Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 111
Futuro - A batalha de Hogwarts (02-05-1998)


Notas iniciais do capítulo

Sim, vc não está lendo isso errado... esse capitulo é um epílogo, dessa própria história (que ainda não acabou, mas está quase) ou seja se passa no futuro... No dia da batalha de Hogwarts, mantendo o cânon - (em partes, até onde dá, nem tudo dá, mas quase tudo dá hahaha) mas vcs vão notar as pequenas diferenças.
É triste, muito triste (pega o lencinho)

Ao som de: Sia - Angel by the Wings (essa musica é perfeita para esse capitulo)



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02/05/1998 - Um pouco mais que 5 anos depois...

O castelo estava parcialmente destruído, não havia muito mais o que ser feito ali, além de continuar lutando... eles eram muitos, e estavam por todos os lugares agora, os professores que restaram, os integrantes da ordem e também alguns aurores... estavam tentando sustentar aquilo, mas honestamente Shara não sabia por quanto tempo mais eles poderiam fazê-lo, muitos alunos também estavam em batalha, na linha de frente... assim como ela, Gina... Beta e tantos outros, já os alunos mais novos, proibidos de lutar haviam sido levados em segurança e estavam aos cuidados de Antony e Catie... Shara sabia que seu estado era mais do que deplorável, suas roupas estavam sujas devido a poeira dos escombros, sua pele estava ferida devido aos feitiços cruzados, ela estava cansada, mas ciente de que precisava seguir em frente, ela jamais se recusaria a lutar, mesmo ela sendo uma espécie de troféu ali naquela batalha e isso tornava tudo ainda mais intenso, pois cada vez que um comensal da morte a reconhecia, ela precisava se esforçar ainda mais para derrota-lo, havia uma recompensa pela sua vida, e era alta... Voldemort a queria viva, mas Shara tentou não pensar nisso... afinal, olhar a sua volta a lembrava de que haviam outras preocupações além de si mesma...

Os escombros espalhavam-se pelo chão, testemunhavam a brutalidade da batalha. Shara sentia o ar pesado com e o cheiro de fumaça e magia em conflito... cada estrondo de feitiço era como um trovão em sua mente, ecoando e fazendo-a tremer, a lembrando da época em que a tempestade a assustava mais do que qualquer outra coisa, bons tempos aqueles, sim era ironia pensar daquele jeito, mas naquela época ela não fazia ideia do verdadeiro mal que a assombraria no futuro... A cada rajada de luz verde, a cada estrondo de explosão, Shara sentia um arrepio percorrer sua espinha, sem saber quantos mais ela poderia estar perdendo essa noite, mas ela se manteve firme, alimentada pela certeza de que estava lutando por um mundo melhor... Havia a adrenalina da batalha, a urgência de proteger seus amigos e colegas, mas também havia uma tristeza profunda ao ver o lugar que ela sempre considerara um lar, lugar que a acolheu esses anos todos sendo destruído diante de seus olhos.

—Ora ora ora... ai está você – Shara manteve a varinha em punhos vendo-a se aproximar – sabe o quanto desejei esse encontro... só você e eu – ela sussurrou – desde o seu primeiro ano nessa escola – aquela era Louise Diaz, a mãe de Carla... Carla que havia se tornado uma boa amiga... ela que havia se rebelado contra a família, deixando todo o prestígio social para trás e se tornado um apoio e suporte importante para Shara naqueles tempos – parece que a sorte está do meu lado hoje, pois além de Milorde me recompensar por tê-la capturado para ele, ainda me sentirei vingada de duas maneiras distintas, a primeira por ter influenciado minha filha a se tornar uma traidora de classe nojenta como você e a segunda por ter o privilégio de estar entregando a filha dos meus doces inimigos... Maeva e Severo Snape para o abatedouro... O lugar onde receberá o tratamento que lhe é devido – ela gargalhou.

—Não será tão fácil – Shara a encarou – precisará me derrotar primeiro – Shara provocou, com a varinha devidamente posicionada.

—Interessante, então a pequena Snape decidiu jogar fora o legado de seu pai... - zombou Louise, sua voz como veneno destilado... Shara manteve a compostura, ninguém conseguia mais provoca-la com tanta facilidade.

—Não há legado algum... em rastejar aos pés de um mestre como o seu... ou o dele tanto faz, e ter que beijar suas vestes imundas – Shara disse séria – enquanto se é humilhado e castigado com imperdoáveis por não ter sido suficientemente boa em algo ordenado por ele – Diaz riu, um som áspero e desagradável e Shara não tinha a menor dúvida de que os seguidores dele eram no mínimo cegos ou loucos…

—Vamos ver se suas palavras podem protegê-la dos meus feitiços, querida – ela disse ao lançar o primeiro ataque – Expelliarmus - que cortou o ar, mas Shara foi mais rápida, desviando com uma agilidade surpreendente.

