Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 79
Futuro - Natal parte I




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809277/chapter/79

 

Severo estava em seus aposentos, sentado de maneira confortável em sua poltrona no seu quarto, tentando sem nenhum sucesso se concentrar em alguma leitura qualquer, enquanto de tempos em tempos encarava o relógio de parede a sua frente, havia passado da meia noite agora, era natal… faziam 12 anos desde aquele 25 de Dezembro, aquele que havia dado início a todos os seus problemas futuros, as vezes ele se perguntava o que teria acontecido se ele não tivesse ido até ela naquela noite... Mas a verdade, a grande verdade era que se ele pudesse mesmo voltar no tempo, e voltar para aquele dia especifico... ele teria feito exatamente igual, isso era curioso... ele poderia mudar tantas outras coisas em sua vida no passado, mas não aquele dia, não aquele encontro, que se tornou o primeiro de tantos outros que viriam, e tudo havia começado justamente em um 25 de dezembro qualquer.

Ele suspirou, Maeva tinha razão... ele já não era mais fiel a causa, antes mesmo de ter motivos concretos para tal, ele questionava suas missões, os interesses por trás delas, seu coração a muito não estava naquilo, se é que um dia esteve... ele havia se deixado influenciar... por Lucius, pelos demais... havia muito envolvido, como... poder, glória e prestigio... e tudo isso era bom, relativamente bom, ele não era hipócrita para negar algo assim, mas depois de um tempo nada ali o preenchia mais... e ele teve muita sorte em não ser pego, nas inúmeras vezes em que deixou de cumprir uma ordem, ou omitir informações, mas ele tinha as costas quentes, ele era o melhor mestre de poções da Europa, ele era sagaz, e ele foi longe, muito longe, se tornando o braço direito do seu mestre, posição muito almejada pelos demais, ele fez inimigos, muitos inimigos, mas ele não se importava. 

Maeva estava na ordem, ela era esperta, e completamente engajada pela causa, ela lutava por propósitos e lutava por pessoas, o seu coração não estava em coisas materiais, muito menos em qualquer destaque social, ela se realizava com coisas simples, ela via beleza onde não havia nenhuma, e ele nunca conseguiu entender aquilo, eram opostos, ambos... mas ainda assim ele e Maeva passaram a se encontrar mais e mais vezes, sempre às escuras, ambos haviam concordado com o sigilo daquilo, estavam arriscando, Maeva exercia alguma influência nele, mas ele era orgulhoso e ele não era bom... não como ela achava que ele era e como ela costumava repetir, e muito menos como ela merecia que ele fosse, eles brigavam quase na mesma proporção em que se reconciliavam, ele era difícil o bastante, e ela era incisiva, não à toa que Antony, aquela maldita ave tagarela não o suportasse, Severo fazia mais mal a Maeva do que o bem que deveria.

De qualquer forma não durou muito, eles se relacionaram por um pouco mais do que cinco meses, não era muito tempo, embora tivesse sido intenso, até o dia que ela partiu definitivamente de sua vida, sem dar qualquer explicação, deixando apenas aquele mísero bilhete, ele nunca entendeu o motivo daquilo e o orgulho nunca o permitiu buscar por respostas... mas ali estava ele, doze anos após, agora ele sabia, sabia muito, ela estava gerando uma criança a sua criança, as circunstâncias eram as piores possíveis, mas era difícil admitir o quão certa Maeva estava sobre tudo aquilo, primeiro sobre ele e sobre sua lealdade, segundo sobre a criança e sobre manter a gestação em sigilo, principalmente sobre sua paternidade... ele olhou para a porta, ele havia optado em deixá-la semiaberta, Shara estava com dificuldades para dormir, o que era esperado... aquele tinha sido um dia insano para todos, e ela não lidava muito bem com situações difíceis como uma perda, embora ela fosse forte em sua maioria das vezes... mas seu histórico era ruim... e isso sim era o único e grande agravante em tudo aquilo, Shara não merecia ter passado e vivido tudo aquilo, havia um nome a quem culpar... Elza, e havia uma certeza, ele viveria para vê-la destruída... seus pensamentos foram interrompidos no exato instante em que ele notou a porta sendo aberta.

—Me desculpe - Shara pediu sem graça.

—Problemas para dormir? – ele perguntou, fechando o livro com um baque, encarando ali os olhos verdes da sua filha, era mais do que óbvio que eles exerciam alguma espécie de encanto sobre ele, afinal por qual motivo ele a havia trazido para junto dele mais uma vez essa noite? Ele a queria por perto, era obvio e aquilo nada tinha a ver com doces.

