Destinos Improváveis escrita por Nara


Capítulo 102
Futuro - Improvável ganhador


Notas iniciais do capítulo

Eu me emocionei bastante para escrever esse capitulo (o que não é nenhuma novidade eu sei).
E a musica torna tudo ainda melhor.

Billie Eilish - What Was I Made For? (Official Music Video)
Indicada para esse capitulo.
Boa leitura.



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Severo estava sentado em sua poltrona, ele segurava um copo de whisky bem servido em uma das mãos, deixando sua mente vagar nos últimos acontecimentos, enquanto esperava Shara sair do banho, ele suspirou, ele havia finalizado a poção para suprimir a magia dela logo no início daquela tarde, não porque houvesse alguma pressa, ou algo assim... mas aquele pedido inusitado o havia pego de surpresa, ela queria antecipar o processo, ela havia não apenas entendido mas também admitido sua total impotência  diante de algo que ela não tinha controle algum, ele ouviu a porta do banheiro sendo aberta, ela saiu usando seu pijama da escola, e as pantufas que ele havia transfigurado no natal, seus cabelos ainda molhados pingavam, mostrando o quanto ela estava relapsa e não havia se empenhado na tarefa de estar apresentável, suas feições bastante marcadas e cansadas revelavam o dia difícil que ela havia tido, ela também o olhou, dando a volta por trás do sofá e se sentando nele, bem a sua frente, ela puxou as pernas contra o próprio corpo, apoiando sua cabeça sobre os joelhos, ela não estava preparada para uma conversa difícil e honestamente nem ele desejava ter algo assim naquele momento.

—Como tenho dito, não é seguro mantê-la em minhas alas - ele disse balançando o whisky dentro do copo - já que meus aposentos andam muito mais movimentados ultimamente do que de fato gostaria - ele bufou verdadeiramente irritado com aquelas intromissões indesejadas - contudo sei que Lucius não aparecerá nos próximos dias, visto que dei a ele algo com o que se ocupar - ela o encarava, absorvendo aquelas informações, ele mesmo fazia questão de mantê-la por perto naquela noite, até mesmo para acompanhar o avanço da poção que estaria ingerindo – passará a noite aqui – ele finalizou, e aquilo não era uma opção.

—A pocão dissimulante - ela disse - o que ela faz? - Shara já havia perguntado isso antes e ele não havia respondido… mas aquelas circunstâncias eram outras e não faria diferença alguma se ela soubesse, e justamente por isso ele achou que não seria necessariamente um problema entregar um pouco de informação.

—Confunde - ele revelou - fica muito mais fácil tirar alguma vantagem de alguém, em negócios por exemplo… se quem o fizer, estiver confuso - Severo disse tomando um gole do seu whisky, aquela era uma poção extremamente difícil de ser rastreada e por esse motivo Lucius a havia pedido, feitiços eram mais sensíveis, podiam ser identificados e lidos de forma muito fácil, e Lucius não era do tipo que deixava rastros.

—Ele está usando para confundir os governadores não está? - ela pediu, ela era esperta, muito esperta, um pequeno sorriso se formou no canto da sua boca, um reconhecimento, talvez até mesmo orgulho da mente brilhante que ela era – é assim que ele consegue as assinaturas – ela afirmou - trapaceando.

—Bingo - ele disse vagamente - como um bom Malfoy - Severo ironizou.

—Por que o está ajudando? - aquela era uma boa pergunta, ela não entenderia a complexidade de toda aquela trama e nem deveria, era perigoso e aquele sim era um assunto que ele deveria mantê-la por fora, quanto menos ela soubesse, melhor seria.

—Minha vez de fazer as perguntas - ele devolveu, ficando sério - por que se machucou essa tarde? - ele foi direto ao cerne daquilo que mais o havia incomodado em toda aquela situação, ela havia se machucado outra vez, ela se mexeu desconfortável, não ele não queria causar ainda mais desconforto, ele queria entender e talvez ajudar a aplacar qualquer resquício de dor que poderia ter restado ali.

—Foi involuntário – ela disse desviando o olhar – quer dizer no início pelo menos sim... eu não consegui lidar com as lembranças, que as perguntas me trouxeram… nem com toda a carga emocional, às vezes é tão esmagador, como se tudo isso estivesse me sufocando e então eu precisava de algo físico para tirar o foco da minha mente... eu os arranhei, meus braços... não foi intencional, foi apenas... uma troca, costuma funcionar... e nesse caso mais que isso – ela ergueu os olhos outra vez o encarando – quando me machuquei eu senti a minha magia fluir... se dissipar, então eu fiz outra vez e mais uma... até que não houvesse mais magia alguma.

