desceu as escadas, notando que o professor a aguardava impaciente no saguão, ela não fazia ideia para onde ele a estaria levando naquele horário, mas suspeitou que seria a enfermaria ou os aposentos privativos dele... desde que as aulas haviam retomado ela não tinha mais ido lá, ela podia entender aquilo, o segredo deveria ser mantido, embora ela vinha passando algum tempo com ele em sua sala de aula depois do horário em virtude da mentoria, ele estava mais preocupado em lhe ensinar oclumência do que qualquer coisa relacionado a poções naquele momento.

—Entre - ele ordenou assim que chegaram, eles havia parado em frente da porta dos aposentos dele, ela caminhou lentamente por aquele ambiente conhecido, se sentando no sofá, aquele havia sido apenas um pesadelo ruim, não era como se fosse um sonho especial ou algo do tipo… embora ela estivesse mesmo esperando algum contato com Elza através dos sonhos, mas até o momento aquilo não havia prosperado, Elza havia prometido um endereço, mas no momento Shara ainda não tinha nada - desde quando está sem tomar as poções? - ele pediu, ela baixou os olhos… era difícil encará-lo, ela sabia que não tinha como enganá-lo mais, ela sentiu a mão dele puxar seu rosto para cima, forçando um olhar… aquele contato, ela sabia também que ele estava em sua mente agora, não que ela tivesse evoluído muito naquilo, mas ele havia dito que ela era boa, talvez ela fosse… ela podia senti-lo, ela sequer tentou empurra-lo para fora, não adiantaria… ele estava visitando seus últimos dias e seus sonhos também - Uma semana - ele rosnou, a soltando... ele havia saído - O que pensa estar fazendo? - ele perguntou parecendo decepcionado.

—Eu fiz… uma escolha - ela disse era difícil sustentar algo assim - não pode decidir isso por mim…

—ERRADO - aquele tom de voz a assustava, era como se ele estivesse tentando algum autocontrole e que em determinado momento não podia mais segurar - Achou que poderia me enganar por quanto tempo mais? - ele perguntou, ele estava sério… certamente internalizando vários chingamentos que ele achava que ela merecia, ela desviou o olhar mais uma vez - De agora em diante, vira até mim todas as noites, eu me certificarei de que o estará ingerindo corretamente - ele disse em tom ameaçador, ela deixou uma lagrima escapar, não por medo dele ou por aquela situação... mas sim por que estava perdido, qualquer chance de obter aquele endereço, de se posicionar sobre isso e de mantê-lo seguro... estava perdido.

—Não pode me obrigar - ela sussurrou em uma última tentativa vazia, afinal como ela o protegeria assim? Ele estava tirando todas as suas armas... aquilo era uma guerra, onde a vida dele importava mais do que a sua própria.

—Verá que eu posso… - ele disse frio, estendendo para ela uma nova cápsula com a poção… - beba - ele mandou, ela pegou a poção da mão dele, a encarando, enquanto lágrimas silenciosas desciam pelo seu rosto, ela não queria fazer aquilo, ela não queria beber… se Elza o alcançasse, e se ela o matasse como havia dito? ela bebeu, ela estava tremendo quando devolveu o vidro vazio para ele, ele a encarava - Algo a declarar? - ele perguntou, ela fechou os olhos com força.

—Por favor... não morra – ela disse sentindo a dor e o medo daquilo tomar conta de si, enquanto se levantava e saia correndo até a porta.

—Shara... – ela o ouviu chamar - mas ela... não poderia ficar...

—__

—Eu não entendo Alvo – Severo disse encarando o diretor.

—Eu vejo… mas ela fez uma escolha Severo, uma escolha que não deve ter sido fácil imagino… e ela passou por cima de suas recomendações, justamente por ter escolhido se importar com a sua vida, tenho certeza que pode ver isso também – ele disse ao ajeitar os óculos meia lua – naturalmente ela está com medo de perdê-lo, deveria levar isso em consideração.

—Estou dando a ela a possibilidade de não precisar escolher Alvo... pela primeira vez, ela só precisa obedecer e confiar – ele disse se levantando – ela deveria levar isso em consideração - ele disse tomando um gole de sua bebida enquanto contemplava um quadro qualquer na parede - mas ela prefere se expor, se arriscar… ela é completamente insubordinada e inconsequente... não mede esforços em se colocar em situações de risco, o que pensa que ela faria caso ela tivesse acesso a esse endereço? – ele perguntou consternado - certamente sair correndo até esse lugar - ele mesmo respondeu aquilo que era óbvio - não consigo protegê-la se ela continuar se movendo assim.