—Eu não quero incomodar senhor... – ela disse receosa – mas vi a luz acesa, e pensei que talvez uma poção de sono sem sonhos, pudesse ajudar… sabe... é ruim – ela disse, parecendo exausta – não consigo fechar os olhos… eu... fico repassando de maneira involuntária os acontecimentos do dia, os ruins com mais frequência... e penso que isso esteja desencadeando algo... algo que preciso controlar - ela estava inquieta, muito mais do que quando havia se deitado a algumas horas atrás – a poção deve ajudar – ela finalizou.

—Venha até mim – ele pediu, sem fazer qualquer menção em se levantar, enquanto ela o analisava da porta sem ação alguma – não me diga que depois de todo esse tempo, está com medo de mim? – ele perguntou com alguma ironia, notando que ela não havia se mexido, mas ele sabia que não era isso... havia algo a mais naquele comportamento.

—Não... não é medo... é que, melhor evitar... - ele notou o desconforto nítido que vinha dela - não quero causar mais problemas - ele se levantou, dito daquela forma, ligou nele um sinal de alerta, ela recuou, ela não fazia mais isso, era mesmo ruim.

—O que aconteceu? - ele perguntou, havia algo de errado – isso tem a ver com sua mente, algo que Elza esteja tentando fazer? – isso podia ser bem ruim, ele achou que Elza não tentaria algo tão cedo, já que Shara a havia assustado, mas talvez ele pudesse estar enganado sobre ela.

—Não... não é isso – ela respondeu prontamente o que lhe trouxe um certo alivio – é só que... – ela estava oscilando - por favor não se incomode...  Eu posso lidar com isso, eu só preciso dormir… e então isso vai passar - ele notou que ela estava esfregando as mãos de forma excessiva, aquilo era algum tipo de abstinência?

—Poções em excesso ou tomadas com o propósito errado podem fazer mais dano do que bem – ele disse no tom que usaria em sala de aula – achei que já soubesse disso – ele a corrigiu como facilmente faria em sala de aula também.

—Isso é sobre minha magia… - ela respondeu nervosa – magia ancestral.

—Do que está falando? - ela não estava fazendo muito sentido.

—É minha magia… eu sinto que não posso controlar e depois do que aconteceu na enfermaria, ela não voltou mais ao normal... pelo menos não como deveria ser, eu achei fosse voltar logo… mas não, e então as coisas do dia, as imagens na minha cabeça... elas tem me deixando angustiada e está piorando, piorando muito, como se a magia sentisse isso e estivesse tentando sair de mim, sem a minha autorização... - ela olhou para as mãos - eu estou com medo, não quero causar mais problemas para a escola… eu não quero chamar a atenção sobre esse lugar, não quero que fechem Hogwarts por minha causa, não quero que levem o diretor…. ele vai ser afastado… eu sei que vai... E não quero prejudicar o senhor também… e então eles vão me encontrar e me levar com eles, então Lúcios... o pai do Draco, ele vai me matar, vai usar o meu sangue, vai fazer o ritual... - ela disse começando a chorar, de onde ela havia tirado tudo aquilo?

—Shara receio estar cansada… - era isso, era evidente - não está fazendo sentido algum, e agora vejo estar fantasiando coisas... o que é completamente normal depois do aconteceu hoje...

—NÃO – ela gritou o cortando – me desculpe – ela pediu sem jeito – é só que... não estou fantasiando, o diretor me disse isso, tudo isso, ele me falou das consequências... – Severo sentiu seu sangue esquentar, então Alvo havia incutido medo nela, jogando sobre as costas de uma criança, que já tinha mais do que o suficiente o peso da responsabilidade sobre sua magia, ainda indomável... ele caminhou até ela, que se encolheu completamente, afastando as mãos e as colocando atrás das costas.

—Não sei o que ele te disse – Severo começou – mas Hogwarts não vai fechar - pelo menos não por esse motivo ele pensou - o diretor não será afastado - pelo menos também não por esse motivo – Lúcios está longe o bastante – pelo menos era o que ele achava - seu dia foi intenso, qualquer um pode ver isso, e por essa razão, preferi mantê-la por perto - ele a olhava com bastante atenção - é completamente normal estar com dificuldades para dormir, tenho uma poção calmante que fará um efeito melhor aqui – ele explicou – agora me dê suas mãos – ele pediu.

—Não... eu não posso, eu não consigo controlar - ela disse em prantos - eu não consigo... minhas mãos… não quero machucá-lo ou destruir algo aqui, eu não consigo… eu sei o estrago que posso fazer com isso – ela estava em pânico.

—Shara… você consegue - ele reforçou – me dê suas mãos – ele pediu mais uma vez.

—Não… está diferente, está sem controle… eu não consigo fazer parar… você não entende...

—Shara escute... precisa se acalmar e precisará confiar em mim – ele sabia o quão ruim seria, ele entendia isso, o stress daquele dia certamente havia potencializado sua magia, assim como o fato dela a ter ativado na enfermaria daquela forma a usando para curar sua amiga, não era de se estranhar que isso pudesse ter algum efeito colateral, já que era algo que eles desconheciam até aquele momento, ele suspirou.