—Sabe as vezes, é preciso muita coragem para mostrar vulnerabilidade – ele disse sem desviar o olhar dela, revelando a poção que ela estaria ingerindo ali  – eu posso ver que não é apenas a magia ancestral que ainda não consegue controlar – ele se inclinou um pouco mais para frente, diminuindo ainda mais a distância entre eles  – a magia... por hora, resolvemos com o uso dessa poção, mas as lembranças, e as emoções que elas desencadeiam... infelizmente ainda não inventaram nenhuma poção para suprimi-las - ela fechou os olhos…

—Eu juro que tento controlar essas coisas, eu não quero ser dessa forma, ser tão fraca e eu me envergonho de ser assim… eu não quero ter que fugir o tempo todo, mas às vezes tudo simplesmente sai do meu alcance... eu não sei como lidar com isso, eu não sei, é o meu passado, eu sei que ele deveria simplesmente ficar lá… eu poderia esquecer, fingir que não está lá, mas não… ele sempre retorna, como um monstro dentro de mim, pronto para explodir a qualquer momento… como se tudo estivesse lá outra vez, eu sou como um obscuros só que sem ser um… nada nunca fez tão sentido – ela disse limpando uma lágrima que escorria pelo seu rosto, já bastante manchado, ele não sabia se poderia alcançá-la como gostaria de fazer, ela precisava de ajuda, aquela criança estava tão terrivelmente machucada, aquela era a sua criança, ela carregaria aqueles traumas para a vida adulta, ele não esteve lá para ela quando ela mais precisou… mas ele queria poder estar agora, com sorte ainda houvesse tempo de alcançá-la…

—Onde está a moeda que lhe dei? – ele perguntou, disposto a fazer algo a mais por ela e por eles.

—Eu... eu não posso usar a moeda, chama-lo sempre que isso acontecer... isso seria deprimente... eu não posso, está errado… – ela respondeu em completa recusa.

—Shara, eu perguntei onde a moeda está – ele a interrompeu, ela respirou fundo a tirando do bolso do pijama, a revelando para ele ali.

—Está sempre comigo, assim como o colar da minha mãe – ela explicou - são as coisas mais importantes que possuo - ela disse, ele se levantou, deixando de lado o seu whisky, e se sentando com ela no sofá, alcançando a sua mão, aquela onde ela segurava a moeda, ele a encarou aqueles olhos verdes… talvez ele ainda pudesse alcançá-la, ele convocou uma de suas ferramentas de trabalho… e com ela ele furou a ponta do seu próprio dedo apenas para que uma pequena gotícula do seu sangue se materializasse ali, ele a pingou sobre a moeda que estava aberta na palma da mão dela, Shara estava acompanhando, observando cada pequeno movimento feito por ele ali.

—Não vai doer, não se preocupe – ele disse fazendo o mesmo com o dedo dela, ela não demonstrou qualquer objeção, sequer questionou, e assim que o sangue dos dois se misturou ali, ele disse o encantamento, o sangue rapidamente evaporou quando uma redoma de cor laranja encobriu o anel e sumiu, havia funcionado – pronto, agora não precisará usar a moeda para me convocar todas as vezes que sentir que está difícil demais ou que suas emoções a estiverem sufocando, eu saberei mesmo assim – ele disse sério, ela segurou a moeda com força, fechando a mão.

—Mas… - ela o encarou confusa - se o senhor tiver que lidar com isso por mim, no meu lugar... eu nunca poderei vencer… talvez… eu não possa mesmo - ela admitiu cansada.

—Eu não estarei lidando com isso no seu lugar, apenas não estará lidando com isso sozinha – ele foi enfático – não quero que se machuque, não mais... essa é a premissa aqui – ela lhe olhava confusa…

—Achei que a magia no colar, o anel lhe dissesse o que estou sentindo – ela colocou a mão sobre o colar... - assim como onde estou - ela encarou o anel na sua mão.

—Sim ele faz, contudo apenas se for acionado e por mais que eu quisesse monitora-la 24 horas por dia, acredite não seria possível – ela parecia desconfortável com aquele arranjo, ele podia sentir, mas aquilo era algo que ele já deveria ter feito antes, magia de sangue, era forte… e era tão difícil para ele, vê-la se machucar todas aquelas vezes, como era para ela ter que lidar com isso.

—Eu... sinto como se fosse um fardo para o senhor, eu não quero incomodar ou distraí-lo de suas responsabilidades como professor nessa escola... eu não deveria ser uma preocupação adicional em sua vida... quer dizer eu sei que eu sou, mas não deveria funcionar assim, ainda mais agora com tudo isso acontecendo aqui – ela balançou os braços, completamente perdida, ele entendeu o seu ponto… mas o que ela ainda não havia entendido, é que ela como sua filha, não era um fardo, ela havia despertado algo nele, algo que ele nunca achou ser possível sentir… desde o momento, o primeiro contato, a revelação de quem ela era, naquele primeiro dia de aula… ela o havia mudado, mesmo ele não desejando, mesmo ele fugindo… mesmo ele achando não  possuir aptidão alguma, acontece que ela não era um fardo, não… ela era mais como um sentido, sim uma direção, uma razão para viver… ela era a luz que o alcançou no meio de toda a sua escuridão, ele morreria por ela quantas vezes fossem necessárias, ele enxugaria suas lágrimas, todas as vezes em que ela chorasse… ele enfeitiçaria e machucaria cada maldito homem ou mulher que cruzasse o seu caminho.