—Entendo que queira protegê-la Severo, está seguindo o curso natural - ele sorriu - mas sabemos que Elza é esperta, por acaso já lhe ocorreu que ela possa tentar fazer contato de outra maneira? – Alvo perguntou, e isso o fez se mexer de forma desconfortável.

—Já... - na verdade ele pensava sobre isso o tempo todo - por essa razão que tenho colocado proteções adicionais no seu dormitório na Sonserina... e tenho consultado o anel, em tempo quase que real, embora sonhar ainda me parece o caminho mais óbvio para um contato nesse caso – Severo admitiu, as poções de sono sem sonho, eram uma garantia desde que fossem ingeridas... mas ele sabia que não deveria a subestimar, Elza era completamente imprevisível - Elza não é legilimente e muito menos oclumemente - Severo disse, isso era uma certeza agora, Severo havia revisitado aquelas lembranças de quando Shara acessou a mente dela durante as sessões de oclumência que eles haviam tido na última semana, ele poderia identificar se houvesse de fato alguma aptidão nesse sentido, mas não havia e isso era promissor, mas a questão era de que Elza havia deixado um caminho até a mente de Shara, para receber informações sobre o colar… apenas, ela deve ter aberto o caminho com algum feitiço de mente específico, Elza era boa em feitiços da mente, mas se fosse legilimente ela poderia e teria se comunicado com Shara além dos sonhos e se fosse oclumente, ela teria conseguido expulsar Shara de sua mente aquele dia, e não… ela não era boa nisso.

—Certamente ela não é - Alvo suspirou - de qualquer forma pedi que Minerva ficasse de olho também… mas honestamente se você acha que não pode protege-la, ninguém mais poderá Severo... esteja ciente dessa verdade e não se martirize tanto, você tem feito o bastante – Alvo o encarou, Severo bufou.

—É quase mais fácil garantir os interesses de lorde das trevas, do que mantê-la longe de situações de risco, isso sim é algo do qual tenho estado ciente desde o dia que ela pisou nessa escola – ele estava exausto, a mentoria ajudava, eles estavam fazendo contato quase que diário, mas ainda assim aquele episódio com as poções era algo que não lhe teria ocorrido se não fosse aquele incidente na noite anterior, ele sentia que não podia confiar nela, já que ela tinha inclinações em trocar sua vida pela de qualquer um que ela achasse valer a pena.

—Alguma evolução sobre o ritual? – Alvo perguntou.

—Conhecemos o local... mas ainda estou trabalhando na poção de necromancia, existem detalhes que não quero perder – ele disse vagamente.

—Está adiando o inevitável – Alvo o encarou, ele o conhecia melhor do qualquer um, sim ele estava postergando aquilo, por motivos que até mesmo ele desconhecia… já Shara parecia ter de fato focado naquilo, ele sabia que ela tinha passado tempo suficiente na biblioteca lendo sobre rituais naqueles dias, Madame Pince o havia alertado sobre sua pesquisa "inusitada" e "fora de padrão" agora que sua mentoria era pública, todos se reportavam a ele sobre qualquer coisa que ela fizesse e sem falar que ele notou a falta de convivência social, ela estava se isolando e isso o incomodava - está cético quanto a isso - Alvo pontuou, talvez ele tivesse razão… era estranho estar cético depois de tantas provas… mas ainda assim… ele não queria arriscar com tantas incertezas.

—Qual a probabilidade disso dar certo Alvo? – Severo perguntou, não se importando em demonstrar sua inconstância e até mesmo frustração com aquele assunto – que garantia eu tenho de que irá mesmo funcionar? Estamos falando de uma lenda... apenas uma lenda, com meias verdades… que se provou errada em tantos pontos… certas em outros – ele cruzou os braços, aquilo ajudava a manter uma certa fachada de superioridade, mas aquelas incertezas, o prendiam, ele era pragmático… e ter tantas peças soltas o deixava relutante.