—Protego - Shara contra-atacou, e uma barreira invisível a protegeu do impacto.

—Crucio -  Louise gritou, com um sorriso sádico, mas Shara saltou para o lado, evitando o feitiço da maldição - Você vai ter que fazer melhor que isso, Diaz – Shara ironizou... mas Louise era boa e ágil a a batalha entre elas se intensificou, feitiços de luz e escuridão colidiam, explodindo em ondas de energia.

—Sectumsempra! - Shara lançou, um feitiço que seu pai havia criado, mas Louise conseguiu bloqueá-lo com um grito de "Protego!"

—Você acha que é forte o bastante para me derrotar? - Louise perguntou numa tentativa de intimida-la, enquanto preparava-se para lançar outro feitiço.

—Não - Shara respondeu, com uma confiança inabalável - Mas minhas habilidades sim – e com um movimento rápido e preciso, ela apontou sua varinha diretamente para Louise - Expulso - O feitiço a atingiu em cheio, lançando-a para trás com uma força tremenda, a fazendo colidir contra a parede de pedras, ela caiu, atordoada e incapaz de se levantar imediatamente... Shara avançou, mantendo sua varinha apontada para a comensal caída - Isso não é sobre legado, nem sobre medir forças - disse ela, com a respiração pesada – isso é sobre escolhas... e eu, assim como sua filha escolhemos não ser como vocês – ela cuspiu, se afastando... Louise, com um esforço doloroso, ergueu-se apoiada em seus cotovelos, a raiva e o ressentimento queimando em seus olhos.

—Isso não acaba aqui, querida. Você pode ter vencido hoje, mas sua linhagem maldita sempre será nossa inimiga – ela gritou – sua magia ancestral nunca será aceita em nosso meio... nunca - Shara parou, voltando-se lentamente para enfrenta-la uma última vez, sua postura calma, mas seus olhos faiscavam com a promessa de um final definitivo para este duelo.

—Sabe, sua obsessão com o passado e com quem eu sou, é sua maior fraqueza, Diaz... Você está tão presa a algo que não consegue ver o presente, muito menos o futuro... – Shara disse com autoridade.

—O futuro? – Louise perguntou com desdém... - O futuro será escrito com o sangue dos traidores como você – ela afirmou.

—Não - retrucou Shara, com firmeza - O futuro será escrito por aqueles que têm a coragem de mudar, de fazer escolhas melhores... Diferente de você, do meu pai e de tantos outros, eu não estou presa pelas correntes do passado... Eu luto por um mundo onde não precisamos mais nos odiar por velhas cicatrizes... mas é claro que você nunca poderá entender isso – Havia mais que ousadia em declarar aquilo, Louise, movida pelo ódio e incapaz de aceitar que havia mesmo perdido, estava determinada em se levantar, preparando-se para lançar mais um feitiço contra ela, sua varinha tremendo com a intensidade de sua raiva... mas antes que ela pudesse pronunciar as palavras, Shara agiu – Somnium - A voz de Shara era clara e poderosa, mais do que em qualquer outro feitiço que ela havia lançado antes... e um jato de luz prateada emergiu de sua varinha, envolvendo a comensal em um brilho suave. Os olhos dela se arregalaram, surpresos pela escolha de um feitiço tão singular, antes de se fecharem lentamente, seu corpo amolecendo e caindo suavemente no chão, em um sono profundo e pacífico, que duraria o tempo que fosse necessário.

Shara observou, seu peito subindo e descendo rapidamente com a adrenalina do confronto... - Acorde quando estiver pronta para ver o mundo como ele realmente é, e não como você deseja que ele seja... - e com essas palavras, ela se virou e caminhou de volta à batalha, quando algo chamou sua atenção... o menino que sobreviveu como também era conhecido, ele que era o símbolo de esperança para tantos, por quem ela e todos ali estavam lutando essa noite, um de seus amigos mais próximos, descia lentamente as escadas que levavam ao castelo... suas mãos, visivelmente trêmulas, estavam cobertas de sangue, um contraste chocante com seu rosto pálido, marcado pela exaustão física e pela dor... Shara sentiu seu coração acelerar... ela correu até o seu encontro, de quem era todo aquele sangue? Parecia ter sido um duelo ruim... e a preocupação de que talvez ele também estivesse ferido tomou conta de Shara instantaneamente, Harry era o mais forte entre todos... ele precisava sobreviver uma segunda, terceira... ou quantas vezes fossem necessárias... e vê-lo assim fez com que o seu recente triunfo sobre Louise desaparecesse diante da urgência daquele momento.

