Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 70
Futuro - Segredos numa caixa


Notas iniciais do capítulo

Olá... bem vindo ao capitulo 70! Uauuuu
Esse é um capitulo com muita, mas muita informação.
Aproveitem :)



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Severo caminhou a passos largos pelos corredores extensos do castelo, chegando rapidamente ao seu destino, a parte externa da escola, estava um dia típico de inverno, a neve já começava a se acumular sobre a relva e a copa das árvores e a brisa gelada entrava pelas suas roupas e fazendo com que a sua capa se agitasse ainda mais que o habitual, em uma das mãos ele segurava uma garrafa de whisky de fogo, e na outra um copo, não se preocupando em manter aquilo escondido, afinal era tarde, suficientemente tarde agora e todos os alunos já estavam dormindo ou em suas salas comunais, a incluir aquela garotinha estupida, embora dessa vez ela tivesse demorado muito mais do que de costume para conseguir de fato dormir, sendo necessário uma dose de poção calmante, para auxiliá-la até que ela pudesse se entregar efetivamente ao sono.

Antony, ele notou, estava sentado embaixo de um dos muitos arcos do pátio, tocando aquele instrumento desagradável, a flauta, presente que Shara havia dado para ele, aquele dia na sala precisa… Severo se encostou no parapeito de forma discreta, não chamando a atenção sobre si e tentando não revelar sua presença, esperando que ele realmente terminasse aquilo, Severo sabia que dado a data, as circunstâncias e as lembranças que aquele instrumento podia trazer havia muita simbologia envolvida ali, ainda mais porque Severo reconheceu quase que de imediato aquela melodia, era a mesma canção que Shara havia cantando na enfermaria no dia em que se conheceram, ou seja a carta de Poseidon, aquela que levaria as pistas sobre o ritual, mas tocado por Antony ali e daquela forma, soava ainda mais triste, talvez por que ele assim o quisesse.

—Crisa amava essa canção - ele disse vagamente - e Medusa cantava para ela todas as noites antes de dormir, essa era uma cena verdadeiramente mágica - ele disse reflexivo, silenciando de forma triste - Como sabia que poderia me encontrar aqui fora? – Antony perguntou.

—Previsível - Severo disse sem emoção, mas a verdade é que em suas rondas por vezes ele se deparava com a cena do pássaro sentado ali do lado de fora, Severo não se importava, portanto, nunca o abordou.

—Como ela está? – Antony se virou, sentando de frente para ele agora, havia preocupação em suas feições, Severo podia reconhecer aquilo.

—Dormindo - Severo respondeu de forma curta, mas dado a preocupação esboçada por ele ali, talvez um pouco mais de informação não seria tão ruim assim -  digamos que ela tenha precisado de uma boa dose calmante para conseguir adormecer - ele respondeu e Antony continuava a encara-lo sério - ela não estava preparada para isso e honestamente não sei se um dia estaria - ele murmurou -  nunca imaginei que seria uma conversa fácil, contudo… - ele encontrou os olhos da ave - também não esperava que fosse tão difícil - Antony suspirou.

—Sabe, Severo… eu… venho esperando por esse momento, a milhares de anos, talvez desde o dia que ela se foi… Medusa é claro - ele explicou - eu contava os anos, como se fossem dias e depois de um tempo, eu simplesmente parei de contar… confesso que havia perdido completamente a esperança, achei que não seria mais possível, mas no dia que você quebrou minha maldição, aqui… exatamente nesse pátio, algo reacendeu dentro de mim, provando mais uma vez o quanto eu realmente ansiava por isso, já que nem a minha forma humana, foi capaz de me devolver… - ele o encarou de forma triste - a vontade de viver outra vez… eu espero por esse momento a tanto tempo e agora que está tão perto… agora que é real, e que eu quase posso sentir... - ele disse, fazendo uma pausa – por que está sendo tão difícil? - ele perguntou confuso - por que não estou feliz com isso? Eu… eu simplesmente não entendo.

—Talvez… - Severo olhou para a escuridão do céu, na dúvida se aquilo que ele estava prestes a dizer era mesmo uma resposta para a pergunta feita por Antony ali, ou se aquilo era uma resposta para suas próprias inquietações, talvez fosse para ambos… - tenha encontrado sentido, onde antes não havia algum - Antony encarou o céu também.

—Achei que não fosse possível - ele devolveu – não depois de tanto tempo e não depois de tudo… - Severo olhou para a escuridão dessa vez, mas para aquela que havia dentro de si, ele também não… ele queria de alguma forma, poder externar isso, a ave, ela parecia conseguir com muita facilidade, mas ele não, já era suficientemente assustador ouvir seus próprios pensamentos sobre isso, ainda mais por saber que não havia um futuro ali… isso, tudo isso… simplesmente não estava certo - Dizem que as guardiãs nascem com dons especiais e únicos, acho que o dom de Shara é alcançar e mudar as pessoas - Antony disse com um sorriso singelo.