—Não sabemos – Alvo sorriu com tristeza – o colar está acessível agora, Elza está desesperada em obtê-lo, penso que isso nos diz alguma coisa, Elza entre todos e tantos é a que mais sabe sobre esse assunto, ela estudou o passado, se aprofundou na história de sua linhagem, estudou tudo sobre o colar e possivelmente sabe sobre o ritual… talvez se Shara pudesse acessar a mente dela mais uma vez… quem sabe teríamos algo mais concreto nesse sentido para nos embasar.

—O que está sugerindo velho? - Severo o encarou perplexo, ele estava ali justamente para discutir sua falta de confiança na criança e o receio de que Elza pudesse chegar até ela sem que ele soubesse e Alvo estava agora sugerindo para que eles fizessem exatamente aquilo que Severo temia, colocar a criança na mente dela… da pessoa que ele mais estava evitando.

—Shara já entrou antes Severo, numa situação similar, de quando ela precisava de algo específico… ela tem vocação e sensibilidade para isso, não pode negar… ela só precisa escolher a porta certa - ele o encarou - e teremos as informações que buscamos…

—Faz apenas uma semana que ela vem fazendo alguma espécie de treinamento nesse sentido… não acha mesmo que ela esteja preparada para algo assim, acha? - ele bufou, detestando o caminho que aquela conversa estava tomando.

—Bom está no sangue… ela é sua filha e….

—Eu sei bem o que ela é Alvo - Severo o cortou - é exatamente por esse motivo que não posso permitir algo assim, você sabe melhor do que ninguém as implicações disso, as consequências podem ser irreparáveis… ela pode ficar presa… ela tem 11 anos Alvo - ele grunhiu irritado.

—E ainda assim fez muito mais com tão pouco conhecimento, mais do que muito bruxo adulto por aí teria feito… ela é diferente Severo - Alvo também se levantou - aceite que talvez… essa seja sua melhor opção Severo, até por que… se tratando de um ritual, mesmo que haja um lugar, e que se conheça a finalidade da poção… ainda falta algo… algo muito importante que vejo que está sendo negligenciado aqui - ele informou, Severo arqueou a sobrancelha.

—Se está falando do encantamento, como penso estar, saiba que não está sendo negligenciado  – Severo o encarou, quem Alvo achava que ele era, algum tipo de amador?

—Sim, o encantamento… não funcionará sem um… - Alvo caminhou dando a volta pela mesa, ele parecia pensativo - É uma arte milenar, contudo certas coisas nunca mudam, precisará de um encantamento.

—Antony acredita que isso será algo que Shara saberá apenas no momento em que estiver diante do lugar e prestes a realizar o ritual – Era vago, Severo sabia, vago até demais para alguém como ele sustentar… mas fazia algum sentido, já que foi assim antes e em tantas outras vezes com ela… sendo que  aquilo que ela buscava ou queria, simplesmente lhe ocorria como um passo de mágica na forma literal, então não era como se aquele termo estivesse sendo negligenciado por eles, era possível, mas ainda assim era incerto, assim como todo o resto, Alvo o encarava, esperando algo a mais daquilo… ele não tinha muito mais a oferecer – falamos sobre isso algumas vezes, Antony foi o responsável por descobrir o local do ritual, não é um completo idiota você sabe e o seu povo costumava usar dessa prática, ele relatou ter participado de alguns rituais nesse sentido - Severo explicou - não me parece bom - ele admitiu.

—Entendo que esteja adiando Severo - Alvo pontuou - existem ainda muitas pontas soltas e seu senso protetor e analítico está em crise com o aquilo que é esperado que você faça aqui - Alvo era extremamente certeiro, nada descreveria melhor aquilo que ele estava sentindo sobre tudo isso, sim ele estava adiando, por medo de tirá-la do castelo, trazendo riscos que poderiam ser evitados e tudo em prol de algo que não estava bem desenvolvido, pelo menos não do seu ponto de vista, aquilo não era algo que ele faria… ele era metódico, ele detestava falhas, e isso tudo fugia do seu crivo.