—Harry! - Shara exclamou, alcançando-o... Seu olhar fixou-se nas mãos dele, e então, levantou-se para encontrar seus olhos... - De quem é o sangue? O que aconteceu? – ela perguntou aflita, Harry a encarou, sua expressão carregava uma dor tão profunda que palavras pareciam insuficientes para descrevê-la. Ele hesitou, a luta visível em seu olhar enquanto tentava encontrar força para falar... deixando apenas uma certeza ali, aquele não era sangue inimigo, Shara congelou.

—Harry – ela sussurrou... tentando capturar algo, algo que ele não conseguia declarar em palavras, e não era bom... ela enrijeceu – Harry... – ela disse uma terceira vez, sentindo todo o peso dos últimos dias sendo depositados sobre si...

—Eu sinto muito – ele disse... sua voz era rouca, carregada de tristeza... ela enrijeceu, se sentindo perdida, aquilo era pessoal, aquele sangue era de alguem que ela amava... – eu o vi Shara...  ele se foi – aquilo era tudo, tudo que ela não queria ouvir, ela recuou, dando um passo ou dois para trás.

—Não – ela sussurrou... ela fechou os olhos, por um momento se esquecendo de tudo a sua volta, da guerra, dos comensais a espreita, dos feitiços que cortavam o lugar, dos gritos de seus amigos... aquele sangue... era o sangue, dele... não.

 _Shara... - a voz de Harry parecia distante.

—NÃO – ela gritou, aquele não era um grito qualquer, era um grito estridente, que extravasava toda a dor que ela estava sentindo naquele momento, ela repousou a mão sobre o peito, onde estava o colar, que ele havia dado a ela no primeiro ano...

—O professor Snape... – ele começou... mas o mundo de Shara estava ruindo, se abrindo em baixo de seus pés e a engolindo... a ideia de que o seu pai... de que ele estava morto... era inconcebível, ele havia prometido não a deixar, justo ele que sempre cumpria suas promessas... mas a dor nos olhos de Harry provavam que ele falava a verdade, ela nem se deu conta do quão firme segurava a sua varinha, até solta-la, deixando com que ela caísse no chão... nada mais importava agora, nenhuma guerra parecia valer a pena... – eu não pude interferir... – Harry havia dito – eu sinto tanto Shara... Voldemort precisava dele morto, a varinha, bem... parece que ela não o respondia adequadamente...

—Como aconteceu? - Sua voz mal passava de um sussurro, temendo a resposta, mas precisando saber a verdade... ela queria saber, ela precisava daquilo.

—Nagini... ela o atacou no cais, ela o matou... a pedido de seu mestre – ele estava sendo honesto ali, Harry sempre era... Shara sentiu seu coração sendo rasgado completamente naquele ponto, aquela sequer era uma morte honrosa para um homem como ele - Snape, ele estava nos protegendo - Harry se aproximou, segurando sua mão com força, e cada palavra dita por ele, parecia custar-lhe algo fisicamente - Voldemort... ele nunca soube... mas Snape o enganou esse tempo todo, ele estava do nosso lado Shara... eu vi suas memórias na penseira... Ele... ele deu a vida por você, por mim e por todos nós... para nos dar uma segunda chance... ele não traiu Dumbledore como pareceu naquela noite, Snape ele é um herói... Ele é homem nosso – ele explicou.

—ELE ESTÁ MORTO... um herói morto – ela gritou, enquanto lágrimas formaram-se em seus olhos, escorrendo livremente por seu rosto, cada uma carregando a dor da perda da pessoa mais importante da sua vida, pesando ainda mais ao se dar conta da complexidade daquilo que ele havia feito por eles, daquele que era apenas mais um dos sacrifícios que seu pai havia feito em toda a sua vida, Shara... ela sempre soube... ela tinha certeza de quem ele era, ela conhecia o seu coração... mesmo com todos desacreditando e o acusando deliberadamente, no fundo ela sempre soube que havia uma razão para tudo aquilo que ele fez, e agora, a compreensão de sua verdadeira lealdade sendo exposta por aquele que menos acreditava nele... Não ela não podia julgar Harry por isso, mas ouvir sobre seu fim dessa maneira era algo que ela não estava preparada... não era justo com ele, nem com ela... não era justo com eles...

—Ele morreu como um herói de guerra, Ele lutou por muitos... mas você Shara era é sempre foi sua única e maior prioridade, até mesmo agora... suas últimas palavras foram que ele te amava e que você tinha os olhos da sua mãe - Harry acrescentou, o olhar perdido em alguma memória distante... em algo que ele havia visto, Shara acenou com a cabeça, engolindo o nó em sua garganta, a luta ao redor dela tornou-se um borrão, seus sons uma cacofonia distante... Ela, que havia acabado de enfrentar Louise Diaz com tal ferocidade e determinação, agora encontrava-se paralisada, ela não podia mais lutar aquela guerra por mais ninguém, estava perdido para ela... e foi nesse momento de maior vulnerabilidade que ela viu Draco Malfoy se aproximando deles, ele que também era o inimigo... Shara mal pode lhe direcionar o olhar, sua mente estava em fuga, Harry, cujos instintos haviam sido forjados para lutar, imediatamente se posicionou a sua frente, erguendo sua varinha na direção dele, preparado para defendê-la... ela não se importava... talvez morrer fosse no momento sua melhor opção.

