Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 5
Futuro - Um sonho




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"_Eu disse – era Rony – ela é completamente maluca"

—Sr. Weasley isso são modos – Era a professora de verde, todos estavam a olhando e agora Shara estava além de molhada, também apavorada, por que nada aconteceu? Ela deveria estar acordando agora, exatamente agora? por que ela não estava acordando? A expressão de pavor que ela deveria estar transmitindo tinha ficado visivelmente explicita para todos, ela recebeu olhar de solidariedade de Harry.

—Srta. Epson – o diretor disse de forma divertida – você tem um excelente senso de humor.

—Me desculpe – não era humor, era desespero e agora ela só queria acordar – eu não entendo, por que eu não acordo? Eu estou sonhando, preciso achar um modo de despertar – tinha que ter um jeito.

—Por que isso não é um sonho – o diretor disse de forma afetuosa, claro que era um sonho, aquelas coisas não podiam ser reais, não havia como... magia não era real – Minerva por favor, leve os meninos até o salão principal, eles devem estar com fome – e ele piscou para Harry e Rony que se despediram dela e saíram acompanhando a mulher mais velha, já o professor Snape estava visivelmente incomodado, era perceptível.

—Isso não é real – ela reforçou – não pode ser – ela estava começando a entrar em pânico.

—Entendo que esteja confusa – o diretor disse se sentando, enquanto o professor permanecia de pé sem esboçar qualquer reação.

—Não é real – ela repetiu andando pela sala e pensando sobre os últimos acontecimentos – eu pesquisei o nome da escola no guia das escolas da Inglaterra, ela não existe, eu fui na livraria, com o título do livro de química em mãos, poções que seja – ela havia notado os olhares de confusão entre eles – o livro não existe, o autor não existe, isso não é real, e ninguém escreve com penas no nosso tempo – ela olhou para a mesa do professor e tinha uma pena bem grande dentro de um recipiente de tinta – oh céus – ela estava chocada – Rony tem razão, eu estou mesmo ficando maluca não estou – ela colocou as duas mãos no rosto - eu estou delirando, oque há de errado comigo?

—Acalme-se criança – o diretor disse – então esse tempo todo você achou que tudo isso não passava de um sonho?

—Sim, eu... É um sonho, por favor me diz que é um sonho – ela estava quase chorando, ela se lembrou sobre a carta da sua mãe, aquilo por si só já fugia de todos os padrões de normalidade que ela conhecia, uma carta entregue por um pássaro daquela maneira em plena luz do dia e de como ela tinha escrito de que ela iria conhecer um mundo novo em breve, era sobre isso que ela estava falando? Era sobre Hogwarts? Sua mãe fazia parte desse universo? Aquele raciocínio acendeu uma tormenta, quem era ela afinal?

—Eu sinto muito - ele disse de forma educada.

—Como? - ela estava completamente confusa, ela também se sentou – e por que agora?

—Crianças bruxas na sua idade, podem ser facilmente encontradas, mesmo aquelas nascidas ou que convivem entre trouxas, é assim que encontramos você em Londres, essas crianças são naturalmente selecionadas e tem uma vaga garantida para estudarem em Hogwarts – ele estava sendo muito atencioso, então bruxas e bruxos existiam de verdade e ela era uma mesmo? Não era uma brincadeira e não era um sonho... Noah sabia esse tempo todo?

—Eu sou uma bruxa? – eu sei que parecia óbvio agora, mas ainda era igualmente chocante.

—Vejamos – ele disse – imagino que você já deve ter feito algo de diferente, algo que ninguém mais consegue fazer, algo sobrenatural e completamente sem explicação? - ele perguntou

—Sim… - ela foi imediatamente conduzida as lembranças com Noah naquela noite, além de tudo, ela se sentia culpada, ela queria tanto desfazer aquela lembrança - eu faço – ela sentiu a primeira lágrima descer – aquelas lembranças eras as piores possíveis.

—Sim... você é uma bruxa – ele disse, tirando um lenço de dentro de suas vestes e o estendendo para ela, e Shara notou a expressão permanentemente vazia no semblante do professor Snape, embora era evidente que ele a estava avaliando, não tinha como não se sentir coagida na presença dele – não chore.