—Deve haver outra forma… - Severo disse com alguma esperança - estamos agora na metade do prazo que foi estipulado por Elza, e não existe a menor probabilidade de Shara estar pronta para algo assim em um espaço tão curto de tempo - Severo soava preocupado, não por que achasse que Elza pudesse cumprir com sua ameaça, Severo não era um bruxo qualquer e não era fácil de se matar… muitos já haviam tentando no passado, e honestamente nenhum havia chegado perto o bastante de conseguir… mas o que preocupava Severo era não conseguir controlar os impulsos altruístas de Shara, ela agia por conta própria, era implacável… assim como a mãe, ele suspirou… Maldita Maeva.

—O prazo… mais um sinal claro, do quanto Elza está desesperada em obter o colar - sim Alvo tinha razão sobre isso, aquela ação dizia mais sobre o desespero dela do qualquer outra coisa até ali.

—Talvez ela esteja mesmo ficando sem tempo - Severo completou.

—Ela está - Alvo afirmou - sim…meu caro,  ela está…

— Pretendo matá-la antes disso - Severo admitiu - de forma fria e brutal - ele reforçou, enquanto sorria com malícia, sentido seu sangue borbulhar, havia algum prazer nisso, ele podia ser suficientemente frio com quem ele achasse que merecia - Fiz uma promessa a Shara e a pagarei, Antony gostaria de contribuir você sabe… aviso que não poderá me impedir nesse sentido, eu farei - havia algo diferente no olhar do diretor, quando ele se aproximou dele, colocando a mão em seu braço esquerdo.

—Faça - ele disse o apoiando, Severo estranhou a falta de objeção, mas quem sabe até mesmo Alvo Dumbledore tivesse seus motivos - como bom Sonserino que é Severo… faça e não seja pego ao fazer - Severo sinalizou afirmativamente, ele era bom nisso, era exatamente o que ele faria.

—---

—Espere… está me evitando a semana toda - Draco disse, a puxando pelo braço, Shara estava com pressa, ela havia combinado de buscar a poção de sono sem sonhos logo depois do jantar, era sábado e embora não houvesse mentorias com o professor Snape nos finais de semana, depois do ocorrido na noite anterior, ela teria que ir até ele todos os dias a partir de agora até que ele achasse adequado e ela não queria atrasar aquilo e causar ainda mais desconforto entre eles.

—Bem, eu meio que estou evitando todo mundo, como você pode ver... - Shara disse tentando se afastar dele, era verdade, ela estava evitando Gina e Beta outra vez, assim como Harry também... e qualquer um que tentasse se aproximar dela, aquilo era algo que não pertencia a sua vida, ela causava danos e sofrimento a todos aqueles que passavam a se tornar significativos e então ela entendeu que por mais doloroso que fosse qualquer ruptura, era ela que deveria se posicionar e se afastar das pessoas… ele correu até ela, se posicionando a sua frente e a obrigando a parar.

—Por que? - ele perguntou sério - eu não entendo, aconteceu alguma coisa? - ele perguntou, tentando instigar alguma resposta que fizesse sentido, Beta e Gina foram igualmente persuasivas, era difícil e exaustivo, ela suspirou, não havia uma resposta para ele.

—Draco… isso é problema meu, falo sério quando digo que não quero falar sobre isso - ela disse tentando se desvencilhar dele, mas a verdade era que além de todo o perigo que ela oferecia, ela não queria mais se permitir daquela forma, ela já havia perdido tempo o bastante e fantasiado sobre uma vida normal que ela jamais teria, ela estava focada agora, algo que ela deveria ter feito antes, muito antes…

—Por que aceitou a mentoria com o professor Snape? - ele pediu mudando de assunto e aquilo a pegou de surpresa, ela o encarou sem entender a ligação que ele havia feito ali.

—Isso também é assunto meu - ela odiava ter que responder esse tipo de pergunta, principalmente por se tratar de perguntas que ela não poderia dar respostas.

—Você não era obrigada a aceitar, você sabe… – ele disse, não desistindo.

—Draco... eu realmente preciso ir – ela informou, enquanto passava por ele e se afastava um tanto.

—O professor Snape e a sua mãe… - ele disse - eles não foram apenas amigos não é? Aquela carta… bem, aquele não foi apenas um relacionamento não correspondido, não é mesmo? - ele perguntou e aquilo a fez parar, congelar na verdade, ela estava de costas para ele - talvez… desse relacionamento tenha sido gerado algo, algo como uma criança por exemplo…. - ele continuou, ela sabia, sim ela sabia… ele havia ligado os pontos e descoberto a verdade sobre eles, Shara fechou os olhos, sentindo seu estômago revirar - Talvez você seja essa criança? - ele perguntou e ela se virou lentamente para encará-lo, aquele segredo… era importante, foi um choque para ela ver que aquilo estava escoando pelas suas mãos daquela maneira, Draco a analisava  e ela sentiu seu corpo começar a tremer de forma involuntária, aquilo estava fugindo do seu controle… ela se lembrou do que o diretor havia dito sobre o segredo… era ruim, muito ruim.