—De fato… ela faz - Severo admitiu, aquela garotinha estúpida havia entrado em sua vida de forma avassaladora, colocando o seu mundo de cabeça para baixo, centralizado as atenções, e adentrando em lugares que ele jurou jamais permitir acesso outra vez, ele que também não achava possível, não depois de tudo, ele podia entender Antony, e ele concordava com aquilo, Shara havia alcançando seu coração, o transformando de alguma forma… sim ele reconhecia que a amava, ele se preocupava com ela e ver o seu sofrimento, diante daquilo que iria enfrentar, conhecer os seus medos tão a fundo, os seus anseios, algo que ela conseguia expor para ele com tanta facilidade agora, apenas validava aquilo que sentia, cada vez mais - ela vai superar - ele disse por fim, depois de um tempo, pensando naquilo que eles teriam que fazer, enquanto transfiguravam um segundo copo ali, enchendo ambos de whisky e entregando um para Antony, que o pegou assentindo em forma de agradecimento.

—Eu sei onde o ritual deve ser feito - Antony disse o surpreendendo, para aquela que havia sido a tarefa incumbida a ele – e depois de hoje, depois do que Shara me disse mais cedo, sobre aquilo que descobriu a respeito da poção, confesso que fez ainda mais sentido – Severo o analisou por um momento, com uma pontada de culpa e de remorso, afinal aquilo era algo que ele e Shara já deveriam ter discutido, era do seu interesse mais do que qualquer outra coisa, que aquilo evoluísse e se resolvesse, mas o momento era ruim e honestamente depois de saber que Elza contava com aquilo também, talvez até de forma inconsciente, ele passou a adiar aquela conversa, colocando outras tantas prioridades na frente, como matá-la por exemplo.

— Haviam pretensões de analisar o material que foi elaborado por ela, mais a fundo essa noite - ele mentiu - mas fui igualmente surpreendido com a notícia de que toda a pesquisa, se perdeu, ao ser lançada no fogo depois de um ataque involuntário de fúria essa manhã – ele disse aborrecido, porém se sentindo mais confortável ao estar usando ali o seu tom habitual, o de repreensão - me pergunto… - ele fez uma pausa, chamando a atenção da ave para aquilo - como será que isso foi possível? Mesmo com a supervisão de um adulto, afinal pelo que me recordo, fui suficientemente claro, quando disse que ela deveria estudar e não ficar tagarelando sobre quaisquer outros assuntos paralelos – Severo o olhou com um olhar inquisidor, como se ele tivesse parte da culpa sobre aquele incidente – é impressionante ave, como não consegue manter sob controle, uma criança de apenas 11 anos de idade - ele o provocou, se sentindo aliviado em poder mudar o clima ali, ele não era mental, e aquilo estava ficando excessivamente mental para o seu gosto.

—Claro, algo bem fácil para se fazer... – Antony riu do comentário – não adianta me olhar assim, ou me cobrar algo nesse sentido… o que esperava que eu fizesse? – ele perguntou - Estamos falando de Shara aqui - ele disse divertido, dando um bom gole na bebida – às vezes essa criança de apenas 11 anos de idade - ele repetiu - ela meio que desliga aquele modo meigo e delicado que conhecemos, herança da mãe é claro e assume o modo explosivo e colérico do pai... e esse modo... costuma ser um tanto quanto desafiador e te garanto que quando ela está nesse modo ela não ouve e não aceita nenhuma opinião e se ousar contrariá-la... bem, apenas esqueça... melhor mesmo é não contrariar – ele riu daquilo, aquela era a vez de Antony o provocar, Severo sorriu com malícia, mas de certa forma, ele sabia que a ave tinha razão sobre aquilo.

—Sabe... Se também me lembro bem... – Severo disse o analisando com certa superioridade, afinal se ele queria mesmo discutir aquilo, ele também tinha considerações a fazer -  você comentava sobre o quanto Crisa, a sua filha não é mesmo? Em como ela havia sido uma criança difícil, você atribuía aquelas características ao pai, correto? – Severo cruzou os braços se sentindo verdadeiramente vitorioso ali, Antony bufou, concordando, e desde quando eles passaram a discutir sobre o temperamento dos filhos? As coisas haviam mesmo mudado – vamos ao que interessa - Severo o encarou - o que ela disse sobre a poção? – ele perguntou, mudando de assunto e tentando ter alguma evolução naquilo que de fato importava.