—Eu não posso… faça parar - ela pediu, agora mostrando as mãos para ele, não havia nada de errado nelas, pelo menos não que se pudesse enxergar, ele se aproximou dela e ela fechou os olhos, possivelmente alarmada com o que poderia acontecer ali – por favor faça parar – ela implorou.

—Eu vou ajudá-la - na verdade ele não podia, aquilo estava muito além do seu alcance, mas ele tentaria algo, algo que sua mãe havia feito com ele certa vez – apenas confie em mim - ele pediu e ela assentiu – enquanto ele cobria as mãos dela, com as suas, formando uma espécie de casulo ali, era estranho mas ele conseguia sentir a vibração da magia dela, era forte e o curioso era como magia ancestral podia mesmo ser tão distinta, aquilo era quase palpável… não à toa que se tivesse tanto preconceito sobre aquilo, e a olhar daquele ponto de vista, poderia mesmo ser perigoso nas mãos de quem não soubesse ou pudesse controlar, como era o caso dela, o estrago poderia ser grande.

—Eu não consigo – ela disse mais uma vez  - eu tenho medo, eu posso... explodir tudo, o senhor sabe como foi na floresta… aquele dia, eu matei o vampiro, eu ceguei a Hidra… eu destruí a sala de defesa, a sua estante de bebidas... é isso que eu faço, eu destruo todos os lugares por onde passo, eu destruo tudo... – ela desabafou, e ele podia sentir a dor dela naquelas palavras, era assim que ela se sentia sobre tudo e isso não necessariamente tinha haver com a sua magia.

—Shii isso não é verdade – ele disse ao pedir que ela ficasse em silencio, ele se aproximou soprando suavemente no casulo que havia formado com as mãos – agora estarei te guiando e você virá contra mim – ele disse, já que ela ainda estava com os olhos fechados, ele podia sentir a sua relutância, mas ela fez, e assim que ela chegou suficientemente perto, ele a envolveu completamente contra o seu corpo, ele sabia que precisava ter cuidado, mas ela reclinou a cabeça contra o seu peito – precisa aprender a se acalmar esse é o ponto principal – ele orientou, sentindo a adrenalina dela baixar, a magia havia reduzido significativamente ali, isso era verdadeiramente impressionante, ela havia parado de soluçar também... estava funcionando – Shara olhe para mim – ele pediu depois de um tempo, ela fez – como está se sentindo? – ele perguntou.

—Como o senhor fez isso? – ela devolveu com outra pergunta – como conseguiu fazer parar? – ela se soltou dele, ela parecia analisar suas mãos de forma curiosa agora.

—Eu não fiz nada – ele disse satisfeito, havia mesmo dado certo.

—Sim... fez... a magia, ela estava completamente sem controle e o senhor lançou algum feitiço nas minhas mãos, eu senti… como conseguiu? – ela perguntou interessada.

—Não lancei feitiço algum, o que sentiu, foi o ar que soprei nelas, apenas dando a falsa sensação de que havia feito algo, eu apenas a acalmei – ele disse ao se lembrar de uma situação no passado, onde sua mãe havia feito algo similar, quando ele achava que não podia resolver determinada coisa, e ela fingiu estar ajudando apenas para provar que ele poderia... sozinho – quem fez foi você – ele devolveu - sozinha.

—Mas... como? – ela parecia confusa.

—Escute – ele segurou seu queixo – você pode ser e fazer o que quiser – ele reforçou – entenda isso, o segredo está aqui – ele apontou para a cabeça - as vezes só precisa acreditar mais em si mesma.

—O senhor realmente não fez nada? – ela ainda parecia cética.

—Não, eu não fiz – ele disse, sentindo ela o envolver pela cintura, num abraço acalorado.

—Obrigada, isso significou tanto... nunca ninguém... – ela voltou a chorar, ela estava mais sensível do que o habitual ali, ele também podia entender isso, ele podia entender muito ultimamente.

—Tudo bem – ele passou a mão nas suas costas – acho que agora está preparada para uma poção calmante e quem sabe um chocolate quente, afinal é natal – ela o soltou, parecendo surpresa com aquela informação.

—Natal – ela repetiu... – espera o senhor disse chocolate quente? – ela perguntou se dando conta das suas intenções.

—Tente não ficar tão impressionada – ele gesticulou para que ela fosse na sua frente, até a cozinha – abro exceções em datas festivas – ele comentou de forma divertida, notando a surpresa que era para ela tudo aquilo - ou seja, isso acontece apenas uma vez ao ano.

—O senhor toma chocolate quente no natal? – ela arqueou a sobrancelha, pelo menos ela parecia bem melhor agora.

—Hábito antigo, depois costumo sair para fazer bonecos de neve com a professora Minerva – ele disse, era ridículo.... mas ela riu mesmo assim.