—Nunca mais repita isso em voz alta - ela disse lentamente e com a voz fraca, sentindo o chão aos seus pés sumir, ela precisou se encostar na parede para encontrar algum apoio firme, ele se aproximou dela.

—Então me diz que isso é mentira Shara? - ele pediu, parando bem na sua frente e a encarando, ela não podia, por que ela não estava negando? Ela estava em choque… ela tentou sustentar o olhar, mas ela sentia como se estivesse sufocando na presença dele - eu sabia, a mentoria é apenas um disfarce não é mesmo? - ele perguntou incisivo - eu vinha desconfiando a algum tempo, mas… não era algo que eu queria acreditar de fato, eu beijei a filha do diretor… - ele estava branco, muito mais do que o normal, ele havia dado um passo para trás, recuando - é claro, ele sempre se importou… de uma forma diferente com você… isso explica tudo, tudo desde o começo, é por isso que ele se importava - Draco disse de forma pesarosa - você tem ideia do perigo que isso representa para voce? - Draco pediu.

—Eu tenho… é por isso que você não deveria saber disso - ela estava em pânico agora.

—Ei… eu posso guardar segredos… você sabe, eu… sou bom com isso - ele certamente havia notado seu desespero - Shara, você está bem? - ela não estava.

—Draco… - ela conseguiu dizer o nome dele, antes de o empurrar - preciso ir - ela estava prestes a ter uma crise, ela podia identificar aquilo agora, e então ela correu… se esquecendo para onde estava indo e deixando ser levada pelo seu corpo até o seu destino, ela abriu os aposentos privativos do professor Snape com bastante urgência… entrando e se escorando na porta assim que ela se fechou atrás de si, com alguma dificuldade de respiração, seus olhos estavam embaçados, ela notou o professor Snape sair do seu laboratório… ele não havia olhado para ela ainda, ela sabia o que isso significava, ele estava chateado… ela se sentiu doente ali.

—Está atrasada - ele disse sério - a poção está sobre a bancada, deve tomar e voltar imediatamente ao seu dormitório… quero que esteja na cama antes do toque de recolher e isso vale para todos os dias - ele estava dando algumas instruções ali, das quais ela não saberia se poderia se lembrar mais tarde, já que não estava conseguindo prestar muita atenção naquilo que ele dizia… ela colocou a mão no estômago, e se abaixou lentamente… então ela vomitou ali mesmo, tudo aquilo que havia comido no jantar… ela detestava aquela sensação, independente de quantas vezes acontecesse do seu ponto de vista era sempre bastante humilhante, então ela chorou, de bruços e com as mãos no chão… ela percebeu que ele havia parado de falar e se aproximado dela, em tempo sumido com qualquer vestígio que ela havia deixado ali, ele se abaixou também e agora estava oferecendo alguma ajuda para que ela se levantasse… ela não queria, na verdade se pudesse ela cavaria um buraco e se afundaria ali, mas ela aceitou, ele a encarava com alguma cautela - o que aconteceu? - ele perguntou com certa preocupação, mas como dizer que ela o havia decepcionado mais uma vez, como dizer que ela não havia conseguido manter o segredo deles seguro… e os havia colocado em perigo… não por ela, ela estava em perigo o tempo todo, mas sim por ele… na ânsia de tentar protegê-lo, ela havia decidido não tomar as poções, mas de que teria adiantado se ela sequer podia manter o segredo, ela era um fracasso completo, ela sentiu o ritmo do seu coração acelerar… ela estava hiperventilando, ele a segurou com firmeza - Shara, precisa se manter calma… consegue fazer isso? - ele pediu, ela não conseguia sozinha, ela precisava de ajuda, então ela se jogou contra ele, começando a chorar compulsivamente ali, ela sentiu a mão dele pelas suas costas… fazendo movimentos circulares e rítmicos, aquilo era bom… mas o cheiro dele, aquilo certamente era o seu remédio, era tudo que ela precisava para se regular, isso já havia funcionado antes e estava funcionando outra vez, agora - Shara, alguém te machucou? - ele perguntou depois de um tempo, certamente ao notar que ela havia melhorado.