—Necromancia – Antony respondeu de forma direta, e naquela pequena fração de segundos, além de ser assombrado por aquela revelação, Severo repassou mentalmente algumas das inúmeras poções nesse sentido que ele já havia produzido em toda a sua vida, a grande maioria, para não dizer todas, em seu tempo de comensal, eram poções usadas para fins diversos, no geral ele não se envolvia e nem participava, sua função era de produzir o conteúdo, mas os relatos eram sempre muito ruins, um frio percorreu a sua espinha... a cor, a textura, o grau de tonalidade, o aspecto visual, a forma como ele havia mexido aquilo... sim tinha uma certa correlação, Shara podia estar certa sobre isso, ele encarou a ave por um longo momento, Antony entendeu aquilo, ele entendeu que aquele silêncio era uma resposta de validação para aquela consideração, então Antony continuou - Poseidon, pelo que entendi misturou essa poção, no caso algo relacionado com necromancia, com as lembranças de Medusa, sabemos que Shara as acesa dessa forma, tendo as visões, é cedo dizer mas acredito que a poção no colar poderá fazer com que a menina se comunique com ela... Medusa e que esse seja o propósito deste ritual – Antony disse incomodado - agora como isso ajuda a quebrar a maldição, confesso que não sei… mas deve haver algo - Antony finalizou.

—Um ritual envolvendo necromancia – Severo repetiu lentamente absorvendo toda aquela informação, sim fazia mesmo um certo sentido, mas aquilo era de fato escuro, algo que não deveria de forma alguma ser realizado por bruxos daquela idade, Shara seria mais uma vez, uma exceção… e isso o incomodava – ela é apenas uma criança - ele disse entre os dentes, onde Poseidon estava com a cabeça? se ele pudesse, ele jamais permitiria algo assim – onde é o maldito local? – ele perguntou se voltando para a ave.

—Mar e rio – Antony disse com propriedade – eu repeti cada verso daquela canção, inúmeras e inúmeras vezes nas últimas horas, acredite nunca desprendi tanto esforço em algo assim antes, ouça… vou recitar para você… - ele disse fechando os olhos e se concentrando naquilo, Severo sentiu vontade de revirar os olhos, ele apenas queria entender como a ave havia chego a àquela maldita conclusão, não queria e nem estava disposto a ouvir poesias - “Onde o vento norte encontra o mar. Há uma mãe cheia de memória. Venha, minha querida, de volta para casa” - ele disse como se aquilo fosse bastante óbvio e para Severo aquilo soava confuso e sem sentido algum - a canção também fala do rio... “Até que o rio finalmente cruze. Onde o vento norte encontra o mar” - Severo arqueou uma sobrancelha, esperando sinceramente que aquilo evoluísse melhor e pensando em como teria sido mais fácil se Poseidon simplesmente tivesse dito o local - é uma distinção entre os dois reinos, o da água salgada e o da água doce, como se o intuito fosse ligá-los outra vez, quando a maldição for quebrada, e a ordem for restabelecida, sabemos que isso vai de fato acontecer… motivo pelo qual a Hidra está aqui e vem tentando impedir - Antony explicou - lembra que mencionei sobre isso certa vez? – ele perguntou, sim Severo lembrava, mas onde isso se encaixava em tudo aquilo, ele não entendia - a canção fala sobre a mãe… cheia de memória e sobre estar de volta em casa… - ele explicou ou pelo menos achava que estava fazendo - mar e rio – ele repetiu.

—Espere... – Severo disse antes que ele continuasse aquela baboseira – isso soa confuso, além do que essa carta seja lá qual for o seu objetivo, não faz nenhum sentido – ele comentou, ele detestava perder tempo com coisas assim – de qualquer forma, está afirmando que o ritual deve ser executado em dois lugares, no mar e no rio… e isso simultaneamente? – ele perguntou encarando Antony que assentiu – como pode ser isso? – Não fazia sentido, não havia simplesmente como ela estar em dois lugares ao mesmo tempo.

—Ponto de transição é claro, onde o rio se encontra com o mar, existem muitos pontos assim espalhados pelo mundo, mas acredito que Poseidon… que ele tenha pensando em um ponto específico… já que ele se refere a estar de volta em casa – Antony repetiu aquilo – penso que o ponto seja onde está a fonte original, também conhecida pela lenda como a fonte de Medusa – ele disse convicto – é um ponto de transição, entre o mar e o rio e bem... é onde tudo isso começou, ou seja de volta para casa… foi ali também que Medusa… bem, que ela tirou a vida - Antony disse encarando um ponto qualquer na escuridão - ela é a mãe cheia de memória descrita pela canção e se essa poção for uma poçao de necromancia, como parece ser… o local é propício, não acha? - ele perguntou… era impressionante como tudo se encaixava, era de fato um quebra cabeça sombrio.

—Fonte de Medusa? - Severo havia lido sobre isso naquele livro da sessão restrita, que Shara havia acessado certa vez - sabemos que ninguém nunca encontrou esse lugar antes – aquilo era uma lenda, ele não acreditava nisso, não naquela época, mas agora ele não duvidava de mais nada, Antony riu daquilo, deixando o clima um pouco mais ameno.