—Bom se tudo isso é real mesmo, então oh meu Deus eu quase que morri, pelo menos umas duas vezes hoje, me desculpem eu não sabia como chegar no trem e os meninos eles me trouxeram, e realmente o portal não abriu para eles, é um portal não é mesmo? – ela estava soando confusa, ela sabia, mas ela queria ajuda-los de alguma forma, já que eles a haviam ajudado também – e aquela arvore, eu posso ajudar a reparar? Só me desculpem – ela se encolheu, a realidade era assustadora.

—Como diretor da casa Sonserina – era a primeira vez que ele estava se direcionando e se comunicando com ela desde que a viu naquela noite e ela se segurou para não recuar demonstrando medo – enfatizo de que não tolero e não tolerarei esse tipo de comportamento, contudo, devido as circunstancias, estarei abrindo uma única exceção e começando do zero com você – era impressionante como ele conseguia manter a mesma expressão vazia e tom de voz o tempo todo e mesmo assim ainda ser tão assustador, e ficou bem claro para ela do quanto ela teria que andar na linha ali.

—Obrigado Severo – o diretor disse - Agora srta. Epson, você era uma das crianças da lista que desconhecíamos, uma agradável surpresa por sinal, muito astuta e inteligente posso ver e você foi selecionada, muito rapidamente pelo nosso chapéu seletor, o que também chama minha atenção – ele apontou para o chapéu velho que repousava sobre a mesa - a Sonserina, é uma das nossas quatro casas dessa escola, ela é composta por grandes bruxos e bruxas no decorrer da história, e algumas das principais características dessa casa é a ambição e a busca pela grandeza e por isso muitas vezes são mal compreendidos e interpretados, mas a verdade é que bruxos da sonserina são aqueles que se colocam na cabeça um objetivo, não medem esforços para alcança-lo o que faz com que a maioria dos bruxos dessa casa tenham uma carreira de sucesso e boa posição social, você foi destemida, mesmo não sabendo como chegar até aqui, você fez aquilo que a maioria das crianças não teria feito, mas ainda assim existe algo que me intriga – ele disse olhando no fundo dos seus olhos – entenda que é extremamente raro uma criança nascida trouxa ser selecionada para a Sonserina, pois também é uma casa de costume e tradição, e no seu caso, nós não conhecemos nada sobre o seu passado, nem sobre a sua família, embora tenha ficado suficientemente evidente para nós, de que você desconhecia até então sua natureza bruxa e desconhecia a existência da magia, poderia nos esclarecer um pouco sobre a sua história? Acredito que possamos achar uma conexão. - ele sorriu e ela se sentiu desconfortável, pois ela não tinha muita informação útil pra dar, a vida dela na verdade era completamente pacata, vazia e sem sentido, até então, e ela não gostava muito de falar a respeito, principalmente com adultos.

—Bem... a minha história – ela se remexeu na cadeira pensando por onde começar – não é nada muito empolgante senhor, eu tenho atualmente 10 anos de idade, vou fazer 11 em novembro, e eu estudo, digo estudava em uma escola pública tradicional, eu bom não conheço os meus pais – ela sentiu os olhares atentos dos dois sobre si – eu nunca soube ao certo, mas me parece que ambos morreram quando eu ainda era bem pequena, eu nunca soube o motivo, e desde então eu moro e cresci numa casa de acolhimento infantil, um orfanato em Londres, eu não sei nada sobre eles, não sei nem o nome dos meus pais, é estranho mas eu não tenho um registro de nascimento, no dia que eu fui entregue, dentro de um cestinho na porta do lar, pelo que me contaram havia apenas um pequeno bilhete com meu nome e data de nascimento escrito a mão, desculpem eu não sei muito – ela se encolheu sem graça, recebendo um olhar afetuoso do diretor, era incrível como ele transparecia paz, o contrário do professor da sua agora casa.

—Interessante – Alvo comentou - Certamente você não é nascida trouxa e isso esclarece algumas coisas.