—Shara, você não é um fardo - ele disse com todas as letras - isso que está enfrentando não faz de você um peso assim como também não te torna mais fraca, na verdade isso é uma lembrança de que todos nós… independentemente da nossa idade ou da nossa posição, enfrentamos suas próprias batalhas internas… agora me permita ser um apoio para você a ajudando a vencer as suas lutas… vamos fazer disso uma oportunidade para nos conhecermos e conectarmos ainda mais – ele disse sendo completamente sincero ali, aquilo não apenas a surpreendia, como surpreendia a ele também, ele nunca havia ido tão longe com alguém antes - Suas lutas são válidas, e estou aqui para ajudá-la a enfrentá-las, não mais sozinha – ele repetiu.

—Nunca imaginei que alguém pudesse entender… validar isso, e se importar dessa maneira... não comigo - As lágrimas começaram a se acumular em seus olhos outra vez – quer dizer, eu sei que o senhor meio que morreu no meu lugar aquele dia com Elza... eu entendo que se importe com a minha vida, sim... mas isso... isso é se importar com aquilo que ninguém pode ver, com aquilo que ninguém se importa... isso é diferente – ela parecia processar aquilo, e ele também, sim ela tinha razão... era diferente.

—Sim isso faz - ele segurou sua mão, a fechando contra a sua - quem sabe, possamos descobrir juntos que a conexão emocional pode ser mais forte do que qualquer poção mágica – ele encarou a poção que havia depositado na lateral da poltrona e fechou os olhos se lembrando das vezes que sua mãe o havia embalado até dormir, das vezes que ele sentia medo e de como ela mexia em seus cabelos, das canções desajeitadas de ninar, das histórias... aquelas também era conexões emocionais, que o marcaram para sempre, ele suspirou... ele não havia tido a oportunidade de criar esses elos com ela, ele nunca a segurou no colo, a cobriu em seu berço, a jogou para cima apenas para ouvi-la gargalhar, ele havia perdido tanto, Shara tinha agora 11 anos, estava marcada pelo destino, cicatrizes enraizadas… mas quem sabe nem tudo estivesse perdido, não ainda… talvez quem sabe ele pudesse tentar – se acha grande o bastante para um colo? – ele sugeriu, se divertindo com a reação emitida por ela ali, sem sombra de dúvidas, ela não esperava por algo assim… nem ele e isso era sobre ser mudado por ela e sobre se permitir aceitar aquela mudança.

—Não – ela sorriu, se jogando no seu colo - inclusive está atrasado nesse negócio de colo... sabe pelo menos em alguns anos... se formos fazer uma conta lógica e razoável… bem é bastante coisa mesmo – ela disse descontraída, sim ele estava atrasado, contudo disposto a compensar o que havia sido perdido, ela repousou a cabeça no seu ombro – obrigada pai – ela sussurrou em seu ouvido, mas na verdade, quem deveria estar agradecendo era ele.

—Não irá se machucar mais, eu prometo - ele disse, secando os seus cabelos com um feitiço e passando os braços em volta dela a segurando com força contra si, ele não pode deixar de notar que ela cheirava como a mãe.

—O senhor faz bastante promessas sabia? - ela disse com a voz baixa, ela tinha razão.

— Apenas a você - sim apenas a ela, a sua filha.

—__

Aquela semana havia sido diferente, de uma forma boa é claro, tudo estava muito mais leve do que o habitual e não Shara não estava apenas se referindo ao fato de não poder acessar sua magia, mas algo havia mudado, de fato mudado dentro dela… talvez ela tivesse entendido de uma vez por todas de que ela não precisava mais lutar sozinha e por mais óbvio que fosse aquilo… algumas verdades ainda era bastante difíceis de serem mudadas em alguém com marcas tão profundas em seu passado como ela… mas ela não estava mais sozinha, e isso mudava tudo. Claro ainda havia algo, algo verdadeiramente perturbador, algo que estava roubando suas noites de sono, o diário, o dono do diário… Riddle, ou melhor Voldemort, e justamente por entender que não estava mais sozinha, que depois de muito pensar, pensar em todas as implicações possíveis, Shara decidiu que devia a verdade ao seu pai, pela primeira vez sendo completamente honesta com ele sobre algo, ela iria contar para ele, contar tudo que ela sabia, ela apenas não havia tido a oportunidade de fazê-lo, não ainda.

Shara se sentou ao lado de Gina e de Beta que a aguardavam no grande salão, dessa vez na mesa da Grifinória, aquela era a tão esperada noite onde o diretor havia prometido revelar e premiar a melhor redação sobre imortalidade, daquela atividade extracurricular que Shara fez questão em não participar, as amigas sorriram para ela assim que a viram se aproximar, elas estavam muito mais próximas e presentes agora, ou talvez fosse Shara que as estivesse deixando entrar, enfim, a parte boa era que elas haviam parado de fazer perguntas sobre o seu passado e convenhamos foi muito fácil se acostumar com aqueles arranjos novos impostos pelo diretor, muito mais do que ela imaginou que seria, as duplas que elas formaram em sala de aula, eram perfeitas, ambas se mostraram muito dispostas a incorporar seus personagens ali, elas faziam a magia acontecer, literalmente… sempre quando era necessário e ninguém parecia ter notado que algo anormal pudesse estar acontecendo ou sendo encoberto ali, Shara havia recebido apenas alguns olhares solidários dos professores que ela tentou retribuir de forma tímida... e quanto a estar sem magia… bem, digamos apenas que ter crescido entre os trouxas, pelo menos dessa vez, facilitou bastante as coisas para ela.