—Não se aproxime Malfoy - Harry avisou, sua voz firme, os olhos estreitando-se em desconfiança... essa foi a ultima coisa que ela viu, ouviu e entendeu... ela era boa em ocluir, então ela ocluiu.

—__

Harry não podia deixar Shara ali, sua amiga estava desistindo de lutar e ele sequer podia julgá-la e tirar sua razão por isso, ainda mais agora que ele havia visto as memorias de Snape e entendido uma parcela do que havia sido a vida daquele homem, Snape definitivamente havia sido o bruxo mais ousado e corajoso que Harry já conheceu... Harry devia a sua vida a ele e proteger Shara, a filha dele era o mínimo que Harry poderia fazer, Snape era um espião duplo... mas sua lealdade nunca foi de Voldemort e aquilo era uma prova do quão falhos podiam ser os seus julgamentos sobre alguém... seus pensamentos foram interrompidos com a chegada de Malfoy e sem pensar duas vezes, Harry se posicionou como um escudo protetor diante da amiga, aquela que no passado fez parte de seus sonhos apaixonados... havia na verdade se tornado uma de suas amigas mais confiáveis, Harry estava disposto a protege-la com sua própria vida... mas havia algo de errado com Malfoy sua habitual expressão de arrogância agora substituída por uma seriedade raramente vista por Harry, ele mal o olhou... seu foco estava além, ele estava estudando Shara com cautela, não como quem estivesse prestes a atacar, ele parecia preocupado...

—Não se aproxime Malfoy - Harry avisou, sua voz firme... e pela primeira vez Malfoy obedeceu a um de seus comandos, ele parou... seu olhar completamente vazio, ia dele para Shara em segundos... Harry nunca achou que pudesse ver aquele garoto egoísta e prepotente que tanto o atormentou preocupado com alguém além de si mesmo... o que podia significar aquilo? Mas antes mesmo de pensar sobre isso, num movimento rápido e preciso, Malfoy apontou sua varinha na direção de algo... ou alguém, que definitivamente não era nem ele e nem Shara, Harry se virou rapidamente para tentar identificar seu possível alvo...

—Avada Kedrava - os olhos de Harry se arregalaram, surpresos... não ele não tinha a menor dúvida de que Malfoy mataria para sobreviver, ele era um comensal, era treinado para essa finalidade, mas sua surpresa era voltada a quem ele havia acabado de azarar ali, sim ele havia lançado o feitiço da morte em um de seus próprios colegas... um comensal que havia se aproximado silenciosamente, aproveitando-se da distração deles para alcançar Shara... Malfoy havia matado, por ela?... espera Harry o conhecia… ele estava sem a máscara...

—Esse não era... – Harry se viu dizendo, mais para si mesmo do que para o loiro com a varinha em punhos, a sua frente.

—Flint, Marcos Flint - Malfoy meio que cuspiu o nome dele, sim Flint... ele havia sido um Sonserino também, Harry se lembrava dele do seu primeiro e segundo ano na escola, como sendo o capitão de Quadribol daquela casa, Harry encarou Malfoy ainda mais surpreso por ter sido um de seus colegas na escola, e também pela maneira fria que ele havia resolvido aquilo  - O que foi Potter, te assustei? - ele ironizou, mas ficando sério novamente, enquanto voltava sua atenção para Shara outra vez, embora ela estivesse presente, era como se ela não estivesse ali… ela estava em choque pela morte do pai… e não parecia sequer ter acompanhado aquilo.

—Matar nunca é a primeira opção - Harry disse, ao repreende-lo, Malfoy sorriu fazendo pouco-caso.

—Alimente isso e essa guerra já está perdida - ele afirmou - Flint, não teria perdido a oportunidade e matado primeiro… e de qualquer maneira ele não valia a pena… - Harry se sentia confuso, uma morte não o assustava como Malfoy havia insinuado, ele já havia visto algumas agora, mas o comportamento do Sonserino sim… era intrigante - Eu não estou aqui para lutar contra você, Potter - ele disse, quase com relutância, mas com um tom de sinceridade que não podia ser ignorado... Harry, sequer havia percebido, mas ele ainda se mantinha com a varinha erguida para o seu então rival… Harry hesitou, avaliando Malfoy, era evidente que o mundo não era mais dividido em preto e branco, amigo ou inimigo, como ele talvez preferisse ou se sentisse confortável... Snape era a prova disso, então talvez Malfoy também fosse...