—Não… mas - ela inspirou o ar tentando encontrar forças para trazer aquele assunto a tona, ela sabia que precisava contar a verdade para ele - Draco, ele… - ela começou, mas parou ao sentir novas lágrimas descerem pelo seu rosto, a fazendo ter dificuldades para continuar… e se o professor a odiasse? Ele se afastou dela… havia algo diferente nos olhos dele, parecia mais frio agora, e isso lhe causou um calafrio, o que isso significava?

—Eu vou matá-lo, eu o avisei…. O alertei para ficar longe… Malfoy - ele rosnou, enquanto convocava suas vestes de professor e as jogava por cima das suas roupas casuais, ele estava saindo… ele ia mesmo fazer algo?

—Não… - ele havia entendido errado, sabe-se lá o que ele podia estar pensando ali… ela não fazia ideia, mas certamente era ruim, ela correu até ele, segurando sua mão… -  não, não é isso… - ela disse e ele parou… ela precisava dizer.

—O que ele fez? - ele perguntou de forma arrastada e incisiva - não tente protegê-lo - Shara notou que a ponta dos dedos dele, onde ele estava segurando a varinha estavam brancas, ela precisava consertar aquilo, antes que ele o machucasse de verdade.

—Draco descobriu o segredo - ela conseguiu dizer, baixando os olhos… - ele sabe sobre nós… eu sinto muito - ela chorou outra vez, colocando as mãos no rosto - ele percebeu… ligou pontos  e me questionou e eu não… não consegui sustentar a mentira… - ela informou, notando a expressão do rosto dele falhar, antes de raiva se transformar em algo agora ilegível… - sinto muito em desapontá-lo mais uma vez… está com raiva de mim não está? - ela perguntou soluçando.

—Não - ele disse, se aproximando dela, segurando seu queixo e a obrigando a encará-lo ali - Não vou dizer que não seja ruim, isso é…  - ele fez uma pausa ali - é inevitável que com o tempo as pessoas desconfiem… ou especulem coisas nesse sentido, e a menos que você tenha dito por vontade própria o que não acho que fez, todo o resto não é sua culpa… vamos trabalhar em formas de sustentar isso melhor daqui em diante - então ele não iria brigar com ela? Ele era imprevisível.

—E o Draco? - ela perguntou - ele sabe agora…

—Lidarei com Malfoy amanhã cedo - ele removeu as vestes outra vez - por hora não quero que se preocupe com isso - ele a analisava, e ela fez o mesmo, ele realmente não estava bravo, e nem prestes a surtar, isso era novo… ela estava tão exausta, ela sentiu o peso daquela semana em suas costas, ela nunca havia feito tantas pesquisas antes ou respondido tantas perguntas, ela suspirou…

—Ficará aqui essa noite - ele ordenou - não quero que saia neste estado.

—Meu pijama está no meu dormitório… eu não trouxe nada… eu…  - aquele lugar era os aposentos dele, ela entendia isso, mas em tão pouco tempo havia se tornado o seu refúgio particular também, mas ela não se sentia à vontade para ter coisas suas espalhadas ali… mas ela também não queria voltar naquele estado… haveriam mais perguntas… era exaustivo, ela queria ficar.

—Darei um jeito de providenciar um pijama extra - ele ofereceu - Alvo tem uma sugestão nesse sentido, algo que ele comentou durante a semana e acredito que irá facilitar - ela o encarou curiosa… do que ele estava falando? Ele havia lido sua mente?

—Sobre pijamas novos? - ela arriscou, confusa e ele bufou.

—Sobre um quarto adicional em minhas alas… - ele disse de forma despretensiosa, e ela o encarou surpresa… - precisa praticar oclumência - ele disse, sorrindo com o canto da boca, ele havia lido seu pensamento? Ela não soube dizer… - eu quero que essa seja uma escolha sua, e não minha… já que faz tanta questão de fazer escolhas aqui - ele a provocou… mas nenhuma provocação seria grande o suficiente para atingi-la, não quando estavam lhe oferecendo um quarto… um quarto de verdade, um quarto para ela.