—Eu daria qualquer coisa para ver essa cena – ela disse se sentando a mesa, enquanto ele chamava um elfo, e fazia os pedidos – obrigada... pelo que fez – ela disse séria - ninguém nunca fez algo assim… ninguém nunca se importou a esse ponto, a ponto de me mostrar que posso e que sou capaz de fazer algo... – ela sorriu de forma singela.

—Minha mãe fez algo assim comigo, certa vez – ele admitiu – foi uma boa lição – ele disse sendo interrompido pelo elfo, enquanto ela o encarava de uma forma diferente.

—Feliz natal professor - ela disse para ele, após beber um gole do chocolate quente.

—Feliz natal Shara - ele disse fingindo não notar o bigodinho que havia se formado em torno da boca dela, era patético… mas havia beleza nas coisas patéticas da vida, talvez Maeva tivesse razão sobre isso também.

—___

Shara acordou muito bem disposta, ela havia conseguido descansar mesmo quando achava não ser possível, talvez em virtude daquilo que o professor Snape havia feito por ela na noite passada ao provar de forma tão simples o quanto ela era capaz de fazer algo que ela achava não poder, aquilo havia sido incrível, ou talvez pelo mero efeito da poção calmante que ele forneceu antes dela deitar outra vez ou quem sabe ainda, fosse pelo chocolate quente, que estava verdadeiramente delicioso.

Ela olhou para o relógio, eram quase 9 horas da manhã, ela se sentou… era natal, oficialmente natal… aquele era o primeiro ano que ela não precisava cumprir protocolos, odiosos protocolos... já que o lar costumava receber visitas e ter eventos nesse dia, e isso a fez pensar nas demais meninas da casa, Shara fez uma nota mental para perguntar sobre isso mais tarde.

Ele estava sentado lendo o jornal como de costume, enquanto tomava seu café matinal, ela não sabia o quanto podia sentir falta daquela cena até ter ficado tanto tempo sem vê-la, era clássico, mas reconfortante.

—Esta tarde - ele disse, sem baixar o jornal, ela nunca poderia entender como ele fazia aquilo – tome o seu café, após isso sugiro que passe na comunal - ele virou a página - antes que pergunte é para lá que vão os presentes dos alunos, daqueles que ficam na escola durante o feriado de natal - ele explicou.

—Presentes? - ela disse confusa, ela certamente não esperava receber algum, ele abaixou o jornal.

—Hoje é natal - ele suspirou talvez por ter que repetir aquilo novamente - é o que se espera nessa data, ou melhor é isso que crianças estúpidas esperam nesse dia - havia pouca emoção ali, certo… ela entendia aquilo… ela entendia como o natal costumava funcionar, mas não era uma regra, principalmente para crianças como ela, e isso era algo que ele já deveria saber.

—Tenha certeza de que não todas as crianças, professor - ela disse séria, se aproximando da mesa, ela estava com fome, ele a encarou.

—De qualquer forma sugiro que vá verificar - ele pontuou, voltando a encarar o jornal.

—Eu pretendia mesmo passar lá… tem algo que preciso fazer, na verdade… quero agradecer a Carla - ela disse se servindo do café – ela foi crucial para aquilo que fiz ontem, salvando a Catie.

—A propósito – ele disse com a voz arrastada - ontem ao encontrá-la desacordada no corredor, apliquei uma semana de detenção a Srta. Diaz, detenção essa que ela deverá cumprir na primeira semana de aula, então não se surpreenda se talvez ela não estiver tão receptiva a agradecimentos - ele informou.

—O que? … - ela exclamou - por que? por que a colocou em detenção? - Shara perguntou incrédula.

—Digamos que a encontro totalmente desacordada ao lado daquela que até onde sei, era sua inimiga, e que sendo assim nunca perdeu uma oportunidade de machuca-la, isso dez minutos após tê-la deixado ali sozinha e bem, o que exatamente você espera que eu pense sobre isso? - ele perguntou, certo tinha isso... e fazia algum sentido, mas ainda assim era injusto.

—Ela… não teve culpa… - Shara afirmou – bom agora que sabe, talvez possa voltar atrás - ela pediu, mas ele a ignorou, a deixando sem resposta - por favor.

—Não costumo voltar atrás em minhas decisões - ele disse.

—Mas foi uma decisão equivocada...

—Eu decido o que é equivocado aqui – ele baixou o jornal mais uma vez, a encarando.

—Por favor.... é natal – ela tentou, ele tinha um olhar tão profundo as vezes.

—Diga a Srta. Diaz que ela teve sorte... - ele havia mesmo voltado atrás? - diga que foi difícil de me convencer, que foi humilhante ou algo assim – ele gesticulou com as mãos, ela sorriu, ela podia fazer isso.

—Obrigada - ela disse se servindo.

—Não se acostume – ele bufou irritado – essa é apenas mais uma exceção natalina.