—Um pórtico construído para marcar a transição dos reinos, nada mais que isso, é real e eu sei onde fica – ele disse dando de ombros – bom eu estive lá, você sabe, e vou avisando não crie expectativas sobre isso, não é em nada como nos livros, na verdade aquilo não passa de um monte de pedras empilhadas, certo... talvez algumas estejam esculpidas, mas adianto que não existem criaturas mágicas guardando as entradas e muito menos o fantasma de Medusa vagando sobre o lugar, as águas também não são especiais, elas não curam, não realizam sonhos e não transformam pedra em ouro, ou qualquer outra coisa do tipo, isso tudo é mera especulação – ele explicou, Severo era cético quando a validar todas as informações descritas em um livro, francamente papel aceitava qualquer coisa – eu voltei lá muitas outras vezes depois, durante esses anos todos, está intacto e é difícil de achar por estar numa região pouco explorada ainda, o que acaba dificultando o acesso e impossibilita para quem ainda não conhece o lugar, mas você tem sorte… - ele sorriu -  eu conheço - ele disse satisfeito.

—Um ritual, invocando uma divindade morta, num ponto de transição entre o mar e o rio, justamente onde ela morreu – Severo disse em voz alta, sim eles haviam mesmo evoluído com aquilo essa noite, seria sombrio o bastante e Shara teria que estar bem amparada, ele não confiava no fato de que ela pudesse sustentar aquilo sozinha, e ela não faria, ele estaria ali e se ele pudesse, ele faria no seu lugar, mas sobre isso, ele sabia que não poderia, que não daria certo – vejo que matamos parte da charada - ele disse se servindo de mais bebida, não era como se fosse uma comemoração, mas dado as circunstâncias macabras de tudo aquilo, uma bebida era bem vinda - seu amigo Poseidon podia ter sido mais objetivo, nos pouparia um bom tempo  – ele ironizou.

—Poseidon - ele bufou ao dizer o nome - era um grande idiota que pensava apenas em si mesmo - ele afirmou consternado - e ele tem uma parcela de culpa considerável nisso tudo, afinal foi com ele que isso começou, ele nunca deveria ter tocado nela… e eu o odeio por isso, eu o odeio pelo que ele fez… e nunca mais se refira a ele como um amigo - Severo entendeu, ele não iria perguntar, já que ele sabia o que a lenda dizia a respeito, mas novamente aquilo era algo que os livros diziam… não haviam exatamente provas sobre aquilo, mas pela reação de Antony ali de qualquer forma não parecia ter sido bom.

—Então isso é tudo? - Severo perguntou desconversando, estava ficando tarde e o clima ali fora não era em nada agradável.

—Na verdade, já que perguntou... Não… ainda tem mais uma coisa – certo, sempre havia algo – e isso diz respeito ao medo - ele o encarou - o que ela mais teme Severo, você sabe? – Antony perguntou, Severo estranhou a pergunta, mas não precisou pensar muito sobre aquilo, ele sabia a resposta muito bem.

— Tempestade – ele respondeu convicto isso certamente era aquilo que ela mais temia.

—Então essa parece ser a condicionante para que o ritual funcione, o ritual deve ser realizado durante uma tempestade – Antony o encarou – ela precisará enfrentar o seu medo, digamos que essa seja sua última prova “Mas você pode enfrentar o que mais teme? Você pode enfrentar o que o rio sabe?” – ele disse repetindo algo daquela canção sem sentido – no caso a tempestade, se isso de fato for aquilo que ela mais teme, então é o que deve fazer.

—Dumbledore me falou algo nesse sentido dias atrás – Severo reconheceu, na época nem ele e nem o diretor haviam ligado tantos pontos assim, não como ele e Antony estavam fazendo ali, já que o único ponto em análise era o sonho que Shara revivia e repetia de diversas formas possíveis, Alvo como sempre havia sido assertivo  – Shara teme a tempestade, algo que ela não consegue controlar, como vimos na lembrança deixada por Maeva aquele dia, talvez faça alguma associação com o dia que ela foi abandonada por Elza naquele lugar onde cresceu, e desde então isso está em seus piores pesadelos, Elza… Alvo me explicou, ela podia...

—Manipular sonhos – Antony disse sério o interrompendo - sim ela podia… eu mesmo já a vi fazendo algumas vezes, bem você sabe, fui o seu guia até o dia que Aurora nasceu – ele explicou – Elza nem sempre foi esse monstro que conhecemos agora, e esse era um dos seus dons especiais, ela o usava para embalar a filha, todas as noites antes de dormir, a fazendo ter sonhos bons… - ele lamentou - como ela se corrompeu tanto Severo… como? - Antony perguntou triste.

—Poder - ele respondeu - Não é tão difícil, acredite… o poder, ele pode ser bastante atrativo e é o poder que nos corrompe e nos transforma nisso que ela se tornou, quando mais poder se tem mais poder se deseja ter… é um ciclo sem fim – Severo disse, ele sabia muito bem sobre aquilo… afinal a bem pouco tempo atrás ele seguia um mestre que era especialista nisso - Aurora? - ele perguntou, mudando o foco ali - então era esse o nome da mãe de Maeva - ele disse, ela nunca havia dito.