—Eu… eu não posso decidir isso senhor… esse espaço é seu… eu não, simplesmente não seria adequado… - ela estava desconcertada, ela nunca teve um quarto só pra ela… ela sentiu seus olhos queimarem…

—Meus aposentos passaram a ser nossos aposentos desde o dia que marquei sua assinatura mágica em minha porta de entrada - ele informou - um segundo quarto seria muito bem vindo, se isso for de sua vontade é claro - ela não podia acreditar no que estava ouvindo.

—Um quarto… pra mim? - ela estava mesmo chocada.

—É o que parece - ele soava descontraído agora e ela se permitiu relaxar também.

—Eu… sim… eu gosto disso - ela limpou as lágrimas - obrigada - ela se aproximou dele e segurou a sua mão, mexendo no anel de ônix, ela amava aquele anel e o que ele significava - o senhor se importa mesmo - ela disse o abraçando levemente pela cintura.

—De fato eu faço… - ele disse - deixe me cuidar das coisas Shara - ele disse sério, enquanto convocava a poção de sono sem sonhos de cima da mesa, a depositando em sua mão - deixe me cuidar de todas as coisas - ele reforçou, Shara assentiu, entendendo bem o que ele estava dizendo ali e a bebendo prontamente…

—Isso… o quarto… aqui… se algo ruim acontecer, bem será mais difícil… mais doloroso - ela limpou uma lágrima, ela se deu conta de que não deveria aceitar, seria duro demais para ambos…

—Entendo o que está fazendo - ele segurou sua mão com força - Não faça isso consigo mesma - ele pediu - se permita viver Shara, não afaste as pessoas, os seus amigos… como vejo que tem feito, isso sim é doloroso - ela se encostou nele, ela queria o quarto, queria viver… mas… ela optou por não pensar nisso agora, ela fechou os olhos, bocejando… ela sabia que não poderia sonhar depois de ingerir aquela poção, obviamente, mas se ela pudesse… ela certamente sonharia com seu quarto novo, como será que ele seria? aos poucos… algumas coisas iam sendo substituídas… a praia, a areia fofinha e o sol estavam ficando para trás… ela teria um quarto, só seu, nas alas do seu pai, um porto seguro… a vantagem é que aquele lugar seria de verdade.

—Uma condição - ela disse bocejando mais uma vez - nada de rosa na decoração - ela impôs.

— Aceitável - ela o ouviu sussurrar. 


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Notas finais do capítulo

E no meio de sentimentos conflituosos, vemos o quanto Shara esta lutando para se afastar de tudo e de todos, com a intenção de não ferir mais ninguém e também de não se machucar... ela que decidiu focar apenas naquilo que é esperado, toma uma decisão difícil, o ato de não ingerir as poções fornecidas por Snape, é de certa forma uma missão suicida né, e mais uma vez ela decidi ali que é preferível que ela morra do que pensar na possibilidade dele morrendo em seu lugar, é isso é amor de fato minha gente, quem mais seria capaz disso? Alvo entendeu isso... e a ideia de um quarto em suas alas, partiu do diretor, cortei essa parte, como referencia a algo que aconteceu durante a semana que transcorreu, para não alongarmos ainda mais essa história.

Mas Snape foi receptivo a isso, e ele tem sido não apenas a razão, mas como podem ver... tem um pouco de coração nele também, ele a ajudando na crise, soube mais uma vez com muita sabedoria traze-la de volta, a conduzindo de forma sensível. Eu amo isso nele, consigo ver claramente isso em um personagem tão desafiador e complexo como ele é, sim ele também sabe amar, e ele demonstra a sua maneira, num senso "estranho" de proteção... "eu vou mata-lo" sobre Draco, o que será que Snape pensou heim? hahaha ninguém toca no coração da MINHA filha... talvez algo do tipo? Talvez...

Draco sabe a verdade agora, e como eles vão lidar com isso? O segredo estará protegido?
E a sugestão do diretor sobre Shara acessar a mente de Elza?
Severo tem se mostrado incerto sobre o ritual ainda... ele é analista né, e trabalhar com tantas improbabilidade não é em nada do seu feitio, isso o deixa desconfortável... enfim, veremos...
Prometo boas emoções no próximo capítulo



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