—___

Shara havia planejado algo, ela estava apostando todas as suas fichas naquilo, completamente convicta de que daria certo, do contrário, aquilo poderia ser uma experiência bastante ruim… mas ela decidiu que ainda assim valeria a pena a tentativa, ela abriu a porta da comunal da Sonserina de forma bastante dramática, ela precisava ser autêntica e suficientemente realista, e bem... ela tinha em que se espelhar… a porta bateu com força na parede de pedras e conforme esperado assustou os poucos alunos que estavam por ali, Carla era um deles… além de Draco… mas Carla foi a primeira a se levantar e encará-la.

—O que está fazendo? - ela pediu, com uma certa arrogância.

—O que acha que estou fazendo? - Shara perguntou ríspida, agora ela tinha a atenção de todos – mas você é muito dissimulada mesmo heim - Shara atacou.

—O que? ... você é completamente maluca garota - ela respondeu sem perder a postura.

—Sabe, você tinha mesmo razão... você é igualzinha à sua mãe, em todos os aspectos - Shara a provocou.

—Shara… - Draco a chamou - o que pensa estar fazendo? – ele perguntou confuso.

—Não se meta Malfoy - o loiro estranhou - vamos Diaz… o que está esperando, para fazer aquilo que deseja - Shara pediu, notando o desconforto da garota loira – você disse que transformaria minha vida num inferno... mas você é tão... fracassada – aquilo era um golpe baixo, Shara sabia... já que foi assim que Carla disse que sua mãe havia se referido a ela aquele dia.

—Melhor você sumir da minha frente - Carla disse na defensiva – ou...

—Ou oque? Vamos... quero ver se você está no nível dela - Shara sorriu vendo a loira erguer a varinha na sua direção, ao mesmo tempo que sentia seu coração acelerar.

—Já chega - uma garota do 5° ano disse - se não pararem vou chamar o professor Snape - Shara a encarou furiosa.

—Vai lá… diga a ele que Diaz está com medo e que ela corre perigo - Shara riu do seu próprio comentário, notando os olhares surpresos de todos em especial o de Draco, talvez ela fosse mesmo boa nisso.

—Estou avisando - Carla disse, ela parecia nervosa – não me provoque, eu terei quantas testemunhas forem necessárias aqui, e eu vou te machucar.

—Francamente... você não tem coragem alguma para isso - Shara desdenhou… - use o feitiço, como é mesmo o nome? Crucios… apenas diga - ela pediu.

—Garota você vai se arrepender - Carla segurava a varinha com firmeza.

—CHEGA - Draco interveio mais uma vez – as duas, estão passando dos limites... Shara saia daqui – ele disse sério.

—Resolveu ser sensato Malfoy? - ela disse, sem deixar de encarar a loira, ela estava a flor da pele era nítido… só precisava de mais um pouco - vai mesmo ficar do lado dessa fracote? - ela pediu, Shara se aproximou dando dois passos para frente - Carla não se moveu - o que foi? - ela pediu - meu gato comeu sua língua? - Shara riu… se virando prestes a sair, quando ouviu a loira dizer em alto e bom som.

—Cruciatus - Shara estava de costas para ela agora e fechou os olhos esperando pelo que viria dali, essa era a parte em que ela deveria estar se contorcendo no chão? Claro que ela não acreditava que funcionaria, era por isso que ela estava se arriscando daquela forma, e ela estava certa sobre isso, Shara suspirou aliviada... se virando e encarando os olhares perplexos de todos, inclusive o de Carla que mantinha o braço erguido e a varinha em mãos, nada de fato havia acontecido.

—Me desculpe por isso… - Shara disse para Carla - mas precisei ser realista o suficiente para que você se sentisse verdadeiramente ameaçada por mim... só assim faria algum sentido - Carla a encarou confusa – mas como eu te disse… você não é como ela, e se restava alguma dúvida sobre isso, acho que não existe mais – Shara afirmou, vendo a loira baixar o braço e derrubar a varinha que segurava no chão, enquanto passava as mãos pelo cabelo nervosa.

—Sua… louca… eu podia ter feito... poderia ter te machucado de verdade - ela disse horrorizada.

—Bom, sei que foi um pouco radical... mas se não fosse assim… como iriamos saber? Eu não podia simplesmente chegar até você e pedir gentilmente que o fizesse... não daria certo - Shara sorriu sem graça – e você não me machucou, mesmo com raiva de mim, veja... isso significa que você é diferente dela.

—Então isso era uma espécie de teste? - Draco perguntou, ele parecia muito mais branco que o normal – uma porcaria de um teste? – estava incrédulo.