—Sim, deveria tê-la conhecido, Aurora teria sido uma avó incrível para Shara, ela era muito amorosa, encantadora pra ser sincero, e fazia os melhores bolinhos de banana – ele sorriu de forma singela ao se lembrar daquilo – Aurora, foi encontrada morta numa noite de verão, no celeiro do sítio onde moravam... e com todo o seu sangue drenado, Maeva havia pressentido aquilo, foram dias muito difíceis, me lembro como se fosse ontem – ele disse com as feições pesadas – foi quando Maeva foi transferida para Hogwarts para finalizar os estudos aqui, Elza não havia sido encontrada na época.

—Sangue drenado? – aquilo era curioso já que o sangue de uma guardiã era sim precioso, isso não restava dúvidas, mas a lenda era clara sobre isso, havia critérios e apenas o sangue da guardiã mais nova poderia ser usado no ritual, nesse caso, seja quem fosse o interessado naquilo, deveria ter ido atrás da guardiã mais nova, deveria ter sido o sangue de Maeva naquela noite e não o da mãe, e o local também estava errado, não fazia sentido uma morte num celeiro, por que alguém levaria o sangue da guardiã mais velha, naquelas circunstâncias? ou havia uma má interpretação da lenda, fato que ele achava muito difícil, já que a escrita era suficientemente clara sobre os requisitos ou aquilo não era exatamente um equívoco qualquer – descobriram o responsável pelo assassinato? - Severo perguntou, sobre aquele que era um assunto do qual ele pouco sabia, já que Maeva nunca havia falado a respeito, o que podia ser completamente compreensível, e ele, também nunca insistiu, se havia algo que ele de fato respeitava era os limites impostos por cada um, e Maeva tinha algumas restrições nesse sentido.

—Sim, Hilton o padrasto de Maeva, ele foi preso e atualmente está em Askaban – Antony informou.

—Por que o padrasto dela faria algo assim? – Severo instigou – haviam provas contra ele? ele era um bruxo escuro? – ele perguntou em tom investigativo.

—Não… escuro não, quanto ao resto, não saberia informar, mas na época foi provado que ele era o único bruxo na casa naquela noite, eles aparentemente haviam bebido mais do que o normal… enfim foi uma tragédia, sabe o mais estranho era que eles pareciam um casal tão feliz juntos... Aurora o amava e ela a respeitava, era perceptível, foi chocante pra mim na época, e para Maeva mais ainda, até por que ele sempre foi bom, tanto para Aurora como para Maeva, uma história triste para ser sincero – Severo se aproximou do arco, buscando algum apoio.

—Talvez... – ele disse com a voz arrastada, haviam suspeitas agora, e elas eram bastante plausíveis – não tenha sido ele – Antony o encarou confuso – Talvez tenha sido ela... Elza, esse tempo todo, você comentou que ela não havia sido encontrada na época… bem talvez ela tenha feito aquilo e o incriminado – Severo disse, sim haviam fortes indícios ali – sabemos que ela tem sobrevivido todo esse tempo, aparentemente bebendo o sangue de guardiãs mais novas, foi com esse intuito que ela buscou o sangue de Shara na noite passada, e bem… ela não mataria Maeva ou perderia a confiança dela, não naquela época, afinal se esse plano estava sendo orquestrado a tanto tempo, como de fato parecia ser, se o que Elza almejava desde os primórdios era chegar até a magia do colar, Maeva seria uma peça importante no futuro, futuro que Elza conhecia relativamente bem, já Aurora não... ela era dispensável, então Elza matou a própria filha, e manteve o sangue dela estocado por todo esse tempo, já que drenar o sangue de um corpo, pode proporcionar um estoque consideravelmente grande, e é assim que ela vem sobrevivendo todos esses anos - ele explicou algo que agora parecia óbvio até demais – te resta alguma dúvida aqui Antony? – ele perguntou o chamando ao notar a expressão de horror que havia se formado no semblante dele, sim era frio, extremamente frio, Elza se comportava como uma verdadeira bruxa psicopata, e como o sangue de Aurora deve ter acabado, essa foi a razão que fez com Elza se colocasse em risco ao se expor, para conseguir o cabelo de Alvo e assim posteriormente entrar no castelo usando a poção polisuco, já que Shara passou a ser o único recurso disponível, era certo o quanto as coisas pareciam estar fugindo do controle dela e isso era de alguma forma intrigante, talvez fosse mesmo bom… bom para eles.

—Está me dizendo – Antony interrompeu seus pensamentos, ele fez ânsia – que Elza, que ela… fez… e ela vem bebendo o sangue da própria filha desde então, durante todo esse tempo, que sempre foi ela?- ele se abaixou atordoado - Elza, matou a própria filha, e bebeu o seu sangue – ele repetiu, estava chocado - Isso é simplesmente terrível Severo - ele disse se abaixando para vomitar ali - desculpe… não consigo evitar - ele pediu, tentando se recompor.

—Elza premeditou a morte de Maeva e depois disso abandonou Shara, um bebe de pouco menos de dois anos, naquele lugar, não me surpreenderia em nada que ela tivesse feito algo assim no passado e isso não deveria surpreendê-lo também – Severo ponderou, notando Antony voltar a vomitar, será que ele deveria começar a andar pelos corredores com poções para o estômago?