Todos os alunos de todas as turmas estavam presentes naquela noite, o salão estava abarrotado, sim o diretor havia feito disso um grande evento, e não apenas os alunos, como também todos os funcionários da escola, todos sem exceção… Madame Pomfrey e Madame Pince haviam deixados seus postos e estavam sentados na mesa da frente com os professores, já Antony, Catie, o zelador Filch e Hagrid, que eram aqueles que Shara conhecia, haviam se posicionado perto da porta de entrada, na parte de trás, Hagrid piscou para ela assim que a viu.

—Não é estranho - Gina comentou - que o professor Lockhart pareça estar sempre com dor nesses últimos dias - a aula com ele naquela semana havia sido a mais difícil, mas ele havia facilitado bastante as coisas fazendo o favor de ficar o mais longe possível, Shara o encarou por um breve momento, Gina tinha mesmo razão, ele não parecia se sentir bem, mas não que Shara se importasse.

—Atenção todos, um momento de atenção - a professora Minerva pediu batendo em uma taça de cristal com um talher, e o silêncio se estabeleceu prontamente por todo o recinto, enquanto o diretor Alvo Dumbledore se posicionava diante de um pequeno palanque de madeira.

—Prezados estudantes de Hogwarts, é com imenso prazer e orgulho que me dirijo a vocês nesta noite, neste que considero um momento muito especial – ele fez uma breve pausa para encarar os alunos ali - todos aqui sabem que no ano passado, vivemos um episódio marcante em nossa escola, quando a Pedra Filosofal esteve ameaçada e prestes a ser roubada de dentro dessa instituição, mas por sorte ela foi salva a tempo, de forma bastante heroica - ele disse e automaticamente todos os olhares se voltaram para Harry que ficou visivelmente constrangido com aquela menção -  ah meus caros alunos, esta pedra nas mãos erradas teria causado um estrago sem medida, não só aqui mas em toda a comunidade bruxa – mais uma pausa dramática - já que se trata de um artefato raro e portanto muito poderoso, capaz de produzir aquilo que conhecemos como o elixir da vida, concedendo a imortalidade a quem a beber… sim meus meninos e meninas a imortalidade é um tema que desperta a curiosidade e a busca de bruxas e bruxos além dos séculos... e foi pensando nisso, que lancei o desafio, uma atividade extra curricular valendo pontos, uma competição saudável, onde todos os alunos sem exceção deveriam tê-la escrito, já que é um exercício interessante sobre nossas convicções - ele olhou para ela, sim ela não havia feito, e daí? O diretor não esperava mesmo que ela entregasse uma discursiva, relatando o quanto sua vida havia sido desprezível por ser portadora de um sangue sagrado, isso em um pedaço de pergaminho... não, ela definitivamente não faria – A pedra filosofal, felizmente foi destruída – ele informou, os alunos sequer piscavam, estando completamente entretidos por aquele discurso -  contudo, existem lendas, fábulas que fantasiam diversas maneiras de obtê-la, e nos instigam a desejá-la a todo custo, sim a imortalidade meus caros pode ser tão brilhante e atrativa como ouro, mas é corrosiva como ácido... e enquanto houver entre nós, aqueles que ambicionam o poder, houver ganância sem medida e domínio entre classes... tantas outras histórias e lendas como essas surgirão pelos tempos, causando dor e destruição – Shara se sentiu desconfortável, embora quase ninguém ali soubesse sobre ela e a lenda, mas ela sabia e era ruim.

—Perda de tempo - Shara disse mais para si mesma – tudo isso, apenas uma grande perda de tempo - ela usou ironia o que ele esperava com aquele discurso, que as pessoas simplesmente deixassem de lado suas convicções? ele esperava mudar seus corações e mentes doentes? ou talvez mudar a história… o futuro? Embora Shara nunca precisasse fugir, não como sua mãe ou suas ancestrais fizeram, mas ela sabia muito bem o quão perigoso era ser alguém como ela no mundo, as pessoas eram más, suas inclinações eram escuras e não seria um discurso que mudaria aquilo, ela bufou… uma grande perda de tempo, alguns alunos próximos olharam em sua direção, talvez ela tenha dito aquilo um pouco mais alto do que deveria, chamando sem querer a atenção sobre si.

—O que disse? - Beta perguntou, arqueando a sobrancelha.

—Nada… nada demais, apenas esqueça - ela voltou a cruzar os braços, podendo sentir o olhar do seu pai sobre si, um lembrete de que ela estava tudo menos sendo discreta ali.

—Recebemos inúmeras redações notáveis, ah sim... reflexivas e verdadeiramente inspiradoras… acreditem, li cada uma delas com bastante atenção, uma por uma e fiquei impressionado com a profundidade com a qual muitos de vocês pensam sobre algo assim… e hoje como prometido é com grande prazer que venho anunciar o vencedor ou a vencedora desse belo desafio, aquele cuja redação se destacou de forma excepcional entre as demais… mas antes de revelar, reforço que como diretor dessa escola, é meu dever reconhecer o mérito de onde quer que ele venha… e embora tenhamos o costume de anunciar os vencedores pelo seu nome, dessa vez farei isso de uma forma diferente... optando pela cautela… ao evitar assim uma exposição que certamente traria consigo possíveis constrangimentos e possíveis complicações ao aluno em questão, sendo assim o nome do mesmo será mantido em completo sigilo - ele disse sério… e um murmurinho começou a se formar no grande salão.