—Desculpe Draco… - Shara deu de ombros - mas eu devia isso a ela - Shara se voltou para a loira outra vez, pegando Carla de surpresa – ela salvou minha amiga – Shara sorriu enquanto Carla a analisava - então… senti que lhe devia algo especial, não é isso que Sonserinos fazem, uma troca ou coisa assim… - Shara piscou – obrigada Carla, eu não teria conseguido sem você - era verdadeiro – a propósito... feliz natal - Shara completou…  Carla se aproximou dela, a loira estava com os olhos marejados quando ela a abraçou, Shara retribuiu aquele abraço… não era tão ruim assim afinal e as coisas estavam mesmo mudando ali.

—Nunca mais faça isso - a loira disse a soltando de forma brusca - nunca mais, isso não foi apenas radical... foi insensato - ela disse brava – Feliz natal Shara - então ela sorriu relaxada.

—Até que eu atuo bem - Shara disse.

—Esta de brincadeira - Draco disse irritado - achei que estivesse fora de si… quem em sã consciência faria algo assim? - ele pediu indignado ainda se recuperando do susto.

—Alguém que tem uma dívida muito grande com outra pessoa, e que acredita nela, mais do que ela mesma – ela disse para Carla.

—Não existe dívida alguma - Carla pontuou - e sim… você atua incrivelmente bem - ela aplaudiu, Shara notou os alunos voltando aos seus lugares, já que não havia mais nada para se assistir ali - Shara, isso que fez… foi insensato, e você se arriscou... eu não tenho palavras... simplesmente obrigada!

—Malucas as duas – Draco disse por fim.

—Ah Draco – ela chamou o loiro antes que ele saísse, tirando um bilhete do bolso e o entregando para ele – tenho certeza de que saberá o que fazer com isso – Shara sorriu vendo ele arquear uma das sobrancelhas.

— Shara… chegaram alguns presentes para você, eu os levei para cima… quer abri-los? - Carla informou, agora ela parecia eufórica, então havia mesmo presentes? Isso era tão incomum… a loira mal lhe deu opção, já que a puxou pelo braço escada a cima - os coloquei na sua cama, aqueles são todos seus - ela disse apontando - haviam alguns...

—Ninguém nunca me mandou presentes antes… isso é novo, tão novo que nem sei o que fazer - Shara disse se aproximando da cama, havia etiquetas com nomes em quase todos.

—Abri-los é claro... e como assim.... é natal? Todos ganham presentes no natal - Carla disse confusa, Shara a encarou por um momento, não era bem assim que as coisas funcionavam, mas ela não estava disposta, não naquele momento para explicar a loira sobre questões de injustiça de classes e coisas do tipo, Shara passou os olhos pelas etiquetas, lendo os nomes, havia um presente de Harry, um de Gina, até mesmo um de Hagrid… um presente de Beta, um bem peculiar já que era da professora Minerva, um de Catie, ela que certamente havia mandado antes da visita ao lar, Shara sorriu ao se lembrar de que a amiga estava tão perto agora, e havia também um presente sem nome…

—Esse, está sem nome – Shara disse ao segurar aquele embrulho, Carla deu de ombros, e óbvio que Shara começaria por aquele, ela era suficientemente curiosa para simplesmente reserva-lo para o final, então ela o abriu, encarando o produto dentro do pacote, ela estava completamente incrédula com o que via ali… aquilo estava errado, não era possível que fosse para ela… era isso... um engano, aquele não era para ela.

—Vamos mostre o que é – Carla pediu, ela era de longe muito mais empolgada do que ela para aquilo, e quem diria que Shara estaria abrindo seus presentes de natal, justamente com a garota que mais a detestava naquela escola, as coisas haviam mesmo mudado.

—Acho que não é pra mim… talvez seja pra você - Shara disse ao encarar aquilo.

—Impossível os presentes são separados por magia, não tem como errar… e não faça tanto suspense - Carla disse puxando o pacote da sua mão e retirando lá de dentro um par de pantufas cor de rosas, em formato de cisne - é meio exótico eu diria - Carla riu daquilo - mas ainda assim… achei fofo, eu usaria tranquilamente… é tão princesinha - ela disse.

—Justamente, princesinha... e você usaria... você, não eu, isso definitivamente não combina comigo, olhe só pra mim - Shara pediu – por acaso tenho cara de que uso rosa? Ou melhor... pantufas de cisne? - ela perguntou indignada… - é muito patricinha…  e eu detesto rosa e tenho antipatia por cisnes - ela ponderou – eles têm plumas demais.

—O que é patricinha? - Carla perguntou curiosa.

—Apenas um trocadilho trouxa - melhor não entrar em detalhes, Shara pensou, já que aquilo se referia a garotas, tipo ela.

—Tem um bilhete - Carla disse o pegando de dentro do pacote, e o estregando para ela, Shara o abriu, sem rodeios.