—Sabe Severo... Elza, ela ficou surpresa ao me ver aquela noite na sala do diretor, ela não estava esperando por isso, deduzo que ela tenha me reconhecido pela voz – Antony comentou – mas ficou evidente pra mim, que mesmo conhecendo o futuro, ou parte dele, ela não sabia sobre a minha condição, e isso meio que a desestabilizou ali, penso que temos uma vantagem nesse sentido – Dumbledore, havia dito algo semelhante também e a princípio Antony estava chegando à mesma conclusão, de fato Elza conhecia fragmentos do futuro e isso não era algo tão significativo assim, agora ele podia entender... e se o futuro havia mesmo mudado, como parecia ser, eles estavam sim com uma certa vantagem – Precisa me prometer Severo, que antes de desfazermos tudo isso, o ritual, a maldição e tudo mais... nós iremos atrás dela, vamos encontrá-la, e então matá-la… afinal só poderei descansar em paz de verdade, se eu fizer parte disso, essa é minha única condição, antes de partir – ele pediu com um brilho diferente no olhar - ela deve pagar, pagar por todo o mal que cometeu.

—Tem minha palavra sobre isso – Severo disse sério o encarando, aquilo era verdadeiro, destruir aquela bruxa era sim um objetivo em comum ali, até porque Elza estava atrás da magia no colar, e essa magia estaria disponível apenas quando a cápsula de proteção fosse rompida, o que por sinal era uma grande variável ali, afinal não havia exatamente como prever o tempo daquilo, e quando de fato acontecesse, eles teriam uma segunda preocupação que seria proteger aquela poção, pois Elza certamente não mediria esforços e faria de tudo para conseguir chegar até a poção, e a levar consigo,  impedindo que o ritual seja executado - Elza deseja usar a poção para outra finalidade - Severo disse para ele - algo que ela tem em mente e que no momento desconhecemos, porém podemos trabalhar com a hipótese de que ela sabe e de que isso tem alguma relação com necromancia também, o que me preocupa ainda mais – Severo ponderou, e aquilo era verdadeiro... que ela era uma bruxa cruel, não restava mais nenhuma dúvida, e portanto ela seria capaz de qualquer coisa, Alvo havia comentado sobre isso também, mas como a origem da poção era algo ainda desconhecido ali, tudo aquilo discutido com o diretor era na verdade meras suposições, mas agora não, agora havia algo a mais e algo concreto. Elza não tinha interesse na quebra da maldição, dado a sua idade, aquilo não a favorecia mais, porém outra coisa a favorecia, algo que ela parecia desejar muito, o que poderia ser aquilo? Ele não sabia.

—Elza mandou a adaga para Shara, além da magia no colar, existe algo sobre isso, algo que devemos nos atentar e preocupar... – Antony parecia refletir sobre aquilo – eu penso que independente do que ela deseja fazer com a poção ela ainda quer o sangue da menina, mas não de qualquer maneira, ainda mais agora... sabendo que ela foi capaz de fazer aquilo que fez com Aurora, quem dirá... – ele estava com dificuldades para concluir aquilo, mas Severo entendeu – eu penso que ela quer que Shara, que ela faça... que ela tire a própria vida com aquilo, assim como Medusa um dia fez e assim como ela induziu Maeva a fazer... usando a mesma arma, a adaga de Perseu, eu não sei... mas deve haver alguma simbologia nisso tudo, assim como há em todo o resto – Antony concluiu.

—Adaga de Perseu? – Severo estranhou, ele não havia ouvido aquele termo ainda.

—Sim, Perseu filho de Zeus, recebeu a missão de matá-la, foi ele que inaugurou a caça as guardiãs, sé é que quer saber... os livros trouxas tratam da morte de Medusa assim, como se Perseu tivesse feito, mas não foi como aconteceu, Medusa tirou a vida primeiro, Perseu a estava perseguindo, e então levou sua cabeça, recebendo toda a glória por esse feito, e a partir daquele momento, a adaga usada por Medusa passou a ser conhecida como adaga de Perseu, mas é uma mentira – Antony explicou – apenas mais uma dentre tantas.

—Sim, apenas mais uma dentre tantas – Severo considerou, livros de fato não eram confiáveis - Concordo, Elza é esperta e suas ações são todas premeditadas, ela não faria nada sem que não houvesse uma razão para tal, a adaga... adaga de Perseu - ele repetiu se familiarizando com o nome – deve cumprir alguma função nisso tudo - Severo de fato considerava aquilo, até por que ele não era ingênuo e aquele havia sido o seu primeiro pensamento, ao ver a adaga aquele dia no salão principal, era evidente as pretensões daquela bruxa ao presentear a menina com aquilo. Mas ele faria de tudo, e isso incluía matar, para manter Shara em segurança, era uma promessa, promessa que ele iria cumprir.