—Por que ele faria isso? - Gina perguntou, Shara deu de ombros, mas não pode deixar de notar os olhares confusos dos professores à mesa, evidenciando que até mesmo eles desconheciam o nome daquele aluno em questão, sim aquilo era estranho, afinal quem não gostaria de ter seu nome anunciado? Quem não desejaria ser o vencedor de algo assim? E que tipo de constrangimentos e complicações o diretor se referia?

—Sendo assim, não posso deixar de recompensar a Casa Sonserina por este feito extraordinário… é com muita alegria e satisfação que atribuo à Sonserina os merecidos cem pontos adicionais, como um reconhecimento pela sensatez, pela maturidade e o mais importante de tudo, pela sensibilidade, que seu membro demonstrou - A casa Sonserina explodiu naquele momento, já os demais alunos, não... Shara não podia julgar aquilo, sendo que ela mesmo encarou a própria casa, surpresa e tentando processar aquela informação... um sonserino havia escrito a melhor redação, sim isso era completamente inesperado.

—Sonserina? isso… é impossível!- Gina exclamou consternada, encarando Hermione que havia colocado as duas mãos sobre o rosto, visivelmente inconformada... Rony estava com cara de nojo, e Harry confuso, as demais casas também não pareciam ter aceitado aquilo muito bem...

—Shara me diz que foi você - Beta a encarou com um lapso de esperança - sério, você é a única alma que se salva naquele lugar e que sei lá é sensata e sensível… por favor seja você - Beta implorou, Shara olhou para a mesa da Sonserina outra vez, ninguém ali parecia preocupado em saber sobre o autor, mas estavam eufóricos sim, pelos pontos acrescidos.

—É… lamento decepcionar vocês, mas eu sequer entreguei a redação - ela admitiu, estudando o rosto dos seus colegas de casa... quem entre eles poderia ter sido o responsável?

—Bem... bem, sinto uma profunda gratidão pela resposta calorosa de todos os membros da casa Sonserina, mais uma vez meus singelos parabéns - ele disse aquilo direcionado a sua casa, enquanto voltava a pedir silêncio e atenção ao analisar os demais alunos das outras casas ali - contudo, compreendo que alguns aqui possam sentir-se surpresos com a escolha… bem, diante dos fatos, mais uma vez reitero que aquilo que somos, aquilo que fazemos e as motivações que possuímos, essas não conhecem fronteiras, afinal não é a casa que pertencemos que nos define, não são nossas atribuições ou nossa posição social... não, mas sim nossas escolhas  - ele disse e era nisso que Shara acreditava, Elza por exemplo havia feito todas as escolhas erradas e com isso se tornado vazia e má, não o contrário - Por fim, antes de encerrar, permitam-me compartilhar um breve trecho da redação vencedora, algo que me tocou profundamente e que reflete a perspicácia e a sensibilidade do autor ou da autora - ele disse ajeitando o óculos meia lua, enquanto um pergaminho aparecia na sua frente.

—Acho que vou vomitar - Gina disse fingindo ânsia, antes dele começar a ler.

—Oh céus, isso é terrível… veja o contador da Sonserina, está muito à frente das outras casas - Beta acrescentou, pontos era mesmo uma coisa séria ali... o diretor pigarreou.

”O anseio pela imortalidade é um convite, que atrai os corações ambiciosos, e os seduz com a promessa de tempo ilimitado, de prazeres e poder, mas esconde a realidade sombria de uma jornada implacavelmente solitária e completamente vazia. Ser imortal é ser envolvido em um ciclo interminável de perdas e de despedidas, isolando-nos em um mar de tempo sem fim... Viver o eterno é na verdade carregar o peso da existência sem o consolo do fim..." – Aquilo era mesmo surpreendente, era profundo, verdadeiramente poético e profundo, e enquanto Alvo lia, Shara absorvia cada uma daquelas palavras, seus olhos atentos às expressões, as fisionomias dos alunos da sua própria casa, ninguém mais ali parecia prestar atenção neles... mas Shara sim, era surpreendente e curioso... verdadeiramente curioso que o vencedor de algo assim fosse um Sonserino, já que a maioria dos alunos eram filhos de ex comensais da morte e portanto eram educados para se tornarem como os pais, quem dentre eles poderia ter sido tão ousado a ponto de quebrar linhas ancestrais de pensamentos e ainda assim ter tal aptidão para a escrita? Mas... isso era bom, na verdade sinalizava algo bom, sinalizava que ainda havia esperança, redenção... foi quando algo, pequeno e sutil chamou sua atenção, um aluno, ele estava inquieto, não... ele não costumava se comportar assim, Shara já o havia estudado antes, muitas outras vezes... A única justificativa para aquele comportamento, era o fato dele estar ouvindo suas próprias palavras sendo lidas através da boca do diretor.