—Bom, a única pequena informação que eu tenho, com um pouco mais de conteúdo sobre a minha mãe foi uma carta dela que eu recebi há poucos dias atrás, a carta foi escrita por ela quando aparentemente eu ainda era um bebê, isso soa estranho para vocês? – ela perguntou se certificando de que ela não estava falando nada absurdo, com tudo aquilo estava difícil separar na sua cabeça o que fazia ou não sentido, mas ela notou que aquela informação tinha chamado a atenção de ambos.

—De forma alguma – o diretor respondeu abrindo um sorriso gentil.

—Mas mesmo assim ela não assinou a carta, e eu ainda não tenho um nome Senhor, eu sinto muito, honestamente.

—Imagino a sua surpresa ao receber uma carta da sua mãe nessas condições.

—Bom na hora eu não entendi muito bem o que estava acontecendo, já que a maneira como a carta foi entregue não é muito comum para os "trouxas" – ela disse sem graça tentando se familiarizar com o termo - mas quando abri, sim foi uma surpresa bem grande.

—Curioso e você se lembra de como era a coruja que a entregou?

—Coruja?... – hummm então era isso, corujas entregavam as correspondências dos bruxos, por isso haviam tantas no quintal do lar naquele dia, certamente havia mesmo mais de uma carta por isso Noah havia dito no plural – bom, não, é que... na verdade não era uma coruja senhor, era um pássaro grande, ele estava me seguindo desde a estação e bom isso não é muito comum, o comportamento do pássaro sabe, e ele chegou perto, bem perto, no começo eu fiquei com medo, mas ele parecia dócil, era um pássaro muito bonito, tinha pelo escuro nas costas e nas asas, mas o dorso era branco, e eu tive a sensação que ele podia me entender, e ele tinha a carta no bico, e foi assim que eu a peguei.

—Não é possível – o professor Snape disse diretamente para o diretor, evitando qualquer contato visual com ela – Alvo diga que isso não é possível - ele apoiou as duas mãos sobre a bancada parecendo buscar equilíbrio.

—Eu sei, eu sei... – ela decidiu interromper, ela estava quase chorando agora, afinal ele era mesmo intimidador – mas eu juro senhor, que eu não estou inventando nada disso, foi assim que eu recebi a carta e o colar – ela tirou a carta do bolso como prova de que estava falando a verdade.

—Eu posso? – o diretor perguntou e ela estava tremendo, era tão pessoal para ela.

—Eu... não sei - ela tinha oscilado - mas eu acho que sim, embora eu não compreenda muito do que ela diz – ela entregou a carta e visivelmente ela viu a expressão dele mudando a medida que ele a lia, e isso a assustou também.

—Então, minha mãe era uma bruxa também? – ela decidiu perguntar.

—Sim – até o tom de voz dele havia mudado - Está ficando tarde - e Shara não entendeu a mudança brusca de comportamento dele - não é apropriado que você durma nos aposentos da Sonserina hoje, vamos te acomodar em um dos nossos quartos de hóspedes - o diretor bateu palmas e do nada apareceu um serzinho pequeno de orelhas grandes no ar, Shara levou um susto pois não estava esperando por isso - essa é Misty ela é uma das elfas domésticas que servem a escola e ela vai te levar até o seus aposentos - Shara a olhou desconfiada, mas parecia inofensivo, e resolveu não questionar, ela estava mesmo exausta e amanhã seria outro dia, ela tinha muitas perguntas ainda, e sim ela iria atrás das respostas – Shara eu posso confiar de que você não irá mostrar a carta para absolutamente mais ninguém, tudo bem?

—Sim senhor – ela achou tudo isso muito estranho, o clima havia mudado, mas ela achou por bem simplesmente obedecer, ela se levantou – boa noite – se despediu e saiu, aquele tinha sido o dia mais alucinante de toda a sua vida e ela sabia de alguma forma, que a aventura estava apenas começando


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Notas finais do capítulo

Que reviravolta, e agora... pelo que tudo indica, o diretor sabe de algo... e Severo, por que ele reagiu assim?

A partir de agora a história cria corpo (desculpem pela demora) e daqui em diante eu irei escrever pela ótica de Snape também, penso em capítulos intercalados, mas vamos ver como vai fluir. Espero que tenham gostado!



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