—Elza precisa da poção do colar isso já sabemos... mas ela também precisa de vida, certamente de vida eterna, isso seria possível se ela fizer o ritual da lua e pra isso ela precisa do sangue da menina... sim ela vai fazer o ritual – Antony afirmou, e ele poderia mesmo estar certo sobre aquilo, sobre a finalidade da adaga e o uso do sangue da criança, sim fazia sentido, afinal Elza não desprenderia tanto esforço assim, dedicando sua vida nisso, para simplesmente morrer de velhice depois  – patético não acha? – Antony bufou para ele - como se viver eternamente fosse alguma espécie de benção ou glória – ele concluiu.

—Ela pode tentar e certamente fará... – ele disse soando o mais hostil possível - mas algo é certo – Severo disse, ao encarar a ave ali – Elza nunca mais irá encostar na minha filha.

—__

“Shara estava caminhando pela orla da praia, quando sentiu aquele vento característico soprar, havia uma tempestade se aproximando, ela sabia, ela sentiu seu corpo arrepiar a medida que as nuvens negras se aproximavam, o mar estava mais agitado do que de costume, ela estremeceu, tudo estava acontecendo de forma muito rápida... ela correu, correu pela arreia, em busca de um lugar em que pudesse de alguma forma se proteger, quando ouviu de longe, sua mãe chamar, então Shara correu em direção a voz, e a medida que ela se aproximava, ela identificou que havia um armário, ela conhecia aquele armário... mas aquilo não fazia sentido, por que havia um armário na areia da praia? sua mãe abriu uma das portas e entrou... o que ela estava fazendo, será que iria se esconder no armário? Aquilo também não fazia sentido algum, ela ouviu o estrondo do primeiro trovão, e aquilo a assustou, ela correu com muito mais urgência, parando em frente ao armário, e então ela entrou na mesma porta que sua mãe também havia entrado, Shara a chamou, estava escuro, muito escuro... de repente uma luz surgiu, fraca e ela viu sua mãe, ela não parecia poder ouvi-la ali, estava concentrada em algo, Shara se aproximou... ouvindo sua mãe dizer um feitiço “revelio” sim ela o ouviu com clareza assim como viu o  movimento da varinha, quando uma caixa pequena, de madeira apareceu... sua mãe a segurou sem abrir, agora se virando para ela e se aproximando a entregou para ela, o que havia na caixa? um novo trovão, escuro...”

Shara abriu os olhos no susto, ela estava nos aposentos do professor Snape, ela sabia... estava silencioso, ela se lembrou de como havia demorado para dormir, mas ainda era noite, ela se sentou no sofá ciente de que demoraria outra vez para engatar no sono, ela passou as duas mãos no rosto, aquele sonho ainda que familiar, havia sido diferente, o que será que significava aquilo? seu braço, ela notou, não doía mais, pelo menos não como antes, então não haviam desculpas para acorda-lo na madrugada, ela não faria... aquilo havia sido um mero pesadelo qualquer, ela se levantou apenas para beber um copo de agua, notando que a porta do quarto dele estava entre aberta, era estranho, pois ele nunca a deixava assim, ela se aproximou, estranhando não ter sido abordada ainda, aparentemente ele não estava ali, onde estava o professor Snape? Ela abriu a porta do quarto de leve... avistando a poltrona onde eles haviam dormido na noite anterior, e a cama sequer havia sido desfeita, não havia iluminação no banheiro... Shara passou para o cômodo do lado, o laboratório, estava vazio, e por último o escritório, também vazio, então ele havia mesmo saído, a esse horário, era estranho, ela optou em fechar a porta do quarto dele, se ele havia esquecido aberto, talvez a culpasse por achar que ela havia tentado entrar, mas algo chamou sua atenção o armário, aquele era exatamente o mesmo armário do seu sonho, ela sentiu uma adrenalina diferente ali, sua mãe havia aberto a segunda porta... ela se aproximou parando em frente a ele, as portas eram de madeira maciça, ornamentadas, era uma peça exótica, ela suspirou fundo, e então ela abriu a segunda porta, assim como havia feito no sonho, se deparando com algumas vestes, bem organizadas e penduradas em cabides, sim ele prezava pela organização, era fato, ela fechou a porta... ela estava ficando mesmo maluca... mas algo lhe ocorreu, no sonho, sua mãe havia feito um feitiço... ela sabia como fazer... ela abriu a porta outra vez, sua mão tremia ao alcançar a varinha, o que ela estava fazendo? ela não sabia? Se o professor chegasse agora, ela sabia a quão encrencada estaria, ainda mais por que ela havia prometido que não faria mais isso... mas aquilo era tentador, ela fechou os olhos se lembrando do movimento.