E como se pudesse sentir estar sendo observado por ela ali, ele também se virou para encara-la... sim, havia sido ele... Shara teve certeza absoluta quando seus olhares se encontraram naquele breve momento, os olhos dele eram cinzas e profundos, Draco... ele foi o primeiro a desviar o olhar, revelando algum constrangimento, sim ele havia percebido que ela sabia... Shara voltou sua atenção para o diretor outra vez, Draco era o único aluno ali que sabia sobre sua condição, sabia sobre a lenda, sabia sobre o seu sangue... Shara deixou com que um pequeno e discreto sorriso se formasse em seus lábios, sentindo seu peito aquecer com aquela revelação, aquilo não era apenas uma esperança... aquilo era uma prova, prova de que seu pai estava errado sobre ele, Draco, ele não era como Lucius Malfoy, não… ele era diferente... e por isso que tornar o nome do vencedor público não seria mesmo uma decisão sábia e inteligente, fazia todo o sentido… Se o Sr. Malfoy soubesse sobre o filho, seria o seu fim.

"Ser imortal - o diretor continuou - é como ser um navegante, observador e solitário, que percorre os séculos, contemplando o espetáculo da vida, enquanto permanece imune à dança fugaz do tempo, onde cada passo ecoa uma saudade silenciosa... diante das expressões, dos rostos, e das lembranças daqueles que um dia ele tocou – aquilo era triste e Shara não pode deixar de se sentir desconfortável ao ouvir aquele tipo de comparação, e por mais que estivesse correto… não podia ser assim que Antony se via ou até mesmo se sentia sobre a vida, podia?… Afinal viver sobre aquela perspectiva era ruim, terrivelmente ruim, Shara decidiu observá-lo, se esquecendo completamente de Draco ali, aquilo agora passou a ser sobre Antony, já Antony parecia tentar disfarçar mas Shara notou que ele havia se emocionado, sim aquilo era sobre como ele se sentia e aquilo também era sobre como ter a sua vida sendo lida diante de todos ali, e isso pesou, era o peso de milhares de anos de solidão  - diante daqueles com os quais ele compartilhou sorrisos e lágrimas, agora se tornaram sombras em um álbum de memórias sem fim... Seus olhos refletem o passado, o seu coração pulsa com a melodia do presente, mas seus pés cansados buscam um significado que talvez só possa ser encontrado nas profundezas do oceano… lugar esse onde ele nunca irá tocar" – Shara fechou os olhos… Antony, ele não tinha ninguém... quer dizer, ele tinha e ele teve... mas ele sempre os perdia, todos eles... e  ela se sentiu tão desprezível, a pior guardiã que já existiu... Isso por não ter entendido antes, não quando ele havia dito, não quando ele dava indícios, nem quando ele pediu… não, ela não entendia pelo menos não como ela estava entendo agora ali, aquela verdade irrompeu de forma avassaladora dentro de si, ela era a única que poderia livrá-lo daquele ciclo de dor sem fim, ela poderia salvá-lo e levá-lo até as profundezas do oceano, aquilo estava em suas mãos, ela apenas precisava fazê-lo... Mas ela havia se recusado... ela o amava sim, ela amava Catie também… ela apenas não queria ter que escolher entre eles, escolher quais dos dois faria sofrer dessa vez, não era justo que aquela escolha fosse dela.

Um silêncio constrangedor se entendeu por todo o salão, fazendo com que Shara pudesse ouvir as batidas do próprio coração, o diretor havia terminado a leitura… e todos ali pareciam completamente absortos e talvez incrédulos com aquilo que acabará de ouvir vindo de um Sonserino, era poético até... e foi ali, através de uma redação que ela achava ser perca de tempo, escrita por alguém completamente improvável como Draco e lido publicamente pelo diretor que Shara entendeu o quão terrível era ser e viver como Antony, o quão terrível era ser imortal... Ela o procurou com o olhar outra vez, Antony coincidentemente fez o mesmo e eles tiveram uma longa e intensa troca de olhares, selado por uma única lágrima solitária, que teimosamente desceu pela face dele.