—Por que deveríamos confiar em você? - Harry questionou, embora quase convencido de que ele não era mais uma ameaça, apenas relutando em deixar sua desconfiança de lado, o que era evidente na tensão de sua voz.

—Porque... assim como você, eu também perdi pessoas que amo nisso tudo, e eu não me refiro aos mortos Potter - ele respondeu, seu olhar compenetrado em Shara dizia muito, foi quando Harry baixou a guarda, recolhendo sua varinha, e foi ali que Harry entendeu... Malfoy se importava com Shara, assim como Harry se importava com Gina, Malfoy estava ali para ela... e Shara precisava de alguém que lutasse por ela nesse momento, já que ela não podia fazê-lo...

A sinceridade no olhar de Malfoy e sua ação inesperada de salvá-los, mesmo que matando alguém pra isso... forçaram Harry a reconsiderar... e com um aceno sutil de cabeça, Harry deixou com que a tensão entre eles suavizasse um pouco... mesmo que a desconfiança não desaparecesse completamente, afinal haviam sido anos de inimizade... Mas o olhar que ele lançava sobre sua amiga, foi uma compreensão quase tácita, reconhecendo que, apesar de suas diferenças e rixas passadas, ambos estavam lutando pelo mesmo propósito e por pessoas que amavam, Harry não podia negar que havia uma preocupação genuína na forma como ele a olhava, uma profundidade de sentimento que ele não esperava ver... não em um Malfoy.

Com a guerra exigindo sua atenção, Harry tinha algo a fazer, ele precisava se entregar, seus amigos estavam morrendo... e sabendo que Shara precisava de proteção e de cuidado, algo que ele não poderia oferecer naquele momento... Harry tomou uma decisão surpreendentemente confiante, fixando sobre Draco com um olhar intenso… ele se dispôs a dar-lhe uma chance…

—Malfoy - Harry começou, sua voz firme apesar do caos ao redor - Eu preciso ir... tenho coisas a fazer... coisas que apenas eu posso fazer - Ele fez uma pausa, assegurando-se de que capturava a atenção do garoto que ele tanto odiou - Cuide dela. Eu sei que você... bem, que você... se importa com ela agora, apenas garanta que ela fique segura – Harry deu um passo para o lado, Shara estava quebrada, Malfoy claramente surpreso com a requisição, olhou de Harry para Shara, a decisão formando-se em seus olhos cinzentos... Ele assentiu, firme, um gesto de aceitação da responsabilidade que lhe fora confiada.

Harry, com um último olhar preocupado para Shara, tocou levemente no ombro da amiga, que parecia despertar naquele momento de um sonho profundo, ela o encarou surpresa, e encarou Malfoy também, Harry suspirou, por mais difícil que fosse aceitar aquilo, ele sabia que estava deixando Shara em mãos capazes de cuidar dela, talvez melhor do que ele poderia, já que Draco estava disposto a matar por ela… não haviam dúvidas, ainda que a ideia de confiar nele fosse algo que ele nunca imaginou fazer... Harry se afastou…

—Ei cicatriz - Malfoy chamou usando seu velho e detestável apelido - boa sorte com isso… de salvar o mundo - ele disse, Harry assentiu e então correu....

—_

Draco aproximou-se dela, Shara não havia prestado atenção nas circunstâncias pelas quais ele havia se aproximado deles, ou o porquê Harry a havia deixado ali sozinha com ele... ou o porquê Draco havia dito o que disse, enfim não importava, embora Draco a olhasse de forma profunda, Shara não queria e não estava disposta a lutar... seu pai estava morto, seu mundo eram ruinas, assim como toda Hogwarts a sua volta e dessa vez não haveria magia ancestral capaz de traze-lo de volta a vida... ela o havia mesmo perdido.

—Malfoy – ela conseguiu dizer – apenas acabe com isso de uma vez – ela disse cansada – não vou oferecer qualquer resistência – talvez ela desejasse que aquilo acabasse mesmo, e sendo pelas mãos dele, era até irônico, ele que havia sido o menino pelo qual ela havia se apaixonado no primeiro ano, o menino que ela amou por tanto tempo, embora de alguma forma eles se odiassem agora... suas lutas tão distintas os haviam colocado em lados opostos da guerra, ela sentiu quando a mão dele alcançou a sua... e como prometido, ela não ofereceu resistência alguma... ele a puxou a guiando para algum lugar que ela não fazia ideia qual fosse... talvez, ele a estivesse levando para Voldemort agora, aquilo lhe renderia excelentes pontos com ele, uma promoção talvez já que a vaga de seu pai estava em aberto, além da recompensa... quando ela sentiu que ele havia erguido a mão dela e a posicionando no centro da porta de madeira... e foi ali que ela se deu conta de que ele a havia levado aos aposentos de seu pai nas masmorras... o lugar estava intacto, e aquela era a prova de que esse era de fato o lugar mais seguro do castelo, algo pelo qual ele se orgulharia... Shara não havia mais entrado ali desde... bem desde a morte do diretor... quando seu pai o havia matado na torre de astronomia e destruído tudo que eles haviam construído como família até ali... Mas o que Draco estava fazendo… por que ele a havia levado para lá?