—Revelio – ela disse e imediatamente as vestes se afastaram, revelando um fundo falso no armário, ela sentiu seu coração disparar, ela se aproximou daquilo, o removendo com bastante facilidade, havia uma caixa, uma pequena caixa de madeira, era exatamente a mesma caixa que sua mãe lhe ofereceu no sonho, aquilo era impossível, ela sentiu um frio percorrer sua espinha... aqueles dias estavam cada vez mais insanos, e agora ela estava invadindo completamente a privacidade dele ali, ela não sabia se devia mesmo continuar... ela se aproximou, com receio, ciente de que estava prestes a descobrir algo ali... não havia nenhum sinal do professor, o que tornava tudo ainda mais fácil e atraente, ela pegou a caixa, sentindo uma energia diferente, e sem pensar muito ela a abriu... eram roupas, ela depositou a caixa com cuidado no chão, aquilo já havia acontecido antes... sim ela havia sonhado com algo nesse sentido na enfermaria, um outro calafrio percorreu sua espinha ao remover as vestes negras, eram as vestes dele de comensal, ele as guardava ali... ela sentiu vontade de colocar tudo de volta no lugar e sair correndo, fingindo não ter visto nada... mas ela não voltaria atrás agora, ela já havia ido longe demais ali, ela analisou a capa, era assustador... mas seus olhos foram atraídos novamente para a caixa, havia uma mascará... ela tirou a máscara de dentro da caixa, sentido seu corpo todo estremecer, ela já havia visto aquela mascara antes, ela a reconheceu imediatamente... ainda mais por que ela a havia desenhado, com todos aqueles detalhes, eram exatamente os mesmos detalhes... aquela era a máscara do seu sonho, do sonho anterior... sim aquela era a mascará de comensal que havia sido usada pelo seu pai... por que ela estaria ali nos aposentos do professor Snape? Ela havia mostrado o desenho para ele na enfermaria, e ele havia dito não ter reconhecido aquilo... foi quando a verdade lhe ocorreu, tão clara e transparente como a luz, ela perdeu o equilíbrio, e aquilo foi como ser golpeada no estomago por uma força invisível... ela soltou a marcara no chão, caindo de joelhos, ela estava em choque, a compreensão nítida do que estava acontecendo ali rapidamente deu lugar a uma intensa e fervente raiva. Seu peito doía e queimava com uma mistura de emoções. Ela sentiu-se traída, enganada. Tudo que eles haviam vivido e compartilhado até ali... tudo isso parecia ter desmoronado naquele mesmo instante.

Ela olhou uma última vez para a caixa, havia uma carta, com as mãos tremulas ela a alcançou, reconhecendo aquela caligrafia, era a carta da sua mãe “Para o Severo Snape que conheci, para o Severo Snape que sempre esteve ai, ao verdadeiro Severo Snape, aquele que um dia eu amei” Maeva.

Shara a encarou com força, e então ela a abriu... já que agora não havia ninguém para impedi-la.


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Notas finais do capítulo

OMG!!! OMG!!! OMG!!!
Sim, é oficial, ela descobriu... eu sei que havia muita expectativa em cima desse momento, e ele finalmente chegou, no capitulo 70!

Existe uma razão especial pra ser assim... algumas na verdades.
Explico: Essa fic começou no capitulo 35 - Floresta Proibida Parte I, eu mencionei isso na época, então essa historia até o momento esta (na minha cabeça) dividida em duas partes grandes... até o capitulo 35 temos um Severo Snape que descobre já no inicio que é pai, ele odeia a noticia, detesta, nega, foge e se esquiva a todo custo, mas ainda assim passa a "cuidar" dela mas de longe, apenas por se sentir na obrigação - Maldita Maeva, lembram? hahahah.

A partir do capitulo 35, foi um divisor de águas... o episódio na floresta, ela voltando e ficando em coma, desistindo da vida por querer estar em outra realidade e voltando apenas por ouvir a voz dele (foi lindo né) aquilo tudo fez com que ele a olhasse de forma diferente, um ponto importante e uma virada de chave, e então ele começou a enxergar sua história, ele se comoveu quando ela tentou tirar a vida literalmente no dia do seu aniversário, e então ele toma outra postura, ele machucou Noah que até ali era seu principal opressor, agora se importando com ela, ele começa a questionar o que sente, sente medo disso, recua.. mas não consegue e então ele assume, como vimos... sim ele também a ama.

Tudo isso precisou crescer na historia, e como eu escrevo muito... sorry por isso, estamos cá no capitulo 70, eu tinha uma meta, que era chegar nesse capitulo revelando a verdade, nos 45 do segundo tempo, meta cumprida, esta entregue (uma parte é claro... sei que estão curiosas, afinal e agora? hahaha)

A verdade é que eu queria que eles se aproximassem muito, e eles fizeram isso nesses últimos capítulos, choramos e rimos né, justamente para que o impacto da verdade pudesse ser... como uma tempestade repentina (disse tudo mas não entreguei nada)

E fiquem com... "Elza nunca mais irá encostar na minha filha."
E ela vem e pá, me solta um sonho desses... Elza esta muito a frente minha gente.

Por favor me contem, estou ansiosa pra saber opiniões... já que teve muita informação e revelação nesse capitulo né... o que acharam? (falo sério quando digo que estou ansiosa)



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