"Sua mãe possuía algo similar, o gosto é duvidoso, mas achei que poderia gostar de saber" Seu coração disparou, ela conhecia aquela caligrafia muito bem agora, ele não assinou… obviamente, mas era dele, e ela olhou para as pantufas que Carla segurava, a sua mãe… usava aquilo não era possível…

—Não assinou - Não era uma mentira - mas diz aqui que minha mãe tinha um similar - Shara fez uma careta.

—Hummm dessa forma o presente teria que vir de alguém incrivelmente íntimo, afinal não é qualquer um que saberia algo assim - Carla parecia pensar naquilo, ela estava certa - talvez seja de uma amiga próxima que ela teve - ela disse entregando as pantufas para Shara novamente.

—É rosa - ela disse constrangida – minha mãe usava rosa... que estranho.

—Ah por favor garota, coloque um pouco de cor nessa sua vida - Carla disse divertida - ou do contrário vai acabar como o professor Snape... um morcego... - Shara encarou a loira, era engraçado aquela referência justamente ali e agora… talvez Shara se parecesse muito mais com ele do que com ela… do que com a sua mãe, ela olhou para as pantufas outra vez.

—Não vejo problemas nisso, preto é ótimo - Shara sorriu, era verdadeiro - e falando nele… eu soube sobre as detenções - ela informou sem graça, Carla suspirou se jogando na sua cama, Flocos dormia em seu travesseiro e resmungou com a intromissão.

—Eu acho que sou a única aluna dessa escola que conseguiu pegar detenção em plenas férias - ela bufou.

—Sobre isso… - Shara começou - ele as retirou - Carla a encarou confusa.

—Como assim retirou? - ela perguntou - você não está dizendo que ele retirou… ele não faria isso... ele fez? Espera... o que você fez? Você o encantou? – ela pediu perplexa.

—Sim ele fez - Shara sorriu de forma divertida - eu sei que é estranho, mas veja bem eu… meio que expliquei que você não tinha nada a ver com o que aconteceu comigo, e olha…. - Shara a encarou - foi muito difícil, você sabe como ele é - Shara estava encenando outra vez, talvez ela não fosse tão ruim nisso, e pensar naquilo a fez ter certeza de que ela carregava muito mais dele do que ela pudesse imaginar - eu meio que tive que me humilhar sabe… foi completamente constrangedor, levei um tempo nisso... ele é irredutível… e depois de muita humilhação, ele enfim cedeu - Shara fez expressão de cansada.

—Está de brincadeira… você fez isso por mim? - a loira pediu – eu posso imaginar... o quão difícil foi.

—Sim… foi difícil, muito difícil acredite - ela disse dando mais ênfase naquilo, enquanto a loira a encarava.

—Você é uma pessoa boa Shara - Carla disse por fim – e sua bondade me constrange, espero que possa me desculpar um dia, por tudo que fiz você passar aqui, desde o início... eu estava enganada, sobre você e sobre o lado certo... - Shara sabia que aquilo significava uma ruptura e um novo começo para elas, então ela sorriu para loira a sua frente.

—Que tal começarmos do zero? – ela propôs, estendendo a mão para a loira – Me chamo Shara Epson – ela disse – e pode me chamar de Shara – Carla sorriu ao agarrar sua mão.

—Prazer, sou Carla Diaz – ela disse – e pode me chamar de Carla... Shara seja bem vinda a casa Sonserina, será um prazer dividir o dormitório com você – sim aquilo era mesmo uma ruptura.

—__

Estava frio lá fora, mas estava quase no horário, ela confiava no bom senso de Draco para interpretar aquilo da forma certa, e isso fez ela sorrir, além do breve frio na barriga que estava sentindo, e isso nada tinha a ver com a estação.

—Você é de longe a garota mais estranha que já conheci – ela ouviu a voz dele, ele segurava o bilhete – Você escreveu “no lugar da nossa melhor lembrança – 12:18”

—Você acertou o lugar – ela respondeu – e o horário - ela sorriu - estava torcendo para que não fosse até o lago – aquele comentário o fez arquear a sobrancelha.

—Embora tenha sido no mesmo dia – ele estava com as duas mãos dentro dos bolsos, ele usava um sobretudo preto, e também um gorro que o deixava incrivelmente bonito – acredite, aquele é o tipo de lembrança que eu gostaria muito de esquecer – ele também sorriu, por que ele tinha que ser assim tão bonito? ela retribuiu o sorriso.

—Draco – ela disse sem graça – preciso te entregar o seu presente de natal – ela informou, ele estranhou.

—Pelo que bem me lembro, você disse que não queria uma troca de presentes – ele disse confuso – você meio que me ameaçou se eu fizesse...

—Ah não... eu não espero algo, até por que o seu presente... ele não é uma coisa, não exatamente – ela disse sem graça, sabendo que estava corando.

—Do que se trata isso? – ele perguntou curioso – saiba que depois do ocorrido mais cedo na sala comunal, confesso que você me dá um certo medo – ele provocou.