—Ficará segura aqui – ele disse, avaliando o lugar, segura? Aquilo não fazia sentido... ela o encarou, ele parecia disposto a oferecer-lhe algum apoio físico e emocional, um gesto que, em qualquer outro dia, teria sido impensável para ambos... Mas naquele momento, naquele dia de batalha e de perdas, velhas rivalidades poderiam perder seus significados?...

—Porque está fazendo isso agora? - Sua voz tremia, uma mistura de confusão e incredulidade. Ela não conseguia reconciliar a imagem dele, do Draco Malfoy que ela havia visto pela última vez na noite em que Dumbledore havia sido morto pela varinha do seu pai com o Draco Malfoy que estava diante dela agora, segurando a sua mão em um gesto de cuidado... Ele hesitou por um momento, como se ponderasse sobre suas próprias motivações. Então, finalmente, ele falou, sua voz carregada de uma sinceridade que ela não esperava encontrar...

—Eu sei que nada disso faz sentido agora, mas... eu não posso simplesmente deixar você para trás... não depois de tudo... – ele fez uma pausa - de tudo o que perdemos esses anos todos... - Seus olhos, sempre cheios de arrogância, agora mostravam uma vulnerabilidade que fazia anos desde a última vez que ela os havia visto assim… ele a soltou, caminhando até a mesa, e apoiando suas duas mãos sobre o local, enquanto baixava a cabeça… ele parecia lutar contra algo, ali estava Draco Malfoy, se parecendo muito mais com o menino que ela tinha conhecido em seu primeiro ano, o garoto pelo qual ela se apaixonou...

Shara fechou os olhos, seu coração estava sangrando, com a perda de seu pai, ele que havia sido um homem de muitas máscaras, ele que a havia amado à sua maneira, ele que a havia protegido esses anos todos com seus segredos e sacrifícios... e agora, ali estava Malfoy, se parecendo tanto com ele... quantas facetas ele podia ter? quem ele era de verdade?

—Eu não sei o que dizer... nem o que pensar - As palavras de Shara escaparam em um sussurro, sua mente ainda tentando processar a mudança dele, enquanto lutava com a dor da morte de seu pai... Ele levantou a cabeça, encontrando o olhar dela.

—Eu... eu vi o que essa guerra fez com todos nós... O que ela fez comigo - ele admitiu, sua voz baixa - Eu não quero ser a pessoa que fui criado para ser... eu quero escolher quem eu serei, foi você mesma que disse, que todos nós temos escolhas... e eu não quero viver sabendo que poderia ter feito algo por você e não fiz... principalmente agora... então apenas... deixe-me tentar Shara, eu quero protegê-la, pelo menos desta vez sem que fuja de mim novamente... – ele disse… Shara se encolheu… independente do que ele estivesse tentando fazer ali… ela não podia, Shara olhou a sua volta, estar ali naquele lugar... tornava tudo ainda mais difícil.

—Eu não posso.... eu não quero mais continuar... não sem ele... - As palavras saíram entre soluços, suas emoções bagunçadas, sua dor era tudo que ela podia se apegar no momento... A ideia de seguir em frente, de continuar lutando sem ele, parecia-lhe insuportavelmente cruel – Eu me rendo, leve-me cativa... se não você, mas me entregue a alguém que faça... me entregue ao seu mestre... – ela confessou, o desespero tingindo sua voz de um tom que ela nunca imaginou possuir...

—Não, Snape, o seu pai não iria querer que parasse de lutar por ele, ele morreu para que você pudesse ficar de pé – ele foi enfático… a deixando surpresa pela sensibilidade daquelas palavras - Voldemort não merece ter você - ele disse, mas ele não podia decidir aquilo por ela... definitivamente não, ela o encarou com olhos que brilhavam ferozmente através das lágrimas…

—O seu maldito mestre o matou… - ela esbravejou, e aquilo foi dito com raiva… -Voldemort, ou aquela sua cobra maldita matou o meu pai Malfoy - ela acusou… - ele que fez tudo que lhe havia sido solicitado, inclusive matou um de seus únicos e mais preciosos amigos, para cumprir aquilo... meu pai matou Dumbledore, para que Voldemort tivesse a porcaria da varinha das varinhas… e depois desse sacrifício, Voldemort o matou, bem talvez a morte seja mesmo um prémio de consolação… então apenas me deixe ir...