—Agradeço ao autor destas palavras por sua coragem em compartilhar conosco algo tão singelo e ao mesmo tempo tão rico - o diretor continuou… e aquilo desfez a conexão com Antony ali, a obrigando a redirecionar sua atenção para a frente outra vez – Tenho plenas convicções de que essa reflexão tenha servido ao seu propósito – ele disse enquanto o olhar dele vagava sobre o salão, até se encontrar com o dela… havia algo a mais naquele olhar por trás dos óculos meia lua, como se ele soubesse tudo que acabará de acontecer dentro de si – e o propósito aqui, o propósito em promover um desafio como esse, é sem sombra de dúvidas nos fazer pensar, nos fazer refletir e até mesmo nos ajudar a fazer as escolhas certas… cada pequena escolha meus nobres alunos, tem o poder de moldar o nosso caminho e impacta não apenas a nossa jornada, mas também o mundo ao nosso redor e principalmente as pessoas a quem amamos… e como podem ver, às vezes é necessário escolher entre o que é certo, e entre o que é mais fácil... e por isso que a escolha se torna por vezes uma tarefa bastante difícil de concluir, mas tenho certeza que ao olharmos para dentro de nós mesmos, encontraremos as respostas que tanto procuramos... - sim ele sabia, como ele podia saber? Sendo que tudo ali era tão absurdamente improvável… talvez ele nunca quisesse que ela escrevesse de fato aquela redação, talvez… ele apenas quisesse que ela ouvisse, ouvisse com o coração… aquelas eram as tais tramas, dentro de tramas que seu pai se referia... - a verdadeira imortalidade reside na influência que deixamos para trás, no legado que construímos e nos corações que tocamos ao longo de nossa caminhada aqui – ele havia dito, Shara fechou os olhos, levando a mão até o colar… ele parecia entender o quão difícil era para ela ter que fazer aquela escolha, ciente de que carregaria o peso e a consequência da sua decisão pelo resto de seus dias independente daquilo que escolhesse fazer, ela inspirou o ar lentamente, tentando de alguma forma olhar para dentro de si e encontrar a resposta como o diretor havia dito, tudo havia ficado tão silencioso outra vez, exceto pelo barulho de água... água? Shara abriu os olhos...

Ela estava a beira de um rio, havia uma pequena cachoeira também, o dia estava ensolarado e quente, espera... aquilo era uma visão, sim, fazia bastante tempo que ela não tinha uma visão como aquelas, Shara achou que o colar não lhe proporcionaria mais nada assim… sim o colar é claro e aquela era uma memória de Medusa, Shara entendeu assim que ela viu Antony se divertindo na água… ele estava apenas um pouco mais jovem do que ela estava acostumada a vê-lo.

—Vamos... não seja medrosa, não há nada com o que se preocupar - ele disse e Shara acompanhou o olhar dele na direção dela, sim ele estava falando com Medusa, que estava em cima de uma pedra e parecia receosa.

—Não sei Antony – ela realmente não parecia certa daquilo - e isso não é medo, isso é apenas cautela… afinal nunca sabemos o que tem nessas águas - ela se encolheu ao dizer e Shara sorriu, sorriu ao vê-los ali juntos e felizes, eles haviam sido dois jovens comuns, fazendo coisas de jovens comuns, suas histórias poderiam ter passado despercebidas pelo tempo, como de qualquer outro casal apaixonado… se não fosse pelo futuro, no caso o futuro deles e o passado de Shara… ela suspirou...

—Confie em mim, vamos... E está quente aí fora, você não vai ser arrepender - ele disse tentando convencê-la a pular e enquanto jogava um pouco de água nela.

—Eu não sei nadar - ela admitiu - e tenho minhas ressalvas com água, você sabe… isso é parte de algo que não sei explicar, apenas está lá... então não sei se posso fazer isso, sinto muito - Shara a estudou por um momento, ela era a filha de Poseidon e ela tinha medo de água, era bastante inusitado, mas Shara não podia julgá-la nesse sentido, seus medos eram ainda mais sem sentido do que isso.

—Oras, mas é justamente por isso que a trouxe aqui hoje... e claro também por que está quente e claro também por que amo me refrescar e principalmente me exibir para você - ele soou divertido, Antony era mesmo o bom humor em pessoa – uma vez me disseram que medos são mentiras plantadas dentro da nossa cabeça... mentiras que nós acreditamos, e quanto mais acreditarmos nelas, mais elas crescem… então hora de deixar de acreditar… vamos pule, e nós dois vamos vencer esse medo juntos – ele a incentivou, Shara apreciou isso, Antony era bom, em sua essência... ele era bom.

—E se eu morrer? - ela perguntou aflita, Shara olhou para o rio novamente e para onde Antony estava parado ali, dava mais do que pé, na verdade a água meio que batia na altura da cintura dele, ninguém honestamente iria morrer assim, mas Shara achou aquela preocupação engraçada… o medo soava ridículo para que não o sentia.

—Eu não permitiria que nada de mal lhe acontecesse – ele disse convicto, fazendo ela rir.

—Dá última vez que me disse isso, o galho da árvore quebrou... e eu fraturei minha costela – Medusa cruzou os braços – fiquei semanas sentindo dor, então não, eu não confio em você – ela o provocou.

—Ahnl não - ele exclamou, éramos apenas crianças naquela época... – ele se defendeu – você nunca vai me deixar esquecer disso não é? – ela gesticulou negativamente com a cabeça - bom, reformulando então... se você morrer, eu me comprometo a morrer também, já que estamos nisso juntos… seja aqui, ou seja na eternidade - ele ironizou, claro Antony não fazia a menor ideia do que estava dizendo ali, não naquela época mas ao assisti-los, Shara percebeu que aquela não era exatamente uma lembrança feliz, não como parecia ser de início… mas sim triste, já que a eternidade dele, nunca seria a eternidade dela… a menos que Shara fizesse o ritual.

—Isso não tem a menor graça Antony - ela ralhou com ele.