—Você vai ver.... apenas não seja tão ansioso, vai fazer sentido eu prometo – ela disse tirando um ramo de visco de dentro do bolso de suas vestes.

—Isso é visco – ele disse olhando para suas mãos – vai me dar um ramo de visco? – Shara gargalhou, achando aquilo engraçado.

—Claro que não... mas hoje é natal, não conhece a tradição? – ela perguntou e ele a olhou incrédulo.

—Você... é mesmo maluca – ele sorriu com malicia.

—Talvez...  Agora veja se pare de falar, se não vamos estragar o clima.

—Que clima? – ele perguntou e ela esmurrou seu ombro com força.

—Caramba – ele disse ao massageá-lo – de onde vem tanta força?

—Cala a boca Malfoy – ela disse séria e ele a encarou surpresa, havia surtido efeito já que ele não disse mais nada – me desculpe – ela sorriu outra vez - mas assim está bem melhor... então como eu ia dizendo... eu trouxe o seu presente de natal e não é algo material, bem agora você já sabe... eu queria que fosse algo que você pudesse se lembrar... se lembrar de mim... pra sempre – ela disse sem graça – pra sempre é muito tempo eu sei... mas nem que seja apenas para repetir que sou “maluca” ou coisa do tipo, honestamente eu não me importo – ela explicou, ela sabia que estava tagarelando demais, mas ela estava nervosa, não era tão simples assim, chegar e agarrar o menino... mas ele se aproximou dela, ótimo pelo menos ele estava colaborando, ela respirou fundo, erguendo uma das mãos para manter o visco no alto, acima da cabeça deles e ele a surpreendeu, ao fazer o mesmo, ele a estava ajudando, então ele se aproximou ainda mais – feche os olhos – ela pediu, ele fez, quando ela chegou perto o bastante, encostando os seus lábios no dele – ela tinha borboletas no estomago – ele soltou o visco, a obrigando a fazer o mesmo já que ele a puxou pela cintura, a obrigando a estar ainda mais perto e fazendo com que suas bocas se aproximassem mais uma vez, então ele passou a mão pelos seus cabelos e a beijou... aquele não era apenas um selinho, ela nunca havia beijado ninguém antes, e esse nem era o objetivo ali... mas aquele era Draco e ainda que fosse desajustado, ela amou a inciativa dele, bem como aquela sensação de ser beijada pela primeira vez, ele a soltou, e ambos abriram os olhos devagar.

—Presente interessante – ele disse para ela que sorriu – esse negocio do visco, dizem que dá sorte – ele também estava corando.

—Veremos – ela sorriu outra vez – e imaginei que fosse gostar – ela disse, podia soar meio presunçoso da sua parte, mas ela não sabia muito bem o que dizer depois daquilo, ele ajuntou o visco que estava caído no chão, o dividindo em duas partes iguais, e lançou um feitiço sobre os ramos, que encolheram e se transformaram em uma esfera de vidro transparente, semelhante com aquelas que vendem em lojas de decoração no natal, aquelas com árvores e bonecos de neve dentro, com neve caindo e coisa e tal, mas ali estava o visco, ele entregou uma esfera para ela enquanto guardava a outra em seu bolso.

—Feliz natal Shara – ele disse.

—Feliz natal Draco – ela sorriu, sim ela realmente sorria bastante quando estava com ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Três grandes momentos:

1 - Aquele momento completamente pai e filha, dele ajudando ela a controlar sua magia, ela em estado de pânico, e ele aproveitando o momento para ensinar uma lição fabulosa, de que ela consegue tudo aquilo que quiser, desde que confie mais em si mesma. Arrasando na missão pai heim! Acho que nem Shara estava preparada pra isso... e claro que ela ganhou presentes né, inclusive dele... ele dando a tal da pantufa rosa de cisne pra ela... não me perguntem como ele comprou aquilo hahaha ele presenteando a filha com algo que era da mãe... e vemos aqui o quanto Shara é DIFERENTE de Maeva nesse sentido, ela odiou hahaha

2 - Shara confronta Carla, para provar para aquela garota que ela não era como a mãe, já que para o feitiço funcionar, precisa querer fazê-lo, precisa desejar machucar... podia ter dado bem ruim heim... mas ela arriscou, vemos aqui o quanto Shara é PARECIDA com Maeva nesse sentido.

3 - O beijo sob o visco... (ou visgo, depende da literatura) e a iniciativa foi de quem??? Shara... vemos aqui o quanto Shara é PARECIDA com Maeva nesse sentido hahaha claro que Draco gostou só um pouquinho né e bem ousado que é tascou logo um beijo na sequencia (não me julguem eu beijei pela primeira vez com 11 anos haha) mas não fantasiem, ainda continua sendo um beijo inocente, eles são fofos juntos e Draco fazendo as esferas com o visco... fofo demais né!

Parte 1 entregue, é isso espero que tenham gostado :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destinos Improváveis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.