—Não - Draco a interrompeu seu olhar fixo nela… até que continuou – a algo que precisa saber Shara – ele a estudou - Snape matou Dumbledore sim, mas ele o fez unicamente por que eu não o fiz… - o que ele estava dizendo? Shara o encarou confusa – aquela era minha missão, eu deveria ter feito... aquilo foi o que Voldemort pediu a mim... mas eu falhei... eu não consegui e não pude faze-lo - Draco se virou, ficando de costas para ela agora, como se quisesse esconder suas emoções... - naquela noite… se eu não fizesse ou se Dumbledore permanecesse vivo, Voldemort mataria os meus pais - ele explicou… Shara se concentrou naquilo… - eu definitivamente não me importo se Lucius morrer - ele riu, seco... bem nem Shara - mas a minha mãe… não, eu não podia deixá-lo tocar nela… eu só tinha que mata-lo, Dumbledore, mas fui fraco, eu não consegui ir em frente… eu o desarmei apenas… mas eu…. Então Snape fez por mim, aquilo que era meu trabalho fazer, ele me salvou do trabalho sujo e salvou minha mãe naquela noite… - Draco admitiu, Shara sentiu as lágrimas descerem pelo seu rosto livremente, ela amava Narcisa e tudo que ela representou esses anos todos… e um misto de alivio por saber que mesmo sendo ruim, seu pai havia agido com boas inclinações naquela noite, ele fez uma escolha... Bastante difícil.

—Por que está me contando tudo isso agora? - ela pôs as duas mãos no rosto - por que me trouxe até aqui? Por que decidiu se importar? - ela perguntou, mas um longo silêncio se fez… por que ele não respondia? - DROGA MALFOY... – ela foi até ele o puxando e o  obrigando a se virar para ela - quer saber... não importa mais - ela disse o encarando - tudo que eu te peço é para que você me leve até o seu mestre, faça sua frente... ganhe pontos por ele… ou me mate, como preferir… por que droga você não pode uma única vez fazer o que estou te pedindo - ela gritou para ele… vendo um brilho diferente em seu olhar - apenas  Faça – ela implorou... Estava sem forças.

—Eu não posso - ele disse... ele a estava deixando ainda mais frustrada, teria sido mais fácil se ela tivesse simplesmente ficado no grande salão, certamente algum comensal a teria levado e feito aquilo que ela tanto queria, ela estava desistindo... então num impulso ela correu até a porta, aquilo era algo que ela resolveria sozinha... Mas ele foi mais rápido a puxando com força... E a segurando contra si a impedindo de continuar.

—FRACO - ela gritou para ele, enquanto tentava se desvincular - você tem razão sobre ser... FRACO…. - ela estava soluçando, enquanto ele a amparava, suas feições sérias... ela desistiu de se debater, ela estava desistindo de tudo ali...

—Eu não pude matar Dumbledore… sim eu fraquejei, admito - ele disse de forma determinada, sua respiração estando alterada ela podia sentir – e embora matar não seja mais um problema pra mim, ainda assim eu não posso matar você Shara, nem a levar  até ele... ou deixar que você vá...

—Por que? – ela sussurrou quase sem força alguma... novamente o maldito silêncio, ela se virou brutalmente, ainda em seus braços - POR QUE? - ela perguntou alterada.

—Por que você… você é a PORRA da garota que eu AMO - ele devolveu no mesmo tom… Shara estava prestes a replicar, a bater nele se fosse necessário… mas aquilo a desestabilizou…

—O que disse? - ela perguntou desnorteada, tentando processar aquilo que ele havia acabado de dizer... eles estavam tão próximos um do outro.

—Que admito ser fraco - ele sussurou...

—O que disse depois disso? – ela tentou novamente.

—Que eu a amo – ele repetiu, mantendo o contato visual, seus olhos azuis penetrantes refletindo uma mistura de decisão e de vulnerabilidade – estar aqui não foi uma decisão fácil... estar aqui significou virar as costas para tudo o que eu acreditava, ou melhor por tudo que fui criado a acreditar... mas, no final, não houve escolha alguma... não realmente... porque não existe alternativa em viver em um mundo sem você - Shara sentiu suas pernas vacilarem...

—Desde quando? - ela perguntou.

—Sempre - ele disse... – desde o primeiro instante em que a vi - ele se aproximou um pouco mais diminuindo a pouca distancia que havia entre eles – eu escolhi você... - ele segurou seu rosto - na nossa primeira troca de olhares... eu sabia que você seria minha.