—O que não tem a menor graça é passar a minha vida aqui sem você - ele afirmou, agora bastante sério e Medusa sorriu para ele e então de forma surpreendente ela pulou… Shara ouviu a risada deles assim que Antony a segurou na água…

—Juntos - Medusa disse, se prendendo ao pescoço dele, Shara os observou, pareciam perfeitos… tão perfeitos juntos, e uma lágrima singela, escorreu pela sua bochecha, ela sabia o que devia fazer… a resposta estava ali, bem à sua frente.

Shara abriu os olhos, ela estava de volta, aquela visão deveria ter durado apenas alguns segundos ou apenas um pouco mais, mas havia sido o bastante, Shara ainda podia sentir a brisa e ouvi-los rir, seu rosto estava molhado ali… pela lágrima derramada, mas honestamente ela não se importava…

—Sendo assim, encerro com as palavras de um amigo muito querido, Alastor Moody - Shara olhou para o diretor - “Estejam vigilantes em suas escolhas, pois cada uma delas carrega consigo o poder de moldar o mundo à sua volta. Não subestimem a influência de suas ações, pois cada uma delas deixa uma marca indelével na tapeçaria da existência” - Dumbledore sorriu, era isso, Shara soltou o colar da sua mãe, o tirando do pescoço e o guardando no bolso de suas vestes, ela buscou por Antony outra vez… mas dessa vez ele não estava mais ali, ele havia saído… ela suspirou.

—É... licença – ela se levantou, ele não deveria ter ido muito longe, ela precisava alcançá-lo – eu tenho um assunto pendente…

—Assunto pendente? - Beta perguntou - como pode haver algo pendente, se estão todos aqui essa noite… e você… Shara, você está bem? - ela perguntou à estudando.

—E sem falar que está quase na hora do toque de recolher, devíamos ir para nossas salas comunais em grupos, lembra? - Gina interveio - não é seguro… você sabe, e você sequer tem magia - ela sussurrou a última parte - não deveria mesmo andar sozinha.

—Ahhh, tudo bem… eu apenas estou com sono, sim… a algumas noites que não tenho dormido muito bem - essa não era uma completa mentira - e bem, eu apenas… quero tentar dormir antes, sabe… antes dos demais alunos chegarem… o barulho no quarto me incomoda bastante e sem magia eu não posso simplesmente silenciar… - ela tentou soar convincente, elas a encararam - até mais… vejo vocês amanhã - ela se despediu, e então ela correu… não desejando perder mais tempo algum, o tempo era mesmo relativo, Antony mesmo teria muito a dizer sobre isso.


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Notas finais do capítulo

Começamos com um momento pai e filha, daqueles que deixam nosso coração bem quentinho.
Eu me emocionei ao tentar transcrever as emoções dele, ao se dar conta das tantas conexões que ele perdeu com a filha, de como a vida dela teria sido diferente se elas tivessem existido... assim quem ai acha que ele teria sido um bom pai... mesmo trocando fraldas e fazendo mamadeira?
"se acha grande o bastante para um colo?" ahhh como muitas vezes a gente só gostaria de ouvir algo assim... Aproveita Shara, quem sabe ainda dá tempo de recuperar um pouquinho do que vocês perderam.
Ela dizendo que se sente um fardo... mostra o quão difícil é se entregar, mas vocês estão indo bem :)

Agora vamos ao grande momento desse capitulo todinho, o autor da melhor redação... desde que tive a ideia de uma premiação, eu sabia que o vencedor teria que ser o Draco, sim ele que passa os sete livros sem ganhar absolutamente nada, tudo o Harry, sempre o Harry (ok,ok,ok eu tenho ranço nele, seguindo o cânon, e mesmo sendo Sonserina entendo que nada justifica) massss esse Draco nessa fic, tem mostrado que não quer e não é como o pai... então ele merecia ganhar e se destacar em algo, no caso algo grande aqui, por que pra Shara é isso que importa, as inclinações do coração, muito acima de qualquer ato heroico, e convenhamos que redação meus queridos... levei mais tempo pra postar, por que fiquei um tempão só em cima do desenvolvimento dela, foi difícil viu, eu meio que quase desisti kkkk então, ele merece o prémio sim... e Alvo foi muito prudente em não usar o nome do aluno, ia dar muito ruim pro lado dele, e sem falar que mais uma vez, Dumbledore arrasou no quesito fazer as pessoas pensar!

E na improbabilidade de tudo que aconteceu aqui, e nas palavras de Draco, que Shara conseguiu finalmente olhar para Antony além do que ela podia ver com os olhos, ela olhou com o coração e encontrou as dores... a solidão, o vazio... e eu sei que ele meio que já desabafou sobre isso certa vez, mas nem sempre é tão fácil entender e se colocar no lugar do outro, principalmente nesse caso aqui... quando ela se sente tirando algo de Catie outra vez... fazer escolhas pode ser mesmo bem difícil. Mas não há duvidas que depois de entender e depois da visão... que alias também é um dos pontos altos aqui, onde novamente me emocionei ao escrever... sendo ela uma cena cotidianamente comum, e cheia de significados para a história, que Shara tem a confirmação do que precisa ser feito.
"O que não tem a menor graça é passar a minha vida aqui sem você..." Foda :(

Mas ela tem uma ideia (ai ai ai)
Aguardem que o próximo capitulo é tão improvável como esse.
E ai gostaram?



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