—E onde você esteve todo esse tempo? - sua respiração estava quase falhando… ela não conseguia desviar os olhos dos dele...

—Eu estive perdido, tentando provar a mim mesmo algo que não poderia… que você não importava, quando você era tudo que eu mais queria… e aquele bilhete… aquele maldito bilhete que você escreveu no seu primeiro ano, onde você pediu para que eu me afastasse… insistindo para que eu não a procurasse mais, dizendo que estava decidido… - sim ela se lembrava daquilo… mas ela o estava protegendo na época - tem ideia de como eu me senti depois disso? - ele a encarava – eu apenas fiz aquilo que me pediu Shara… não diga que eu nunca fiz o que você me pediu... pois eu renunciei tudo, renunciei todos esses anos, para atender o seu pedido - ele estava certo… - e não me peça isso de novo – ela podia lê-lo outra vez, como ela o lia no passado, ele estava sendo sincero.

—Eu... não poderia – ela não tinha controle algum das lagrimas que estava derramando ali, mas ela precisava dizer, precisava expressar aquilo que estava pulsando dentro dela, tão forte que parecia prestes a explodir... algo que ela guardava a sete chaves e que apenas o seu pai conhecia – porque... eu também te amo Draco, eu amei... mesmo quando parecia impossível para nós, mesmo quando tudo nos separava... mesmo com as nossas diferenças... desde o início até aqui... eu fiz...

Os olhos de Draco brilharam com uma intensidade que a fez estremecer, e sem dizer uma palavra, em um movimento rápido, ele a envolveu ainda mais em seus braços, segurando-a com uma força possessiva, como se temesse que ela pudesse desaparecer a qualquer momento... era como se o mundo ao redor deles desaparecesse completamente e num gesto repleto de paixão e de entrega, seus lábios se encontraram... aquele era um beijo completamente diferente daqueles que ela se lembrava no primeiro ano, era feroz... intenso e repleto de desejo, eles estavam se entregando um ao outro sem ressalvas, como se aquele momento fosse a última vez, já que haviam tantas incertezas relacionadas a guerra e no mundo que eles encontrariam assim que saíssem dali... mas independente disso e naquele momento mágico, Shara soube que eles estavam de fato predestinados a ficarem juntos para sempre, sem se importar com o que o destino reservaria para eles... e assim, no meio da batalha mais sombria, em meio de sua pior dor... Shara encontrou alento, e ali eles eram apenas Shara e Draco, como deveria ter sido desde o início.


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Notas finais do capítulo

Eu preciso dizer que eu fiquei arrasada com o capitulo anterior, eu entreguei ele e diferente de todos os outros até aqui, eu não senti paz, eu chorei... eu não queria que soasse como uma despedida definitiva, por que eles tem muitos anos pela frente, mas sim uma despedida para aquele momento da história, onde eu precisava focar mais na Shara e no fim de Destinos improváveis.

Mas não deu certo, não pra mim... entrei em conflito, por que a gente ama demais esse casal né, então como eu disse, nem tudo serão flores, mas a escolha de Shara no passado, os forja a serem aquilo que são no futuro (nesse futuro)

Então esse é um EPILOGO totalmente fora de contexto, mas numa tentativa de retratação, para mostrar que sim, que o futuro é promissor (com dor e guerra) mas é promissor para eles.

Eu me emocionei muito com esse capitulo, por que eu choro toda vez com a morte de Snape no filme, a cena da penseira, e aqui eu revivi ela de forma bem intensa, varias e varias vezes... pela visão de Shara (e foi foda)

Mas temos também algum alento, Shara duelando com a mãe de Carla, Draco matando Flint (bem rápido por que o Flint merece um total de zero destaque aqui), uma parte escrita com o ponto de vista de Harry (ahhh isso foi bem diferente e interessante pra mim), Draco virando a casaca e ligando um foda-se ao decidir que o mundo poderia cair do lado de fora, que ele vai cuidar de Shara sim, a declaração de amor dele... morri nessa frase "mas, no final, não houve escolha alguma... não realmente... porque não existe alternativa em viver em um mundo sem você" as pernas dela vacilaram... As minhas também hahaha

Eles assumindo que se amam "você é a porra da garota que eu amo" é bem a cara de um badboy né... Malfoy sendo meu badboy preferido... o beijo... agora sim temos um beijo de verdade entre eles produção... Eles cresceram né!

Ainda bem que sabemos que Harry venceu essa guerra e que apenas algumas horas (ou menos até) separam esses dois de um final feliz de verdade... Isso é até Harry ir pra floresta, morrer, ressuscitar e matar o vilão sem nariz...

Contudo é triste que eles tenham um futuro sem Snape!

Espero que aceitem essa retratação, e que tenha sido a altura.
Obrigaduuuu
Ansiosa para saber o que acharam :)



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